sábado, 6 de julho de 2013

Formula 1 2013 - Ronda 9, Alemanha (Qualificação)

Uma semana depois de Silverstone, a Formula 1 chegou a terras alemãs em estado de agitação. A história da degradação alarmante dos pneus Pirelli, que toda a gente viu na corrida britânica, com quatro pilotos a terem furos a alta velocidade. Ao longo dos dias que passaram, as coisas andaram num nível extremo, chegando ao ponto de os pilotos ameaçarem um boicote, em caso de novos furos a alta velocidade. FIA, as equipas e a Pirelli agiram depressa e a marca italiana decidiu colocar novos tipos de pneus e modificou a sua pressão, colocando novos limites, de forma a que os furos se tornem mais raros e aumente a segurança.

Assim sendo, debaixo de calor - estavam 42 graus na pista quando a sessão começou - maquinas e pilotos foram para a pista. Ao longo do Q1, os pilotos começavam a queixar-se de que os pneus demorariam a aquecer, mas com o tempo, eles começaram a fazer as devidas voltas. No final, para além dos pilotos da Caterham e da Marussia - Jules Bianchi esteve doente e Pedro de la Rosa esteve muito perto de entrar para o seu lugar - os pilotos da Williams, Valtteri Bottas e Pastor Maldonado também ficaram de fora. Um mau momento para a equipa, ainda por cima no fim de semana do seu 600º Grande Prémio.

Com a qualificação a mover-se para o Q2, e a temperatura na pista a aumentar, os pilotos lutavam para conseguir colocar os pneus à temperatura ideal, e foi por isso que Nico Rosberg e a Mercedes cometeram um erro fatal: ao andar com pneus médios, em vez dos macios, não conseguiram marcar um tempo que os colocasse tranquilamente na Q3 e ficaram à mercê do meio do pelotão. No final, Rosberg ficou de fora, no 11º posto, superado pelo McLaren de Jenson Button, pelo Toro Rosso de Daniel Ricciardo e pelo Sauber de Nico Hulkenberg. E tudo isso aconteceu quando o piloto alemão já estava nas boxes, sem poder nada fazer. Rosberg acompanhou assim o McLaren de Sergio Perez, o Sauber de Esteban Gutierrez e os Force India de Paul di Resta e Adrian Sutil, bem como o Toro Rosso de Jean-Eric Vergne

Com o Q3, os Ferrari decidiram que iriam fazer um tempo com pneus médios, sabendo que a pole-position não seria deles, mas que saberiam que iriam largar com este composto, esperando que conseguissem algo de bom na corrida. Resultado final, eles conseguiram o sétimo e oitavo posto, a quarta fila da grelha. Na frente, Lewis Hamilton conseguiu o melhor tempo no último momento, batendo os Red Bull de Sebastian Vettel e Mark Webber. 

Para o piloto inglês, esta pole compensa o 11º posto de Rosberg e para ele, conseguiu a sua 29ª pole-position da sua carreira, igualando Juan Manuel Fangio nas estatisticas, sendo agora o sétimo melhor de sempre. Atrás dos Red Bull, ficaram os Lotus de Kimi Raikkonen e Romain Grosjean, o Toro Rosso de Daniel Ricciardo, na frente dos Ferrari. Jenson Button e Nico Hulkenberg decidiram não marcar qualquer tempo.

Agora para amanhã, as coisas se tornam interessantes pelo facto de existirem muitas estratégias presentes. Os que queriam estar o mais á frente possivel para se mostrarem, e os que sacrificaram a qualificação, esperam que a sua escolha de pneus seja compensador na corrida. Mas no final, ainda há quem espere que os pneus aguentem e não rebentem durante a corrida.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

A Formula 1 já viu "Rush"... e gostou

Falta pouco mais de dois meses para a estreia do filme, mas parece que Ron Howard teve ontem o seu teste mais importante, quando mostrou "Rush" para os que vivem a Formula 1: pilotos e dirigentes, incluindo Bernie Ecclestone. E passou com mérito, pois segundo conta o jornalista Adam Cooper, no final do filme, todos aplaudiram de pé, brindando o realizador com uma ovação, liderado por... Niki Lauda.

Depois de jornalistas desportivos como o Will Buxton terem falado muito bem do filme, foi a vez de pilotos como Felipe Massa, Nico Rosberg ou Lewis Hamilton, dirigentes como Christian Horner, Ross Brawn, Adrian Newey, Toto Wolff e o "anãozinho tenebroso" Bernie Ecclestone estiveram presentes na projeção exclusiva para os pilotos em Nurburgring.

No seu blog pessoal, Ron Howard deu as suas impressões sobre a projeção: “[Depois da projeção] fui para casa e falei com a minha mulher Cheryl. Ela compreendeu imediatamente quando o comparei ao "Apollo 13" e o impacto que o filme causou nos astrounautas e nos controladores de missão. Voltei a ter a mesma sensação ontem à noite quando todos nos viram e elogiaram pelo bom trabalho realizado.

Era do género: 'Ali está a elite, sabem de tudo, o que irão achar?'. Falei com os pilotos, faziam imensos elogios, fizeram-me sentir otimamente. O pessoal da engenharia estavam tão excitados com o que tinham visto. Não sei muito bem a razão - talvez tenha sido porque eles tinham ficado desiludidos com outros filmes, ou talvez tinham assumido que fazer um filme destes era demasiado complicado e complexo para nós", continuou.

Howard parece que gostou de um elogio em particular, o de Bernie Ecclestone: “Disse a Bernie, ‘Obrigado por ter visto o filme', ao que ele me respondeu, 'Obrigado por o ter feito. Levou-me de volta a aquele tempo'. Ele não estava a brincar, era emocional, e penso que estava surpreso."

E concluiu: “Surpreso e a palavra que tenho usado sempre que projeto este filme. As pessoas vêm ter connosco dizendo que tinham visto muito mais do que esperavam, o que é bem gratificante".

