sábado, 21 de outubro de 2023

WRC: Formaux correrá de Rally1 no Japão


Ainda faltam duas provas para o final da temporada de ralis, mas já tem pilotos inscritos para a última prova do campeonato, no Japão. O francês Adrien Formaux irá substituir Pierre-Louis Loubet, e correr ao lado de Ott Tänak no rali japonês, depois do seu compatriota correr na prova da Europa Central. 

A decisão entre os pilotos tem a ver com a preparação para 2024. Loubet decidiu abdicar do Japão para se preparar para o rali de Monte Carlo, ainda por cima numa altura onde a Ford tem uma vaga com a saida de Ott Tanak para a Hyundai. Para Formaux, o rali do Japão será a primeira ocasião onde andará num Rally1 desde o rali da Catalunha de... 2022.

Em 2023, Loubet conseguiu 28 pontos, com dois sextos lugares na Suécia e na Estónia como melhores resultados. Já Formaux conseguiu apenas quatro pontos, graças a um oitavo lugar na Finlândia.

Formula 1 2023 - Ronda 18, Estados Unidos (Qualificação)


Depois de duas semanas de descanso, levando as coisas de um continente a outro, ainda bem que houve tempo para isso, porque a seguir haverá o inicio de uma jornada tripla de corridas, um fim de semana atrás de outro, a começar por aqui, seguido pela Cidade do México, e acabar em Interlagos. Com os títulos já entregues, agora é para... por um lado, os recordes pessoais, quer nos campeonatos de pilotos, quer nos de Construtores - Ferrari, McLaren e Mercedes lutam pelo segundo lugar, e Lewis Hamilton deseja ficar com o lugar de Sérgio Pérez, para dizer ao mundo que bateu um piloto da Red Bull em 2023. 

Ainda antes da qualificação, uma contrariedade na Aston Martin: o carro de Lance Stroll tinha problemas irresolúveis nos travões e ele acabou por mão participar na competição. Parece que caem todos os problemas do mundo no carro do canadiano...

Com calor - imenso calor! - no final da tarde americana, a qualificação começava com sem grandes sobressaltos. Pneus duros e médios foram escolhidos, devido às condições, e logo nas primeiras voltas, Max Verstappen tratou de  se colocar logo no topo da tabela, com um tempo no segundo 39, mas ainda longe dos tempos expectáveis.  

Pouco depois, Lewis Hamilton calçou duros e aproximou-se do tempo do neerlandês, antes de na wolta seguinte, passá-lo por cerca de cem centésimos de segundo. E pouco depois, foi Lando Norris a juntar-se a esse grupo.

A cinco minutos do fim da sessão, com todos os pilotos nas boxes a colocar novos pneus macios, tínhamos na zona de eliminação Alex Albon, Kevin Magnussen, Daniel Ricciardo, Zhou Guanyu e Logan Sargeant, com a pista a dar sinais de evolução.


Na parte final... surpresas. Se Max fex 1.35,346, Hamilton tratou de conseguir melhor, 255 centésimos de segundo melhor e ficar com o topo da tabela de tempos. Lando Norris também foi para o topo, mas entre Max e Lewis, com o segundo tempo. Atrás, se Stroll, os Williams de Logan Sargent, Alex Albon, bem como o Haas de Nico Hulkenberg foram carros que, de certa forma, eram esperados, Fernando Alonso foi uma espécie de algo inesperado, mostrando que a Aston Martin não está na sua melhor forma, se calhar pensando na temporada de 2024, porque é provável que esteja a caminho do quinto lugar no Mundial de Construtores, dada a queda de forma nos últimos tempos.

Com isso, passamos para a Q2, que arrancou pouco depois. Os pilotos não esperaram muito para irem dar as suas voltas à pista, com alguns como Lewis Hamilton, Max Verstappen, Carlos Sainz e Charles Leclerc, a começaram a sessão com pneus usados calçados.

No meio disto tudo, alguns tempos começavam a ser apagados por causa dos limites da pista que eram ultrapassados. Uma das primeiras vitimas era Lando Norris, que viu a sua volta apagada quando excedeu os limites.  

