sábado, 19 de setembro de 2015

Youtube Motorsport Documentary: Winning, a carreira automobilistica de Paul Newman


O alerta tinha sido dado ontem pelo Luiz Alberto Pandini, no seu blog, mas o link dele fazia com que tivessemos de descarregar para o poder ver nos nossos notebooks. Então decidi pesquisar um pouco mais no Youtube para descobrir um link para ver o filme por lá sem termos de descarregar ou algo assim. Não demorou muito até descobrir.

Em suma, caso queiram, eis um um bom pretexto para um programa de sábado à noite em casa. Vão buscar as pipocas e tirem uma hora e meia para verem a carreira automobilistica de um extraordinário, num documentário feito por Adam Carrola em 2014. Vale a pena! 

Formula 1 2015 - Ronda 13, Singapura (Qualificação)

Com a Formula 1 a partir rumo à segunda parte da sua etapa asiática - apenas entrecotado com o Grande Prémio russo - restava saber quais seriam as novidades que poderiam acontecer na segunda corrida noturna do calendário. Esperava-se mais do mesmo em termos de qualificação, apesar da expectativa de que certos fenómenos atmosféricos pudessem ter algum efeito. Mas sem isso a afetar os pilotos, carros e até os espectadores, parecia que o cenário estava montado para ver mais do mesmo, na cidade-estado de Singapura.

Contudo, no final do espectáculo, o que se verificou foi aquela que provavelmente foi a maior surpresa do ano: Sebastian Vettel a conseguir a sua primeira pole do ano, e os Mercedes a monopolizar... a terceira fila da grelha de partida! E com isso, a Mercedes não conseguiu igualar um recorde com 21 anos, pertencente à Williams.

Mas antes disso, houve uma mudança significativa na estrutura da equipa mais fraca do campeonato, a Manor-Marussia. O espanhol Roberto Merhi sempre teve o lugar algo fragilizado devido à pouca profundidade dos seus bolsos, e a estrutura da equipa queria dar uma chance ao americano Alexander Rossi, que já estava por ali desde o ano passado, onde era para correr no lugar do malogrado Jules Bianchi nas corridas finais de 2014, antes da Marussia ter pedido ajuda para se proteger dos credores.

Visto isto, Rossi correu na GP2 ao longo desta temporada, onde foi o principal rival de um Stoffel Vandoorne dominador, e com os bons resultados alcançados, eles julgaram que seria uma boa oportunidade para voltarmos a ver um piloto americano pela primeira vez em oito anos. E a escolha do número é bem interessante, quando escolheu o 53, o afamado número do Herbie, o Carocha (Fusca) que Walt Disney popularizou. A adaptação não foi a mais fantástica, pois Rossi já provou o "sabor" dos rails de proteção de Singapura...

A qualificação começou já de noite e com os pilotos a usarem os compostos macios e super-macios, com a confusão a instalar-se em termos de lugares. Primeiro, foi Sebastian Vettel a marcar o melhor tempo e os Mercedes a não conseguirem responder, pois quem também andava nos lugares da frente eram os Red Bull de Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat, com o russo a ser melhor do que o australiano.

Mas no final dessa Q1, para além dos Manor, havia algumas surpresas para quem ficava nessa fase. Os McLaren não estavam por lá, e no seu lugar estava o Lotus de Pastor Maldonado e os Sauber de Felipe Nasr e Marcus Ericsson, que apesar das modificações feitas no carro, não conseguiram melhorar a sua performance.

Chegados à Q2, alguns pilotos começaram a usar os super-macios para se mostrarem, como fez Valtteri Bottas, que marcou um tempo de 1.45,247. Mas a seguir, veio o seu companheiro de equipa, que o superou, para logo a seguir, aparecerem os Mercedes, que marcaram os melhores tempos. Mas a Q2 reservou uma surpresa ainda maior, quando os Red Bull entraram nos melhores tempos, com Daniil Kvyat a entrar, seguido por Daniel Ricciardo. Kimi Raikkonen interferiu, mas apenas para ficar entre eles.

No final, Mercedes, Red Bull, Ferrari, Williams, o Lotus de Roamin Grosjean e o Toro Rosso de Max Verstappen foram os esolhidos para entrar no "top ten", com os Force India, os McLaren e o outro Toro Rosso de Carlos Sainz Jr entre os eliminados. O que ficou com a "fava" do 11º tempo foi o alemão Nico Hulkenberg, na frente de Fernando Alonso.

E com a chegada da Q3, esperava-se que seria mais do mesmo, como tem acontecido ao longo desta temporada: um monopólio dos Mercedes, nunca quebrado nas doze corridas que já tivemos neste ano civil. Mas Singapura entrou na históiria como sendo o local onde o dominio dos carros de Brackley foram parados pelos cavalinhos de Maranello, com a ajuda dos energéticos de Milton Keynes.

Para lá chegarmos, o que aconteceu foi o segunte: primeiro, Daniel Ricciardo foi para a pista com os super-macios e colocou um tempo de 1.44,607. Kvyat ficou ligeiramente atrás, seguido dos dois Williams. Hamilton também tentou a sua vez, mas cometeu um erro e abortou a volta. Vettel foi o último a sair e marcou 1.44,305 segundos, conseguindo mais 302 centesimos sobre o australiano. Nico Rosberg apenas tinha feito o quinto tempo.

