sábado, 26 de agosto de 2023

Formula 1 2023 - Ronda 13, Zandvoort (Qualificação)


Passou um mês desde o inicio das férias, e a Formula 1 regressava de um pouso bem merecido, claro, obrigatório. Não se esperava que a classificação ficasse de cabeça para baixo, mas na sexta-feira à tarde, uma colisão na curva três agitava fortemente o paddock: Daniel Ricciardo batera nos muros de proteção, e por ter agarrado no volante na altura errada, acabou por fraturar um osso da mão. Irá ser operado no inicio da próxima semana e tudo indica que irá falhar as duas corridas seguintes, com a dúvida sobre a prova de Singapura, no final de setembro.

O substituto foi logo sabido: o neozelandês Liam Lawson, piloto de teste da Alpha Tauri, foi logo chamado e teve de fazer uma estreia à queima-roupa. Ainda por cima, na pior equipa do pelotão. Não é para qualquer um, mas com uma chance destas, tinha-se de aproveitar.    


Tinha chovido muito na manhã deste sábado - a corrida da Formula 2 acabou até com apenas três voltas dadas por causa da pista inundada - e na hora da qualificação, apesar da chuva ter parado, a pista estava muito molhada e os pilotos resolveram arrancar com intermédios. Os pilotos conseguiam aguentar-se na pista, com alguma dificuldade, mas ao longo desta primeira parte, não bateram nos muros, nem houve nada significativo.  

E se no final da Q1, Albon deixava todos de boca aberta, ao aproveitar bem os pneus intermédios, lá em baixo depois de Leclerc se ter esforçado para entrar na Q2, os que ficaram de fora foram Xhou, Esteban Ocon, Valtteri Bottas, Kevin Magnussen e o estreante Lawson.

As nuvens aguentavam a chuva, e o público se divertia nas bancadas, esperando pelos truques do seu heróis, enquanto não arrancava a Q2, onde os pilotos continuariam a usar os intermédios. E logo quando aparecia um enorme céu azul que rompia as nuvens. Max foi o primeiro dos da frente a fazer um tempo, com 1.20,690, enquanto Pierre Gasly tentava aproveitar tudo da curva três para não bater no muro. 

Piastri conseguiu 1.21,399, e era segundo, distante de Max Verstappen, antes do seu companheiro conseguir 1.20,629 e subir na tabela de tempos. Só que o piloto da casa melhorou e colocou 1.20,282. Contudo, em certos sítios, começava-se a desenhar uma linha seca devido à passagem dos carros, e os tempos começavam a melhorar. Max acabou por meter 1.19,652, com Checo a seguir, a quase um segundo do neerlandês. 

Na parte final, Albon conseguiu 1.19,399, antes de Piastri tirar sete milésimos de segundo, e na sua última volta lançada, Max Verstappen responder com 1.18,856. No meio disto tudo, por causa do mau tempo, víamos os dois Williams no top ten - Logan Sargent conseguia o seu primeiro Q3 da sua carreira - e em contaste, gente como Lance Stroll, Lewis Hamilton, Yuki Tsunoda, Pierre Gasly e Nico Hulkenberg iriam ver o resto da qualificação nas boxes.

Com uma linha já desenhada na pista, restava saber se haveria algum piloto que iria arriscar slicks moles já na Q3. E dizia-se isso porque o sol já incidia fortemente na pista. 

E começou com os Williams a arriscarem, colocando moles, bem como o Ferrari de Sainz Jr. e o Mercedes de Russell. Max ficava com os intermediários, por agora. Mas o neerlandês foi logo às boxes trocar para moles, enquanto Albon dinamitava a tabela de tempos com um tempo de 1.15,743, um segundo na frente... do seu companheiro de equipa! Parecia que os tempos iriam cair, mas logo a seguir, Sargent bateu forte no muro e as bandeiras vermelhas começavam a ser erguidas. Sessão interrompida.

E claro, mais tempo para secar a pista, todos calçarem os melhores pneus e prepararem-se para uma volta canhão, porque não haveria muitas chances nesta parte final da qualificação. Claro, enquanto tudo e todos esperavam para tirar o carro do americano da gravilha, nas bancadas, as pessoas entretinham-se, esperando que o seu herói salvasse o dia. 


