Como já falei no post anterior, uma das vezes em que o Safety Car entrou na pista na corrida desta tarde na GP2, foi devido a um acidente muito feio que o piloto italiano Davide Valsecchi teve na curva anterior ao Bus Stop.sábado, 6 de setembro de 2008
O acidente de Valsecchi
Como já falei no post anterior, uma das vezes em que o Safety Car entrou na pista na corrida desta tarde na GP2, foi devido a um acidente muito feio que o piloto italiano Davide Valsecchi teve na curva anterior ao Bus Stop.GP2 - Belgica (Corrida 1)
Emoção não faltou, numa corrida em que a chuva deu de si. Contudo, no final, Romain Grosjean ganhou, e deu um impulso muito importante para a luta pelo título da GP2, pois os seus rivais Giorgio Pantano e Bruno Senna, tiveram problemas e não marcaram um unico ponto. Mas nem tudo foi mau por estes lados, pois o português Alvaro Parente subiu de novo ao pódio, desta vez na segunda posição.
A corrida começou com o Safety Car em pista, devido ao asfalto molhado, mas à medida que este secou, a corrida foi lançada, com Senna na frente Seguido por Parente e Grosjean. Depois do habitual reabastecimento, as posições mantiveram-se, com o piloto francês a pressionar o piloto da Super Nova, no sentido de ficar com a segunda posição, e assim aproximar-se do brasileiro, para se manter na luta pelo título da GP2.
Contudo, os comissários de pista chamaram Senna para cumprir uma passagem nas boxes, devido a uma manobra perigosa à saída do pit-lane, no gancho de La Source, e assim, Alvaro Parente ficou com a liderança, mas Grosjean manteve-se por perto.
A pressão continuou até a cinco voltas do fim, quando Parente cometeu um erro na Chicane Bus Stop, fazendo com que o francês se aproveitasse e assumisse o comando, após a travagem para a La Source. Mais tarde, tentou a mesma manobra na travagem para a Les Combes, mas o francês defendeu-se e ficou definitivamente com a liderança.
A corrida teve ainda mais duas situações de bandeiras amarelas. A primeira, devido ao violento acidente do italiano Davide Valsecchi, e a segunda, por causa do despiste do brasileiro Alberto Valério, que deixou o carro numa posição perigosa. No final, depois de Grosjean e Parente, o austro-árabe Andreas Zuber ficou no último lugar do pódio.
No campeonato, Pantano continua na frente de Senna (71 contra 62), mas o grande beneficiado é Romain Grosjean, que sobe para o terceiro posto, com 52 pontos, um a mais que o brasileiro Lucas di Grassi. Alvaro Parente é o oitavo, com 34 pontos, e em igualdade com o russo Vitaly Peterov. Amanhã de manhã é dia da segunda corrida, com o inglês Mike Conway na pole, e Parente a largar de sétimo.
Formula 1 - Ronda 13, Spa-Francochamps (Qualificação)
Sob um tempo nublado, mas sem chuva, o circuito de Spa-Francochamps mostrou-nos o duelo entre Lewis Hamilton e Felipe Massa, cuja emoção existiu até ao fim, lutando palmo a palmo pelo primeiro lugar da grelha de partida. Primeiro o brasileiro da Ferrari, que deu o seu melhor para conseguir resolver a situação a seu favor, mas Hamilton respondia sempre, e na última chance que o inglês teve para fazer o melhor tempo, aproveitou-o, batendo Massa por 310 centésimos (1.47,338 do inglês contra 1.47,648 do brasileiro)
No final da qualificação, o inglês comemorava a sua pole-position numero onze, enquanto que Massa ainda procurava dentro de si mesmo uma explicação convincente de como é que depois de fazer uma volta tão boa, não tinha conseguido o primeiro lugar da grelha.