Na parte final, foram os pilotos da Ferrari que eram nas vistas. Charles Leclerc conseguiu 1.35,004, mais quatro... milésimos que Max Verstappen, e mais 236 centésimos que Lewis Hamilton, o terceiro. E se os Alpine correram bem, e Pérez esteve no limite, entre os que ficaram de fora foram os Alpha Tauri de Daniel Ricciardo e Yuki Tsunoda, os Alfa Romeo-Sauber de Waltteri Bottas e Guanyou Zhou e o segundo Haas de Kewin Magnussen. E claro, Sérgio Pérez ainda hoje estará a pensar como é que conseguiu passar para a fase final desta qualificação. 

E agora, era a altura da Q3. Não demorou muito até entrarem na pista, e as primeiras tentativas sorriram a Leclerc que conseguiu colocar o seu Ferrari no segundo 34, seguido de Max Verstappen e Carlos Sainz. Mas faltava o tempo de Lewis Hamilton, e quando aconteceu, colocou o britânico da Mercedes no segundo lugar. Assim, tínhamos nos cinco primeiros Leclerc, Hamilton, Verstappen, Sainz e Gasly. A voltas fora da lei continuavam a ser apagadas: agora, tinha sido a vez do segundo Merceces de George Russell. 

A quatro minutos para o fim, os momentos decisivos. Primeiro, os homens da Ferrari, seguido por Lando Norris, e os tempos começaram a ser registados. Leclerc marca 1.34,723, mas Max tira cinco milésimos, ficando com o primeiro lugar. Mas logo depois, chegava aos ouvidos do monegasco que o tempo do piloto da Red Bull tinha sido apagado por causa dos tais limites ultrapassados. A pole era dele! 

No final, apesar de Charles Leclerc ter merecido a pole-position para a corrida de Austin, foi engraçado andar com uma lupa à procura de Max apenas sexto na grelha, por causa do tempo apagado, e à frente de Ferrari, Mercedes e o McLaren de Lando Norris. Ver um Red Bull muito em baixo em relação às corridas anteriores não é sinal de nada, mas o fim de semana é longo e haverá mais coisas como, por exemplo, a partir de amanhã, com a corrida "sprint". Aliás, é um dia totalmente à parte do resto do fim de semana competitivo. 

Só ali é que veremos como será a tendência para o resto do fim de semana texano, não é? Acho que será um bom motivo para ficar à frente da televisão.      

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

A(s) image(ns) do dia






A ascensão de Gunnar Nilsson à Formula 1 foi meteórica e algo aleatória. Antes de 1972, era um jovem rico e bem sucedido na sua área, como qualquer um baby-boomer do pós-guerra. Filho de um construtor civil, fora oficial na Marinha e tinha um licenciatura em engenharia civil. Mas em vez de seguir os passos do pai e tomar conta da empresa, decidiu montar o seu próprio negócio. E nesse ano de 1972, quando tinha 24 anos, decidiu comprar um Formula Vee e correr no campeonato local. 

A partir dali, o seu percurso foi meteórico, ao ponto de chegar à Formula 1 em quatro anos. Pelo caminho foi campeão na Formula 3 britânica, andou na Formula 3 alemã e sueca, e em vez de chegar à Formula 2, onde tinha corrido em 1972, conseguindo um quarto lugar numa corrida em Norisring, na Alemanha, aproveitou a chance e foi correr para a Formula 1, logo em 1976, no lugar do seu compatriota Ronnie Peterson, que se fartara da pouca competitividade da equipa nos últimos anos.

Nilsson era uma chegada inesperada à geração dos "Super Suecos", como Reine Wissell ou Freddy Kottulinsky, que não iam para os ralis, como Bjorn Waldegaard, mas que colocavam a Suécia no "mapa-mundi" automobilístico. Contudo, quando a chance apareceu, agarrou-a da melhor maneira que pode. Não era piloto de campeonatos, mas mostrou que num bom dia, tinham de contar com ele. 

Foi o que aconteceu no GP de Espanha de 1976, apenas a sua terceira corrida na Formula 1. Ali, partindo de um bom sétimo posto na grelha, acabou quatro posições mais acima, dando à Lotus o seu primeiro pódio em um ano, e mostrando que o modelo 77, sendo de transição - e muito mau, segundo conta Mário Andretti - até deu bons resultados. E repetiu o pódio na Áustria, numa corrida bem movimentada e deu ao vencedor, John Watson, a oportunidade de tirar a sua barba para sempre. 