Com pouco mais de seis minutos para terminar a qualificação, os pilotos regressaram à pista depois da reparação das barreiras danificadas com o acidente de Sargent. Todos estavam com slicks moles, e aplicaram-se a fundo. Assim, Russell passava para  frente com 1.12,578, antes de Norris melhorar com 1.12,049. Max conseguia apenas 1.12,389 e era terceiro, atrás de Piastri.

Só que a seguir, Leclerc batia no muro na curva 9 e a sessão era interrompida novamente. Na altura, tinha o quinto melhor tempo, meio segundo atrás de Norris. 

No regresso, era uma questão de tempo até acontecer o final que todos conhecemos, porque faltavam cinco minutos, tempo mais que suficiente para uma volta final. Max consegue 1.10,567, meio segundo na frente de Norris, enquanto Russell era o terceiro, na frente de Albon e Alonso. 

E foi assim a qualificação neerlandesa, no inicio da segunda parte de uma temporada cujo guião está escrito há muito. Resta saber se amanhã será mais do mesmo, ou então, não haja algum truque na manga. 

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Última Hora: Ricciardo fratura pulso e não participa em Zandvoort


O australiano Daniel Ricciardo fraturou o seu pulso esquerdo no segundo treino livre e irá ficar de fora no GP dos Países Baixos, sendo substituído pelo neozelandês Liam Lawson. Ricciardo sofreu um acidente na segunda curva quando tentava evitar o McLaren do seu compatriota Oscar Piastri, que também tinha acidentado no mesmo local. 

A sessão acabou por ser interrompida com bandeiras vermelhas e os dois pilotos acabaram a perder o resto do treino, enquanto os comissários de pista do traçado neerlandês reposicionavam as barreiras de proteção. Ricciardo queixava-se do pulso ainda no cockpit, e acabou por fazer exames complementares, que confirmaram a fratura no braço, afastando, por agora, da corrida neerlandesa.

Assim sendo, o piloto de 21 anos - nascido a 11 de fevereiro de 2002 -  e atualmente piloto da Super Formula japonesa, se estreará na Formula 1, pois é o piloto de reserva da Alpha Tauri.

Vende-se: Parafernália de Nigel Mansell


Nigel Mansell, como sabem, fez recentemente 70 anos e decidiu dar uma prenda. Para todos nós, digamos assim. 

A história é simples: o seu museu pessoal, em Jersey, será fechado, e a sua coleção pessoal, que contêm capacetes, fatos de competição, troféus e outra parafernália, será leiloado pela RM Sotheby's debaixo da designação "Nigel Mansell Legacy Collection". E ao todo são 330 peças, que vão desde capacetes de momentos da sua carreira, volantes das suas passagens pela Formula 1 na Williams, Lotus e Ferrari, até matriculas personalizadas e duas motas: uma BMW R18 construída especificamente para ele e uma minimoto para o paddock.

As peças estão colocadas online no site da leiloeira e as estimativas variam: o capacete da sua primeira vitória, no GP da Europa de 1985, está estimado entre os 20 e 30 miul libras, e o de Adelaide 1994 está entre os 25 mil e os 50 mil libras. A placa personalizada "5 NM" está entre os 50 mil e os 60 mil libras, mais caro que o capacete de 1992, onde foi campeão do mundo: entre 30 mil e 50 mil libras.  

A lista completa pode ser vista no site da Sotheby's.

Noticias: Passeio de Clássicos alargado no Leiria Sobre Rodas


O Leiria Sobre Rodas, que acontecerá este ano entre os dias 29 de setembro e 1 de outubro, decidiu este ano alargar o seu passeio de Clássicos, que costuma acontecer no domingo à tarde, no encerramento do evento.

O percurso do Passeio, que até agora ia por Leiria e arredores - Marrazes, Milagres e Carreira - este ano será alargado a outros lados como Regueira de Pontes, Monte Real, Coimbrão – Praia do Pedrógão, Monte Redondo, com uma extensão a rondar os 80 quilómetros, oferecendo aos apaixonados por clássicos uma dose saudável de nostalgia e de fantásticas paisagens para admirar. 

