sábado, 18 de julho de 2020

Formula 1 2020 - Ronda 3, Hungria (Qualificação)

Da Áustria à Hungria é um pulo. As restrições até são maiores na Hungria - houve recentemente um aumento de casos - mas isso não impede que a Formula 1 continue o seu espectáculo. Em circos vazios, sem dúvida, mas o que interessa que isso não é tudo. Há milhões de fãs em casa que não podem ir aos circuitos nestes tempos, mas querem os ver correr, até é bom para a saúde mental.

O tempo não se afigurava bom neste final de semana. A chuva poderia aparecer a qualquer momento neste sábado, a se fosse como na semana passada, iria ser algo confuso, uma espécie de "baralhar para dar", apesar da Mercedes nunca deixar de ser a favorita. Mas quando o semáforo ficou verde, a chuva não caia e todos sairam para a pista com as misturas indicadas para a sessão: muitos moles, alguns médios.

No final, entre os que ficaram de fora foram os Alfa Romeo de Antonio Giovinazzi e Kimi Raikkonen, os Haas de Kevin Magnussen e Romain Grosjean e o Alpha Tauri de Daniil Kvyat. Tirando o russo, todos os outros têm motores Ferrari.

E... quem diria! Duas Williams na Q2? Há ano e meio que não viamos nada disso!

Pouco depois, começou a Q2. Com o tempo a ameaçar, mas sem chuva, os Mercedes começaram a colocar tempos, com Sebastian Vettel logo atrás, com pneus moles, todos na frente de Max Verstappen. Em contraste, Charles Leclerc era apenas 11º e tinha de marcar um tempo para seguir à Q3, onde a última vaga pertencia a Daniel Ricciardo.

A parte final da Q2 foi competitiva, como seria de esperar. Todos estavam de macios, excepto os Racing Point, e se os Mercedes não melhoraram, Lando Norris dava um ar da sua graça ao ser terceiro provisório, na frente de Vettel e Verstappen. Os Racing Point entraram no "top ten". Charles Leclerc teve uma boa volta e ficou com o terceiro lugar, colocando fora o australiano da Renault, que fazia companhia ao seu companheiro de equipa, Esteban Ocon, aos dois Williams e o Red Bull de Alex Albon.

Na Q3, a parte final da qualificação, as hostilidades começaram com Hamilton a fazer 1.13,613, recorde da pista. Bottas era 3 décimos mais lento, seguido por Lance Stroll e Max Verstappen. Pierre Gasly tinha problemas de motor no seu Alpha Tauri e não iria participar. E pouco depois, o holandês da Red Bull também tinha o mesmo tipo de problemas, e não conseguia melhorar os seus tempos. Pouco depois, Sebastian Vettel fez o quarto melhor tempo, pasando Verstappen.

E com alguns pingos de chuva, os pilotos começaram a marcar tempos o mais rapidamente possivel, para não ser apanhado pelas condições. Sergio Perez, que tinha visto anulado o seu tempo porque tinha saído dos limites na curva 4, conseguiu o quarto melhor tempo, na frente dos Ferrari de Vettel e Leclerc. E nos momentos finais, Hamilton faz 1.13,447, um décimo melhor que Valterri Bottas. E os dois carros eram quase um segundo mais rápidos que a concorrência. 

No final, pole numero 90 para o britânico - ele vai ficar com os recordes todos! - e tudo indica que Lance Stroll conseguiu dar o seu melhor e ficar numa posição que o pode colocar no pódio... dependendo do ritmo de corrida. Vettel era quinto, na frente de Leclerc e Verstappen, melhor um pouco, mas no campo geral, não é aquilo que os tiffosi desejam. E a volta foi perfeita: se na semana passada, Hamilton acelerou na chuva, hoje, o carro estava tão perfeito que ele dizia que fazia as curvas como se estivesse num trilho. Acho que o título está entregue, vamos a ver quem será "o melhor do resto".

Amanhã haverá mais, provavelmente em piso seco. 

