segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Historieta da Formula 1: o "making of" de Grand Prix

Como sabem, na semana passada, coloquei um post sobre o teste de Phil Hill a testar uma Ferrari em 1975, oito anos após a sua retirada da competição. Entretanto, o piloto americano, o primeiro campeão do Mundo de Formula 1 vindo dos "States" foi desta para melhor, e enquanto via os tributos, reparei num que no filme "Grand Prix", a personagem de Pete Aaron se baseia em Phil Hill. Portanto, a historieta de hoje, da minha autoria, é o "making of" do filme de 1966.


O filme, como sabem, é baseado numa ficcional época de 1966 de Formula 1, onde Pete Aaron era um piloto cuja melhor fase tinha passado, e que corria para a Jordan-BRM. No Mónaco, provoca um acidente com o seu companheiro, Scott Sttodard, que cai à água, mas sobrevive. O patrão despede-o, e ele vai correr para a recém-chegada Yomura, uma equipa japonesa, decidida a ter sucesso na Formula 1. Consegue estar na luta pelo título com Stoddard e o piloto da Ferrari, o francês Jean Pierre Sarti. Este era pressionado por Ferrari para ganhar a todo o custo, mas Sarti já começa a ficar farto do automobilismo, especialmente na parte mais cruel. A decisão é em Monza, numa pista onde combina a oval com a convencional, como acontecera em 1961.


Na corrida, Aaron e Stoddard lutam pela vitória, onde Satri, que teve uma má partida, tenta recuperar o contacto com os da frente. Contudo, uma peça do seu Ferrari se parte, provocando o acidente fatal. Vendo o que acontecera, o Connedatore tira o outro carro, de Nino Barlini da competição, e assim a luta fica reduzida a Aaron e Stoddard, que é decidida a favor do americano, na ultima curva, por menos de um centésimo de segundo.


O filme foi uma corrida para o realizador John Frankenheimer e para a MGM, pois Steve McQueen e outro realizador, John Sturges, estavam a planear outro filme, chamado de "The Day of The Champion", que seria ambientado no circuito alemão de Nurburgring. A equipa tinha feito muitas filmagens nesse circuito, e entregou 27 rolos de fita completos a Sturges e McQueen. Contudo, esse filme foi cancelado pouco depois...


Hill fora consultor técnico no filme, ajudando a equipa de filmagens em muitos aspectos, desde ser ele a conduzir o Cooper de Formula 2, no qual fez todas as cenas de dentro do carro, em lugares como Mónaco, Brands Hatch e Monza, até ajudar Frank Garner, o actor principal, a conseguir um estilo de condução. Hill até tinha um pequeno papel no filme, como Tim Randolph, o companheiro de Aaron na Yomura.


Garner ficou fascinado pela condução que mais tarde se tornou piloto e proprietário de uma equipa.


E Garner era mesmo o unico com talento, pois os outros actores não tinham jeito nenhum! Brian Bedford, que fazia o papel de Scott Stoddard, não sabia conduzir (se repararem no filme, o piloto está completamente tapado, indicando que é um duplo a conduzir), Yves Montand, o francês que era Jean-Pierre Sarti, apanhou um susto no inicio das filmagens e ficou com medo de conduzir a alta velocidade. Antonio Sabato, que era Nino Barlini no filme, era aquilo que nós chamavamos hoje de "chicane móvel"...


O carro que Garner conduziu não era mais do que um McLaren de Formula 2, conduzido por um jovem Chris Amon (Aaron usa o capacete dele). Na altura, a McLaren estava a dar os seus passos iniciais, e muitos na altura não gostaram muito da decisão do neo-zelandês. Mas ele precisava na altura do dinheiro.


O filme estreou nas salas americanas a 21 de Dezembro de 1966. A musica foi composta por Maurice Jarre (o pai de Jean-michel Jarre), e as receitas de bilheteira foram boas, as criticias iniciais não foram muito favoráveis. Contudo, o filme foi nomeado para três Oscares, todos técnicos (Melhores Efeitos Sonoros, Melhor Som, Melhor Edição), e ganhou em todas as categorias. Hoje em dia é um clássico. Para recordarem, eis a abertura inicial do filme...

Sem comentários: