sábado, 14 de fevereiro de 2009
A nova vida de Coulthard...
Eis o novo modelo da Audi!
GP2 Asia - Ronda 4, Losail (Corrida 2)
Conheçam estes grandes loucos!
Pois é, apresento-vos o blog Lada Lotus, o projecto de dois "loucos": Fernando Bueno e Adriano Ricciardi, com a assistência técnica de Alexandre Garcia. Podem acompanhar a evolução deste projecto no blog deles, e quanto a mim, eu lhes tiro o chapéu por querem fazer esta loucura. Deste lado do Atlântico, desejo-vos sorte, e já têm um fã!
Speeder Questiona... L.A. Pandini (Pandini GP)
Pandini (na foto de cima é o homem com o capacete na mão) não é o único blogueiro da família: sua mulher, Alessandra Alves (que conheceu durante a cobertura de uma corrida de Supercross em Curitiba − ele como repórter do “Jornal da Tarde”, ela pela “Folha de S. Paulo”), escreve sobre diversos assuntos (inclusive, é claro, corridas) no seu blog (http://www.alessandraalves.blogspot.com/). E o filho do casal, Gabriel, de 8 anos (provavelmente o mais novo blogueiro em lingua portuguesa), igualmente apaixonado por corridas, regista as suas impressões no http://www.sacodebatatas.blogspot.com/.
Ao longo de sua carreira, Luiz Alberto Pandini cobriu GP's de Fórmula 1 em vários países, duas 500 Milhas de Indianapolis, o Grande Prémio do Brasil em MotoGP de 1992, realizado em Interlagos, e inúmeras corridas em diversas categorias. Contudo, confessa que ainda tem um sonho para realizar: as 24 Horas de Le Mans. “Nunca estive lá. Ainda vou colocar essa prova no meu currículo”, assegura. E eu também espero...
O prazer é meu, Speeder! Eu registrei o blog muito antes de colocar o primeiro post e anunciá-lo aos amigos. Ficou meses parado, simplesmente porque eu não tinha idéia do que fazer com ele e, também, por uma certa preguiça de aprender a manipulá-lo... Também me faltava o hábito de ler blogs. Os primeiros que comecei a freqüentar foram os do Pedro Alexandre Sanches (um dos melhores jornalistas brasileiros na área cultural), da Alessandra Alves e do Flavio Gomes. Cada um me deu uma inspiração e, em poucas semanas como leitor deles, resolvi finalmente “dar vida” ao PandiniGP. No do Pedro, além dos ótimos textos, me encantou a interação que ele tem com um público de alto nível. O do Flavio me deu a idéia de colocar na rede muitas coisas legais que eu tinha guardadas e que eu teria poucas possibilidades de dividir com o público de outra forma. E o incentivo da Alessandra foi, digamos assim, “familiar”. Ela registrou o blog dela depois do meu, mas colocou em funcionamento antes e vi muito de perto como a coisa funcionava. No dia 2 de fevereiro de 2006, publiquei os primeiros posts do PandiniGP. Já nesse dia, estava no ar o cabeçalho que até hoje explica a razão de ser do blog: “Automobilismo, motociclismo, música, política, cinema, história... Este é um espaço para compartilhar idéias, opiniões, imagens, sonhos e loucuras. Divirta-se!”
2 – O nome que ele tem, foi planejado ou saiu, pura e simplesmente, da tua cabeça?
Saiu da minha cabeça há muitos anos: meu e-mail do Yahoo é “pandinigp” desde 2000. Tentei usar só “pandini”, mas alguém já havia registrado. Acrescentei o “GP” unicamente por ser a sigla de “Grand Prix”. Batizar o blog de “PandiniGP” foi absolutamente natural.
3 – Antes de começares este blog, já tinhas tido alguma participação em outros blogues ou sites?