Depois de trocarem de pneus para a última tentativa, Ricciardo conseguiu melhorar o seu tempo, 1.44,428, que o aproximou - mas não bateu - Vettel. O alemão foi o último a sair e faz 1.43,885, para consolidar a sua pole, a primeira do ano. A boxe vermelha celebrou e primeira pole do ano, e pela primeira nesta temporada, não havia os Mercedes por lá. Pior: eles foram superados não só pela Ferrari, mas também pela Red Bull, já que Ricciardo era segundo e Kvyat quarto, ambos na frente dos Flechas de Prata. Parece que os Renault estão a fazer um último esforço antes de se irem embora... depois dos Mercedes, vieram os Williams, com Max Verstappen a colocar o seu Toro Rosso entre Bottas e Massa, antes de Romain Grosjean encerrar o "top ten".

E com isto, parecia que a Formula 1 iria ganhar novo interesse. A previsibilidade tinha ido ao ar, pelo menos por este fim de semana, e parecia que o maior rival dos Mercedes tinha um chance de ouro de se aproximar deles e os incomodar na luta pelo título. E quando tudo parece que está decidido... acontece o inesperado. Agora resta saber como será amanhã, numa corrida de atrito onde o mais resistente vencerá. 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Rumor do dia (II): Grosjean tem um pré-acordo com a Haas?

O fim de semana de Singapura arrisca a ser agitada nos bastidores, especialmente na Lotus-Renault. Desde há dias que se fala que a Haas poderá anunciar a sua dupla de pilotos, e há alguns nomes interessantes em cima da mesa.  Por causa do acordo com a Ferrari, Gene Haas já disse que iria ter um piloto da "cantera", o que poderá fazer com que Jean-Eric Vergne ou Esteban Gutierrez sejam os favoritos ao lugar. Contudo, sobre o outro lugar, há pilotos com mais prestigio em vista. Até há uns tempos falava-se de Nico Hulkenberg, mas com o piloto alemão a assinar mais um acordo para renovar com a Force India, agora há um novo piloto no horizonte na figura de Romain Grosjean

A Autosport portuguesa afirma que há um pré-acordo entre Grosjean e Haas, mas que ainda não chegou a acordo porque Gerard Lopez lhe pediu para esperar um pouco, até à conclusão das negociações com a Renault. Grosjean já disse que sabe o que vai fazer em 2016, mas por agora não diz onde. E esse acordo tem de acontecer o mais depressa possível, pois a Genii Capital está em apuros. Segundo conta o Joe Saward, o tribunal de Londres especializado em falências deu hoje um prazo de dez dias (ou seja, até ao dia 28 de setembro) para que se resolva o assunto, antes de colocar a equipa em administração, ou por outras palavras, em falência.

Ora, se Grosjean for para a Haas, uma vaga na Renault pode abrir, e o principal candidato pode ser Sergio Perez. Este adiou a assinatura do acordo de renovação por causa desta chance, e caso a transferência aconteça, poderá desencadear um conjunto de movimentações no mercado dos pilotos. Um exemplo é a própria Force India, que renegoceia melhores condições no fornecimento de motores Mercedes, dando em troca um lugar para Pascal Wehrlein. Kevin Magnussen também é outro piloto em vista, mas as chances são mais pequenas.

Contudo, a Mercedes não quererá perder fornecedores, e caso Renault e Genii cheguem a acordo, a marca alemã terá de encontrar um substituto para a Lotus, e a Manor é o candidato principal, não só para colocar o motor, mas também o seu piloto, deixando o outro lugar para quem poder pagar mais. E isso inclui uma grande quantidade de pilotos, um deles o indonésio Rio Haryanto, que poderá ter 60 milhões de euros nos bolsos...

Uma coisa é certa: a silly-season pode ficar bem agitada neste final de mês.

Rumor do dia: Volkswagen vai comprar a Red Bull?

Os rumores sobre este tema aparecem à superficie de vez em quando, e agora não é excepção. Neste fim de semana de GP de Singapura, a BBC fala esta tarde que a Red Bull pode estar próximo de um acordo com a Volkswagen (VW). Quem conta isso é Eddie Jordan. A ideia, segundo ele, é que a marca de Wolfsburgo compraria a equipa, enquanto que a Red Bull continuaria a ser o patrocinador principal, mas que os motores só apareceriam em 2018. Até lá, eles andariam com motor Ferrari.

Em relação aos motores, não há a garantia de que marca é que eles iriam colocar, embora se diga que a Audi é a favorita. O Grupo VAG tem mais marcas, como a Seat, a Skoda, a Porsche, a Lamborghini, a Bugatti e a Bentley. Para além disso, há outro fator a ter em conta, que é o novo equilibrio de poder no Grupo VAG, dado que já lá não está mais Ferdinand Piech, que perdeu numa luta de poder na primavera deste ano com Martin Winterkorn. Algum tempo antes, este negociou um acordo com a Red Bull, apenas para ser vetado por Piech, que sempre quis que o Grupo VAG ficasse de fora da Formula 1, apostando na Endurance, onde agora estão Audi e Porsche.

A associação VW-REd Bull não é nova, e o melhor exemplo pode-se ver nos ralis, onde são os maiores patrocinadores da equipa vitoriosa no WRC.

Entretanto, Helmut Marko já disse que a associação com a Renault já terminou "há umas semanas" e que as negociações com a Ferrari vão no bom caminho, mas que nada foi concluido. Contudo, o seu patrão, Dietrich Mateschitz, já disse à Speedweek alemã que um acordo com a Ferrari seria "uma solução bem aceitável nas próximas duas ou três temporadas".

Resta saber, caso o acordo seja alcançado, o que poderá acontecer em termos automobilisticos. Quem será a marca, e que categoria será sacrificada. Caso seja a Audi, a Endurance e o DTM são duas áreas a ter em conta, pois a Volkswagen tão cedo não sairá do WRC.