Na terceira fila, o alemão Nick Heidfeld cionseguiu pela primeira vez em muito tempo um bom resultado, e superiorzar-se ao seu companheiro Robert Kubica (que não conseguiu mais do que o oitavo posto), enquanto que o sexto posto pertence a Fernando Alonso, no seu Renault. Mark Webber foi o melhor dos Red Bull, na sétima posição, enquanto que depois de Kubica, os Toro Rosso de Sebastien Vettel e Sebastian Bourdais fecharam o "top ten".Stavelot tem um novo nome
Spa-Francochamps é um circuito lendário, e cada uma das suas curvas tem o seu quê de mistico, pelo menos nos fãs. Este fim de semana, uma das curvas de spa mudou de nome, mas por uma boa razão: homenagear um dos filhos da terra.sexta-feira, 5 de setembro de 2008
GP2 - Belgica (Qualificação)
Corrida debaixo de chuva, a qualificação para a primeira corrida da GP2 no circuito belga de Spa-Francochamps foi boa para a iSport, para Bruno Senna e para Alvaro Parente. O brasileiro fez a "pole-position", mas o melhor tempo dos treinos não foi para o brasileiro, mas sim para o indiano Karun Chandook. Mas como ele tinha uma penalização para cumprir, devido a um incidente na corrida anterior, em Valencia, caiu dez lugares na grelha de partida para amanhã.
Quem beneficiou disso foi Bruno Senna, que vai ter a seu lado... Alvaro Parente! O piloto português da Super Nova conseguiu um equilibrio perfeito no seu carro para as condições da pista belga, e por duas vezes teve o melhor tempo nos treinos, a última das quais a cinco minutos do final da sessão, quando foi batido por Senna e Chanddok. Na segunda fila da grelha estão o francês Romain Grosjean e o italiano Giorgio Pantano.Formula 1 - Ronda 13, Spa-Francochamps (Treinos Livres)
Corrida sob tempo encoberto e alguma chuva, decorreram durante o dia os treinos livres do GP da Belgica de Formula 1, onde Felipe Massa deu nas vistas, mas Fernando Alonso também...
Fernando Alonso foi quinto, e tornou-se no homem que mais se aproximou dos pilotos das duas equipas de ponta, tendo perdido menos de um segundo para Felipe Massa. Mark Webber garantiu o sexto tempo, tendo no seu encalço os dois pilotos da Toro Rosso, com Sebastien Bourdais em sétimo e Sebastien Vettel em oitavo, em mais uma demostração de boa forma, podendo voltar a ter o top-ten ao seu alcance. A fechar o "top-ten" fiaram o Toyota de Timo Glock e o segundo Renault de Nelson Piquet Jr.
Na sessaão da tarde, as coisas alteraram-se um pouco, com Fernando Alonso a surpreender e a ficar no topo da tabela de tempos, batendo Felipe Massa por menos de um décimo de segundo (1.48,454 do espanhol contra 1.48,504 do brasileiro) Numa sessão marcada pela chuva, que dividiu a sessão em duas partes, pois durante a meia-hora em que a pista se apresentou molhada, apenas Sebastien Bourdais se aventurou numa volta exploratória, que o enviou de imediato para as boxes.
Quando o asfalto começou a secar, diversos pilotos saíram das boxes, tendo Kimi Raikkonen sido o primeiro a ser apanhado pela armadilhas de Spa-Francorchamps. O finlandês pisou um corrector durante uma travagem, efectuando de imediato um pião que o enviou para barreira de pneus, partindo a asa traseira do seu Ferrari. Ficou-se pelo quinto posto.O piloto do dia - Taki Inoue
Nem sempre falo dos grandes campeões. Os grandes fracassos tem também direito a ter ao seu espaço neste blog, e muitos deles vieram do país do Sol Nascente, o Japão. Um desses "fracassos" ficou mais conhecido, durante o seu ano completo na Formula 1, pelos acidentes insólitos do que as suas pobres performances em pista. Hoje é dia de falar de Taki Inoue, quando comemora o seu 45º aniversário natalicio.
Em 1989, voltou para o Japão, para pilotar na Formula 3000 do seu país, sem conseguir qualquer resultado relevante nas cinco temporadas seguintes. Mas em 1994, transfere-se para a Europa, para correr na categoria continental, ao serviço da equipa Super Nova, ao lado do italiano Vicenzo Sospiri. Se ele conseguia resultados de relevo, lutando pelo título da categoria, Inoue nunca conseguiu qualquer ponto, e a sua lentidão era lendária. Tão lendária que foi por causa disso que evitou uma carambola na partida na ronda de Enna-Pergusa...
No final do ano, teve finalmente a sua hipótese de correr na categoria máxima, graças ao dinheiro que tinha no bolso, e aproveitou as dificuldades que muitas das equipas do fundo do pelotão tinham para conseguir levar o campeonato até ao fim. Equipas como a Larrousse, Simtek ou Pacific, para não falar da lendária Lotus, precisavam de dinheiro como de pão para a boca, para pagar as despesas. Inoue fez um teste pela Simtek, com o seu companheiro Sospiri, mas no final, os ienes falaram mais alto, e ele foi correr em Suzuka.