Sim. Em 2001, eu e E. Correa criamos o GPtotal, um site devotado principalmente a opinião e história do automobilismo. Acertei uma parceria com o site Grande Prêmio, do Flavio Gomes, e com isso a audiência do GPtotal aumentou bastante. Durante uns quatro anos, participei ativamente do dia-a-dia do site editando as mensagens, escrevendo colunas e especiais, selecionando fotos, respondendo aos leitores. Mas chegou um ponto em que ele exigia uma dedicação que eu não queria nem tinha mais condições de dar. Diminuí minha participação até cessá-la de vez. Hoje fico só com o PandiniGP, que eu faço como e quando quero...
4 – Em que dia é que começaste, e quantas visitas é que já teve até agora?
Os primeiros posts, como escrevi acima, foram ao ar no dia 2 de fevereiro de 2006. E a resposta à segunda parte da pergunta vai parecer esquisita: não tenho idéia! Desde o começo, decidi simplesmente não pensar em número de visitantes, anunciantes, atualização diária, nada disso. Essas preocupações eram recorrentes no GPtotal e, em certo momento, elas acabaram com meu prazer de escrever no site. Eu não quis que acontecesse a mesma coisa com o PandiniGP. Não ganho nem um centavo com o blog, mas me divirto bastante com ele.
5 – De todos os posts que já escreveste, lembras-te de algum que te orgulhe… ou não?
É difícil responder. Já escrevi mais de 600 posts. Gosto muito das “Moscas Blancas”, que acabaram se tornando a atração principal do blog, e da seção “Vamos falar de mulheres (com todo o respeito)”, que criei como contraponto para o excesso de graxa, fumaça e testosterona. Outros posts que me agradaram foram alguns que escrevi sobre música e política. Desses, um que acho legal é o do Ranieri Mazzilli, o “presidente Modess”, que publiquei em maio de 2007. Também fiquei satisfeito com os poucos que escrevi com memórias da minha infância e adolescência. Tenho agora uma nova seção que promete muito: “Momento F1 Nostalgia”, uma contribuição valiosa do nosso amigo em comum, Rianov Albinov.
6 – Em que é que tu, escrevendo sobre Formula 1, consegues ser diferente dos outros blogs?
Nunca parei para pensar nisso... Acho que o fato de ter vivência longa no automobilismo e cobrir alguns GPs (onze, mais precisamente, além de outros quatro aos quais compareci profissionalmente por causa do Porsche Cup Brasil) me deu (ainda dá) oportunidades que outros donos de blogues não tiveram. Procuro dividir essas vivências e meu material de arquivo com os leitores. O PandiniGP tem um viés jornalístico, até por força da minha profissão, mas antes de tudo é pessoal e exprime minha opinião, mesmo que para isso eu tenha que “remar contra a maré”. Talvez sejam esses os maiores atrativos do PandiniGP... Sinceramente, precisaria elaborar melhor a resposta.
7 – Daqueles blogues que conheces sobre automobilismo, qual(is) dele(s) é que tu nunca dispensas uma visita diária?
A resposta completa a essa pergunta está no meu blogroll! Falando sério: por pura falta de tempo, não há nenhum blogue que eu leia diariamente. Minha “ronda” pelo blogroll dura dois ou três dias, ao longo dos quais vou atualizando minha leitura de cada blogue.
8 – Falamos agora de Formula 1. Ainda te lembras da primeira corrida que assististe?
Tive várias “primeiras”... Eu sempre gostei de carros, mas despertei para o automobilismo esportivo vendo o acidente que matou Ronnie Peterson na largada do GP da Itália de 1978. Dessa corrida, só vi o acidente, porque depois fomos para a praia. O primeiro GP completo que vi na TV foi o da Argentina de 1979. Duas semanas depois, no dia 3 de Fevereiro, pisei em Interlagos pela primeira vez na vida para assistir aos treinos de sábado do GP do Brasil, e no dia seguinte fui ver a corrida. Foi a única dobradinha da Ligier na Fórmula 1, com Jacques Laffite em primeiro e Patrick Depailler em segundo. Eu estava na arquibancada da subida dos boxes e até hoje tenho na memória a lembrança de cada piloto passando na minha frente. Isso inclui Hector Rebaque e Arturo Merzario, que não se classificaram para a largada.
9 – E qual foi aquela que mais te marcou?