As imagens do dia


O "Regresso do Herbie" (é o numero que Alexander Rossi escolheu para correr) não acabou muito bem nesta sexta-feira em Singapura. Aparentemente, o piloto americano terá de se adaptar depressa ao carro, e claro, vai ter alguns contratempos. Que este seja o único...

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A imagem do dia

Stirling Moss faz hoje 86 anos de idade, e a cada dia que passa, parece ser o último elo de um passado cada vez mais distante, aquele onde as coisas eram vistas de forma mais "romântica" para muita gente, mas na realidade, a segurança era zero e a possibilidade de morte era bem alta.

Moss chegou à Formula 1 na "altura certa", fazendo parte de uma geração que era demasiado jovem para correr nos anos 30, e era adolescente quando aconteceu a II Guerra Mundial. Como ele, apareceram pilotos como Mike Hawthorn, Peter Collins ou Graham Hill, que apanharam os seus rivais quando estes já eram demasiado velhos, mas que corriam na mesma, como Juan Manuel Fangio ou Nino Farina.

Moss teve também a estrela da sorte ao seu lado: sobreviveu a uma era onde era normal os pilotos sofrerem um grande acidente a cada cinco anos, e na maior parte dessas vezes, o acidente era fatal. Talvez tenha aprendido uma ou duas coisas do seu companheiro de equipa Fangio, que sempre andava no limite sem o passar. Antes do seu grande acidente em Goodwood, em abril de 1962, Moss sofrera outro grande acidente no GP da Belgica de 1960, a bordo de um Lotus da Rob Walker Racing.

Outra grande ironia é que Moss nunca venceu o campeonato do mundo, apesar de todos disserem que era um dos melhores da décda de 50, e ter conseguidos grandes feitos com carros inferiores e em circunstâncias desfavoráveis. As suas vitórias no Mónaco, em 1960 e 1961, a bordo dos Lotus, são um bom exemplo disso. E também o seu "fair-play", especialmente no GP de Portugal de 1958, fez com que impedisse Mike Hawthorn de ser desclassificado, e assim ter uma real chance de título. Pode não ter ganho títulos mundiais, mas ganhou o respeito de toda a gente.

Mas não foi só na Formula 1 que marcou o seu nome. A Endurance e os ralis também têm o seu nome marcado em várias corridas. Participou nas 24 Horas de Le Mans e nas Mille Miglia, e a sua vitória na ediçao de 1955 foi memorável, especialmente com as notas tiradas pelo jornalista Dennis Jenkinson, que com um rolo, lhe dizia os atalhos e os perigos existentes na estrada. Acabou por ser o protótipo do navegador nos ralis, graças à vitória retumbante - com recorde - que tiveram na corrida italiana.

Quando Moss teve o seu acidente em Goodwood, tinha apenas 32 anos, mas uma carreira que tinha começado doze anos e meio antes, em 1949. Caso não tivesse tido o acidente, seria altamente provável vê-lo correr até meados dos anos 70, tal como fez Hill. Não saberiamos se corresse até essa altura, se morreria pelo caminho, ou se conseguisse algum título mundial, mas teria sido interessante ver se ele faria mais de duas décadas de automobilismo, como fez Graham Hill, por exemplo.

Contudo, no final, ficou a pessoa, as suas histórias, e a sua aura de campeão, sem o ser. Moss ainda é acarinhado pelas pessoas sempre que vai aos eventos de carros antigos, como Goodwood, por exemplo. E a Grã-Bretanha já reconheceu os seus feitos, condecorando-o e chamando-o de "Sir". E merece. 

Formula 1 em Cartoons: A alfinetada da Endurance (Cire Box)

A discussão do cockpit fechado ainda dá pano para mangas. E existiram imensas contribuições para essa discussão, incluindo o "Cire Box", que defende na versão francesa do Motorsport.com não só o "cockpit" fechado, como outras alterações...

Traduzindo do francês:

"Riscos para a cabeça do piloto, riscos de voar devido às rodas descobertas, façamos o ponto de situação acerca da segurança da Formula 1 atual...

Felizmente, as soluções existem! Em exclusividade para a Motorsport.com, aqui estão eles!
"

Formula E: Robin Frijns será piloto da Andretti

O holandês Robin Frijns será piloto da Andretti para a próxima temporada da Formula E, correndo ao lado da suiça Simona de Silvestro. O anuncio deveria ter sido feito no mês passado, após os testes que fez com a marca em Donington Park, mas o acidente fatal de Justin Wilson em Pocono fez adiar o evento até agora.

"É uma honra ser parte da família Andretti e guiar por eles na segunda temporada da Formula E. É um campeonato novo e um desafio totalmente diferente por mim. A forma de guiar e poupar energia vai ser complicada, mas divertida. E eu estou realmente ansioso pela primeira corrida em Pequim , dentro de algumas semanas", começou por afirmar o piloto holandês.

"Estamos muito animados por ter Robin na nossa equipa. Ele fez apenas um teste connosco, mas fez um ótimo trabalho e tem uma atitude boa. Sentimos que com ele e com Simona iremos ter uma equipa muito forte e estamos prontos para a segunda temporada", disse Michael Andretti.

Aos 24 anos de idade (nascido a 7 de agosto de 1991), o holandês de Maastricht começou a correr em monolugares em 2009, na Formula BMW Europe, onde foi terceiro classificado, vencendo o campeonato no ano seguinte, pela Josef Kaufmann Racing. No ano seguinte, correu na Formula Renault 2.0, onde foi campeão na categoria Eurocup, passando em 2012 para a World Series by Renault, onde se tornou campeão... no ano da sua estreia, algo que apenas Robert Kubica tinha feito em 2005.