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Formula E: ePrix do Mónaco será no mesmo traçado da Formula 1

A Formula E voltará ao Mónaco em 2021, e pela primeira vez, irá usar todo o traçado, o mesmo da Formula 1. Alejandro Agag, numa conferência de imprensa virtual nesta sexta-feira, confirmou a noticia. "Posso confirmar que correremos em todo o circuito do Grande Prêmio de Mónaco. Acho que este é outro exemplo claro da progressão da Fórmula E. Estou realmente ansioso por isso", afirmou.

A noticia causou reações felizes na sede da Venturi, situada no Mónaco. Susie Wolff, a sua diretora, afirma que esta decisão é um sinal no bom caminho no caso da electrificação.

"É um dos circuitos de rua mais emblemáticos do automobilismo e, como uma série quase totalmente composta de corridas de rua, acho ótimo que a Fórmula E possa agora correr por todo o percurso. É também um sinal de quão longe a Fórmula E chegou em termos de progresso tecnológico e o perfil da série ", começou por dizer a mulher de Toto Wolff.

"Como nossa prova caseira, tudo o que agrega emoção e prazer ao Monaco ePrix é obviamente fantástico para nós. É uma corrida que significa muito para a equipe e que nossos parceiros realmente esperam. E com nossa sede recentemente reformada, a corrida de 2021 será ainda mais especial para nós.

O ePrix do Mónaco acontecerá a 8 de maio de 2021.

Formula 1: Confirmados dois casos de CoVid-19 no pelotão

A organização da Formula 1 confirmou esta sexta-feira que detectou dois casos positivos no seu paddock, embora tenha rapidamente dito que esses elementos não estiveram por lá quando a Formula 1 esteve na Áustria, nas duas primeiras rondas do campeonato. Já foram isolados e todos os que estiveram com esses elementos já foram contactados.

No comunicado oficial, a competição afirma que foram feitos mais de cinco mil testes e estes foram os primeiros a dar positivo. Desconhece-se se têm sintomas ou não.

A FIA e a Fórmula 1 confirmam que entre sexta-feira 10 de julho e quinta-feira 16 de julho, foram realizados 4.997 testes para a Covid-19 a pilotos, equipas e pessoal. Destes, duas pessoas tiveram testes positivos. Os indivíduos não estiveram presentes na Áustria, tendo as pessoas afetadas sido retiradas das operações e isoladas. Foi feito o rastreio de contactos e isolados. A FIA e a Fórmula 1 estão a fornecer esta informação agregada para efeitos de integridade e transparência da competição. Nenhum detalhe específico sobre equipas ou indivíduos será fornecido pela FIA ou pela Fórmula 1 e os resultados serão tornados públicos a cada sete dias”, afirmou, no comunicado oficial.

A Formula 1 corre neste final de semana em Budapeste, na Hungria.

Formula E: Hartley sai da Dragon

O neozelandês Brendon Hartley abandonou a Dragon Racing antes da competição correr as seis rondas finais de Berlim, em agosto.  A separação aconteceu no final da semana passada, e com ele, saiu também o seu engenheiro de corrida, Jakob Andreason. A equipa agora vai procurar um substituto para as corridas finais em Berlim, com o sueco Joel Erikson e o brasileiro Sergio Sette Câmara entre os favoritos.

Aos 30 anos, a sua passagem pela Formula E será curta: apenas cinco corridas, com um nono posto na segunda de Ad Diyhran como melhor resultado. 

Hartley foi para a Dragon após a sua passagem pela Formula 1, ao serviço da Toro Rosso, onde alcançou quatro pontos. Antes disso, foi piloto oficial da Porsche, onde venceu as 24 Horas de Le Mans em 2017, e campeão do WEC em 2015 e 2017. Atualmente, está na Toyota Gazoo Racing. 

The End: Ron Tauranac (1925-2020)

Ron Tauranac
, o australiano que ajudou a fundar e a construir a Brabham, bem como mais tarde também ajudou a fundar a Ralt, fabricante de chassis nos anos 80 e 90 na Formula 3 e Formula 3000, morreu esta sexta-feira na sua casa em Gold Coast, no leste da Austrália. Tinha 95 anos e deixa duas filhas.
 
"A família Tauranac anuncia com pesar a perda de Ron Tauranac aos 95 anos.", começa por dizer a familia no comunicado oficial. 