E todos pensavam que não iriam mais ouvir dele. Mas no inicio de 1995, a Formula 1 ficou surpreendida quando se soube que a Footwork-Arrows tinha assinado um acordo de 4,5 milhões de euros para o ter ao lado de Gianni Morbidelli na sua equipa. E continuava a ser assustadoramente lento. Só para terem uma ideia: na ronda argentina, ele chegou a fazer um tempo dez segundos mais lento do que Morbidelli!
Depois de mais umas prestações pobres, incluindo um acidente na primeira volta do GP de França, com... o Tyrrell de Ukyo Katayama, o circo chega à Hungria, onde Inoue consegue ser mais rápido que o novo piloto da equipa, o italiano Max Papis. Quem diria... na corrida, Inoue desiste com um principio de incêndio, e quando chega o socorro, pega num dos extintores que um dos comissários tinha na mão, para o apagar. Mas não tinha visto a aproximação de um carro de socorro, que o atropela! Apesar do embate, não houve consequências de maior.
Nessa altura, a revista inglesa Autosport resumiu a sua performance da seguinte maneira: "Aceitou suas limitações numa boa, embora conseguisse um tempo razoavelmente respeitável nos circuitos que conhecia." Uma critica simpática para um piloto do fundo do pelotão...
A sua presença marcou a Formula 1, como símbolo de lentidão exasperada. Certo dia, ainda em 1995, quando Johnny Herbert tinha feito um teste na Benetton, onde fora dois segundos mais lento do que o seu companheiro Michael Schumacher, declarou: "Sinto-me como se fosse o Taki Inoue ou algo assim...". O seu patrão na Arrows, apesar de elogiar a sua evolução, não deixou de dizer a sua justiça: "A sua performance não saia do seu lugar."quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Conheçam a Formula Zero
Quem me falou primeiro sobre isto foi o Nuno Lorvão (a.k.a. Juxpot), que me mandou o endereço. Depois sugeri ao meu afilhado de 13 anos que escrevesse sobre isso, porque na altura não tinha muito tempo para isso, mas agora é a minha vez.
Os alunos da Facultade de Ciencias e Tecnologia da Universidade de Delft, na Holanda, estão a desenvolver um kart movido a hidrogénio, no sentido de provar que este tipo de tecnologia é bem viavel. O Formula Zero é um projecto que existe desde 2003, que consiste em produzir um kart que emita zero emissões para a atmosfera. Desde 2005, altura em que construiram o Mark 2, o modelo de kart, que usa ultra-capacitadores para armazenar a energia, este tem andado em experiências, e uma delas foi o establecer um "record" da maior distância em 1/8 de milha, establecido em 11, 869 segundos.
E desde o dia 22 de Agosto que há o primeiro campeonato do Mundo de karting movido a hidrogénio. Constituida por seis equipas (duas americanas, uma inglesa, uma belga, uma holandesa e uma espanhola) primeira prova foi em Roterdão, e foi ganha pelos espanhois da EUPLATech, da Universidade de Zaragoza. No próximo ano haverá nova competição, cujas inscrições estão abertas a equipas vindas de qualquer faculdade de engenharia. E aqui assistimos a um passo de gigante em termos de tecnologia automóvel...Opinião: As novas categorias do Automobilismo
Apesar de escrever muito, raramente coloco aqui colunas ou artigos de opinião, porque nem sempre há a oportunidade de o fazer, e também muito daquilo que escrevo tem já o meu cunho pessoal.
"No intervalo entre duas corridas do WTCC, espreitava noutro canal do meu burgo a corrida a novíssima Superleague Formula, que decorrida no circuito de Donnington Park debaixo de imensa chuva, e com o Safety Car a rolar atrás deles durante a maior parte do meu tempo de antena. Não é propriamente um início auspicioso, mas esta competição tinha uma particularidade, pelo menos no meu país: uma televisão de sinal aberto estava a transmitir uma corrida de automobilismo em directo, algo que não acontece há mais de dois anos!O resultado é demais conhecido de todos vocês, mas comecei a pensar nesta nova tendência: o aparecimento das várias competições de automobilismo, paralelas à Formula 1. Uma realidade nova, com pouco mais de meia dúzia de anos, sustentada maioritariamente pela televisão.