Após isso, as suas chances de correr na formula 1 aumentaram... mas nem tanto. Foi piloto de reserva da Sauber, e em 2014 foi da Caterham, mas sem chances de correr Grandes Prémios, antes de este ano ter ido correr na Blancpain Sprint Series, ao lado do belga Laurens Vanthoor, num Audi da Belgium Audi Club Team, vencendo quatro corridas seguidas e sendo o atual lider do campeonato.

As circunstâncias da substituição de Merhi

Agora que sabemos que Roberto Merhi vai ser substituído por Alexander Rossi em pelo menos cinco corridas até ao final desta temporada - ele voltará em Sochi e Abu Dhabi - o que não sabemos muito bem foram as circunstâncias da sua substituição. Sabemos que o dinheiro era uma questão importante, mas parece que - por aquilo que conta hoje o site F1 Fanatic - eles só o avisaram quando o piloto espanhol chegou a Singapura.

"Quando cheguei aqui na segunda-feira, a equipa deu-me a notícia de que eu não iria correr e que Rossi ficaria no meu lugar em pelo menos cinco das sete restantes corridas do ano", começou por afirmar.

Mas ele depois afirmou este desfecho era possível: "No início da temporada, quando cheguei a Melbourne com a Manor, eles me deram uma grande chance de fazer parte da equipa. Mas eu não tinha a certeza quanto tempo é que isso iria durar. Pelo menos eu fiz 12 corridas, que é realmente bom, e acho que para um piloto na Fórmula 1 é algo bastante difícil. E eles deram-me a chance de correr e eu quero dizer obrigado a eles por isso", continuou.

O piloto espanhol sempre afirmou que o assunto monetário vai ser sempre algo para resolver, caso queira continuar na Formula 1: "Primeiro de tudo, estamos à procura de um assento na Formula 1 e vamos tentar encontrar a melhor opção possível, mas obviamente agora, nestes dias, é realmente importante termos um orçamento e no momento em que é difícil encontrar dinheiro", comentou.


A ameaça de Carlos Ghosn



É certo que por estes dias, a Renault anda a pensar o seu futuro na Formula 1, e tem várias ideias na mesa. Ou compra uma equipa e volta a estar por lá de corpo inteiro, ou poderá até abandonar de vez a competição e concentrar-se na Formula E, por exemplo. A conclusão a que chegaram os comandados de Carlos Ghosn é que as coisas, tal como estão, já não compensam, e ele disse isto esta quarta-feira, no Salão de Frankfurt.

"Em 2009, Honda, BMW e Toyota deixaram a Formula 1", começou por afirmar. "Nós mesmos hesitamos. Ficamos por lealdade e porque o nome Renault está associado com a história da Formula 1. Temos dito claramente às autoridades da Formula 1 que não queremos ser mais meros fornecedores de motores", avisou. 


"Uma coisa é certa, não somos mais capazes de tolerar com a situação atual: quando ganhamos, é a equipa que vence; quando perdemos, é culpa do fabricante do motor. Nós começamos a sentir que o retorno sobre o investimento é demasiado fraco para um fornecedor de motores. O nosso nome nunca é mencionado quando ganhamos. Então, com o novo motor, as equipes que fornecemos têm apontando os seus dedos para nós. Se isso é justo ou não? Essa não é a questão. É um desporto. É uma questão de comportamento desportivo. E neste tipo de desporto onde o trabalho é um esforço conjunto. Vencemos juntos e perdemos juntos ", concluiu.

Estas declarações podem ser entendidas desta forma: a Renault não fornecerá mais motores à Red Bull e esta provavelmente cairá nas mãos da Ferrari, pois a Mercedes não fornecerá motores a eles por veto de Toto Wolff, mesmo quando se sabe que já havia um acordo entre Bernie Ecclestone, Dietrtich Mateschitz e a cúpula da marca de Estugarda, que ficaria à partida com os motores vindos da Lotus. Agora, com esse vento, a probabilidade é que esses motores irão para a Manor, enquanto que Maranello ficará com a equipa de Milton Keynes.

Quanto à chance da Renault ficar com a Lotus, apesar de nada ter transparecido nesta conversa de Ghosn, sabe-se que há intenções, mas que as negociações não estão tão adiantadas como muitos pensavam. Aliás, há duas semanas, por alturas de Monza, a realidade era que elas nem sequer tinham começado.

Também há outra coisa que se transparece nesta conversa: a Renault só pensa sériamente na ideia de ter uma equipa de Formula 1 se for compensado devidamente. Ou seja, algo semelhante que tem a Ferrari em termos financeiros. E a equipa do losango tem as suas razões: afinal, andam por ali desde 1977, há quase 40 anos, que como equipa, quer como fornecedor de motores. Só são superados, neste momento, por McLaren e Ferrari, e em termos de motores, só a Cosworth está lá há mais tempo. 

Em suma, é uma bota que a Formula 1 terá de calçar. E há uma equipa em maus lençois por causa deste braço de ferro financeiro... ou se preferirem, também é uma questão de respeito.

Youtube Rally Testing: A preparação José Pedro Fontes para Mortágua

Neste fim de semana, o campeonato nacional de ralis fará o seu regresso em Mortágua, na zona Centro do país, e um dos seus pilotos, José Pedro Fontes, andou a preparar-se para um rali decisivo para as suas ambições de vencer o campeonato.

Eis o video desses testes, esta quarta-feira, debaixo de chuva. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Será que teremos Dakar em 2016?

Estamos a meio de setembro e a questão do percurso e os países que vão acolher a caravana do maior "rally-raid" do mundo (na imagem, a edição de 2014) ainda não está resolvida, após a recusa do Chile e a incapacidade do governo peruano em acolher a caravana, citando razões climáticas, mas que poderão esconder algo mais, como dinheiro. E a hipótese do puro cancelamento do rali, por um motivo diferente da de 2008, poderá ser cada vez mais real.