Rush estreará a 13 de setembro nas salas um pouco por todo o mundo, e vai ter Chris Hemsworth como James Hunt e Daniel Bruhl como Niki Lauda

Noticias: Raikkonen ignora eventual boicote da GPDA

Se o fim de semana do Grande Prémio da Alemanha está a decorrer sem incidentes até agora, todos pensam na ameaça feita ontem pelos pilotos da GPDA (Grand Prix Drivers Association), que afirmou abandonar a corrida caso haja novos rebentamentos de pneus. Até agora, nada houve - provavelmente porque a Pirelli desta vez trouxe pneus com um cinturão de kevlar - mas são interessantes as declarações que Kimi Raikkonen fez esta tarde, sobre esta matéria.

O piloto finlandês é um dos três que não faz parte da GPDA - os outros dois são o seu compatriota Valtteri Bottas e o alemão Adrian Sutil - e disse de sua justiça quando foi questionado sobre a hipótese de não correr, como os outros: “Todos têm sua opinião. Vou correr quando eu quiser e é isso.” E sobre os novos pneus, o piloto da Lotus também se mostrou tranquilo. “Já tínhamos visto no Canadá que esses pneus são um pouco melhores, então não espero que seja diferente. Os pneus são mais ou menos os mesmos, então não espero que faça nenhuma diferença.”, concluiu.

E parece que, a ver o que se passou nos treinos livres de hoje, que a Pirelli fez um bom trabalho para evitar novos furos. Uma cobertura de kevlar e alterações na pressão dos pneus fizeram com que não existisse mais furos, mas o fim de semana mal começou. E ainda falta muito para que toda a gente possa respirar de alivio...

Mas já agora: se o pior acontecer, Bottas e Sutil também ignorarão o boitoce? 

Youtube Formula 1 Racing: os 600 Grandes Prémios da Williams

Ao observar o video dos 600 Grandes Prémios da Williams, que comemorarão neste fim de semana, algumas coisas se destacaram: eles têm um enorme respeito por pilotos como Nigel Mansell, mas pelo contrário, a referência a Nelson Piquet é minima, senão nula. Falam do campeonato de construtores vencido em 1986, numa temporada onde Alain Prost triunfou, mas ignoram a presença de Nelson Piquet, que venceu um campeonato no ano seguinte, fazendo com que o ex-piloto brasileiro tenha muita razão quando disse certo dia que venceu o campeonato "contra a Williams".

Há também outras coisas interessantes: não há referências diretas a Alan Jones, mas há a Keke Rosberg e a Clay Regazzoni, o primeiro vencedor pela marca. A Damon Hill e Jacques Villeneuve, nos anos 90, e a Juan Pablo Montoya, no inicio do século, bem como as alianças com BMW e Toyota e passagens de Nico Rosberg, o filho de Keke. E claro, a última vitória, em Barcelona, com Pastor Maldonado.

Existem declarações de Frank e Claire Williams, de Patrick Head, bem como empregados de longa data da marca. E  claro, sempre a elogiar o que fizeram no passado.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Formula 1 em Cartoons: Rubinho e Vettel

Somente no Brasil é que se pode usar a metáfora automobilística para algo do dia-a-dia. Amarildo, caricaturista do jornal "A Gazeta" de Vitória, no estado do Espirito Santo, publicou no passado dia 30 de junho um cartoon onde falava que as leis no Congresso do Brasil demoravam tanto a serem aprovadas que parecia Rubens Barrichello

E com os protestos na rua, a velocidade de aprovação delas passou a ser tão brusca que parece que os deputados arriscam a ser os maiores rivais na luta pelo quarto título consecutivo de Sebastian Vettel

Ou se preferirem, passou a ser o parlamento mais veloz do mundo...

Estas e muitas outras charges podem ser vistas no seu blog pessoal, que podem seguir neste link. A dica foi do Humberto Corradi.

Última Hora: GPDA ameaça de boicote o GP da Alemanha

Já se falava disso logo no domingo, no final da tarde inglesa, em Silverstone. Mas depois houve silêncio, esperando talvez cabeças mais frias. Mas esta quinta-feira à tarde, em Nurburgring, voltou a ameaça: os pilotos abandonam a corrida de Nurburgring caso se repitam os problemas com os pneus ocorridos há cinco dias, na pista britânica.

A GPDA emitiu um comunicado, onde apesar de manifestarem confiança de que as alterações feitas pela Pirelli resolvam os problemas pendentes, expressaram também as suas profundas preocupações com o estado dos pneus e ameaçaram que caso algum desses problemas volte a acontecer durante as sessões livres ou na qualificação do GP alemão, os pilotos se recusarão a correr.

A Grand Prix Drivers’ Association (GPDA) deseja manifestar as suas mais profundas preocupações acerca dos eventos que ocorreram em Silverstone", começa por afimrar o comunicado. "Estamos confiantes de que as mudanças feitas aos pneus obtenham os resultados desejados e que problemas semelhantes não ocorram durante o fim de semana deste Grande Prémio."

"Estamos preparados para guiar os nossos carros até ao limite, como todos os nossas equipas, fãs e patrocinadores nos esperam que façamos. Contudo, os pilotos decidiram que caso novos problemas aconteçam durante o Grande Prémio da Alemanha, iremos imediatamente retirar-nos do evento, pois estes problemas são perfeitamente evitáveis, e colocam em perigo as vidas dos pilotos, dos comissários de pista e dos fãs", concluiu.

A ameaça está feita, e agora o GP da Alemanha ganhou mais atenção. Só que ela é das mais indesejadas...

Noticias: Hulkenberg admite salários em atraso na Sauber

Há algum tempo, o jornalista Joe Saward afirmou que das onze equipas que andam na Formula 1, apenas seis ou sete é que teriam capacidade financeira para aguentarem toda a temporada, dada a situação do Acordo da Concórdia, que expirou no ano passado e desde então ainda não assinaram o novo Acordo. Pois bem, hoje soube-se que uma das equipas que ficariam em dificuldades com esta situação, a Sauber, tem salários em atraso por parte de um dos seus pilotos, Nico Hulkenberg. Segundo o jornal "Bild", o alemão têm dois meses de salário por receber.