"Ron faleceu em paz durante o sono durante as primeiras horas da manhã de sexta-feira em sua casa na costa do sol em Queensland, na Austrália. Ativo, saudável e independente até o fim, ele sentiu a necessidade de conseguir algo constantemente e sempre teve o próximo objetivo em mente.

"Ele nunca descansou sobre os louros, com sua mente afiada de engenharia sempre envolvida. Quando perguntado recentemente qual era o melhor carro que ele projetou, ele respondeu simplesmente 'o próximo'. Ele levou uma vida extraordinária. Nós dois estamos incrivelmente orgulhosos do que ele alcançou e profundamente entristecidos por sua perda".

Nascido na Grã-Bretanha, a 13 de janeiro de 1925, emigrou em criança para a Austrália com a familia, e cedo mergulhou na mecânica, com o seu irmão Austin. Chegou a correr em subidas de montanha, batizando o seu carro de Ralt - as iniciais de ambos - quando conheceu Jack Brabham, que também participava em subidas de montanha antes de rumar para a Grã-Bretanha e tentar a sua sorte no automobilismo. A amizade entre ambos iria ser para toda a vida, apesar dos feitios diferentes que ambos tinham.

Em 1959, depois de se ter sagrado campeão mundial com a Cooper, Brabham ofereceu um emprego a Tauranac, e dois anos mais tarde, decidiram fazer chassis sob a firma Motor Racing Developments (MRD). O primeiro chassis ficou pronto em 1962, o BT7, e a sua nomenculatura juntava os iniciais de ambas: Brabham e Tauranac. Relutantemente, Brabham deu à MRD o seu apelido depois de Rob Walker ter dito o que essa sigla significava em francês...

Na biografia "The Jack Brabham Story", escrita por Doug Nye, ele fala sobre a relação com Tauranac: "Ele foi a única pessoa com quem eu teria uma parceria. Ele tinha consciência das falhas e era inigualável."

No resto da década, a Brabham conseguiu dois títulos mundiais, o primeiro em 1966 com Jack Brabham, e o segundo no ano seguinte, com o neozelandês Dennis Hulme ao volante. Para além disso, e com o motor Repco, conseguiram dois títulos de Construtores em 1966 e 1967, os únicos conquistados pela equipa. 

Em 1970, aos 44 anos, Brabham largou o volante e vendeu a sua parte para Tauranac, que continuou em 1971 com Graham Hill ao volante e o BT34 "Lagosta". Contudo, a meio do ano, concordou em vender a equipa por 130 mil libras a Bernie Ecclestone. Em 1994, numa entrevista à Motorsport britânica, disse simplesmente que "tinha desistido". Depois de ajudar a desenhar o chassis Trojan de Formula 1, em 1974, decidiu voltar à ação, fundando a Ralt. 

Ao longo dos anos 70 e 80, especialmente na Formula 3 britânica, a Ralt tornou-se vencedora. Primeiro com Larry Perkins, outro australiano, e depois com Nelson Piquet e Derek Warwick, o sucesso continuou por mais de uma década, já com Mika Hakkinen e Rubens Barrichello, em 1990 e 91. Ao mesmo tempo, na Formula 2, com motores Honda, foram tricampeões europeus em 1981, 83 e 84, guiados por pilotos como Geoff Lees, Mike Thackwell, Jonathan Palmer, Kenny Acheson e Roberto Moreno

"A Ralt teve muito mais sucesso do que a Brabham como empresa", disse Tauranac, anos depois. "Mas como não subimos à Formula 1, não recebemos publicidade".

Em 1988, vendeu a sua empresa para a March e ficou como consultor. Regressou à Austrália em 2002, com a morte da sua mulher, mas nunca ficou longe das oficinas e das pranchas. Ativo até ao fim, como sempre gostou. Ars lunga, vita brevis.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Noticias: Kubica volta a andar nos treinos livres de Budapeste

Depois da Styria, a Alfa Romeo anunciou esta quinta-feira que Robert Kubica voltará ao seu carro nos primeiro treinos livres do GP da Hungria. Será a segunda vez que o piloto polaco de 35 anos estará aos comandos do C39.