A Amaury Sports Organization (ASO) tem neste momento uma batata quente nas mãos em relação ao rali que agora está na América do Sul. É que com a retirada de Chile e Peru, decidiu elaborar um percurso maioritariamente argentino, em principio com partida em Buenos Aires e chegada em Rosário, com passagem pela Bolívia. Contudo, a apresentação desse percurso, que deveria ter acontecido esta quarta-feira, em Paris, acabou por ser adiada sem grande explicação. A revista argentina "Corsa" apresenta uma: divergências entre a ASO e o Ministério do Turismo local, encabeçada por Enrique Meyer. Para a edição deste ano, o governo Kirchner deu cerca de 28,5 milhões de dólares à ASO e por causa de agora ter mais percurso em terras argentinas, exige mais 6,5 milhões, o que o outro lado recusa. 

E é por causa desse impasse que as coisas poderão estar ameaçadas. É que o percurso, aparentemente, terá passagens por Villa Carlos Paz, Termas de Rio Hondo, Jujuy e Salta, antes de entrar em terras bolivianas, para o Salar de Uyuni, antes de voltar à Argentina - o dia de descanso seria em Salta - e voltar por La Rioja, San Juan, de novo Villa Carlos Paz e a meta, em Rosário. E enquanto o problema financeiro não se resolver, a ameaça de cancelamento poderá ser real.

Noticias: Merhi substituido por Rossi na Manor

Já se falava desde há algum tempo que algures nesta temporada o espanhol Roberto Merhi poderia ser substituído por outro piloto. Falava-se que tinha a ver com os seus compromissos na World Series by Renault, mas na semana passada, ele decidiu concentrar-se apenas na Formula 1, depois de uma temporada abaixo das expectativas.

Contudo, isso pode ter vindo tarde para ele, pois a Manor anunciou esta tarde que o americano Alexander Rossi será o seu substituto por cinco corridas - Singapura, Japão, Estados Unidos, México e Brasil - a partir desta quarta-feira, em Singapura. O piloto californiano de 23 anos vai ser o primeiro americano a andar na Formula 1 desde Scott Speed, em 2007. Era para ter sido o substituto de Jules Bianchi no GP dos Estados Unidos de 2014, antes da Marussia ter pedido a falência e faltar nas últimas corridas da temporada passada. Merhi correrá em Sochi e Abu Dhabi, a corrida final do ano.

"Estou muito grato a correr pela Manor Marussia F1 Team e por acreditar nas minhas capacidades", começou por afirmar. "Eu estou preparado há algum tempo para esta oportunidade. Muitos sabem que desde 2014 que a equipa e eu temos uma relação forte e existe um pouco de assuntos por acabar para mim por aqui", continuou.

"Esta é uma pequena equipa que já passou por muita coisa. Eles exemplificam paixão e verdadeira força de caráter, e seu regresso nesta temporada é extraordinário. Estou honrado de fazer parte deste legado e seu contínuo crescimento e sucesso" declarou.

"Quero agradecer a gerência da Manor Marussia F1 Team e da minha equipa na GP2 Series, a Racing Engineering, para apoiar quer as minhas funções na Formula 1, quer na realização da minha campanha na GP2. Desde Monza, o meu regresso à Formula 1 aconteceu de modo veloz e sem problemas. O apoio coletivo de ambos, Manor e Recing Engeneering, foi fundamental no sentido de tornar possível esta oportunidade", concluiu.

John Booth, o responsável pela Manor Marussia, afirmou: "Estamos muito satisfeitos por ter Alexander como nosso piloto. Ele é amplamente considerado como alguém que está à beira de uma carreira emocionante na Formula 1 e sua forma actual na GP2 Series tem feito muito para reforçar o seu potencial. Com isso em mente, temos o prazer de apoiar nos seus compromissos da GP2 enquanto ele continua a batalha para a vitória no campeonato, por isso ele vai correr em cinco dos sete restantes corridas nesta temporada, com Roberto correndo na Rússia e em Abu Dhabi"

"Enquanto Roberto está obviamente desapontado com esta decisão, ele entende que é do interesse a longo prazo da equipa e agradecemos pelo seu profissionalismo. Não foi qualquer decisão a respeito de nossa dupla de pilotos para 2016 e vamos continuar a avaliar as nossas opções durante o resto da temporada", concluiu.

Esta temporada, O piloto californiano está na GP2 ao serviço da Racing Engeneering, onde já conseguiu seis pódios, uma pole-position e duas vitórias, na Bélgica e em Itália, sendo o segundo classificado no campeonato. 

A apresentação do Leiria Sobre Rodas

Depois do sucesso no ano passado, o Leiria Sobre Rodas vai voltar este ano, entre 20 a 27 de setembro, com um calendário alargado de eventos sobre automoveis e automobilismo, do qual a organização espera pelo menos 30 mil visitantes, o dobro do que aconteceu em 2014. Na conferência de imprensa de apresentação da organização, no Estádio Municipal de Leiria, os organizadores disseram que estarão presentes 500 automóveis no evento, e para além do desfile de carros no centro da cidade, haverá um ciclo de conferências na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, um ciclo de cinema e um rali slalom na Zona Industrial.

"O ano passado foi a primeira edição, que correu muito bem, e este ano conseguimos ter o dobro dos automóveis e de melhor qualidade. daí contamos receber 30 mil pessoas, o dobro das do ano passado", começou por afirmar Gonçalo Lopes, o vereador da Cultura e Desporto da Câmara Municipal de Leiria. "Este ano demos um salto qualitativo e quantitativo no evento, para que se possa afirmar como o mais representativo da região. Nos próximos cinco anos queremos torná-lo numa referência nacional", concluiu.

