Canadá tem nova face este ano. Novas boxes, maiores e alargadas, para receber bem os convidados VIP's, as equipas e os profissionais da comunicação social. Contudo, mesmo com novo paddock, o circuito Gilles Villeneuve, na ilha de Notre Dâme, em Montreal, não deixa de ser um circuito forma do normal: apertado, com marmotas a aparecer de vez em quando, e com muros tão próximos que o risco de batida é bem real. E numa altura onde os carros da Mercedes parecem dominar o campeonato, a concorrência lá dá o seu melhor para ser... o melhor dos outros, agora que se sabia que os Ferrari, por exemplo, não tinham carro para contestar o domínio dos Flechas de Prata.
Mas os treinos livres se ontem mostraram que os Ferrari até andaram melhor que os Mercedes, embora muitos pudessem dizer que eles estariam a esconder o jogo.
Debaixo de uma tarde agradável em Montreal, mas com o asfalto a demorar a aquecer, para fawer funcionar os pneus, os carros lá começaram a andar na pista. E claro, os receios de que os pneus não aquecessem como deveriam de ser foram confirmados.
No final da Q1, com os Ferrari a dominar, dos não-qualificados, para além das Williams de Robert Kubica e George Russell, os Racoing Point de Lance Stroll e Sergio Perez também ficaram de fora, uma desilusão, porque correm "em casa", e por fim, o Alfa Romeo de Kimi Raikkonen.
Com a chegada da Q2, os pilotos usavam os pneus médios para dar as suas voltas. Mercedes e Ferrari iriam andar com eles, por exemplo, com o resto a andar de macios, como a Renault. Vettel começou por marcar 1.11,709, com Hamilton e Bottas logo atrás. Verstappen conseguiu apenas o quinto tempo, queixando-se do trânsito. Leclerc foi logo a seguir, marcando o melhor tempo, mas o alemão respondeu com 1.11,142.
Pierre Gasly acabou por ficar com o segundo tempo, com os macios, mas Hamilton marca 1.11,010, depois de ter ido trocar de pneus, para médios. Bottas depois ficou com o segundo melhor tempo, com 1.11,095. E por esta altura, os Renault e McLaren estavam na Q3, mas Max Verstappen não.
No último momento da Q2, Kevin Magnussen bateu forte no Muro dos Campeões e causou a interrupção da qualificação. Com isso, alguns pilotos ficaram inesperadamente de fora: Max Verstappen, Romain Grosjean, os Toro Rosso de Alexander Albon e Daniil Kyat, e o Alfa Romeo de António Giovinazzi. Para a Q3 foram os Ferrari, Mercedes, o Red Bull de Pierre Gasly, os Renault e os McLaren, com... Magnussen também a passar para a Q3!
Alguns minutos depois de tirar o Haas da pista, a última parte da qualificação recomeçou. Pierre Gasly foi o primeiro a entrar na pista, com pneus macios, mas quem marca o primeiro grande tempo é Vettel, que faz 1.10,681. Mas Hamilton marca 1.10,493 e fica com o primeiro lugar. Bottas tentou a sua sorte, com macios, mas perdeu o controle do seu carro na curva 4, despistou-se e não bateu por pouco.
Na parte final, os Ferrari trocaram de macios, para pneus novos. Os Mercedes fizeram a mesma coisa, mas Bottas fez um mau tempo, bem como Leclerc. Hamilton fez 1.10,440, mas Vettel marcou 1.10,240, fazendo a primeira pole do ano. E logo no Canadá, no circuito Gilles Villeneuve. E no meio disto tudo, discretamente, Daniel Ricciardo marcou o quarto melhor tempo, superando Pierre Gasly e Veltteri Bottas, que não conseguiu fazer um tempo decente, porque os pneus não aqueceram como deveriam.
Assim sendo, para amanhã, os Mercedes têm a sua tarefa algo complicada, pelo menos em relação aos Ferrari. Mas é lá com eles a forma de darem a volta à situação para acabar como eles costumam acabar. Ou este será o palco da primeira vitória da Ferrari?