Guiar um destes carros é sempre uma sensação incrível e, portanto, mal posso esperar por sexta-feira”, começou por dizer. “Emoções à parte, não podemos esquecer o quão crucial é o desenvolvimento do carro, especialmente nesta temporada de 2020 compactada. A equipa precisa de dados e feedback e fornecer o máximo de informações valiosas e é para isso que estou aqui. Tivemos um fim de semana produtivo e meu objetivo é ajudar a equipa a dar mais um passo adiante aqui na Hungria.”, concluiu.

Para Frederick Vasseur, o diretor de equipa,  diz que a experiência e o feedback de Kubica continuam a ser fundamentais no desenvolvimento do bólido nesta temporada atípica, onde já conseguiram dois pontos graças a Antonio Giovinazzi, na primeira das duas corridas na Áustria..

Desenvolver o C39 de maneira rápida e eficaz será um dos principais aspectos da batalha no meio da tabela e Robert é um dos maiores ativos que a equipa tem”, disse Vasseur. “Ele fez um excelente trabalho na Áustria na semana passada e estou feliz por tê-lo no carro mais uma vez. Os dados que ele forneceu aos nossos engenheiros já se mostraram valiosos, mas ainda há muito trabalho a ser feito e ter três ótimos pilotos para receber informações é uma vantagem”, concluiu Vasseur.

Youtube Formula 1 Video: O regresso de Fernando Alonso

Fernando Alonso regressará à Formula 1 em 2021, no ano em que se tornará quarentão. A decisão pode ter sido comemorada em muitos lados, mas temos de ver que este retorno, depois de duas temporadas de ausência poderá causar mais mal que bem. É que poucos vencem depois de um tempo de ausência, e pedir a ele que faça algo do qual nem Michael Schumacher fez, no seu regresso, em 2010, à Mercedes, vai ser complicado.

E é isso que o Josh Revell explica no seu mais recente video.

Noticias: Médicos irão retirar Zanardi do coma

Quase quatro semanas depois do acidente, os médicos italianos disseram hoje que iriam retirar Alex Zanardi do seu estado de coma para ver a extensão dos seus ferimentos. Numa declaração publicada hoje, eles afirmaram que já começaram com os procedimentos e apenas na próxima semana saberão o seu real estado de saúde.

"A redução progressiva da sedo-analgesia foi iniciada", começou por afirmar o hospital no seu comunicado oficial.

Após a redução da sedação, serão necessários alguns dias para novas avaliações do paciente pela equipa multidisciplinar que cuida do atleta, para permitir qualquer continuação de seu caminho terapêutico e de reabilitação. Atualmente, os parâmetros cardio-respiratórios e metabólicos permanecem estáveis. O quadro neurológico permanece sério.", continuou.

Zanardi, que sofreu um grave acidente no passado dia 19 de junho nos arredores de Siena, quando participava com a sua "handbike" no Obiettivo Tricolore, uma estafeta onde os corredores passeavam com cadeiras de rodas e bicicletas adaptadas para chamar á atenção às modalidades paralimpicas. Ele passeava na sua handbike quando perdeu o seu controlo, invadiu a estrada bateu contra um camião. Socorrido de imediato, foi transportado para o hospital, onde foi operado por três vezes, uma quais uma cirurgia de reconstrução maxilo-facial, permanecendo em coma artificial, para poder facilitar alguma aparente recuperação. 

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Um projeto condenado à partida

Com a cabeça definitivamente no cepo, Mattia Binotto admitiu por fim que o SF1000 poderá ter sido construído com "conceitos defeituosos". Numa entrevista à Gazzetta dello Sport, o chefe da Scuderia admite que não vai ser fácil sair desta situação, especialmente quando a colisão do passado domingo entre ambos os piloto destruiu todo o trabalho de desenvolvimento feito pelos engenheiros até então e que estavam a estrear naquela corrida.

Como sair disto não é trivial. Temos de compreender a origem do problema a fim de progredir. Pode ser um problema de conceito que está subjacente ao projeto, por isso o mais importante neste momento é estar aberto e analisar tudo de todos os pontos de vista”, falou.