No ano seguinte, na Bélgica, que foi corrido no circuito de Zolder, Nilsson teve a sorte do seu lado. Partindo da terceira posição, viu John Watson e Mário Andretti, os pilotos na sua frente, baterem um no outro na primeira volta, e ficou entre os da frente, mesmo quando o tempo mudou e a pista começou a secar, quando a liderança caiu nas mãos de Niki Lauda. Contudo, não foi para as boxes porque sentiu que a pista secava: foi porque uma das porcas, mal apertadas, fazia vibrar o carro. Combinando o útil e o agradável, conseguiu ser mais rápido, e a 20 voltas do fim, tinha a liderança, do qual não iria largar mais. No final, entrava na Formula 1 como o terceiro sueco vencedor, depois de Jo Bonnier e Ronnie Peterson. E o segundo a ganhar num carro da Lotus. 

Contudo, depois de um segundo pódio, um terceiro posto no GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, num modelo 78 que era cada vez melhor no seu conceito de efeito-solo, a saúde de Nilsson não era boa. Queixando-se de constantes dores de cabeça, quando foi fazer exames médicos, foi-lhe detetado um tumor nos testículos, que se tinha espalhado para os gânglios linfáticos. Um diagnóstico de doença cancerígena, numa altura em que tinha assinado pela novata Arrows, para correr ao lado de Riccardo Patrese, era devastador. 

Porque em 1978, as chances de sobrevivência eram relativamente baixas: cerca de 50 por cento. 

Internado no hospital Charing Cross, em Londres, perdeu mais de 30 quilos nos tratamentos de radioterapia e fazia o seu melhor para não só tratar-se, mas para ajudar a tratar os outros, especialmente as crianças internadas para tratamentos semelhantes aos dele. Aguentava o mais possível e sempre que podia, ia aos circuitos, especialmente junto do pessoal da Lotus, especialmente Mário Andretti e Ronnie Peterson, que agora eram o duo a abater na Formula 1, no carro que tinha ajudado a desenvolver.

Contudo, a 10 de setembro, depois de saber que o seu cancro já era terminal, sobre um novo golpe com os eventos de Monza, onde Ronnie Peterson sofreu os seus ferimentos fatais. Compareceu no seu funeral, em Orebro, estando ao lado de gente como Jody Scheckter, James Hunt, Emerson Fittipaldi, Niki Lauda e John Watson em levar o féretro de Peterson, e foi praticamente a sua derradeira aparição pública. Regressou a Londres, e pouco mais de cinco semanas depois, a 20 de outubro, Nilsson estava morto, aos 29 anos de idade.

Contudo, houve um legado. A Fundação que levou o seu nome ajudou imenso nos avanços médicos em relação a este tipo de cancro, que se tornou curável em mais de 90 por cento dos casos, especialmente nos jovens de sexo masculino. A um ponto onde, quando calhou a outro piloto de automóveis, o britânico Dean Stoneman, em 2010, quando corrida na Formula 2, apenas resultou numa interrupção temporária das suas atividades, até regressar, correndo pela GP2 em 2015 em 2016 na Indy Lights pela Andretti Autosport.        

Youtube Formula 1 Vídeo: Lance Stroll... outra vez

A pergunta mais recente do Josh Revell é esta: será que Lance Stroll merece estar na Formula 1? É que analisando as suas performances na temporada de 2023, onde ele está a ser constantemente batido por Fernando Alonso, bem mais velho que ele - tem 42 anos!  -  e como andou irritadíssimo no fim de semana do Qatar, depois de algumas corridas onde não andou tudo bem para ele, claro, há quem questione: será que merece estar na Formula 1? E se sim, porque será que é constantemente batido pelo Fernando Alonso?

E se não for a Formula 1, então, onde é que Stroll Jr poderia ser feliz em termos de competição? Endurance, por exemplo? 

São essas as perguntas que o Josh anda a fazer no seu mais recente vídeo.   

WRC: Conhecido o calendário de 2024


A FIA anunciou na quinta-feira o calendário de 2024, com as grandes novidades a serem o regresso do rali da Polónia e a chegada da prova da Letónia, em detrimento dos ralis da Estónia e do México. De resto, o calendário continua mais ou menos nas mesmas datas de 2023, com o rali de Portugal a acontecer entre os dias 9 e 12 de maio.

A campanha de 2024 começa no final de janeiro - 25 a 28 desse mês - em Monte Carlo, num rali misto, entre asfalto e neve nos Alpes franceses, seguido das paisagens suecas, onde entre os dias 15 e 18 de fevereiro, acontece o único rali "branco" do calendário, ou seja, todo disputado em neve.