É uma situação difícil, como Monisha [Kaltenborn, chefe da Sauber] disse ontem [quarta-feira] à imprensa”, declarou o piloto alemão. “Ela, a equipa e os empresários trabalham tentam achar uma forma de sair disso e melhorar. Ela me assegurou disso e não há muito mais o que possa dizer sobre a situação.”, concluiu.

Para além disso, o desenvolvimento do modelo C32 está parado, especialmente após a saída de Matt Morris, o seu diretor técnico, que foi para a McLaren para ajudar a construir o carro de 2015, já com motores Honda. Esses atrasos refletem-se no comportamento da equipa no campeonato: sexto, com apenas seis pontos nesta temporada, além de uma volta mais rápida com Esteban Gutierrez, que não pontuou ainda neste campeonato, em contraste com os 126 pontos que conseguiu no ano passado, com quatro pódios e duas voltas mais rápidas, graças a Sergio Perez e Kamui Kobayashi.

Contudo, apesar dos problemas, tudo indica que em termos de motores, a marca suiça continuará o acordo com a Ferrari para a temporada de 2014.

Youtube Racing Classic: David Coulthard guia o Lotus 25

Por alturas do GP da Grã-Bretanha, a revista Motorsport convidou o escocês David Coulthard para que apresentasse e conduzisse o Lotus 25, no ano em que se comemoram os 50 anos do primeiro título de Jim Clark na Formula 1. O modelo idealizado por Colin Chapman, apresentado no ano anterior ao mundo, era o primeiro monocoque conhecido, com uma celula que rodeava o piloto, mais resistente e veloz do que as anteriores estruturas tubulares.

Com Clark ao volante, o modelo 25 deu ao escocês não só o seu primeiro titulo mundial para ele e para a marca, como conquistou 14 vitórias entre 1962 e 1965, todas alcançadas pelo escocês. Para além disso, obteve 14 pole-positions e 18 voltas mais rápidas. Outros pilotos que tiveram o privilégio de o guiar foram Trevor Taylor e Mike Spence, entre outros.

Assim sendo, apreciem o video.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O novo cartaz de "Rush". Pelo menos no Brasil...

Acabo de ver via o blog do Rodrigo Mattar: eis o cartaz do "Rush" para o Brasil. 

O filme estreará a 13 de setembro nos cinemas um pouco por todo o mundo e acho este cartaz um pouco... estranho.

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana fala mais sobre o fim de semana da Boavista do que os eventos em Silverstone, onde "Rosberg esteve num dia sim", mas não se fala sobre os problemas de pneus durante a corrida.

Sobre o WTCC no circuito urbano da Boavista, o jornal fala que houve "Festa na Cidade", com a foto de um dos Chevrolet que foram vencedores na pista portuguesa, enquanto que no Moto GP, em Assen, fala-se sobre a pole-position de Miguel Oliveira na categoria Moto3, e para finalizar, falou-se do Rali da Oliveira do Hospital, onde aconteceu o "Regresso de Daniel Nunes"

A extraordinária vida do aventureiro David Purley

Faz agora 28 anos que o britânico David Purley sofreu o seu acidente fatal, ao largo da sua Bognor Regys natal, a bordo de um avião de acrobacia, quando retomava a um velho amor, anos depois de ter tido uma carreira no automobilismo que sendo parca em resultados, foi rica em situações que o colocaram como um dos heróis do seu tempo. Pela sua coragem e pela sua capacidade de sobrevivência.

Inicialmente, esta matéria era para ser publicada na edição de julho da revista Speed, em conjunto sobre uma biografia de Roger Williamson, dado que no final do mês passarão 40 anos sobre o seu acidente fatal e as tentativas de Purley em o salvar, vistas em direto e ao vivo na televisão. Contudo, com a revista "em suspensão" devido ao facto do seu fundador e editor estar dedicado à sua vida universitária, achei que esta matéria não deveria ser desperdiçada num arquivo qualquer e então decidi colocar aqui, pois também vi que nunca fiz uma biografia decente sobre Purley, ao longo da história deste blog.

Assim sendo, aqui vai:

A EXTRAORDINÁRIA VIDA DO AVENTUREIRO DAVID PURLEY


Nunca venceu uma corrida de Formula 1. Aliás, sequer pontuou na sua curta carreira na categoria máxima do automobilismo. Mas graças à sua vida de aventureiro e os seus feitos vão muito para além da Formula 1. Nascido em berço de ouro, teve gosto de aventura, em busca de excitamento e adrenalina. Viveu apenas 40 anos, mas foi das mais incríveis e plenas. Hoje em dia, quando se fala do nome de David Purley, é por ter tentado salvar um companheiro seu, faz agora 40 anos.

BERÇO DE OURO, GOSTO DE AVENTURA

David Charles Purley nasceu a 26 de janeiro de 1945 na cidade de Bognor Regys, no West Sussex britânico. Era filho de Charles Purley, que tinha vindo de um berço pobre para construir, em conjunto com o seu irmão Frank Purley, a LEC Regriferation, que construiu frigoríficos a partir de 1947, quando ambos converteram a firma das munições que tinham fundado para ajudar no esforço de guerra britânico, na II Guerra Mundial.

Ao longo dos anos 50 e 60, o negócio dos frigoríficos prosperou de tal forma que Charles e Frank se tornaram em milionários, dada a necessidade das pessoas em ter um frigorifico. Para se ter uma ideia, em 1960, apenas 13 por cento das casas britânicas tinham um, comparado com os quase cem por cento que existiam nos lares americanos, por essa mesma altura.