E tudo para terminar no Largo 5 de outubro, onde irá transformar-se num palco de pura emoção. Mas este ano será diferente com uma “Gincana” onde os condutores serão desafiados num teste às suas capacidades de perícia, e a organização anuncia que os melhores pilotos serão recompensados com prémios.

Os colecionadores destas “joias” motorizadas poderão inscrever-se através de um formulário que já se encontra disponível no site do evento, garantindo desde já o lugar nesta festa. A taxa de participação será de 75 euros, valor ao qual serão adicionados 16.50 euros para seguro. A inscrição incluirá um almoço para duas pessoas no Kartódromo Internacional de Leiria.

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

A(s) image(ns) do dia






Poderia falar aqui de Fernando Alonso, que há 20 anos batia um recorde de precocidade, ao ser o mais novo a ganhar uma corrida de Formula 1 - tirando esse recorde a uma lenda chamada Bruce McLaren - e claro, de ser a primeira vitória da Renault em 20 anos (e 10 dias, porque a vitória anterior foi no GP da Áustria de 1983, com Alain Prost), mas neste dia o que queria trazer à baila é que este GP da Hungria foi o primeiro que teve na grelha... um piloto húngaro.

E tudo aconteceu por causa de um acidente.

Na sessão de treinos livres de sexta-feira, a asa traseira do Jordan de Ralph Firman soltou-se e o carro, fora de controlo, bateu forte nos muros de proteção, magoando o piloto irlandês. Uma substituição tinha de ser feita de imediato, e a solução estava na Formula 3000, quando Zsolt Baumgartner estava a participar pela Coloni. Assentado rapidamente - afinal, era o piloto de testes da equipa - ele alinhou no sábado, conseguindo o 19º tempo, entre os Minardis. E na corrida não foi muito longe, acabando-a na volta 34, com problemas de motor. 

Para o piloto, era o topo. Tinha alcançado o seu grande objetivo. E ainda por cima, era o segundo piloto do antigo bloco do Leste a entrar num carro de Formula 1, depois do checo Thomas Enge, que tinha entrado no Prost, em 2001. E também acontecia quase 16 anos depois do seu compatriota Csaba Kasjar ter dado algumas voltas de teste num Zakspeed, também em Hungaroring, em 1987.

Nascido no dia de Ano Novo de 1981 em Debrecen, Baumgartner começou em 1998 pelos monolugares da Formula Renault francesa, e prosseguiu até chegar à Formula 3000 em 2001, pela Prost Junior Team. Contudo, só pontuou no ano seguinte, quando se transferiu para a Nordic Racing, e apenas foi um sexto lugar na última corrida do ano, em Monza. Para 2003, até fez melhor, com um quinto lugar no Mónaco, mas não era um piloto entre os da frente, quando Eddie Jordan o chamou para sentar o rabo no seu carro. 

Baumgartner ficou para a corrida italiana, onde acabou na 11ª posição, de novo entre os dois Minardis na qualificação, e a duas voltas do vencedor, o alemão Michael Schumacher. Depois cedeu o lugar a Firman, recuperado das lesões, mas Jordan tinha ideias para ele: deu-lhe um lugar para 2004, desde que conseguisse um acordo generoso com a petrolifera local, a MOL. 

Contudo, ambos os lados não chegaram a um acordo, e Baumgartner decidiu assinar um contrato com a Minardi. A petrolífera decidiu diminuir o seu apoio, e decidiu-se fazer um "clube de apoiantes" do piloto, para arranjar dinheiro para poder correr na equipa de Paul Stoddart. Lá ficou uma temporada e conseguiu ser o primeiro húngaro - e o primeiro dos do antigo bloco oriental - a pontuar num GP de Formula 1, ao ser oitavo classificado no GP dos Estados Unidos, em Indianápolis. Ficasse lá mais um ano, e se calhar teria conseguido muito melhor...  

Mas há 20 anos, os húngaros tinham um motivo para ficarem orgulhosos a atentos para seguir os Grandes Prémios. 