O rali do Quénia, ou o Safari, acontece este ano no final de março, entre os dias 28 a 31 de março, deixando de acontecer em julho, como tem acontecido desde o seu regresso ao WRC. Em relação às novidades, o rali da Polónia acontecerá entre os dias 28 e 30 de junho, enquanto o rali letão será três semanas depois, entre os dias 18 e 21 de julho. Já o seu final será em novembro, mais concretamente entre os dias 21 e 24 desse mês, com o rali do Japão, corrido em asfalto.

Para o diretor-geral da WRC Promoter, Jona Siebel, espera-se que este calendário dê uma temporada agitada nos ralis. 

Estamos a antecipar ansiosamente outra temporada cheia de ação em 2024 com um calendário que não só celebra as nossas estimadas tradições, mas também nos impulsiona para um futuro emocionante. O regresso à Polónia e a estreia na Letónia sublinham o nosso compromisso em proporcionar uma experiência de WRC nova e emocionante tanto para os fãs como para os concorrentes.”, comentou para o wrc.com.

Eis o calendário completo:


Rallye Monte-Carlo: 25 – 28 janeiro (asfalto/neve) 
Rali da Suécia: 15 – 18 de fevereiro (neve)
Rali Safari do Quénia: 28 – 31 de março (terra)
Rali da Croácia: 18 – 21 abril (asfalto)
Vodafone Rally de Portugal: 9 – 12 de maio (terra) 
Rali de Itália/Sardenha: 30 de maio – 2 de junho (terra) 
ORLEN 80º Rali da Polónia: 27 – 30 de junho (terra) 
Tet Rally Letónia: 18 – 21 julho (terra) 
Secto Rally Finlândia: 1 – 4 agosto (terra) 
EKO Rali da Acrópole/Grécia: 5 – 8 setembro (terra) 
Rali Chile Bio Bío: 26 – 29 de setembro (terra) 
Rali da Europa Central: 31 de outubro – 3 de novembro (asfalto) 
FORUM8 Rali do Japão: 21 - 24 de novembro (asfalto)

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Youtube Automotive Video: O primeiro crash-test entre elétricos

A Mercedes decidiu fazer este ano algo inédito: um crash-test. Não, não é isso, na realidade, o que eles fizeram por estes dias foi um crash-test entre dois carros elétricos para mostrar a segurança que a tecnologia já avançou desde há algum tempo a esta parte.

Eis o vídeo da preparação e claro, o resultado final.   

Noticias: Confirmado o calendário da Formula E para 2024


A Formula E confirmou nesta quinta-feira o seu calendário para 2024, e a grande novidade é a corrida dupla em Xangai nos dias 25 e 26 de maio, bem como uma jornada dupla num lugar em Itália, que poderá não ser em Roma.

Na divulgação deste calendário, a grande dúvida tinha a ver com Hyderabad, na Índia, do qual existiam dúvidas sobre a sua realização, depois de se saber que a entidade organizadora ter sido dissolvida em agosto. Afinal, a prova indiana acontecerá a 10 de fevereiro, a quarta do calendário, depois da Cidade do México e da jornada dupla de Ad Diyriah, na Arábia Saudita.

A corrida indonésia não se realizará este ano devido às eleições presidenciais no país, e o seu respetivo período de campanha eleitoral, e apesar de ter sido explorado datas alternativas, tal não foi encontrado. Em relação à corrida italiana, a organização afirma que o circuito de rua, em Roma, já não consegue preencher os critérios em relação à velocidade dos carros, e estuda-se uma alternativa, que poderá levar a competição num circuito permanente, como Vallelunga, nos arredores da capital italiana.

No final, serão 11 corridas, cinco delas em jornadas duplas, no total de 16 provas. 


Eis o calendário completo: 


13 de janeiro - Cidade do México (México) 

26-27 de janeiro - Ad Diyriah (Arábia Saudita) 

10 de fevereiro - Hyderabad (Índia) 

16 de março - São Paulo (Brasil) 

30 de março - Tóquio (Japão) 

13-14 de abril - A confirmar (Itália) 

27 de abril - Mónaco 

11-12 de maio - Berlim (Alemanha) 

25-26 de maio - Xangai (China) 

29 de junho - Portland (Estados Unidos) 

20-21 de julho - Londres (Reino Unido)

Meteo: Irá estar muito calor em Austin


Irá estar muito calor no outubro texano. O boletim meteorológico pode não prever chuva no final de semana texano, mas as temperaturas andarão entre os 30 e os 35ºC, com temperaturas de 32ºC no domingo, dia da corrida.