Foi graças ao negócio de familia que David Purley cresceu. Mas o berço de ouro não inibiu o seu gosto pela aventura. Depois de ter sido educado no Seaford College e no Darlington Hall School, em Devon, David Purley descobriu cedo o prazer de voar e incentivado pelo seu pai, que decidiu que o seu filho iria ter tudo aquilo que ele tinha sido privado, tirou o brevet aos 16 anos. Nessa altura, era o mais jovem a fazê-lo no Reino Unido. Contudo, pouco depois, Purley decidiu alistar-se no exercito britânico, mais concretamente, no Regimento de Para-Quedistas. Em 1967, esteve em Aden, atual Yemen, numa altua em que aquela zona do globo vivia tempos agitados. Mas antes, tinha passado pelo seu primeiro momento aflitivo, quando durante um salto de treino, ainda na Grã-Bretanha, o seu paraquedas falhou parcialmente a sua abertura.

Após ter cumprido o seu serviço no exército, em 1968, Purley foi ter com um velho vizinho e amigo seu, Derek Bell, que começava a ter uma carreira bem sucedida nas corridas. Vendo o automobilismo como um bom motivo para manter os seus níveis de adrenalina, comprou um AC Cobra, começou a vencer algumas corridas… e a ter acidentes. Quando o seu carro virou sucata, decidiu comprar um Chevron, e continuou a correr até 1970, quando decidiu mudar-se para os monolugares.

RECOMPENSADO PELA INTENÇÃO

Nesse ano, comprou um velho chassis Brabham de Formula 3 e decidiu formar uma equipa, a LEC Refrigeration Racing, batizando-o com o negócio da família. Com isso, começou a participar em competições britânicas e europeias, onde entre outros pilotos que viriam a chegar à Formula 1, estava um compatriota seu: Roger Williamson.

Williamson era um dos melhores do seu tempo. Em parceria com Tom Wheatcroft, ele dominava a Formula 3, acabando por vencer três títulos entre 1971 e 1972 (nessa altura, existia mais do que um campeonato de Formula 3 na Grã-Bretanha!), mas apesar desse domínio, havia ocasiões onde Purley poderia brilhar. Em 1970, venceu uma corrida na Belgica, o GP des Frontieres, situado na localidade de Chimay, conseguindo bater por 0,3 segundos outro jovem britânico, chamado James Hunt. No ano seguinte, Purley repetiu a façanha no mesmo lugar, altura em que tinha trocado de chassis, desta vez indo para um Ensign, onde graças a ele, venceu mais duas corridas naquela temporada. Em 1972, mudou-se para a Formula 2, onde arranjou um chassis March. Não conseguiu mais do que um terceiro lugar nas ruas da cidade francesa de Pau, arrebatando apenas os quatro pontos dessa corrida.

Em 1973, começa a temporada na Formula Atlantic, mas pelo meio, arranja um March 731 de Formula 1. Tal como nas outras vezes, inscreve-o sob a bandeira da LEC Refrigeration e vai participar em algumas corridas. Estreia-se no GP do Mónaco, o mesmo local onde outro March foi inscrito, para James Hunt, onde não termina a corrida. A sua segunda prova será apenas em julho, em Silverstone, mas vai ter vida curta, pois sofrerá um despiste logo na primeira volta, imediatamente antes da carambola provocada pelo McLaren do sul-africano Jody Scheckter, onde ele colocará mais oito carros fora de prova.

Mas vai ser na terceira corrida em que participa, o GP da Holanda, que o seu nome fica conhecido pelo mundo inteiro. Partindo da 21ª posição nos treinos, na corrida tinha subido um pouco até à oitava volta, quando viu acidentar-se o outro March de Roger Williamson, que ali fazia a sua segunda corrida na Formula 1. Purley seguia imediatamente atrás e sem hesitar, parou o seu carro e foi a correr para os destroços do carro acidentado.

O March de Williamson tinha sofrido um furo a alta velocidade e batera fortemente nos rails de proteção, ficando de cabeça para baixo e a ser arrastado por mais de uma centena de metros até parar, em chamas e com o piloto preso nos destroços. Primeiro, Purley pegou num extintor que um dos comissários tinha trazido, tentando apagar as chamas. Depois tentou virar o carro, mas em ambas as ocasiões, não o conseguiu. Desesperado, apelou aos comissários e às forças policiais para que o ajudassem a virar o carro, mas estes estavam convencidos que Williamson tinha morrido no impacto.

Para piorar as coisas, os comissários de pista de Zandvoort, que estavam a ver as imagens pela televisão, não reagiram de imediato porque estavam convencidos que Purley estava a virar o seu próprio carro. Um carro de bombeiros chegou mais de oito minutos depois do acidente, mesmo com a corrida a decorrer. Quando as chamas foram apagadas e o carro virado, Roger Williamson estava morto. Tinha 25 anos.

Todos aqueles instantes foram vistos em direto pelo mundo inteiro e o acidente causou um natural choque. Um símbolo da crueldade do automobilismo e da pouca segurança existente naquele tempo, o gesto de Purley foi visto como um ato de salvamento sem igual. No final daquele ano, o governo britânico decidira condecorar Purley com a George Medal, a maior condecoração civil por bravura. Mas ele não tinha sido o único: alguns meses antes, no circuito sul-africano de Kyalami, Mike Hailwood tinha salvo o suíço Clay Regazzoni de morrer preso no seu BRM quando as chamas invadiram o seu carro após uma colisão com o antigo campeão de motociclismo.

CONSTRUTOR DE CHASSIS E 179,8 G’S DE IMPACTO

Purley voltou a correr num Formula 1 no GP de Itália, terminando a corrida no nono posto, que viria a ser a sua melhor prestação na categoria máxima do automobilismo. A partir do ano seguinte, concentrou-se na Formula 5000, competindo no campeonato da categoria, a bordo de um Lola. Essa passagem revelou-se um sucesso, sendo campeão em 1976. Pelo meio, ele tentou qualificar-se no GP da Grã-Bretanha de 1974, a bordo de um Token, mas não foi bem sucedido.