Outro jornal italiano, o Tuttosport, disse que o problema pode ser mais fundo e fala que a Scuderia perdeu rumo desde a morte de Sergio Marchionne, há quase dois anos. E compara com o carro e o campeonato dessa altura, onde a Ferrari, com Sebastian Vettel, liderava o campeonato após a realização de 10 provas.

Para além disso, Gerhard Berger, ex-piloto na temporada de 1993, numa má altura da marca, numa entrevista ao mesmo jornal, acha que “o problema é muito profundo. Duvido que consigam encontrar uma solução a curto prazo. Eu disse no início que esta estrutura nunca poderá funcionar. Não culpo em nada o Mattia, mas quando se olha para a Red Bull, têm Helmut Marko, Christian Horner, Adrian Newey. O mesmo com a Mercedes [com Toto Wolff, James Allison e Aldo Costa, entre outros]."

Em suma, mais do que uma temporada perdida, de um barco furado desde o inicio, poderá ser um inferno esta temporada para os lados de Maranello. Com um carro que precisa de, pelo menos, um segundo por volta, para valer a pena, todo o esforço para que ele consiga algo só poderá acontecer pelo talento dos pilotos, por alguma sorte e também com algo que funcione. Mas tudo isso é pouco mais do que um milagre, e claro, os tiffosi já não têm paciência para milagres, especialmente quando não comemoram títulos de pilotos desde 2007, e quando observam desde 2014 o domínio da Mercedes. 

Noticias: Acidente deixa ferimentos em piloto


A European Le Mans Series parecia ter um trunfo com a apresentação de uma equipa cem por cento feminina no seu alinhamento. O Oreca LMP2 da Richard Millie tinha como tripla a veterana Katherine Legge, a colombiana Tatiana Calderon e a alemã Sophie Florsch, de 20 anos, e esta tarde, sofreu um acidente grave com a veterana britânica ao volante, enquanto se preparavam para as 4 Horas de Paul Ricard, que vai acontecer neste final de semana.
 
As primeiras informações indicam que Legge, de 40 anos, sofreu fraturas na perna direita e no pulso direito, tendo sido evacuada para Toulon para mais avaliações do seu estado de saúde. Ela estava consciente depois do momento do impacto e afirmou que a causa provável do acidente poderá ter sido uma avaria no acelerador.

terça-feira, 14 de julho de 2020

Formula E: Sam Bird será piloto da Jaguar

Sam Bird
será piloto da Jaguar na próxima época, terminando uma ligação com a Virgin que datava desde a primeira corrida da competição, em 2014. O britânico de 33 anos andará na equipa oficial britânica e correrá ao lado de Mitch Evans, depois de 69 corridas ao serviço da Virgin.

Na sua apresentação, agradeceu à Virgin pela oportunidade concedida e falou sobre o crescimento da equipa e da competição, e espera ajudar a Jaguar a ser uma equipa vencedora.

"Assisti ao crescimento e ao progresso da Jaguar na série e estou muito orgulhoso por representar uma marca britânica icónica com um DNA de corrida tão bem-sucedido e juntar-me a uma lista incrível de pilotos que correram pela marca. Estou faminto de sucesso e acredito que, juntamente com Mitch, podemos conseguir grandes coisas para a equipa e para nós mesmos. Quero agradecer à Envision Virgin Racing por tudo o que conquistamos juntos e desejo felicidades para o futuro. Depois de Berlim, mal posso esperar para testar o Jaguar I-Type e estar no melhor lugar possível para a sétima temporada e além.”, afirmou o piloto britânico.

James Barclay, diretor da equipa Jaguar, acrescentou sobre a sua nova contratação: “Desde o início da Fórmula E, Sam demonstrou que é um dos melhores pilotos do campeonato e acreditamos que juntos formaremos uma ótima parceria. Com Mitch e Sam, acreditamos que temos, sem dúvida, uma das mais fortes duplas de pilotos do grid. Com uma competição extremamente renhida, fica claro que, para ter sucesso na Fórmula E, é preciso de dois pilotos que possam competir por pódios em todas as corridas.

Agora, temos dois vencedores de provas comprovados que são capazes de nos permitir lutar por títulos nos campeonatos de equipas e pilotos na próxima temporada.”, concluiu.