Youtube Motorsport Vídeo: A história de Jann Mardenborough

Como sabem, este verão temos "Gran Turismo: o Filme", do Neil Blomkamp, e ele tem como base a carreira de um piloto que foi escolhido como o melhor do jogo "Gran Turismo", da Playstation. Esse piloto é o britânico Jann Mardenborough que é escolhido e tem uma carreira... regular. 

Pois bem, o Josh Revell foi ver o filme e disse o que achou. Mas se procuram por uma critica cinematográfica da coisa... esqueçam. É mais a história por trás do filme, ou seja, como chegou até ali.

 

Noticias: Haas mantêm dupla para 2024


A Haas confirmou esta quinta-feira que o alemão Nico Hulkenberg e o dinamarquês Kevin Magnussen serão seus pilotos em 2024. O anuncio foi feito na conta do Twitter da equipa, nas vésperas do GP dos Países Baixos. Ambos pilotos experientes, a dupla tem em combinado 346 corridas de Fórmula 1 na carreira e a equipa trata o mais cedo possível um potencial foco de instabilidade.

Gunther Steiner falou sobre ambos, e de uma certa maneira justificou as razões porque ambos ficam na equipa na próxima temporada.

Penso que é seguro dizer que tivemos uma dupla de pilotos extremamente sólida e, em última análise, não havia razão para mudar isso no futuro”, começou por comentar o diretor de equipa. “O Kevin é, obviamente, uma pessoa muito conhecida para nós e estou muito satisfeito por ele regressar para aquela que será a sua sétima época com as cores da Haas. Com 113 corridas só pela nossa equipa, sabemos onde estão os seus pontos fortes e o seu conhecimento e experiência da nossa organização também se conjugam muito bem com isso. Do outro lado da garagem, o Nico foi integrado sem problemas e provou ser um membro valioso da equipa. Ele está a aproximar-se das 200 partidas na Fórmula 1 e estamos muito felizes por sermos os beneficiários dessa experiência ao volante”, continuou.

Tivemos de resolver os nossos problemas esta época no que diz respeito ao VF-23, não o escondemos, mas tivemos muita sorte em ter dois pilotos cujo feedback é inestimável para ajudar os nossos objetivos de engenharia. O Kevin e o Nico entenderam-se bem desde o início e, juntos, marcaram pontos e, em particular, o Nico destacou-se na qualificação, entrando na Q3 em seis ocasiões.". concluiu.

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

IndyCar: Ericsson vai para a Andretti


A Andretti Autosport anunciou esta quarta-feira que o sueco Marcus Ericsson será seu piloto para 2024. O piloto de 32 anos, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 2022 e segundo classificado em 2023, é o atual sexto classificado no campeonato, e pilotava pela Chip Ganassi até agora. 

Apesar desta transferência, a Andretti não especificou se o piloto irá ocupar o lugar de Romain Grosjean - que em 2024 correrá na IMSA, ao serviço da Lamborghini - ou do canadiano Devlin DeFrancesco, que têm contrato com a equipa até o fim desta temporada.

No caso do piloto francês, a sua inconsistência está a ser mais notada ultimamente, e a sua perda na Andretti faria uma mossa na equipa, dada a sua popularidade. 

Regressando a Ericsson, em termos de palmarés, o piloto tem quatro triunfos na IndyCar, onde chegou em 2019, depois de cinco temporadas na Formula 1, entre Caterham e Sauber, onde conseguiu como melhor resultado um oitavo lugar no GP da Austrália de 2015. Ao todo, obteve 18 pontos.  

Youtube Automotive Video: Quando o Top Gear foi ao Bloco de Leste

Há 40 anos, o Top Gear não era nada daquilo que é hoje. Em 1983, o programa era um de automóveis, onde os carros eram testados em estrada e faziam-se visitas a fábricas de países com industria digna desse nome. Mesmo que fosse o - então - Bloco de Leste, ou o outro lado da Cortina de Ferro.

Nesse ano, eles foram à Polónia, então a sair da Lei Marcial e foram visitar a fábrica da FSO, para ver a linha de montagem do Fiat 125 Polski e o FSO Polonez, carros que em muitos aspetos, eram exportados para o Ocidente porque o Estado queria dinheiro forte (a moeda deles não valia de muito). 