Passado esse título na Formula 5000, decidiu que era altura de voltar à Formula 1. Mas não queria ir para lá só como piloto: decidira também que iria ser construtor. Pediu a Mike Pilbeam – que tinha desenhado o BRM 201 – que projetasse um, pediu a Mike Earle – que mais tarde formaria a Onyx – que cuidasse da equipa e sem testes e simuladores, como acontece neste inicio do século XXI, lá nasceu, num canto da sua fábrica de frigoríficos de Bognor Regis, o chassis LEC.

O carro, batizado como LEC CRP1, estreou-se em Jarama, palco do GP de Espanha, mas acabou por não se qualificar. A corrida seguinte seria em Zolder, palco do GP belga. E aí, Purley deu nas vistas. Numa corrida que começou sob piso molhado, mas com a pista a secar aos poucos, os pilotos iam às boxes para trocar pneus. Como nessa altura, tal coisa durava a “eternidade” de 30 segundos, Mike Earle mandou uma mensagem nas placas a dizer para se mantivesse na pista o máximo de tempo que pudesse. E por causa isso, a determinada altura, Purley estava nos lugares da frente!

Com o tempo, aparece o Ferrari de Niki Lauda, que o pressionou por muitas voltas, mas Purley não cedeu, incomodando o suficiente para perturbar o cerebral austríaco. Claro, isto teve efeitos na corrida, com Lauda a não chegar à vitória – quem venceu foi Gunnar Nilsson, na sua única vitória na Formula 1 - e Purley, que no final da corrida terminou na 13ª posição, perguntou de modo sarcástico a Earle: “Quem era o idiota do carro vermelho?” Lauda ouviu isto e ambos tiveram a seguir um aceso debate, onde Lauda chamou a Purley de “coelho” e este devolveu a graça, chamando-o de “rato”.

Purley não deixou passar em claro a graça, colocando a figura de um coelho na corrida seguinte, o GP da Suécia. Lauda achou piada e apareceu com a palavra “Rato” no seu capacete, algo que foi levado com imenso humor no “paddock”.

No GP da Grã-Bretanha, disputada no veloz circuito de Silverstone, a quantidade de carros inscritos – entre eles o Renault Turbo de Jean-Pierre Jabouille e o terceiro McLaren do canadiano Gilles Villeneuve - levou a que os organizadores fizessem uma pré-qualificação. Aí, Purley tentou o seu melhor, mas na segunda sessão de treinos, quando fazia a curva Becketts, o acelerador do seu LEC ficou preso e o carro embateu fortemente nas barreiras de proteção. Sofrera um impacto de 179,8 G’s de força, pelo facto do carro ter vindo de 173 km/hora para zero… em meros 66 centimetros, e ele estava esmagado no seu cockpit, com graves lesões nas pernas, na pelvis e no torax. Mas tinha sobrevivido.

UMA PERSONAGEM À PARTE

Purley esteve quase um ano a recuperar dos seus ferimentos, ao mesmo tempo que o seu carro era reparado. Após ter feito uma corrida com um Porsche 924 em Brighton, voltou ao cockpit do seu LEC em 1979, para disputar a Aurora Series, o campeonato britânico de Formula 1. Para além do seu LEC, também tripulou um Shadow, com alguns resultados de relevo, mas no final desse ano, decidiu abandonar a sua carreira de piloto.

Após isso, Purley decidiu ajudar no negócio da família, mas não andou longe dos brinquedos. Voltou à sua primeira paixão, a aviação, e arranjou um Pitts Special para fazer a sua acrobacia, que o fazia sempre que podia.

Contudo, a 2 de julho de 1985, quando fazia acrobacias ao largo da sua Bognor Regis natal, calculou mal uma manobra e caiu nas águas do Canal da Mancha. Tinha 40 anos de idade.

Rob Widdows, outro jornalista britânico, tinha boas razões para recordar bem David Purley e o seu carácter. Escrevendo sobre a sua aventura da LEC em maio de 2012 na Motorsport britânica, afirmou “Os privados já desapareceram há muito da Formula 1. São ‘mavericks’, excêntricos, uma elite à parte. Purley era um convidado regular no meu programa de rádio ‘Track Torque’, e vinha regularmente acompanhado do seu amigo e vizinho, Derek Bell, ou da sua namorada de então, Gail. E às vezes vinha com ambos.

Certo dia, ele chegou tarde ao meu programa, e Bell explicou que o motivo foi porque Purley insistiu que queria caçar coelhos a partir da bagageira do seu Range Rover, e claro, isso fez-os atrasar. Noutra ocasião, ele decidiu por à prova a concentração do apresentador do programa de rádio, elevando a camisola de Gail, revelando assim a sua parte de cima.

Hoje em dia, pode-se ver os destroços do seu LEC acidentado no Donington Collection, uma das maiores coleções de bólides de Formula 1 em todo o mundo. O carro não está muito longe da memorabilia de Roger Williamson, o homem que tentou salvar em Zandvoort, naquela tarde de julho de 1973.

terça-feira, 2 de julho de 2013

E no Nobres do Grid deste mês...

"A crise económica que a Europa - e um pouco o mundo - atravessa, teve consequências nos vários projetos existentes um pouco por todo o mundo, ao qual Portugal não foi alheio. Não é só nos “tilkódromos” como o da Coreia do Sul ou da India, que foram construídos "no meio de nenhures" e que agora são uma enorme dor de cabeça para os promotores. O Autódromo Internacional do Algarve, que foi construído na zona de Portimão e inaugurado em outubro de 2008, está em dificuldades e é mais uma das vitimas da crise do imobiliário. Neste caso, o irlandês. 

No final do ano passado, soube-se que a Parkalgar, empresa que gere o Autódromo, estava a fazer um plano de reestruturação das suas dívidas, que são neste momento de 160 milhões de euros. E isso implica, por exemplo, o perdão de mais de 40 milhões de euros e o alargamento dos prazos da dívida até 15 anos. Nessa altura, a 3 de novembro de 2012, o jornal “Publico” publicou um artigo a falar sobre a situação da Parkalgar e sobre as razões pelo qual o circuito, apesar de ter uma ocupação elevada, não consegue livrar-se deste fardo pesado. (...)