O evento vai abrir no dia 20 de setembro com a realização de um "rally sprint" na Zona Industrial da Cova das Faias (ZICOFA), prosseguindo nos dias 21 e 22 com um curto ciclo de cinema dedicado ao automobilismo, com a amostragem de curtas-metragens e dos filmes "Senna" e "Rush". A 23, está agendada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) uma conferência intitulada "Automóvel em Leiria - da formação à competição", onde terá como convidado especial Pedo Matos Chaves.

A partir do dia 24 acontecerá a mostra de veículos automóveis no Estádio Municipal de Leiria, com a realização de test-drives, exposição de camiões de assistencia e carros de competição, ao mesmo tempo que, no ESTG, estará patente a exposição 4L Trophy, Fisicar e Formula Student. A 26, incluida na exposição de veículos automóveis, haverá entre as 15 e as 17 horas um passeio de Vespas e no final, a semana será encerrada com o passeio dos clássicos pela cidade.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Noticias: Mexicanos batizam curva em homenagem a Mansell

Já se tinha terminado a temível Peraltada quando os organizadores colocaram uma "gincana" no antigo estádio de basebol para que as pessoas pudessem ver os carros de Formula 1 circulando. Agora, soube-se que deram o nome de Nigel Mansell à curva, em homenagem à espectacular ultrapassagem que lá fez em 1990, a Gerhard Berger. E isto quando ambos lutavam por um... segundo lugar.

Naturalmente, o "brutânico" estava feliz com esta homenagem em vida: "Quando eu descobri que a curva seria batizada [com o meu nome], é claro que fiquei encantado, lisonjeado, orgulhoso e feliz”, começou por afirmar, em declarações captadas pela Motorsport.

"A notícia imediatamente trouxe à mente a minha ultrapassagem inesperada em Gerhard Berger, na antiga curva Peraltada, quando cheguei em segundo atrás do meu companheiro de equipa na Ferrari, Alain Prost, em 1990. Não consigo acreditar que isso foi há 25 anos e que faz 23 anos desde a minha última vitória nesta pista”, continuou.

Eu tenho observado cuidadosamente o que os organizadores tem feito. Estou realmente ansioso para ver como está a pista por mim mesmo ainda este ano", concluiu.

A Formula 1 retomará à pista mexicana no próximo dia 1 de novembro, 23 anos após a última vez.

A poluição em Singapura pode colocar a corrida em causa?

Faltam cinco dias para a corrida de Singapura, e três para que os carros comecem a circular nas ruas da cidade-estado. Mas o tempo por lá não é famoso. Aliás, é horrivel. Não que esteja a chover ou o seu contrário, mas porque o ar é irrespirável. Tudo por causa de uma série de incêndios florestais que estão a acontecer a alguns milhares de quilómetros dali, na ilha de Sumatra, na Indonésia.

A imagem é de hoje, e de acordo com o Polluant Standard Indicator (PSI), o nível é de 222, que é bem acima do limite recomendável. E com o ar irrespirável, que afeta a visão das pessoas e causa dificuldades em respirar por parte dos mais vulneráveis - velhos, crianças e asmáticos, por exemplo - já houve vários eventos que estavam marcados para este fim de semana e tiveram de ser adiados ou cancelados.

Claro que se pergunta se haverá GP de Singapura, mas embora muitos questionam a sua realização, creio que se realizará. Bernie Ecclestone só não coloca a corrida a funcionar se tiver tropas nas ruas ou uma guerra a acontecer na esquina... 

Novo R5 à vista? Afinal... não

No domingo à noite falou-se na chance da Opel estrear um Corsa R5 no Rally Valais, na Suiça. Contudo, a Autosport portuguesa - que era a fonte da noticia - veio hoje a público dizer que a casa-mãe desmentiu as afirmações de que o carro iria estrear-se dentro em breve. Aliás, o projeto está, segundo diz o departamento de competição da Opel, adiado "sine die", ou seja, a possibilidade de ver a luz do dia é escassa.

O que é pena, pois teria sido interessante ver mais um carro numa categoria acessivel e bem competitiva, como são os R5. Mas por agora, eles continuam com o Adam, na categoria R2, numa marca que não aposta fortmente nos ralis desde finais da década de 80, com o Kadett GSI de Grupo A. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Youtube Rally Testing: Os testes da Toyota em Itália

Enquanto o WRC arruma as suas coisas depois de ter corrido na Austrália, aqui na Europa, mais concretamente em Itália, a Toyota está a correr com o seu modelo Yaris, preparando-se para a temporada de 2017, altura em que irá aparecer em força no Mundial, fazendo companhia com a Volkswagen, Hyundai e provavelmente Citroen e Ford.

O piloto em questão foi o finlandês Teemu Suninen. Aqui fica pouco mais de três minutos de testes no asfalto italiano.

Formula E: Oliver Turvey vai correr pela Nextev

A Nextev (ex-China Racing) anunciou este fim de semana que terá nas suas fileiras o britânico Oliver Turvey, que será companheiro de equipa de Nelson Piquet Jr, o primeiro campeão da categoria. Isto acontece depois do piloto britânico ter ajudado a equipa na ronda dupla de Londres, a etapa final da temporada passada da Formula E, cujo campeonato recomeçará a 17 de outubro, em Pequim.

Na apresentação, o piloto britânico explicou que “estou muito contente por fazer parte da Nextev TCR. Estou muito entusiasmado por competir ao lado do campeão em título e por trabalhar com toda a equipa no desenvolvimento da nova unidade motriz. Gostaria de agradecer à McLaren e à Honda por permitirem que participe no campeonato da Fórmula E em simultâneo com os meus compromissos no Super GT e como piloto de testes”.

