Mas na América, isso já acontecia muito tempo antes disso ser problema na Formula 1. Então, numa família em particular. A de um californiano de origem sérvia.
Quando Bill Vukovich tinha dez anos, o seu pai, também chamado Bill, era um dos melhores pilotos de então. Tinha ganho as 500 Milhas de Indianápolis em 1953 e 54, e o seu estilo de condução o apelidou de "Russo Maluco" (os americanos são um desastre na geografia desde tempos imemoriais...), e durante essas duas corridas, conseguiu um impressionante 71,5 por cento das voltas, sinal do seu domínio numa oval que ainda tinha... tijolos como superfície nas suas curvas.
Mas um dia, a 30 de maio de 1955, tudo mudou. O automobilismo tinha uma má face, e sentiu-o na sua pele. No final do dia, não iria mais ver o seu pai. Ele liderava por 17 segundos - uma vantagem enorme, mesmo para os dias de hoje - quando perdeu o controle depois de bater no carro de Johnny Boyd, que se tinha envolvido com os carros de Al Keller e Rodger Ward. O carro ficou fora de pista, depois de ter capotado muitas vezes e acabado de cabeça para baixo. Ele teve morte imediata.
Dez anos depois, ele estava dentro de um carro, arriscando a ter o mesmo destino que o pai. Pergunta-se o porquê. A adrenalina é assim tão forte? Andar dentro de circuitos é assim tão poderoso? Ou há mais alguma coisa, um assunto por acabar? O que interessa é que o filho do "Russo Louco" estava nas pistas, escrevendo o seu capítulo na história.
E para isso, chegamos a 1973. "Vuky", então com 29 anos, já tinha sido o "rookie do ano" nas suas primeiras 500 Milhas de Indianápolis, em 1968, e tinha sido segundo classificado em 1972, depois de ter sido terceiro em 71, graças à sua regularidade. Partia de 16º, e o seu objetivo era de chegar ao fim da corrida numa boa posição. Mas desde o primeiro metro que a sua primeira preocupação tinha de ser a sobrevivência. Uma carambola causou dez feridos e a interrupção da corrida, adiada para o dia seguinte. E para piorar as coisas, o mau tempo não ajudou. Na terça-feira, a corrida prosseguiu, mas acabou com uma bola de fogo na curva 4, quando o carro de Swede Savage acabou em chamas, depois de uma passagem para reabastecimento.
Acabou na quarta-feira, depois das "72 Horas de Indianápolis"... e não acabou nas 200 voltas previstas. A chuva fez mais uma vez a sua passagem, e todos estavam cansados. Mas entre os sobreviventes, Vukovich II era um deles. Acabou na segunda posição, atrás de Gordon Johncock, e tornou-se no filho de campeão melhor classificado, a par de Mário e Michael Andretti.
Vukovich segundo - que morreu no domingo aos 79 anos de idade - correu até 1984, sendo segundo em 1979, no ano em que houve a cisão entre a USAC e os construtores, que deu origem à CART. Nesse ano quando tentou - e não conseguiu - qualificar-se para as 500 Milhas, já o filho, Billy como o pai e o avô, tentava a sua sorte no automobilismo. Billy III tornou-se no primeiro piloto da terceira geração a correr nas 500 Milhas. Tornou-se "Rookie ao Ano" em 1988, 20 anos depois do pai, mas a 25 de novembro de 1990, em Mesa Marin, numa corrida de midgets, o seu acelerador ficou preso e bateu forte contra o muro de proteção, matando-o aos 27 anos, tendo o mesmo destino do seu avô.
Apesar dos sapatos grandes que tinha de calçar, até que conseguiu que os seus pés ficassem assentes nesses sapatos.
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