As previsões para amanhã serão de céu limpo e 36ºC, enquanto no dia seguinte, baixarão em um grau, com vento fraco.  As temperaturas baixarão no domingo, e o céu estará pouco nublado, mas nada que afete radicalmente as condições em relação aos dias anteriores.

Uma coisa é certa: o tempo quente poderá afetar as mecânicas e a escolha dos pneus durante o final de semana texano.    

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Endurance: Glickenhaus termina as suas atividades


A Glickenhaus Racing não participará no Mundial de Endurance de 2024. O anuncio foi feito depois de o  fundador da equipa, Jim Glickenhaus, ter revelado ao portal Motorsport.com que não pretende apresentar uma ou mais inscrições para o campeonato do próximo ano antes da data limite de 20 de novembro. Isso significa que o patrão não conseguiu encontrar o patrocinador que poderia encarar a temporada de 2024 com tranquilidade, e numa altura em que há cada vez mais marcas a participar, uma experiência de um privado é cada vez mais inviável.

"Não, não vamos participar - não faz sentido para nós", disse Glickenhaus ao jornalista inglês Gary Watkins do Motorsport.com. "Para sermos competitivos, teríamos de fazer uma versão evo do carro e correr com dois deles. Isso não é viável para um privado: a única forma de o fazermos seria com patrocínio ou se um cliente quisesse fazer um programa com o nosso carro.", continuou.

O americano também salientou que a prioridade da sua empresa Scuderia Cameron Glickenhaus era agora fazer veículos de estrada, incluindo o desportivo 004 baseado no seu carro de corrida das 24 Horas de Nurburgring.

"Temos uma certa capacidade e temos vendas até esse montante, mas mesmo que pudéssemos construir mais, correr no WEC não nos vai ajudar a vendê-los. Para a nossa pequena empresa, competir no WEC não faz sentido", referiu.

O anuncio surge depois de não terem participado quer na ronda de Fuji, em setembro, quer na do Bahrein, que acontecerá em novembro, mas já anunciaram a sua ausência, eles que tinham inscrito o modelo 007 para toda a temporada de 2023 do Mundial de Endurance.

Termina assim um projeto que tinha começado em 2021, estreando-se em Portimão, acabando no quarto lugar nas 24 Horas de Le Mans desse ano, num carro guiado por Richard Westbrook, Ryan Briscoe e Franck Mailleux. Conseguiu dois pódios e duas pole-positions e chegou a lutar pela vitória na ronda de Monza, em 2022, antes de um problema no Turbo ter roubado essa chance.

Youtube Motosport Trailer: "Ferrari", o filme

Saiu hoje o segundo trailer de "Ferrari", o filme de Michael Mann sobre a vida de Enzo Ferrari, onde o construtor está à beira da falência, em 1957, e tem de triunfar nas Mille Miglia para se manter à tona. O filme, que tem Adam Driver como Ferrari e Penélope Cruz como a sua mulher, Laura, estará nos cinemas neste Natal, tendo feito a sua antestreia no Festival de Veneza.

Coisa interessante neste segundo trailer: há imagens das recriações dos acidentes mortais de Eugenio Castelloti, em Modena, e de Alfonso de Portago, nas Mille Miglia.    

Formula 1: Daniel Ricciardo está de volta


Cinco corridas depois de se ter lesionado, nos treinos livres para o GP dos Países Baixos, o australiano Daniel Ricciardo está de volta ao cockpit de um Formula 1, depois de se ter lesionado num dos ossos da sua mão direita. Durante esse tempo foi substituído pelo neozelandês Liam Lawson, conseguindo um nono posto na corrida de Singapura.

Ricciardo poderia ter regressado ao cockpit na corrida anterior, no Qatar, mas depois de uma sessão de simulador, decidiu que era mais sensato tirar mais duas semanas para continuar a sua recuperação e deixar Liam Lawson ao wolante, especialmente numa corrida desafiadora em termos de temperatura e humidade.