Bird venceu em todas as temporadas em que participou, um recorde. Para além das suas nove vitórias, tem cinco pole-positions e cinco voltas mais rápidas, sendo que o seu melhor resultado foi um terceiro lugar no campeonato de 2017-18, onde triunfou em Hong Kong e Roma.

Jugetes

Todos concordarão quando direi que o GP da Styria foi veloz e aborrecido. Veloz porque demorou menos de hora e meia, aborrecido porque se tornou previsível, apesar da luta nos lugares intermédios. Mas neste ano excepcional, a grande questão é saber que tipo de calendário iremos ter. É que neste momento, só conhecemos dez corridas, mas sabemos que pelo menos mais oito irão acontecer. 

A grande questão é saber como será o calendário em outubro, e pelas minhas bandas todos andam agitados para saber quando é que entra Portimão no calendário. Sim, leram bem: iremos receber a Formula 1, algures em outubro, mas não se sabe quando. Porque já não depende de nós, depende de outros.

Como é sabido, o calendário termina (por agora) em Sochi, no último fim de semana de setembro. Mas como conta a Julianne Cerasoli, no seu blog, o grande problema é a Ásia. A Liberty Media quer ir à China e ao Vietname, mas quer fazê-lo numa altura em que as coisas podem estar mais controladas em termos de casos. Pode-se pensar que a vontade da China não querer realizar qualquer grande evento deste ano poderia ser um obstáculo, mas na realidade, um GP de Formula 1 poderá ser um dos eventos que podem ser considerados como excepção, logo, poderá passar entre as gotas da chuva. E o Vietname a mesma coisa, porque o governo e a organização do GP, em Hanoi, já disse que a corrida seria sem público.

Então porquê a indecisão em termos de calendário em relação ao circuito algarvio? Paradoxalmente, a sua localização é a razão. Se não puderem viajar para aquele lugar na Ásia, Hockenheim e Imola seriam os substitutos, para "encher chouriços", como costumo dizer. E por causa das suas localizações, eles têm de ser corridos no inicio de outubro, logo, Portimão pode ser feito independentemente do dia desse mês. Muito se fala no dia 4, mas pode acontecer a 11, 18 ou 25, sem problemas. Aliàs, o seu ditetor, Paulo Pinheiro, já disse recentemente numa entrevista à Eleven Sports que "quanto mais tarde, melhor". Não tanto para se preparar em termos de colocar uma nova capa de asfalto - isso se faz numa semana e custa cerca de um milhão de euros - e nem tanto para que possa "descansar" e consolidar no chão. A ideia é aproveitar o bom tempo na região, que estará ameno por essa altura do ano.

Ou seja, o que se depreende nas entrelinhas é que Portimão está lá, e sempre esteve. O grande problema era "onde colocar", e esse foi o grande problema, por causa dos eventos nas Américas - fora de controle, e tudo fora de questão - e também saber como a Ásia reagirá com esta gente, que é verdade, está numa bolha e não tem tudo casos, mas hoje surgiu a noticia de que Valtteri Bottas foi ao Mónaco, violando o dever de confinamento. Tudo isto numa altura em que as autoridades húngaras apertaram os controlos em relação à circulação, ameaçando com multas e prisão quem as violar.

Em suma, Portimão é um jugete. Mas por agora, o problema não é dele, são os outros. Contudo, para oa afficionados da Formula 1, e do seu regresso a estas paragens, não vão acreditar quando os ver correr. 

segunda-feira, 13 de julho de 2020

A perda do amor

A Ferrari está em crise, isso é um facto. E os eventos de ontem, no GP da Styria, onde Charles Leclerc tentou passar Sebastian Vettel, acabando ambos... fora da corrida, na terceira curva da primeira volta, pouco mais de quilometro e meio depois do começo da prova, foi a gota de água nos lados de Itália. Nos jornais de hoje, as baterias estavam todas apontadas para o piloto monegasco, visto como um "menino querido" por acharem que ele vai ser um futuro campeão do mundo, por ter eliminado o seu companheiro de equipa, em contraste com o pódio alcançado na primeira prova.