Quando se viu que a fórmula mágica de Bernie Ecclestone para tornar a Formula 1 num dos desportos mais ricos e mais vistos do mundo tinha resultado, muitos foram aqueles que quiseram imitá-lo. E viam que o terreno estava fértil para isso, pois no inicio desta década, todas as competições organizadas pela FIA, fora do enquadramento da Formula 1, como o Mundial de Sport-Protótipos, ou de Turismos, tinham desaparecido. A notável excepção era o Mundial de Ralis, mas isto tinha a mais ver com o facto de ser disputada em estradas e não em circuitos. E se quisessem competir noutra categoria, teriam que atravessar o Atlântico para fazê-lo, na então CART, ou na IRL…Contudo, desde então que surgiram várias competições paralelas, que tentam atrair pilotos que se perdem ao longo do percurso nas categorias de base, ou então pilotos recém-retirados da Formula 1. Sendo a categoria máxima um desporto verdadeiramente de elite (este ano só há vinte vagas), as outras categorias passaram a ser excelentes alternativas para pilotos e marcas. Mas teria que ter duascondições: garantias de transmissão televisiva, e não ser organizada pela FIA.
O primeiro dos casos é a Le Mans Séries. Organizada pela Automobile Club de L’Ouest (ACO) que para além de organizar as 24 Horas de Le Mans, detêm os direitos ao nome, começou a organizar desde 2002 dois campeonatos paralelos, um europeu e um americano, com protótipos e regulamentos iguais, no sentido de reavivar as corridas de Resistência, tão populares nas décadas de 50 até ao inicio da de 90, tentando trazer para si as marcas míticas do passado. Com o tempo, marcas como a Audi, a Peugeot e a Porsche, começaram a aparecer no pelotão, e provas como as 12 Horas de Sebring ou as próprias 24 Horas de Le Mans, voltaram a conhecer as glórias do passado. E outras provas mais pequenas, como os 1000 km de Monza ou de Spa-Francochamps, ganharam nova vida.
O segundo exemplo é mais novo, pois surgiu somente em 2005. Trata-se da A1GP, uma espécie de “Campeonato do Mundo de Automobilismo”, onde vários pilotos competem sob as suas bandeiras. Uma ideia do sheik árabe Makhtoum al Makhtoum, da mesma família real que está a erguer do zero uma nova cidade, o Dubai, e que teve como parceiro um notável homem de negócios sul-africano de origem portuguesa, António “Tony” Teixeira. De uma certa forma, é como regressar ao inicio do século XX, ao espirito da Taça Gordon Bennett, onde países como a Grã-Bretanha, Itália, Alemanha e França, construíam as suas máquinas, e disputavam entre si quem eram os melhores. Só que hoje em dia, têm todas máquinas iguais, onde os pilotos não competem sob uma base fixa (podem colocar os pilotos que quiserem durante o campeonato), e o que interessa é competir e ganhar pelo orgulho das nações em disputa. E não se admirem se virem o carro francês ao lado do carro da Malásia, ou o carro brasileiro ao lado do carro vindo do Paquistão, por exemplo…
No mesmo ano, um terceiro conceito de fórmula é o GP Masters, uma categoria que trazia os pilotos do passado, no sentido de competir uns contra os outros, fazendo reavivar nos saudosistas as lembranças das corridas da sua infância. O princípio é o mesmo da A1GP: uma categoria monomarca, uma Sprint Race e uma Feature Race, grelhas invertidas, e os nomes do passado, como Nigel Mansell, Emerson Fittipaldi, Riccardo Patrese ou Andrea de Cesaris, de volta, para recordar as disputas do passado.Outro conceito importante é o calendário. Se o Le Mans Séries faz “concorrência” à Formula 1, mas tem poucas provas no calendário, as outras categorias decidiram apostar naquilo que se chama de “defeso”, ou seja, eles correm durante o Inverno europeu. Vão para o Médio Oriente e Ásia, um mercado em absoluta expansão, com corridas na China, Malásia, Bahrein e de futuro, na Índia. São mercados onde estão quase metade da população mundial (China e Índia juntos dão quase 2,5 mil milhões de pessoas), logo, um potencial de lucro quase infindável.