No meio deste fim de semana que passou, entre tantas coisas, saiu também o meu artigo mensal no site "Nobres do Grid", onde falo de um velho problema, que tem a ver com os problemas que o Autódromo do Algarve passa em termos de financiamento. Desde o final do ano passado que a organização passa por um plano de revitalização, para renegociar os mais de 140 milhões de euros de dívida feita quando este foi construído, no final de 2008.

Curiosamente, escrevo isto numa altura em que o vice-presidente da câmara de Portimão fora preso por corrpção, acusado de receber dinheiro de projetos que não foram construídos. Apesar da Parkalgar, entidade que gere o circuito, não estar envolvida, ainda não se conhece todos os contornos do caso. E por causa disso, a câmara municipal é das mais endividadas do país...

Tudo isto e muito mais, pode ler a partir deste link

Os observadores da FIA e as criticas de Newey

A FIA decidiu que irá enviar observadores ao teste de jovens pilotos em Silverstone, para evitar que as equipas aproveitem este teste para desenvolver os seus carros. Os testes de jovens pilotos, que vão acontecer entre os dias 17 e 19 de julho, e que vão ter valores de futuro como Carlos Sainz Jr., António Félix da Costa (Red Bull) Robin Frijns (Sauber) Kevin Magnussen (McLaren) ou Daniel Juncadella (Williams), também terá pilotos mais experientes, autorizados pela FIA apenas para resolver o problema dos pneus da Pirelli, que andaram a explodir demasiado cedo  este domingo no Grande Prémio da Grã-Bretanha.

Entretanto, Adrian Newey saiu a público para criticar a "curta visão" de algumas equipas por não terem aprovado um pedido para que a Pirelli pudesse modificar a estrutura os seus pneus no mês passado após os  incidentes similares nas corridas anteriores.

Em declarações à Autosport britânica, o projetista da Red Bull afirmou: "A Pirelli apareceu em Montreal com uma solução para isso [a fragilidade dos seus pneus], com uma diferente arquitectura na sua construção [uma cintura em kevlar para reforço]. Mas duas ou três equipas vetaram porque ficaram preocupadas pelo facto de algumas equipas ficariam mais beneficiadas do que estariam agora. Devido a esta visão redutora, a Formula 1 acabou por ter a perocupante performance que teve [em Silverstone] e novas preocupações sobre a segurança dos pilotos", concluiu.

As "duas ou três equipas" que Newey fala eram a Force India, Lotus e Ferrari.

Newey afirma que, apesar de ainda estar à espera das conclusões que a Pirelli anda a fazer sobre a razão do rebentamento prematuro dos seus pneus, está convencido que os pneus rebentados têm a ver com a sua arquitectura: "Do que eu entendo disso, se tivéssemos usado os pneus com uma construção diferente, essas falhas de catastróficas não teriam acontecido", disse. 

Formula 1 em Cartoons - Grã-Bretanha

Achei este cartoon no WTF1. E de facto, se pensarmos bem, como diz o Lewis Hamilton, a ideia daquele famigerado teste era para ver se tinham alguma vantagem, e não ser o primeiro dos pilotos a sofrer um furo...

Youtube Pikes Peak: E as coisas quase acabaram mal...

Acabo de ver no Jalopnik que durante o Pikes Peak as coisas estiveram a segundos de uma catástrofe. Digo isto porque lá está este video, que vos coloco aqui, do pessoal que anda a passear a segundos da passagem de um carro qualquer. Neste caso em particular, do de Sebastien Löeb.

Pessoal, não façam asneiras. Ou então acabam como o Jensen Van Vuuren... que bando de pacóvios!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Youtube Pikes Peak Onboard: A subida de Sebastien Löeb, a bordo do seu Peugeot 208 Ti16

Eis o video da subida de Sebastien Löeb no Pikes Peak, desta vez visto a bordo do carro do piloto francês. Interessante ler que o anterior recorde - que era do Rhys Millen - era de nove minutos e 46 segundos. O que me espanta é como é que um carro destes, pilotado por um piloto como ele, conseguiu tirar... mais de um minuto e meio ao recorde anterior. 

Se assim for, vai demorar muito tempo para o bater. Ou apenas um ano.

Youtube McLaren Animation: O primeiro episódio da nova temporada de "Tooned"


A McLaren poderá estar numa má temporada, mas isso não impede que façam uma segunda temporada do seu "Tooned", que ontem estreou o seu primeiro episódio, agora com Sergio Perez como piloto, no lugar de Lewis Hamilton. E o episódio de hoje, claro, falará sobre os cinquenta anos da marca fundada pelo neozelandês Bruce McLaren

Já não era sem tempo. Começava a pensar que eles só fariam isso em tempos de vacas gordas...

As polémicas e ameaças sobre os pneus rebentados de Silverstone

Os eventos de ontem, em Silverstone, deixaram as pessoas que seguem a Formula 1 muito abaladas com os constantes furos que aconteceram a alguns pilotos, como Lewis Hamilton, Sergio Perez ou a Jean-Eric Vergne. A Pirelli já disse que iria analisar os pneus afetados e a FIA, na figura de Jean Todt, já convocou uma reunião para quarta-feira, na sede de Paris, com a Pirelli e outros responsáveis. E Martin Whitmarsh já deixou no ar a hipótese de boicote ao GP alemão.

Sobre a corrida em si, fala-se hoje que Charlie Whitting, o representante da FIA nos circuitos, esteve muito perto de ter interrompido a corrida por razões de segurança. Whitting admitiu isso, em declarações à Autosport britânica: "Tal ideia me ocorreu, é verdade. Não lhe vou dar detalhes sobre quantos mais furos teriam de acontecer, mas sabia que estaria a colocar os comissários em risco sempre que eles iriam para a pista para retirar os destroços".