Esta também é uma resposta difícil. Foram muitas... Das que vi pela TV, gostei muito dos GPs de Long Beach, Bélgica, França e Holanda de 1979; Argentina, Brasil, Espanha e Holanda de 1980; África do Sul, San Marino, Mônaco, Espanha, Alemanha, Canadá e Las Vegas 1981; Brasil 1982... Olha, a lista é muito longa. A resposta fica mais fácil se considerar apenas aquelas às quais compareci ao vivo e em missão profissional: Brasil 1991, meu primeiro como jornalista, e Europa 1993, em Donington, minha primeira cobertura de F1 fora do Brasil. Esta, ainda por cima, foi uma corrida histórica, muito emocionante, por causa dos desempenhos de Senna e Barrichello.
10 – Fittipaldi, Piquet e Senna. Qual dos três é aquele que mais agrada, e porquê?
Piquet. Era ele quem estava despontando quando “descobri” o automobilismo. Piquet já fez muitas malcriações e falou bobagens, mas quem o conheceu de perto sabe que é um cara “do bem”. Ele não tem medo de dizer o que pensa, mesmo correndo risco de errar, e essa é uma qualidade que admiro em qualquer pessoa. Meus contatos profissionais com ele foram poucos mas proveitosos, sempre foi atencioso comigo. Tenho um profundo respeito pelo Emerson, mas infelizmente não acompanhei o auge da sua carreira na F1. Entre 1979 e 1980, torci muito para ele vencer uma corrida pela equipe Fittipaldi. Foi uma pena que não tenha acontecido.
11 – E achas que algum dia, Felipe Massa vai fazer parte deste trio de campeões?
Durante muito tempo, achei que não. Hoje, acho que ele tem condições de fazer. Se vai acontecer, não sei...
12 – Comparando-o aos três pilotos acima referidos, Massa é mais parecido com quem, e porquê?
Nenhum dos três. Massa tem o jeito dele, tanto guiando quanto fora da pista. Em 2008, houve duas ocasiões em que sua atitude me surpreendeu agradavelmente: depois do GP da Alemanha, quando saudou efusivamente o segundo lugar do Nelsinho, e depois do GP do Brasil, em que ele deixou de ser campeão da maneira que todos nós vimos. O incentivo dele ao Nelsinho lembrou muito a atitude do Emerson por ocasião da vitória do José Carlos Pace em 1975 e da primeira do Piquet em 1980.
13 – Achas que o título de 2008 foi bem entregue?
Sem dúvida! Hamilton é um excelente piloto e merecia o título tanto quanto Massa. Infelizmente, só um podia ser campeão.
14 – Tirando os brasileiros, qual é para ti o piloto mais marcante da história da Formula 1, e por quê?
Objetivamente, eu teria que responder Fangio e Schumacher, os dois maiores campeões da modalidade. Mas Gilles Villeneuve me marcou demais. Depois de Piquet, era o piloto que eu mais gostava. Torcia muito por ele, adorava vê-lo correndo, e chorei quando soube da gravidade do acidente que o matou. Em 1982, a TV brasileira ainda não transmitia o treino de sábado: era preciso esperar o programa de esportes, na hora do almoço, ou o telejornal da noite para saber quem largaria na pole e os resultados dos brasileiros. Fiquei sabendo do acidente no final da manhã, depois de voltar da praia, e até aquele momento Gilles estava “clinicamente morto”, uma expressão que eu nunca havia ouvido. Só no final da tarde a TV deu um boletim extraordinário e mostrou o acidente, junto com a notícia de que ele havia morrido. Foi meu pior dia como amante de corridas. Até hoje me emociono quando lembro disso.
15 – Para além de Formula 1, que outras modalidades de automobilismo que tu mais gostas de ver?
Durante muito tempo, eu tentei acompanhar absolutamente tudo o que aparecia na minha frente, desde a F1 até o motocross, dos campeonatos mais importantes aos mais obscuros. Consegui até o final de 1995, quando a revista Grid fechou e eu passei a trabalhar em outras áreas do jornalismo. Hoje, mantenho atenção maior sobre a F1, a MotoGP, o Mundial de Rali e algumas corridas de endurance – além, é claro, do Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, para o qual trabalho profissionalmente. Na medida do possível, procuro me manter informado sobre todas as categorias, pelo menos saber quem venceu as corridas e quem lidera os campeonatos.