É claro que ele queria voltar”, começou por afirmar Christian Horner. “Ele tem um contrato garantido para o próximo ano, era uma questão de… Em Liam temos um bom piloto e era também uma forma de lhe dar outro Grande Prémio sem colocar pressão desnecessária e potencialmente danos a longo prazo no Daniel, [por isso] dissemos apenas ‘Olha, não exageres’. “As condições que tivemos [no Qatar] poderiam ter sido muito difíceis para ele, por isso, ter mais 12 dias até Austin é a melhor preparação para ele”, concluiu o patrão da Red Bull.

O regresso de Ricciardo ao cockpit acontecerá em Austin, no Texas, num lugar e circunstâncias desafiadoras, pois a corrida americana terá uma prova Sprint, logo, apenas terá uma sessão de treinos livres. 

terça-feira, 17 de outubro de 2023

A imagem do dia




A Renault entrou na Formula 1 com uma mais-valia: o motor Turbo. Entrando em cena em julho de 1977, demorou dois anos - menos duas semanas - para passar de chacota amarela para máquina vencedora, especialmente quando se tem uma construtora por trás. E claro, mostrar que nesta "Ecurie de France", eles correm de amarelo, não o tradicional azul. 

De 1979 a 1983, Renault triunfou em 15 ocasiões, acompanhado de 29 pole-positions e 15 voltas mais rápidas, muitas delas através de pilotos como Jean-Pierre Jabouille e René Arnoux. Mas no final de 1980, a Renault contratou um jovem promissor que estava na McLaren: Alain Prost

Chegado à Formula 1 no final do ano anterior, Teddy Meyer achava que ele teria estofo de campeão, desde que a equipa desse um carro competitivo, mas ao ver que a McLaren estava numa posição conturbada - prestes a ser controlada por Ron Dennis, a instâncias da Marlboro, o patrocinador principal - Prost seguiu para a marca do losango, por causa da sua capacidade de fazer carros potentes, graças aos esforços de gente como Jean Sage, Bernard Dudot ou Gerard Larrousse.

A primeira vitória de Prost foi caseira, em Dijon, em 1981. E cedo mostrou que poderia lutar pelo título... se a máquina colaborasse. É que era demasiado frágil, e depois de duas vitórias seguidas no inicio de 1982, mostrando que era o candidato numero um ao triunfo, acabou com 34 pontos. Bastaria ter ganho uma das corridas onde não pontuou para ser campeão do mundo. E o melhor exemplo foi a Áustria, onde por causa do Turbo defeituoso, deixou a vitória escapar para Keke Rosberg. Se tivesse ganho e o finlandês da Williams acabado em segundo, com os eventuais 43 pontos, seria campeão. 

Em 1983, parecia que se tinham aplicado. O RE30 era uma máquina muito boa. O primeiro chassis em fibra de carbono, aliado com uma nova evolução do motor Turbo de 1.5 litros, com os defeitos corrigidos, deu ao francês um bom inicio de temporada, ganhando em Paul Ricard e Spa, mais dois pódios em Imola (2º) e Mónaco (3º). A meio de agosto, quando triunfou na Áustria, batendo René Arnoux e Nelson Piquet, Prost tinha 51 pontos, contra os 37 do brasileiro da Brabham, a quatro corridas do fim. Bastava um ou dois bons resultados e daria o campeonato. O grande objetivo da Renault: ganhar numa máquina inteiramente francesa. 

Mas o que não sabia, enquanto espalhava o champanhe nas altas montanhas austríacas, era que o fim tinha chegado. Na pior altura.

A Brabham usou as artimanhas de Bernie Ecclestone e Gordon Murray para catapultar para a frente as máquinas de Nelson Piquet e Riccardo Patrese, e as três corridas seguintes foram vencidas pela Brabham, dando o título ao piloto brasileiro. No meio disto tudo, Prost conseguiu apenas seis pontos, e quando o seu Turbo falhou, em Kyalami, na volta 35, a Brabham só queria que os seus carros chegassem ao fim para comemorarem o título.

Desiludidos e frustrados, alguém tinha de pagar. E foi o piloto. Então, porquê?

O que se fala na altura era que o Prost politico já se tinha elevado na equipa. Sempre teve o seu quê de intriguista, querendo o melhor material a fazer com que todos remassem para o seu lado. E depois de ter conseguido afastar Arnoux da equipa, especialmente depois do incidente no GP de França do ano anterior, via-se que a equipa do losango estava moldada para ele. Sem rivais, sem nada. Mas aparentemente, uma questão "de saias" foi a gota de água - aparentemente, ele se meteu com a mulher de Jean Sage - e todas as frustrações caíram sobre ele, e foi despedido.