Se boa parte das criticas tem a ver com as atitudes de Leclerc, há quem também aponte para o SF1000, que muito provavelmente nasceu muito mal e poderá não ser um chassis tão vencedor como os da Red Bull, e sobretudo, o da Mercedes.

Toque entre Leclerc e Vettel e ambos fora. Os fãs nas redes sociais dizem para cavar um buraco e se esconder dentro. Não diga que a Ferrari pode se recuperar desta com um carro nascido de um projeto equivocado, um motor fatigado com ajuda de um milagroso monegasco que os levou ao pódio uma semana atrás. Agora é pior que o esperado”, publicou o jornal La Reppublica, na sua edição de hoje.

Já o Gazzetta dello Sport foi mais caustico, já condenando o SF1000 ao fracasso, apesar do segundo lugar arrancado pelo monegasco na corrida anterior. 

Há necessidade de uma reação. Os resultados não correspondem a uma equipa com o nome da Ferrari. Não é a nossa opinião, ou pelo menos não é a única, mas é a consciência de Mattia Binotto. A SF1000 não tem futuro. A Lei de Murphy vai se chamar Lei de Ferrari. Se existe a chance de algo dar errado, vai dar. Ontem tivemos uma nova versão dos eventos do Brasil”, estampou o diário desportivo com sede em Turim.

Para Il Giornale, foi mais forte, chamando Leclerc de "terrorista suicida" devido ao seu gesto na primeira volta, mas eles também foram criticos em relação ao carro deste ano.

"A idiotice do predestinado, que foi de herói a burro em uma semana, é a ponta do iceberg que rapidamente chega ao fundo. Seu desejo de se destacar lhe enganou. O predestinado, disfarçado de terrorista suicida, arruinou tudo. De vez em quando, esquecemos que ele tem 22 anos e apenas 43 corridas. O acidente não deve esconder o problema real da Ferrari, que não é dos pilotos. O problema é o carro que não é capaz de classificar melhor que décimo”, comentou o periódico.

O SF1000 não é um carro tão mau como por exemplo, o F92, o chassis de 1992 com fundo duplo e que foi um fracasso total, sendo um dos piores da história da Ferrari. Mas as expectativas eram altas, e os avisos nos testes da pré-temporada disseram que eles não iriam ser a ameaça que gostariam de ser. E com uma temporada atípica, é verdade, é muito provável que este arrisca a ser a pior temporada desde 2014, onde não venceram qualquer corrida e apenas conseguiram dois pódios, sendo quarto classificado no campeonato de Construtores.

E claro, se esse é o risco, tudo está em jogo. E num ano que poderão ter três corridas em território italiano. 

domingo, 12 de julho de 2020

Formula 1 2020 - Ronda 2, Styria (Corrida)

Duas corridas no mesmo sítio, em fins de semana seguidos, é algo inédito em 70 anos de Formula 1. Mas como vivemos tempos anormais, tudo o que acontecer em termos de automobilismo, depois de três meses de paralisia, é uma vitória. E correr onde possam correr é o que interessa, e o que precisamos neste momento é de ver as coisas que gostamos. Mesmo sentindo a falta da espectadores, por exemplo.

Com Lewis Hamilton a fazer uma pole-position digna de um campeão, ele tinha tudo para ganhar e igualar-se a Valtteri Bottas em número de vitórias. E claro, corrigir os erros da semana passada, quando bateu em Alex Albon, sendo penalizado por isso. Em relação ao resto, ver se aquilo que fizeram na semana passada possa repetir neste dia de hoje. Ainda por cima, um um meio do pelotão muito, mas muito equilibrado.

Na partida, Hamilton parte bem, com Sainz a ficar de lado para tentar passar Verstappen, sem efeito. Mas mais atrás, catástrofe em Maranello: no gancho, Leclerc tentou uma manobra para passar Vettel e acabou partindo a sua asa traseira, e fazendo chamar o Safety Car logo no final da primeira volta. Ambos os carros foram às boxes, com o monegasco a trocar a asa traseira, e o alemão a ficar por lá definitivamente.