Turvey, de 28 anos, é atualmente piloto de testes da McLaren, para além de correr pela Honda nos Super GT japoneses, e pela Jota Sport nas 24 Horas de Le Mans, onde venceu na categoria LMP2 em 2014. Na sua participação pela NextEv, em Londres, terminou ambas as corridas no nono posto.


Noticias: Vêm aí documentário sobre Bruce McLaren

Já se fala desde 2008 que há interesse em fazer um filme sobre um dos neozelandeses mais famosos do automobilismo, Bruce McLaren. Contudo, esta segunda-feira parece que foi dada a luz verde para a realização de um documentário sobre a sua carreira, realizado por Roger Donaldson, que já fez um filme sobre outra lenda neozelandesa, Burt Munro, que bateu um recorde de velocidade em Bonneville numa moto Indian. 

"Meu entusiasmo para fazer um filme sobre Bruce McLaren vem da minha paixão antiga pelo automobilismo - uma paixão que me foi passado pelo meu pai e avô," afirmou Donaldson, citado pelo site ScreenDaily.

Donaldson arrancou com a produção depois de conseguir o financiamento por parte do governo local, e vai ser feito nos mesmos moldes que "Senna", realizado em 2010 por Asif Kapadia, e ali será contada a história e a carreira de McLaren, nascido em 1937 em Ruemura, nos arredores de Auckland, para morrer a 2 de junho de 1970 em Goodwood, quando testava o McLaren M8D de Can-Am. Pelo meio, venceu três Grandes Prémios de Formula 1, o último dos quais no carro da sua propria equipa, em 1968, e venceu também as 24 Horas de Le Mans, com o seu compatriota Chris Amon a seu lado.

domingo, 13 de setembro de 2015

Um novo R5 à vista

A categoria R5 deve ser provavelmente a mais interessante, excitante e a mais acessível para os pilotos que correm em campeonatos nacionais e no ERC. Ford, Skoda, Citroen e Peugeot tem os seus carros a andar, mas poderão ter a companhia da Opel. É que de acordo com a Autosport portuguesa, o modelo Corsa R5 da marca alemã poderá andar no Rally Valais, dentro de um mês, na Suiça, com o campeão europeu júnior Emil Bergkvist ao volante.

A acontecer, isso vai concretizar as especulações sobre o projeto da casa de Russelheim em termos de ralis. Até agora via-se o Adam R2 nos ralis do ERC e falava-se há muito tempo sobre um projeto para o R5, que poderia ir para o WRC2, mas agora, depois de vários meses de testes e da anuência da direção da marca, o carro estará pronto para o campeonato de 2016 especialmente no ERC. 

Apesar de estar pronto, nada garante que a marca colocará uma equipa oficial para 2016, mas os pilotos terão mais um carro para poder correr. E como em média, um carro vale cerca de 150 mil euros - pelo menos os Ford R5 valem esse preço - mais pilotos poderão correr quer em termos locais, quer em termos regionais. 


As imagens do dia


Em qualquer fim de semana de corrida, é habitual vermos na paisagem automobilística e motociclistica pilotos da Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Espanha e Brasil nas provas internacionais. Habituamo-nos a isso, mas este fim de semana vimos algo anormal, pelo menos para este país à beira-mar plantado. Se ontem aplaudimos o terceiro lugar de António Félix da Costa em Oscherschleben, em mais uma corrida do DTM, hoje celebramos a vitória de Tiago Monteiro numa das corridas do WTCC, em Motegi, enquanto que horas depois, em Misano, Miguel Oliveira conseguiu o segundo lugar na prova da Moto3, no mesmo dia em que foi anunciado como piloto da alemã Leopard Racing, que no ano que vem vai correr na Moto2 e que está este ano na Moto3 com o atual lider do campeonato, o britânico Danny Kent.

Há uns tempos, em junho, quando o Miguel Oliveira venceu em Misano, lembro-me de pessoal a perguntar se não era a primeira vez de sempre que se ouvia o hino português. Disse logo que sim... e não. Sabia que era uma estreia na Moto3, mas em termos de automobilismo fartou-se de ouvir o hino nacional em corridas de categorias de formação. Até no Mónaco, em 2007, quando um certo Álvaro Parente venceu lá a corrida à frente de um alemão chamado Sebastian Vettel... mas isto é para verem até que ponto que é raro ouvir o hino português, apesar dos feitos de pilotos como o Tiago Monteiro, o António Félix da Costa, o Filipe Albuquerque, o Álvaro Parente... e estes são os mais recentes.

Ao ver este fim de semana fantástico para as cores portuguesas, começo a pensar que parece o trabalho de formação rendeu frutos, quer no motociclismo, quer no automobilismo. E é um pais mais pequeno do que as potencias automobilísticas que conhecemos, e não há tanto dinheiro para os apoiar como há nessas potencias automobilísticas. Não temos uma Galp que dê 50 milhões num piloto qualquer para correr na Formula 1, por exemplo. Mas isto é um fim de semana feliz do qual poderemos não ver tão cedo, mas para quem vive o automobilismo todos os dias, não deixo de sorrir para este dia.

Espero que o lembremos por muitos e bons anos, mas desejo que se repita o mais depressa possível.

WTCC 2015 - "Pechito" Lopez e Tiago Monteiro venceram em Motegi

O argentino José Maria Lopez e o português Tiago Monteiro foram os grandes vencedores das duas corridas do WTCC que aconteceram esta manhã no circuito japonês de Motegi. Dois meses depois das corridas em Vila Real, o WTCC voltou com o domínio dos Citroen de uma certa maneira ameaçado pelos Honda, que deu ao piloto português a sua segunda vitória da temporada, e a terceira para a marca japonesa, num ano dominado pelos Citroen.