Entretanto, na McLaren, Ron Dennis nunca deixou de observar Prost. Sempre achou talentoso, mas queria dar um carro competitivo para ele, algo que só conseguiu quando passou a usar os motores TAG-Porsche Turbo. Ao mesmo tempo, John Watson pediu um aumento salarial: queria 1,6 milhões de dólares para 1984. Dennis protelou, e o assunto ficou em águas de bacalhau, ao ponto de Lauda ter dito que oferecia a diferença para ele no sentido de resolver o assunto. O facto era que, acabada a corrida de Kyalami, e com o despedimento de Prost, Dennis nem perdeu tempo e resolveu o assunto em dois dias.

Em 1984, a McLaren teria como pilotos Niki Lauda e Alain Prost. 

Já a Renault teria Patrick Tambay e o britânico Derek Warwick.

E claro, o resto é história.    

Formula E: Porsche confirmou os seus pilotos por mais uma temporada


A Porsche confirmou esta terça-feira que confirmou os seus pilotos por mais uma temporada na Formula E. O alemão Pascal Wehrlein e o português António Félix da Costa continuarão a correr por eles na temporada de 2024 da competição elétrica, depois de uma boa temporada onde venceram por quatro ocasiões, no caso do piloto português, o triunfo foi na pista da Cidade do Cabo, na África do Sul. 

"Estou ansioso por Valência [palco dos testes oficias, no final do mês]. O teste é sempre bom porque estão lá todas as equipas e todos os pilotos. Isto dá-nos a oportunidade de mostrar a nossa posição em relação à concorrência, de ver onde já somos fortes e onde podemos precisar de fazer algumas melhorias. A preparação para a época 10 está a correr muito melhor para mim do que a da época passada. No ano passado, eu era novo na equipa e estava a habituar-me ao carro. Desta vez, tudo é mais fácil. Aproveitei a pausa da Fórmula E para disputar corridas de resistência com o Porsche 963, passar tempo com a minha família e amigos e preparar-me mental e fisicamente para a nova época.", afirmou o piloto de Cascais.


O Porsche 99X Electric, desenvolvido pela casa de Weissach, estará presente nos testes oficiais de Valência, entre os dias 24 a 27 de outubro, e depois será a contagem decrescente até à próxima temporada, que começará na segunda semana de janeiro na Cidade do México.

Youtube Automotive Video: O Aptera, primeiro carro solar

Carros solares é um conceito interessante, do qual ainda falta até agora a tecnologia necessária para fazer  viabilizar. Já falei aqui do Sono Motors e do Lightyear One, ambos que tentaram a sua sorte para chegar à linha de produção, mas não conseguiram.

Contudo, a Aptera americana está perto da produção e o Jason Freeman e o James Pumpfrey, ambos do Donut Media, foram experimentar este carro de três rodas e pelos vistos... só falam bem dele. Afinal de contas, é um carro que ganha oito quilómetros de autonomia... por hora! 

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

CPR: Meeke gostaria de ter carro em 2024


Terminada a temporada de ralis em Portugal, com a vitória no rali Vidreiro, a Kris Meeke foi perguntado sobre o seu futuro, especialmente e 2024, pois ainda não tem um projeto definido e agora que o seu contrato com a Hyundai Portugal chegou ao fim. 

"Eu continuo a gostar de guiar carros de ralis. Para o ano tenho 45 anos, mas ainda me sinto bem, sinto-me motivado, especialmente quando tenho jovens pilotos como o Alejandro Cachón a andar forte, isso motiva-me, não perdi o espírito da competição, vamos ver o que sucede, mas certamente que gostava de estar num carro de ralis”, disse Meeke à Autosport portuguesa.

Questionado sobre se ele ainda não se ofereceu para a M-Sport para tentar a sua sorte num Ford Rally1, o piloto britânico respondeu:   

“Porque não? Se o Malcolm (Wilson) precisar, ele tem o meu número de telefone…”, afirmou.