16 – E achas que vale a pena falar sobre elas no teu blogue?
Sim! Meu blog não é apenas sobre F1. Além disso, alguns blogueiros, entre os quais orgulhosamente me incluo, estão resgatando a história do automobilismo interno brasileiro. Tem muita coisa bacana para ser contada além da F1.
17 – E miniaturas de carrinhos, tens algum?
Tenho várias, mas não sou um colecionador de miniaturas. Em termos de coleções sobre automobilismo, meu foco está em livros e revistas. Juntando tudo, deve dar uns 5.000 volumes, sem contar o material sobre outros assuntos. Ocupa um espaço enorme, dá uma trabalheira para manter arrumado, mas são indispensáveis para meu trabalho. E são úteis para o blog também...
18 – Passando para a actualidade: de repente, a Honda anuncia a sua retirada da Formula 1. Como sentiste isso?
Foi muito conveniente, não é? Repare que, de todas as fábricas que anunciaram retirada de categorias de automobilismo e motociclismo nas últimas semanas, apenas uma (Audi) vinha sendo competitiva. Todas as outras (Honda, Subaru, Kawasaki...) estavam por baixo e aproveitaram o pretexto da crise para bater em retirada. Para a F1, foi um baque que considero merecido. Em sua eterna arrogância, equipes e dirigentes restringiram tanto o acesso à categoria que, ao contrário do que acontecia antes, passaram-se anos sem que houvesse novas equipes se preparando para entrar na F1. Quem sabe sejam menos elitistas e presunçosos daqui para a frente, embora eu não tenha grandes esperanças...
19 – Se Nick Fry e Ross Brawn encontrarem comprador nos próximos tempos, achas que Jenson Button, e especialmente Rubens Barrichello, conseguem manter os seus lugares?
Button teria mais possibilidades que Barrichello. O brasileiro fez em 2008 uma temporada bem melhor que a de Button, mas a comparação das três temporadas que eles fizeram juntos é amplamente favorável ao inglês. Acho Barrichello um excelente piloto, de grande importância para qualquer equipe que queira um bom acertador de carros, rápido e que erra muito pouco. Mas ele foi claramente batido nos dois primeiros anos na Honda, o que certamente não ajudou em sua imagem perante as demais equipes. De qualquer maneira, é preciso ver quais serão os interesses do grupo que ficar com o espólio da Honda, se é que isso vai realmente acontecer.
20 - Max Mosley anunciou agora que fez um acordo com a Cosworth para fornecer motores ás equipas, a dez milhões de euros por ano. A FOTA (Formula One Teams Association) concordou em reduzir os custos. Achas que é este o caminho, uma Formula 1 com custos controlados?
Eu não acredito em “automobilismo com custos controlados”. Nenhuma categoria no mundo consegue isso. Mesmo nas monomarcas, os custos não diminuem, só aumentam, e quem tiver mais dinheiro e souber usá-lo sempre vai ter mais possibilidades de conseguir sucesso. Se os dirigentes cortam os custos de uma área, o dinheiro que uma equipe tiver à disposição certamente será utilizado em outra frente. De 2002 para cá, a FIA baixou várias medidas “para conter custos” e eles só aumentaram. Além disso, com todo o respeito, sr. Mosley et caterva já mostraram não ter qualquer noção do que fazem quando mexem nos regulamentos. Basta ver que em 1998 os pneus slick foram banidos “para proporcionar mais ultrapassagens”. Agora, os slicks estão voltando com o mesmo objetivo... A coerência desse pessoal é zero.
21 - O que achou dos novos carros de 2009?
O mesmo que quase todo mundo: muito feios! Principalmente por causa da desproporção entre as asas dianteira e traseira. Por outro lado, ficaram mais “limpos”, sem tantos apêndices aerodinâmicos. Talvez seja uma questão de costume e logo os acharemos bonitos. Quem acha que as corridas vão ficar “mais emocionantes” corre o risco de se decepcionar. A F1 nunca foi uma categoria onde as ultrapassagens são freqüentes. Quem quer isso deve procurar outras categorias.
