quarta-feira, 15 de julho de 2020

Um projeto condenado à partida

Com a cabeça definitivamente no cepo, Mattia Binotto admitiu por fim que o SF1000 poderá ter sido construído com "conceitos defeituosos". Numa entrevista à Gazzetta dello Sport, o chefe da Scuderia admite que não vai ser fácil sair desta situação, especialmente quando a colisão do passado domingo entre ambos os piloto destruiu todo o trabalho de desenvolvimento feito pelos engenheiros até então e que estavam a estrear naquela corrida.

Como sair disto não é trivial. Temos de compreender a origem do problema a fim de progredir. Pode ser um problema de conceito que está subjacente ao projeto, por isso o mais importante neste momento é estar aberto e analisar tudo de todos os pontos de vista”, falou.

Outro jornal italiano, o Tuttosport, disse que o problema pode ser mais fundo e fala que a Scuderia perdeu rumo desde a morte de Sergio Marchionne, há quase dois anos. E compara com o carro e o campeonato dessa altura, onde a Ferrari, com Sebastian Vettel, liderava o campeonato após a realização de 10 provas.

Para além disso, Gerhard Berger, ex-piloto na temporada de 1993, numa má altura da marca, numa entrevista ao mesmo jornal, acha que “o problema é muito profundo. Duvido que consigam encontrar uma solução a curto prazo. Eu disse no início que esta estrutura nunca poderá funcionar. Não culpo em nada o Mattia, mas quando se olha para a Red Bull, têm Helmut Marko, Christian Horner, Adrian Newey. O mesmo com a Mercedes [com Toto Wolff, James Allison e Aldo Costa, entre outros]."

Em suma, mais do que uma temporada perdida, de um barco furado desde o inicio, poderá ser um inferno esta temporada para os lados de Maranello. Com um carro que precisa de, pelo menos, um segundo por volta, para valer a pena, todo o esforço para que ele consiga algo só poderá acontecer pelo talento dos pilotos, por alguma sorte e também com algo que funcione. Mas tudo isso é pouco mais do que um milagre, e claro, os tiffosi já não têm paciência para milagres, especialmente quando não comemoram títulos de pilotos desde 2007, e quando observam desde 2014 o domínio da Mercedes. 

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