Tirando o caso da Le Mans Séries, todas elas (e esta nova Superleague Formula) são categorias monomarca, onde têm máquinas, motores e pneus iguais, e a única diferença é a maneira como os pilotos e mecânicos saibam afinar esses carros no fim de semana das corridas. E muitas vezes, para animar o público (e os espectadores), temos jornadas de duas corridas, com equilíbrios artificiais. O melhor caso é aquele que é seguido pela GP2: os oito primeiros da primeira corrida, têm a grelha invertida na segunda, para dar maior emoção e luta…
Mas como disse certo dia Lord Stanley, o mítico patrão da BRM, no inicio dos anos 70 “Para ganhar algum dinheiro no automobilismo, é preciso gastar muito mais”, os organizadores destas categorias, principalmente as monomarca, passaram por maus bocados. A GP Masters terminou em 2007, depois de ver canceladas as provas desse ano e disputas entre o organizador e o fornecedor de chassis e motores. Em princípio, poderá voltar em 2009, agora sobre o nome de Formula Masters, mas nada é garantido. A A1GP teve prejuízos de 200 milhões de dólares só no primeiro ano, e atraiu pouca ou nenhuma publicidade. O Sheik Makhtoum, que dava a cara pelo projecto, saiu em 2006, e desde então é Tony Teixeira que segura o barco. Os bons resultados dos anos seguintes, para além do acordo de fornecimento à Ferrari, indicavam que o projecto estava a caminhar em passos sólidos, mas o adiamento da jornada inicial deste ano em duas semanas, em conjunto com rumores de que apenas 16 das 25 equipas tinham confirmado a sua participação, colocou algumas nuvens negras sobre a categoria.Com isto tudo, será que a Superleague Formula será bem sucedida, só porque aliou automobilismo ao futebol? Isso, só o futuro responderá. E a história tem largos exemplos de grandes sucessos e espectaculares fracassos…"
IRL: Franchitti de volta à competição em 2009
O piloto escocês Dario Franchitti, campeão da IRL em 2007 e vencedor das 500 Milhas de indianápolis no mesmo ano, vai voltar à competição em 2009, ao assinar esta terça-feira um contrato com a Chip Ganassi, em substituição do inglês Dan Wheldon."Vai ser muito excitante ver Franchitti guiar um dos nossos carros", disse o patrão em declarações à revista britânica Autosport. "Sempre admirei o seu espirito competitivo quando corria contra nós, e espero que ele use isso ao nosso serviço", concluiu.
O piloto escocês afirmou também que está entusiasmado com a ideia de voltar à IRL: "Estou ansioso por estar atrás do volante e de ajudar Chip Ganassi e Scott Dixon a vencer corridas. Chip dá nos tudo o que necessitamos para vencer", explicou.Franchitti, de 36 anos e casado com a actriz Ashley Judd, continuará com o seus compromissos com a sua equipa da NASCAR até ao final do ano, mas não se coloca de lado a sua participação na corrida extra-campeonato de Surfers Paradise, na Austrália.
Rumor do dia: Portimão pode acolher final da GP2 e GP3 em 2009
A Autosport britânica fala na sua edição de hoje que o Autódromo de Portimão, que terá a sua primeira prova dentro de dois meses, poderá acolher a prova final da GP2 e da GP3 (ex-Formula Master) em 2009, depois dos GT espanhois, da A1GP e provavelmente do WTCC, em 2010.
Caso aconteça, isso significa que o novo autódromo português, um projecto de mais de 200 milhões de euros, com capitais exclusivamente privados, já é um sucesso ainda antes da sua inauguração, pois já tem a sua agenda preenchida para 2009. E ainda se fala na hipótese de receber uma prova da Le Mans Series, ou no ano que vêm, ou em 2010.As expectativas de Alvaro Parente
Com o fim de semana da Formula 1 a proximar-se, também é a altura da GP2 correr neste fim de semana. Com quatro provas para terminar a temporada, e com Giorgio Pantano muito perto do título (mas Bruno Senna ainda têm hipóteses...), Alvaro Parente espera reverter a sua maré de azar que o tem perseguido este fim de semana.