A primeira corrida não teve história: depois de ter batido no arranque o "poleman" Norbert Mischelisz, o argentino José Maria Lopez foi embora da concorrência para vencer. Com isso, o interesse da corrida passou para a luta pela segunda posição entre o húngaro e o italiano Gabriele Tarquini, no seu Honda oficial. Contudo, Mischelisz aguentou os ataques de Tarquini e conseguiu ficar com o segundo posto. Mas ambos os pilotos beneficiaram da luta interna entre os Citroen de Ma Quinghua e de Sebastien Löeb, e tambem do atraso de Yvan Muller devido a problemas de direção, que fizeram com que o chinês fosse quarto classificado, na frente de Muller e Löeb.

Já Tiago Monteiro, depois de ter sido penalizado por causa de uma troca de motores, fez uma corrida de recuperação que o colocou no nono lugar, atrás do Lada de Rob Huff, mas mesmo assim ficou nos pontos.

Pouco depois, foi a segunda corrida, e as coisas foram diferentes. Com o piloto português a partir do segundo posto por causa da grelha invertida, aproveitou o arranque para passar Hugo Valente... e não mais largou. O piloto francês passou a ser "tampão" para a concorrência, que valeu imenso a pena para o piloto português, pois Yvan Muller teve problemas devido a um toque na traseira do seu compatriota, que o levou às boxes e a ficar fora dos pontos. 

Atrás, assistia-se a um duelo entre Ma Quinghua e Gabriele Tarquini pelo terceiro posto, mas também acabou com um toque entre ambos, com o chinês a atrasar-se e o italiano a ficar com o quinto posto. Mas mais tarde, os comissários disseram que a culpa tinha sido do italiano e penalizaram-no em 30 segundos, ficando fora dos pontos. Quem beneficiou disto tudo foi Rob Huff, que deu à Lada mais uma ida ao pódio, no seu lugar mais baixo.

Quem ficava também fora dos pontos era José Maria Lopez, que sofreu dois furos e acabou por abandonar.

No final, Tiago Monteiro estava eufórico com este resultado: "Não há palavras para descrever a felicidade. Este resultado é para todos na Honda, para o público fantástico que vi ao longo de toda a corrida muito entusiasta e para a minha família que me apoia incondicionalmente. Depois do que aconteceu em Vila Real, este é o melhor dos desfechos", comentou, eufórico.

No campeonato, José Maria Lopez lidera sem contestação, com 351 pontos, contra os 277 de Yvan Muller e os 253 de Sebastien Löeb. Tiago Monteiro é o sétimo, agora com 151 pontos.

O WTCC continua a 27 de setembro, em Xangai.

WRC 2015 - Rali da Austrália (Final)

Sebastien Ogier tornou-se este domingo de manhã o vencedor do Rali da Austrália, e em consequência, revalidou o campeonato do mundo para si pela terceira vez na sua carreira. Mas em terras australianas, lutou muito para chegar ao topo, contra pilotos como os seus companheiros de equipa, Jari-Matti Latvala e Anders Mikkelsen, e o Citroen de Kris Meeke.

Se no inicio da etapa tinha um vantagem mínima sobre a concorrência, o terceiro e último dia de rali foi aproveitado pelo piloto francês para se afastar definitivamente deles, pois venceu.... todas as especiais do dia, incluindo a Power Stage. No final, acabou com uma vantagem de 12,3 segundos sobre Jari-Matti Latvala e 32,6 segundos sobre o Citroen de Kris Meeke, que ficou com o lugar mais baixo do pódio.

Para o piloto de 32 anos, esta vitória foi o concretizar o objectivo da época. "Até agora está a ser uma temporada espectacular, a melhor que já fiz. A vitória neste rali tem muito significado. Foi a prova em que tive mais dificuldades ao ser o primeiro na estrada. No papel, era impossível vencer aqui. Mas eu estava determinado. Foi a forma perfeita de garantir o título", afirmou o novo tricampeão do mundo.

Já para Meeke, este pódio serviu como recompensa pelo fim de semana que teve em paragens australianas: "Gostei do meu fim-de-semana. Foi bom ter encontrado o ritmo durante toda a prova. Toda a gente sabe que cometi alguns erros recentemente. Por isso estou muito feliz. Temos de tirar os chapéus aos Volkswagen", conentou.

Também esta vitória significou o encerramento das contas do campeonato para a Volkswagen, que conseguiu o título de construtores pela terceira vez consecutiva.

Atrás dos pilotos que foram ao pódio ficou o outro Volkswagen de Anders Mikkelsen, que desta vez não conseguiu superar Meeke e monopolizar o pódio, como tinha feito na Alemanha, enquanto que Haydon Paddon foi o quinto e o melhor dos Hyundai, a meros 55 segundos do vencedor. Ott Tanak foi o sexto e o melhor dos Ford, mas a um minuto e 38 segundos, na frente dos Hyundai de Thierry Neuville e Dani Sordo, respectivamente a dois minutos e oito segundos, e dois minutos e 15 segundos do vencedor, respectivamente.

A fechar o "top ten" ficaram os Ford do galês Elfyn Evans e Nasser Al-Attiyah, o melhor dos WRC2, conseguindo bater o ucraniano Yuri Protassov.

Agora, o WRC regressa à Europa para correr noutro rali mitico: a Corsega, que vai acontecer entre os dias 2 e 4 de outubro, em mais um rali de asfalto.