Os engenheiros falavam ao longo da corrida que as zebras nas curvas 3 e 4 poderiam ser os responsáveis pelo desgaste prematuro dos Pirelli, e ao longo da corrida, fartaram-se de alertar os pilotos para os evitarem. No final, um Paul Hembery de semblante carregado afirmava: “Obviamente que houve alguns problemas com as falhas nos pneus traseiros da esquerda que não vimos anteriormente. Estamos a enfrentar esta situação de forma muito séria e estamos neste momento a investigar estes pneus para determinar a causa o mais rápido possível, antes do próximo Grande Prémio na Alemanha.", começou por dizer.

"Para já, não podemos dizer muito mais até termos investigado totalmente e analisado todos os incidentes, o que é a principal prioridade. No entanto, podemos excluir problemas no novo processo de fusão de elementos, que introduzimos nesta corrida. Pode haver algum aspecto neste circuito que tem um impacto específico na última versão do nossos pneus de especificação 2013, mas neste momento não queremos especular antes de termos recolhido todas as provas necessárias a saber o que se passou e tomando os passos apropriados para resolver esta questão.”, concluiu.

Hembery recordou também que a Pirelli há muito tinha solicitado alterações na composição dos pneus, o que não foi possível devido a ser necessário que todas as equipas concordem com a mudança. E nesse campo, a Lotus, Force India e Ferrari não tinham concordado. Pode ser que agora se levantem esses obstáculos, mas mesmo que aconteça hoje, só entrariam em ação na Hungria, o que deixaria o GP da Alemanha, que vai acontecer no próximo domingo, com pilotos e equipas numa situação aflitiva.

E por causa disso, Martin Whitmarsh, patrão da McLaren e chefe da FOTA, começa a falar abertamente na possibilidade de boicote à corrida de Nurburgring, devido às preocupações com a segurança. Numa entrevista à Sky Sports, afirmou: "Existe o perigo de um boicote se as equipas não ficarem convencidas e os pilotos não ficarem convencidos que podem correr em segurança", começou por dizer.

"Mas não é isso que necessitamos na Formula 1. Encaramos anteriormente algumas situações antes, como em Indianápolis [GP dos Estados Unidos de 2005, onde apenas seis carros alinharam à partida], e isso foi terrivel para o nosso desporto. Logo, esta não é altura de paontar dedos mas sim de trabalhar juntos e encontrar soluções para este problema", concluiu.

Contudo, a edição de hoje da Autosport britânica fala que os eventos poderão ter sido o resultado daquilo que os engenheiros chamam de "tempestade perfeita": no desenho das zebras, na pressão dos pneus e no desenho da pista, que fizeram com que os pneus se desgastassem ainda mais, causando os furos que todos nós vimos na televisão. Mais detalhes dessa análise podem ser lidos aqui.    

Em suma, tudo isto por causa de um elemento de segurança que fracassou de forma estrondosa. Os próximos dias serão muito interessantes de seguir para saber o que a FIA irá fazer nesse campo, onde muitos cenários estarão, certamente, em cima da mesa.

domingo, 30 de junho de 2013

Formula 1 em Cartoons - Grã-Bretanha (Pilotoons)

E mais uma vez, o Bruno Mantovani sacou outro belo e inspirado "cartoon". Ver aquela "miss" Nico Rosberg conseguindo desarmadilhar a bomba chamada pneus Pirelli é absolutamente impagável.

Youtube Pikes Peak: O video do recorde de Löeb em Pikes Peak


E como seria de esperar, Sebastien Löeb mostrou que tinha uma máquina imbatível no Pikes Peak deste ano. Esta tarde - manhã em paragens americanas - o piloto francês pegou no seu Peugeot 208 Ti16 e mostrou que aquilo que tinha feito nos treinos era tudo real. E hoje, as coisas foram ainda melhor: o piloto francês pulverizou o recorde da subida à montanha, com o tempo de oito minutos, 13 segundos e 878 centésimos.

Impressionante, hein? Eis o video da sua subida recorde. O chato é que foi muito mal captado e mal feito pela Red Bull, que transmitiu isto em direto... parece que recuei 40 anos no tempo.

Formula 1 2013 - Ronda 8, Grã-Bretanha (Corrida)

Três semanas depois do Canadá, máquinas e pilotos atravessavam o Atlântico para correr o GP da Grã-Bretanha, num dos circuitos que fazem parte da História, que é Silverstone. Um circuito totalmente modificado desde os seus primórdios, em nome de uma manutenção no calendário e das exigências cada vez maiores, em nome da segurança. Interessante ver que durante esse tempo, Monza não recebeu assim tantas exigências para que melhore o seu circuito...

Depois de ontem os Mercedes terem monopolizado a primeira linha da grelha na qualificação, na frente dos Red Bull, a grande curiosidade era saber se seria mais do mesmo ou haveria alguma grande modificação, tão dramática que afetasse o campeonato do mundo. Iria acontecer, mas para lá chegarmos, leiam o resto destas linhas.  

A corrida começou com Lewis Hamilton a ser melhor do que Nico Rosberg, instalando-se na liderança. Vettel foi também melhor do que o alemão, relegando-o para o terceiro posto, atrás de Kimi Raikkonen, já que Mark Webber teve um mau arranque, sofrendo um toque de Romain Grosjean e caira para o 15º posto. Com o passar das voltas, o piloto britânico alargou a sua vantagem de modo a querer dominar a corrida, mas as suas intenções terminaram na s´ttima volta, quando o seu pneu traseiro esquerdo rebentou, obrigando-o a ir ás boxes e sair de lá na cauda do pelotão. A sua corrida estava estragada, mas aquilo era apenas o inicio do drama.

É quer na 12ª volta, era a vez de Felipe Massa sofrer um furo, causando um despiste e consequente ida às boxes, causando preocupação naqueles que viam a corrida como um teste de resistência a um bando de pneus que aguentava muito pouco, senão nada.

E com o passar das voltas, as coisas pioravam em relação aos furos. Na volta 15, era a vez do Toro Rosso de Jean-Eric Vergne, que viu explodir (também!) o seu pneu traseiro esquerdo em plena Stowe, na frente das Lotus. Com a quantidade de pneus furados, já se pedia uma intrevenção de qualquer forma, até à interrupção da corrida. E foi o que aconteceu na volta seguinte, com a entrada do Safety Car.