Chegado à Hyundai Portugal para substituir o irlandês Craig Breen, que sofreu um acidente fatal em abril, no rali da Croácia, Kris Meeke conseguiu triunar em quatro ralis, desistindo em outros dois, impedindo de alcançar o título nacional. 

domingo, 15 de outubro de 2023

A imagem do dia




O italiano Andrea de Cesaris sempre foi um piloto rápido, mas impetuoso. A sua temporada na McLaren, em 1981, foi tão marcante que a sua reputação ficou afetada para o resto da sua longa carreira, que terminou em 1994, aos 35 anos. Na qualificação para o GP dos Países Baixos, o facto de ter destruído três chassis foi tão marcante que a equipa pura e simplesmente decidiu tirá-lo da pista. Ele que tinha qualificado na décima posição na grelha. 

Graças a isso, a reputação de "De Crasharis" ficou colado para sempre. Depois da Formula 1, afastou-se desse mundo, e das raras entrevistas que deu até morrer, em 2014, num acidente de mota, em Roma, sempre disse sentir ressentido pela tal reputação de impetuoso, que achou injusto. É verdade que tinha 22 anos na altura, mas ao longo da sua carreira de 204 Grandes Prémios, nunca triunfou.

Mas a temporada de 1983 foi bem interessante. Com um bom chassis, desenhado por Gerard Ducarouge, antes de ter sido despedido quando De Cesaris foi excluído no GP do Brasil, a corrida de abertura do campeonato, o 183T tornou-se numa máquina potente, mas pouco fiável, como boa parte dos carros com motor Turbo naquela temporada. O facto do reabastecimento ser permitido, tinha vantagem, porque era um motor que consumia mais, para compensar a sua potência, especialmente nas pistas mais rápidas.

Ele tinha surpreendido muita gente quando chegou a liderar o GP da Bélgica, apanhando Alain Prost desprevenido e chegado a liderar a corrida por 18 voltas até desistir na volta 25, com problemas no sistema de injeção de combustível do seu carro. 

Mas em Hockenheim, na Alemanha, largando de terceiro, acabou na segunda posição, ficando apenas atrás de René Arnoux, depois dos Brabham terem tido problemas. 

Quando a Formula 1 chegou à África do Sul, para a última corrida do ano, De Cesaris tinha nove pontos e uma volta mais rápida, e esperava que a velocidade poderia ser-lhe favorável. Numa corrida já sem a Theodore - tinha fechado as portas de forma permanente - e com os Williams a usuarem os motores Honda Turbo, algumas corridas depois da McLaren usar os seus TAG-Porsche Turbo - De Cesaris largava de nono, estando até atrás do ATS-BMW de Manfred Winkelhock. Na  corrida, Piquet foi-se embora, com Prost atrás de si, tentando apanhá-lo, mas a perseguição não resultou nada, pois na volta 35, o piloto da Renault encostou às boxes e desistiu, traído pelo seu Turbo. 

Quanto a De Cesaris, fez uma grande partida, saltando de nono para quarto, estando até na frente de Prost! No inicio da segunda volta era terceiro, passando o Ferrari de Patrick Tambay, e era assediado por Prost, que estava a ver os Brabham irem embora e com ele, o seu título mundial. No meio disto tudo, os Ferrari tinham uma corrida desastrosa: Arnoux, na volta nove, com problemas de motor, e Tambay, na 56, com uma avaria no seu Turbo, acabavam prematuramente a sua corrida, mas iriam ficar com o título de Construtores.    

Sem Prost na pista, Piquet era campeão se acabasse no quarto posto. E como ele liderava a corrida, estava tranquilo, então decidiu levar o carro até à meta na posição ideal. E isso implicou ceder o lugar a Riccardo Patrese, seu companheiro de equipa, na volta 60, e pouco depois, a De Cesaris, que estava a fazer uma corrida pragmática, depois da partida que tinha conseguido, mantinha-se na pista, mesmo tendo sido passado por Prost e o McLaren de Niki Lauda, caindo para quinto. Mas com a desistência do francês, primeiro, e do austríaco da McLaren depois, na volta 71, quando perseguia Patrese para tentar alcançar a liderança., o italiano estava a aproximar-se do comando da corrida. Especialmente na parte final, sempre a carregar.

No final, Patrese ganhou e o pragmatismo de Piquet lhe deu o terceiro lugar, passado por De Cesaris. O piloto romano conseguia ali o seu segundo pódio da temporada, e a sua melhor classificação até então: oitavo no campeonato, com 15 pontos. Tudo isto no dia em que Nelson Piquet alcançava o seu bicampeonato.