22 - “Correr é importante para as pessoas que o fazem bem, porque… é vida. Tudo que fazes antes ou depois, é somente uma longa espera.” Esta frase é dita pelo actor americano Steve McQueen, no filme “Le Mans”. Concordas com o seu significado? Sentes isso na tua pele, quando vês uma corrida, como espectador?
Praticamente tudo o que fiz na minha vida tem alguma referência de corrida. Em alguns casos, isso me faz lembrar precisamente a data em que determinado fato pessoal aconteceu, mesmo os mais longínquos. Além disso, várias das revistas e livros que tenho em casa me trazem à lembrança, com exatidão, tudo o que fiz no dia da compra. E conheci minha mulher durante uma cobertura de corrida. Preciso dizer mais?
A resposta pode dar a impressão de que sou o típico “rato de autódromo”, mas nunca fui. Com raríssimas exceções, só vou a uma pista se estiver trabalhando. Do contrário, prefiro aproveitar o final de semana fazendo outras coisas.
23 – E o sistema de medalhas, proposto pelo Bernie Ecclestone? Achas uma boa ideia ou apenas o mais recente pensamento de um homem já senil?
Tenho um amigo que define perfeitamente o comportamento do Bernie nos últimos anos: “Quanto mais velho, mais bobo”. De todas as declarações que o Bernie deu nos últimos anos, quase nada de útil se aproveita. O pior é que essa das medalhas periga virar realidade! Como você já deve ter percebido, acho esta mais uma das idéias perfeitamente idiotas perpetradas por Bernie, Mosley ou ambos em conjunto...
24 – Já agora, tens alguma experiência automobilística, como karting? Se sim, ficaste a compreender melhor a razão pelo qual eles pegam num carro e andam às voltas num circuito?
Nunca corri em provas oficiais, mas fiz testes com alguns carros de corrida para escrever matérias: Fórmula 3, Fórmula Chevrolet (nome da Fórmula Opel no Brasil), Fiat Uno, Chevrolet Omega da Stock Car brasileira – tudo isso entre 1994 e 1995, quando fui editor da revista Grid. Hoje, disputo um campeonato de karts de aluguel com motores de 13 hp, organizado por e para jornalistas de automobilismo e pomposamente chamado de “Mundial da FIAk – Federação Internacional dos Andadores de Kart”. É uma brincadeira entre amigos, sadia e suficiente para eu satisfazer meus desejos reprimidos de ser piloto! E, antes que você me pergunte sobre resultados, informo que não sou um piloto brilhante... Nesse campeonato, que disputo há uns quatro anos, ganhei apenas uma corrida, e de um modo tão inusitado que foi tema do “La Mosca Blanca” número 102, que foi ao ar em agosto de 2008.
Respondendo à segunda parte da sua pergunta: o ritual de vestir macacão e capacete, de entrar no kart, e as sensações de pilotar, de controlar uma máquina, de descobrir como andar mais rápido, da competição em si... Tudo isso é apaixonante. Nunca participei do desenvolvimento ou do trabalho de acerto de um carro de corridas, nem tenho conhecimento para isso, mas essa parte do automobilismo também deve ser muito envolvente. E quem escreve isto é um “piloto” mequetrefe que corre apenas entre amigos. Imagine o que eu teria a relatar se tivesse algum dia corrido em um campeonato oficial!
25 - Tens algum período da história da Formula 1 que gostarias de ter assistido ao vivo?
Todos! Desde os Grand Prix da década de 30 até a F1 dos anos 70, que conheço apenas pela leitura de revistas e livros e por alguns vídeos. Sou fascinado pela história do automobilismo. Meu período preferido da F1 vai até meados da década de 1980, embora as fases posteriores também tenham aspectos interessantes.
26 - Já alguma vez viste a briga entre o René Arnoux e o Gilles Villeneuve, no GP de França de 1979? Para ti, aquelas voltas finais significam o quê?