Com os comissários de pista a recolherem apressadamente os pedaços de borracha e a Pirelli a recolher os pedaços maiores para os levar de volta à fábrica, os pilotos esperavam que não existisse mais furos. Mas mesmo assim as coisas andavam mal para certos pilotos. Sebastian Vettel, por exemplo, tinha sido avisado de que um dos seus pneus tinha rachas e teria de fazer as curvas com cuidado.

Após seis voltas de limpeza, a corrida voltou à carga, com Vettel e Rosberg nos lugares da frente, mas nenhum deles ameaçava um com o outro. Atrás, as coisas andavam mais agitadas, ainda por cima com os pilotos a optarem por pneus mais duros e uma maior pressão nos pneus, para fazer com que durem mais tempo e evitar outros furos inesperados.

Parecia que com isso tudo, as coisas iriam ficar calmas. Na frente, Vettel seguia no comando, com Rosberg atrás e os pneus pareciam que iriam aguentar até ao final da corrida. Mas a dez voltas do fim... o piloto alemão pára na frente da meta, com  a caixa de velocidades quebrada e pela segunda vez, o Safety Car entrava na pista. Este ficou por quatro voltas, com Rosberg na frente, e pilotos como Webber, Alonso e Hamilton, com pneus mais frescos, a tentar passar o maior numero de pilotos possivel para conseguir aproveitar melhor o problema que Vettel teve. Em contraste, Raikkonen, com os pneus mais velhos, era segundo e tinha de aguentar o assédio dos outros. 

E assim foi: Rosberg foi para a frente, sem ser incomodado, com Raikkonen a tentar aguentar os outros pilotos, mas foi inevitavelmente ultrapassado por Webber, Alonso e Hamilton. Estes dois últimos pilotos andaram um atrás do outro, mas o inglês, que queria compensar o pneu furado, não conseguiu apanhar o espanhol para chegar ao pódio.

No final, Nico Rosberg conseguiu a sua segunda vitória do ano, aguentando um Mark Webber que fez uma excelente parte final da corrida para conseguir o segundo posto, e Fernando Alonso ficava com o lugar mais baixo do pódio - depois de apanhar um susto quando o pneu traseiro esquerdo de Sergio Perez explodiu na sua frente na Hangar Straight - sendo o melhor beneficiado na luta pelo titulo, subindo para o segundo posto. Hamilton foi o quarto, seguindo por Raikkonen, Massa, Sutil, Ricciardo, Di Resta (que conseguiu pontuar partindo de último!) e Hulkenberg.

Agora teremos Formula 1 na semana que vêm, na Alemanha. Mas esta tarde mostrou-se que haverá questões por responder em algumas fábricas, principalmente numa em particular em Itália... e claro, muitas equipas zangadas.

Noticias: Piloto italiano morre em Paul Ricard

Definitivamente, a bruxa anda solta no automobilismo. Oito dias depois de Allan Simonsen, em Le Mans, um acidente esta manhã durante o Lamborghini Super Trofeo, uma corrida de apoio à Blaincplain Endurance Series, no circuito de Paul Ricard, uma carambola envolvendo quatro pilotos resultou na morte de um deles, o italiano Andrea Mamé. Aparentemente, o seu carro embateu com uma enorme violência nas barreiras de proteção da pista francesa, destruindo o seu carro. Outros quatro pilotos ficaram também feridos no acidente.

A organização lançou um comunicado oficial, explicando o acidente e os pilotos envolvidos, e explicou que os Lamborghinis que iriam correr na prova principal decidiram retirar-se de cena, em memória do piloto falecido esta manhã:

"É com enorme tristeza que a Blancpain e a SRO Motorsports Group confirmam a trágica morte de Andrea Mamé, quando o seu Lamborghini numero 11 se envolveu numa colisão multipla no inicio da corrida da Lamborghini Blancpain Super Trofeo, esta manhã. Apesar dos melhores esforços para o socorrer, as suas lesões revelaram-se fatais. Os seus parentes já foram informados do acontecimento." 

"Devido a isso, os Lamborghinis numeros 24 e 125, conduzidos respectivamente por Marc A. Hayek, Peter Kox, Albert von Thurn und Taxis, Stefan Rosina e Jos Menten decidiram que não irão participar na corrida desta tarde.

As aventuras de Löeb no Pikes Peak, ao vivo!

Mas a Blaincplan Endurance Series não é a única competição que poderemos ver ao vivo neste blog. Hoje poderemos ver, nos nossos computadores, os feitos de Sebastien Löeb e companhia no Pikes Peak, a famosa subida de montanha no estado americano do Colorado. 

Pelas 14:45 horas, hora de Lisboa - provavelmente ao mesmo tempo que termina a Formula 1 em Silverstone - máquinas e pilotos das várias categorias subirão a montanha, e o grande momento acontecerá a partir das 16:30, horas de Lisboa, quando for a vez de Löeb tentar pulverizar o anterior recorde da subida, 25 anos depois de Ari Vatanen ter feito o mesmo, num modelo 405 Ti16.

O link para o ver na Red Bull TV é este, mas vou ver se arranjo outro para se ver por aqui, ao vivo.

Blaincplan Endurance Series em Paul Ricard - ao vivo!


Live streaming by Ustream
Hoje pode ser dia de Grande Prémio de Formula 1 em Silverstone, mas há mais coisas para vermos em termos de automobilismo. A primeira chamada de atenção, cortesia do Rodrigo Mattar, é a ronda de Paul Ricard da Blaincpain Endurance Series, uma categoria de carros GT onde as grelhas estão mais cheias de carros que até enjoa!

Enfim, a partir das 14 horas, hora de Lisboa, (10 horas no Rio de Janeiro, por exemplo...) começa por aqui a corrida, caso achem a Formula 1 aborrecida...