Esta primeira época de Álvaro Parente permitiu-lhe igualar desde já o ano de estreia de Senna, com uma vitória em Barcelona e mais três pódios, tendo nestas ultimas quatro corridas, hipótese para melhorar essa marca. A qualificação acontecerá amanhã à tarde e a primeira corrida da jornada dupla será no Sábado.quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Bolides Memoráveis: Ligier JS 39 (1993-94)
O carro do qual vou falar hoje simboliza o regresso à competitividade de uma das escuderias mais impoortantes das décadas de 70 e 80, a Ligier. Competitiva até 1986, altura em que Guy Ligier, o seu fundador, tinha apoios das entidades públicas francesas e dos motores Renault (Ligier era amigo pessoal de Francois Mitterand, o então presidente francês), quando passou para os motores Megatron, em 1987, essa competividade desapareceu, até 1993, altura em que voltaram a ter motores Renault V10, na altura os melhores do pelotão.
Em 1993, Guy Ligier apostara numa dupla totalmente britanica, algo inabitual. Era constituida por Martin Brundle e Mark Blundell, que tinham trabalhado juntos duas épocas antes, na Brabham. Uma dupla experiente, esperava-se que conseguissem deles bons resultados, e frequentes qualificações nos dez primeiros. Na estreia do chassis, na Africa do Sul, Tiveram sorte, pois Mark Blundell conseguiu levar o seu carro ao terceiro lugar, o primeiro pódio que a equipa alcançava desde o segundo lugar de Jacques Laffite, no GP de Detroit de 1986.
Outros dois pódios foram alcançados por Martin Brundle, em San Marino (um terceiro lugar) e de novo por Mark Blundell, na Alemanha (3º lugar), mas pouco tempo antes, em França, ambos os carros conseguiram ficar nos treinos na segunda linha da grelha de partida. Nessa corrida, Brundle levara o carro para a quinta posição final. No final desse ano, A Ligier alcançava 23 pontos e o quinto lugar no campeonato dos construtores, a sua melhor posição em oito temporadas. Nas corridas do Japão e da australia, Brundle usou o carro com um desenho diferente, feito pelo italaino Hugo Pratt, autor de banda desenhada e criador de Corto Maltese.
No ano seguinte, havia nova dupla, toda francesa: Eric Bernard, ex-Larrousse, iria alinhar ao lado do estreante (e campeão da formula 3000 europeia) Olivier Panis. O chassis sofreu algumas modificações, e pelo qual recebeu a designação "B", mas no essencial era um JS39 evoluido. A temporada não correu tão bom como se esperava, mas mesmo assim, Panis e Bernard aproveitaram os erros dos outros para brilharem, nomeadamente quando subiram ao pódio no GP da Alemanha.
Esta mudança total na equipa reflectiu-se nos pilotos. Bernard saiu da equipa depois do GP de Portugal, tendo sido substituido por Johnny Herbert em Espanha, e por Frank Lagorce nas corridas do Japão e da Australia. Mas no final do ano, a Ligier conseguiu 13 pontos, e o sexto lugar no campeonato de construtores. No inicio de 1995, a Ligier tinha motores Mugen-Honda e um novo chassis, o JS45 desenhado por Frank Dernie, que não era mais do que a cópia do Benetton B194...Projectistas: Gerard Ducarouge, Loic Bigois, Paul Crooks.
Motor: Renault V10 de 3 Litros, 760 cv de potência às 14.900 rotações
Vitórias: 0
Voltas Mais Rápidas:0
Rumor do dia: Coulthard pode abandonar a Formula 1 em Monza
Depois de ontem a Toro Rosso ter confirmado que Sebastien Buemi e Takuma Sato testarão na Toro Rosso, nos dias 16 a 19 deste mês, no circuito espanhol de Jerez de la Frontera, algo que já se falava desde a semana passada, fala-se agora que este teste tem outro objectivo, que é o de substituir David Coulthard a partir de Monza.
Desde ontem que surgiu um rumor de que o piloto escocês iria antecipar a sua reforma, anunciada desde Julho, altura do GP de Inglaterra, fazendo em Monza a sua última prova da sua carreira, sendo logo substituido por Sebastien Vettel, que viria da Toro Rosso. O teste da Toro Rosso serviria para saber quem ficaria com o lugar, daí a entrada de Sato nas contas, pois depois de Monza, as três corridas seguintes seriam no Oriente (Singapura, Japão e China).