A corrida voltou ao normal na volta 3, com Bottas a tentar passar Sainz, enquanto Hamilton se afastava de Verstappen ao ritmo de um segundo por volta. Por volta da quinta passagem, o finlandês lá se livrou do espanhol da McLaren, mas ele já estava algo longe de Max. Pouco depois, Alex Albon também passou Sainz Jr, para ser quarto. E por essa altura, Leclerc também parava nas boxes. De vez. E parecia que a temporada da Scuderia estava a caminho de ser a de 1980...

A partir daqui, as coisas estavam estáveis para os da frente, com a ação a ir para os lugares intermédios, com Sainz a ter atrás de si os Renault, e Pierre Gasly na frente dos Racing Point, que fechavam os pontos. Contudo, apesar das pressões de Ricciardo, apenas conseguiu passar Ocon na volta 20, para ser sexto, e tentando perseguir Sainz Jr. Atrás, Norris passou Gasly para entrar de novo nos pontos.

Na volta 23, Hamilton exagerou no gancho, mas o melhor que teve foi que o holandês se aproximou um pouco e pouco mais. Logo a seguir, os pilotos da frente foram para as boxes, trocando de pneus, o primeiro a ser Max Verstappen, que trocou para médios. Logo a segur, era Esteban Ocon, mas os pneus cederam e teve de abandonar. Na volta 29, Hamilton troca para médios e cede o comando para Bottas, e este se manteve por mais algum tempo, até à volta 35, precisamente o meio da corrida, uma volta antes de Alex Albon fazer o mesmo. 

De novo, com a corrida "resolvida" nos lugares da frente, atrás havia luta pelos pontos. Sergio Perez conseguia estar no quinto posto, antes de trocr pneus na volta 39, bem em cima e bem competitivo, enquanto Lance Stroll lutava com os Alfa Romeos para subir na classificação,  enquanto Sainz Jr teve uma troca de pneus desastrosa e tentava recuperar o tempo perdido. Na volta 42, era oitavo, mas tinha sido passado pelo Racing Point de Sergio Perez. E na frente deles todos, sendo o melhor do resto, estava Daniel Ricciardo, no seu Renault.

Perez passou Stroll na volta 47 - sem "daddy orders" - e foi atrás de Ricciardo, que não estava longe. Duas voltas depois, o mexicano apanhou o australiano e foi atrás de Albon esperando conseguir melhor posição. A partir da volta 55, o mexicano tinha encostado na traseira do Red Bull, fazendo voltas mais rápidas atrás de voltas mais rápidas. Mas quando se chegou, o carro da Racing Point não conseguia passar o tailandês, enquanto o canadiano, seu companheiro de equipa, também não passava o australiano da Renault. Atrás, Norris passava Sainz Jr. e era oitavo.

Na frente, Bottas apanhava Max e na volta 66, o finlandês atacou-o. Mas o holandês reagiu e recuperou o seu lugar algumas curvas depois. Mas na volta seguinte, Bottas atacou melhor e ficou com o segundo posto. A duas voltas do fim, Verstappen vai às boxes para tirar a melhor volta, porque a diferença para Albon era de quase meio minuto.

Mas essas últimas duas voltas foram emocionantes... como costuma ser. Primeiro, Perez atacou Albon, mas a ultrapassagem correu mal e houve toque, danificando a asa dianteira. Atrás, Stroll atacava Ricciardo e lá conseguira passar, mas Lando Norris espreitava e espera pelo pior... da concorrência. Com o mexicano a atrasar-se, os três carros apanharam-o, e o britânico aproveitou para ser o quinto classificado... e ainda fez a volta mais rápida! Perez aguentou o sexto posto, ganhando a Stroll no "photo-finish", prejudicando Ricciardo, o oitavo.

Na frente, Hamilton comemorava tranquilo a vitória, numa dobradinha com Valtteri Bottas. Max Verstappen ficava com o lugar mais baixo do pódio, e parecia que naquelas paragens spielbergianas, nem a Red Bull aproveitou bem o factor casa, porque a Mercedes sai melhor em todos os critérios. Parece que vai ser mais um ano normal, com ou sem pandemia. 

E semana que vem, atravessa-se a fronteira para correr em Budapeste.