E depois disto, um teste com modelos vindos de lá: o Yugo, o Skoda Coupé, o Lada e claro, o FSO. Muito antes do Jeremy Clarkson demolir os carros deles - em alguns casos, literalmente! - outros iam lá para testá-los e dar a sua apreciação.

E a banda sonora? Surpreendente, no mínimo. Mas até entendo.  

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Formula E: Bird é piloto da McLaren


O britânico Sam Bird é piloto da McLaren na Formula E, em substituição do alemão René Rast. A noticia era esperada desde há muito, mas hoje chegou a confirmação. Ele assinará por uma temporada, e aos 36 anos, é dos poucos "originais" que estão na competição desde a primeira temporada, em 2014.

Estou muito entusiasmado por começar a trabalhar com a McLaren Formula E Team. Fazer parte de uma equipa com tanta história e prestígio como a família McLaren Racing é especial”, disse Bird. “Sabemos que há algum trabalho a fazer antes da Temporada 10 para garantir que chegamos onde queremos estar, que é na frente do pelotão da Fórmula E. É ótimo fazer parte da equipa e mal posso esperar para dar início aos preparativos para a época. Estou super motivado e empenhado em alcançar o sucesso com a equipa na Temporada 10.”, afirmou, no seu comunicado oficial.

Bird junta-se ao seu compatriota Jake Hughes, que impressionou na sua primeira época na Fórmula E.

Com passagens pela DS Virgin Racing desde o começo da competição, mantendo-se na estrutura até 2020, quando passou para a Jaguar, alcançou 11 vitórias, seis pole-positions e nove voltas mais rápidas. A sua melhor posição é o de terceiro, na temporada 2017-18.

Noticias: Tempos agitados no fim de semana neerlandês


O fim de semana do regresso da Formula 1, no circuito neerlandês de Zandvoort, promete ser agitado. Está previsto tempo tempo instável nos três dias, com aguaceiros. Se na sexta-feira, estes serão dispersos, logo, a possibilidade é bem baixa, já no sábado, a possibilidade aumenta para cerca de 50 por cento à hora da qualificação. E tudo a uma temperatura de 19ºC. 

Já no domingo, as possibilidades de aguaceiros mantêm-se, embora à hora da corrida não se prevê que chova. A temperatura estará um pouco mais baixa - 18ºC - e o vento estará um pouco forte, à volta dos 20 km/hora. 

Veremos até que ponto isto incomodará os Red Bull no fim de semana onde Max Verstappen correrá em casa. 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

A imagem do dia


Os filhos de pilotos que seguem os passos dos pais muitas das vezes tem botas muito grandes para calçar. E tem sempre pessoas em cima deles, que estarão sempre a compará-los. Poucos conseguem ser melhores - Max Verstappen é uma dessas excepções, outra é Jacques Villeneuve - mas a maioria, no máximo, podem igualá-los, como Damon Hill (filho de Graham Hill) ou Nico Rosberg (filho de Keke Rosberg).

Mas na América, isso já acontecia muito tempo antes disso ser problema na Formula 1. Então, numa família em particular. A de um californiano de origem sérvia. 

Quando Bill Vukovich tinha dez anos, o seu pai, também chamado Bill, era um dos melhores pilotos de então. Tinha ganho as 500 Milhas de Indianápolis em 1953 e 54, e o seu estilo de condução o apelidou de "Russo Maluco" (os americanos são um desastre na geografia desde tempos imemoriais...), e durante essas duas corridas, conseguiu um impressionante 71,5 por cento das voltas, sinal do seu domínio numa oval que ainda tinha... tijolos como superfície nas suas curvas.

Mas um dia, a 30 de maio de 1955, tudo mudou. O automobilismo tinha uma má face, e sentiu-o na sua pele. No final do dia, não iria mais ver o seu pai. Ele liderava por 17 segundos - uma vantagem enorme, mesmo para os dias de hoje - quando perdeu o controle depois de bater no carro de Johnny Boyd, que se tinha envolvido com os carros de Al Keller e Rodger Ward. O carro ficou fora de pista, depois de ter capotado muitas vezes e acabado de cabeça para baixo. Ele teve morte imediata.