Mas outro dado tem que ser incluido nas contas: Sebastien Bourdais tem o seu lugar em jogo, pois o seu contrato ainda não foi renovado para a temporada de 2009, e as suas prestações, neste ano de estreia na Formula 1 tem sido decepcionantes, pois foi constantemente batido pelo jovem piloto alemão. Como Gerhard Berger e Dieter Maeschitz querem que a dupla da Toro Rosso seja uma mistura de juventude com experiência, Takuma Sato bem poderia ser a alternativa ao tetra-campeão da CART...
terça-feira, 2 de setembro de 2008
O piloto do dia - Olivier Panis
Depois de Alain Prost e Jean Alesi, este homem foi o melhor que a França mostrou na década de 90, simbolizando, de uma certa forma, o seu declinio da Formula 1, após ter colocado dezenas de jovens e talentosos pilotos nos anos 70 e 80, culminando com os quatro títulos mundiais de Alain Prost. Ele tem o título um pouco dúbio: o de ser o último piloto francês a ganhar a bordo de uma máquina francesa, num dos Grandes Prémios mais estranhos da história da Formula 1. No dia do seu 42º aniversário, hoje falo de Olivier Panis.
Contudo, esse título garantiu-lhe também um lugar na Formula 1, nesta caso na francesa Ligier, ao lado de outro compatriota, Eric Bernard. De inicio, o seu objectivo era o de acabar as corridas, mas em Hockenheim, a sorte sorriu-lhe, quando conseguiu sobreviver à hecatombe da partida, e acabou a prova com um inesperado segundo posto, à frente do seu experimentado companheiro de equipa Bernard. No final da época, foi 11º classificado, com nove pontos.
No ano seguinte, continuando na Ligier, conseguiu mais chegadas nos pontos, demonstrando ser um piloto bastante regular, e na última prova do ano, na Australia, acabou na segunda posição, a duas voltas do vencedor, e com o motor Mugen-Honda prestes a rebentar! Nesse ano, terminou no oitavo lugar, com 16 pontos.
Seguiu-se mais uma época na Ligier, em 1996, e após ter sido sexto classificado no Brasil, aconteceu algo que entrou nos anais da história da Formula 1 como uma das vitórias mais inesperadas de sempre. No GP do Mónaco, uma prova difícil devido ao facto de ser corrida em cidade, e sob condições difíceis de tempo, apenas quatro dos 22 carros presentes à partida chegaram ao fim. E Olivier Panis conseguiu evitar todos os obstáculos para dar à Ligier a sua primeira vitória em 15 anos, e a sua última da marca, pois nessa altura estava em vias de ser comprada por Alain Prost. No final da temporada, conseguiu o nono lugar da classificação, com 13 pontos.
O acordo foi feito no final de 1996, e a partir da temporada seguinte, a equipa foi rebaptizada de Ecurie Prost, e Panis continuou a sua boa senda, ao conseguir um terceiro lugar no Brasil e um segundo lugar em Barcelona, depois de um falha de motor lhe ter roubado uma possivel vitória em Buenos Aires. Mas em Montreal, quando rolava na sexta posição, Panis sofreu um forte choque contra a barreira de pneus, e fracturou ambas as pernas. O seu belo começo tinha chegado ao fim, pois ele ficaria afastado durante boa parte da temporada. Para substitui-lo, alain Prost foi obrigado a chamar da Minardi um jovem italiano de 22 anos chamado Jarno Trulli.
Contudo, a Prost nas temporadas de 1998 e 99, esteve uma sombra daquilo que prometia, e Panes conseguiu somente dois pontos durante essas duas temporadas. Para piorar as coisas, era frequente o seu companheiro Trulli superiorizar-se a ele. No final desse ano, saiu da Prost, e aceitou um lugar como piloto de testes da McLaren durante a temporada de 2000.
Nesse ano, conseguiu cinco pontos, e em 2002 mais três. Apesar da BAR ser uma boa equipa, no papel, na realidade, não podia aspirar mais do que o meio do pelotão, e ainda por cima era um segundo piloto, pois todas as atenções estavam viradas para o piloto canadiano. Logo, no final de 2002, transferiu-se de armas e bagagens para a Toyota.
A sua vinda para a marca foi essencial para uma equipa que estava na altura a entrar na sua segunda época de aprendizagem na Formula 1, e ao lado do brasileiro Cristiano da Matta, havia esperanças de uma rápida evolução. Nesse ano, conseguiu como melhor resultado um quinto lugar na Alemanha, alcançando ao todo seis pontos. No ano seguinte, com a mesma dupla os resultados não foram os melhores, e cedo Da Matta foi substituido por Jarno Trulli, vindo da Renault. No final da época, com 37 anos e depois de dez temporadas na Formula 1, decidiu que era hora de arrumar o capacete em termos competitivos.
