Como sabem, na semana passada, coloquei um post sobre o teste de Phil Hill a testar uma Ferrari em 1975, oito anos após a sua retirada da competição. Entretanto, o piloto americano, o primeiro campeão do Mundo de Formula 1 vindo dos "States" foi desta para melhor, e enquanto via os tributos, reparei num que no filme "Grand Prix", a personagem de Pete Aaron se baseia em Phil Hill. Portanto, a historieta de hoje, da minha autoria, é o "making of" do filme de 1966.O filme, como sabem, é baseado numa ficcional época de 1966 de Formula 1, onde Pete Aaron era um piloto cuja melhor fase tinha passado, e que corria para a Jordan-BRM. No Mónaco, provoca um acidente com o seu companheiro, Scott Sttodard, que cai à água, mas sobrevive. O patrão despede-o, e ele vai correr para a recém-chegada Yomura, uma equipa japonesa, decidida a ter sucesso na Formula 1. Consegue estar na luta pelo título com Stoddard e o piloto da Ferrari, o francês Jean Pierre Sarti. Este era pressionado por Ferrari para ganhar a todo o custo, mas Sarti já começa a ficar farto do automobilismo, especialmente na parte mais cruel. A decisão é em Monza, numa pista onde combina a oval com a convencional, como acontecera em 1961.
Na corrida, Aaron e Stoddard lutam pela vitória, onde Satri, que teve uma má partida, tenta recuperar o contacto com os da frente. Contudo, uma peça do seu Ferrari se parte, provocando o acidente fatal. Vendo o que acontecera, o Connedatore tira o outro carro, de Nino Barlini da competição, e assim a luta fica reduzida a Aaron e Stoddard, que é decidida a favor do americano, na ultima curva, por menos de um centésimo de segundo.
O filme foi uma corrida para o realizador John Frankenheimer e para a MGM, pois Steve McQueen e outro realizador, John Sturges, estavam a planear outro filme, chamado de "The Day of The Champion", que seria ambientado no circuito alemão de Nurburgring. A equipa tinha feito muitas filmagens nesse circuito, e entregou 27 rolos de fita completos a Sturges e McQueen. Contudo, esse filme foi cancelado pouco depois...
Hill fora consultor técnico no filme, ajudando a equipa de filmagens em muitos aspectos, desde ser ele a conduzir o Cooper de Formula 2, no qual fez todas as cenas de dentro do carro, em lugares como Mónaco, Brands Hatch e Monza, até ajudar Frank Garner, o actor principal, a conseguir um estilo de condução. Hill até tinha um pequeno papel no filme, como Tim Randolph, o companheiro de Aaron na Yomura.Garner ficou fascinado pela condução que mais tarde se tornou piloto e proprietário de uma equipa.
E Garner era mesmo o unico com talento, pois os outros actores não tinham jeito nenhum! Brian Bedford, que fazia o papel de Scott Stoddard, não sabia conduzir (se repararem no filme, o piloto está completamente tapado, indicando que é um duplo a conduzir), Yves Montand, o francês que era Jean-Pierre Sarti, apanhou um susto no inicio das filmagens e ficou com medo de conduzir a alta velocidade. Antonio Sabato, que era Nino Barlini no filme, era aquilo que nós chamavamos hoje de "chicane móvel"...O carro que Garner conduziu não era mais do que um McLaren de Formula 2, conduzido por um jovem Chris Amon (Aaron usa o capacete dele). Na altura, a McLaren estava a dar os seus passos iniciais, e muitos na altura não gostaram muito da decisão do neo-zelandês. Mas ele precisava na altura do dinheiro.
O filme estreou nas salas americanas a 21 de Dezembro de 1966. A musica foi composta por Maurice Jarre (o pai de Jean-michel Jarre), e as receitas de bilheteira foram boas, as criticias iniciais não foram muito favoráveis. Contudo, o filme foi nomeado para três Oscares, todos técnicos (Melhores Efeitos Sonoros, Melhor Som, Melhor Edição), e ganhou em todas as categorias. Hoje em dia é um clássico. Para recordarem, eis a abertura inicial do filme...
Sem comentários:
Enviar um comentário