Dez anos depois, ele estava dentro de um carro, arriscando a ter o mesmo destino que o pai. Pergunta-se o porquê. A adrenalina é assim tão forte? Andar dentro de circuitos é assim tão poderoso? Ou há mais alguma coisa, um assunto por acabar? O que interessa é que o filho do "Russo Louco" estava nas pistas, escrevendo o seu capítulo na história. 

E para isso, chegamos a 1973. "Vuky", então com 29 anos, já tinha sido o "rookie do ano" nas suas primeiras 500 Milhas de Indianápolis, em 1968, e tinha sido segundo classificado em 1972, depois de ter sido terceiro em 71, graças à sua regularidade. Partia de 16º, e o seu objetivo era de chegar ao fim da corrida numa boa posição. Mas desde o primeiro metro que a sua primeira preocupação tinha de ser a sobrevivência. Uma carambola causou dez feridos e a interrupção da corrida, adiada para o dia seguinte. E para piorar as coisas, o mau tempo não ajudou. Na terça-feira, a corrida prosseguiu, mas acabou com uma bola de fogo na curva 4, quando o carro de Swede Savage acabou em chamas, depois de uma passagem para reabastecimento.

Acabou na quarta-feira, depois das "72 Horas de Indianápolis"... e não acabou nas 200 voltas previstas. A chuva fez mais uma vez a sua passagem, e todos estavam cansados. Mas entre os sobreviventes, Vukovich II era um deles. Acabou na segunda posição, atrás de Gordon Johncock, e tornou-se no filho de campeão melhor classificado, a par de Mário e Michael Andretti

Vukovich segundo - que morreu no domingo aos 79 anos de idade - correu até 1984, sendo segundo em 1979, no ano em que houve a cisão entre a USAC e os construtores, que deu origem à CART. Nesse ano quando tentou - e não conseguiu - qualificar-se para as 500 Milhas, já o filho, Billy como o pai e o avô, tentava a sua sorte no automobilismo. Billy III tornou-se no primeiro piloto da terceira geração a correr nas 500 Milhas. Tornou-se "Rookie ao Ano" em 1988, 20 anos depois do pai, mas a 25 de novembro de 1990, em Mesa Marin, numa corrida de midgets, o seu acelerador ficou preso e bateu forte contra o muro de proteção, matando-o aos 27 anos, tendo o mesmo destino do seu avô.  

Apesar dos sapatos grandes que tinha de calçar, até que conseguiu que os seus pés ficassem assentes nesses sapatos. 

Youtube Motosport Crash: O acidente de Liam Lawson na Super Formula

A corrida deste domingo da Super Formula em Motegi, no Japão, ficou marcado pelo acidente na primeira curva entre o carro de Liam Lawson e mais três pilotos: os locais Tadasuke Makino, Nobuharu Matushita, e Naoki Yamamoto. Felizmente, ninguém ficou ferido, nas o susto foi bem grande! 

domingo, 20 de agosto de 2023

Youtube Automotive Testing: O Yugo GV de 1987

Vocês lembram-se por estes dias ter colocado num video sobre um carro do antigo Bloco Comunista,  aliás, na antiga RDA: o Wartburg 1.3, que era o que os alemães melhor endinheirados tinham, para além do Trabant. 

Mas num sitio onde havia mais liberdades para comerciar e de circular, como na antiga Jugoslávia, os caros também não eram assim tão bons como se pintam. Eram exportados para a Europa ocidental como carros baratos e com pouca qualidade, e com o final do bloco - e do país - desapareceram rapidamente das estradas. Como foi o caso do Yugo GV, que chegou a ser exportado para os Estados Unidos e a ser vendido como o carro mais barato do mercado, a 3990 dólares. 

O carro não era totalmente novo: a Zastava, firma que fabricava estes modelos, fazia-os com base no Fiat 127, e foi fabricado até 2008, 26 anos depois de, em Itália, ter sido substituída pelo Fiat Uno.