Vi várias vezes. Assisti essa briga pela TV na época, no momento em que acontecia! Fiquei vidrado, chapado, passei dias falando daquilo... Mostrou que mesmo uma corrida monótona pode se transformar, de uma hora para outra, em emocionante e histórica. Muita gente manda o vídeo daquelas três voltas (as últimas da corrida) com observações do tipo “Assim era a F1 nos anos 70”. Quase ninguém lembra que as 77 voltas anteriores foram, quase todas, muito chatas... Nisso, a F1 não mudou. É uma característica dela e eu prefiro assim, apesar de muita gente discordar. Emoções “garantidas” como as da Nascar não me atraem.
27 – Jeremy Clarkson, o mítico apresentador do programa de TV britânico “Top Gear”, disse que Gilles Villeneuve foi “o melhor piloto que alguma vez sentou o rabo num carro de Formula 1”. Concordas ou nem por isso?
O mais audacioso e rápido, certamente. “Melhor”, não. Por mais que eu adorasse a pilotagem de Gilles, não podemos esquecer que o objetivo de qualquer piloto (e de sua equipe) é vencer corridas e, por meio delas, o campeonato. Nesse aspecto, Fangio e Schumacher são os reis incontestáveis, embora bem menos espetaculares que Gilles.
28 - Costumas jogar em algum simulador de corridas, como o “Gran Turismo”, o “Formula 1”, ou jogos “online”, como o BATRacer ou o “Grand Prix Legends”?
Parei de jogar há muitos anos. Experimentei o “Grand Prix Legends”, mas só no teclado e aí fica quase impossível jogá-lo. Antes disso, eu jogava muito o “World Circuit F1”, da MicroProse, principalmente a segunda versão. E antes ainda, na minha adolescência, havia em Santos e São Paulo os “fliperamas”, lojas nas quais compravam-se fichas para jogar nas máquinas de pinball e nos simuladores existentes para corridas, batalhas espaciais e outros temas. Vistos hoje, parecem máquinas rudimentares, mas eram sensacionais para a época. Freqüentei bastante esses lugares. Não era exatamente um ambiente sadio: fumava-se muito nesses lugares, havia elementos de índole claramente duvidosa, tinha alguma coisa de submundo naquilo... E, como vários outros rapazes, precisava me controlar para não gastar todo meu dinheiro ali. Era muito fácil ficar tão viciado quanto um jogador de cassino...
29 – Eu sei que começaste há algum tempo, mas… que é que tu alcançaste, em termos de prémios, convites, referências, desde que iniciaste o teu percurso na Blogosfera? Ou nem ligas muito a isso?
Ganhei muitos amigos – alguns eu conheci ao vivo, outras só virtualmente, como é o seu caso. O blog me permite escrever livremente, sem tutela nem prazos. Tudo o que eu queria com ele era me divertir e exprimir meus pensamentos, minhas idéias, até minhas neuras em alguns casos... Saber que tantas outras pessoas gostam de um blog tão pessoal é muito bacana, uma sensação muito boa. Nunca inscrevi o PandiniGP nos prêmios, concursos e eleições de blogs, nem pretendo fazê-lo. Meu “barato” não é esse.
30 – E se fosses o Max Mosley, o que preferias ter na Formula 1? Uma grelha só de montadoras ou de “garagistas”?
O ideal seria uma mistura dos dois, como acontecia no começo da década de 1980, por exemplo. Mas, se eu tivesse que optar entre montadoras ou garagistas, ficaria com os garagistas. Eles têm automobilismo na alma, vivem-no como profissão e por paixão. As grandes fábricas encaram automobilismo apenas como uma ação promocional que pode ser interrompida a qualquer momento por um motivo qualquer.
31 - Que impressão é que ficas do novo Autódromo de Portimão?
Eu gostaria de conhecê-lo pessoalmente, porque todos os relatos, fotos e depoimentos mostram que deve ser sensacional! No começo deste ano, encontrei-me rapidamente com Francisco Santos, jornalista português que morou muito tempo no Brasil e estava passando férias aqui. Ele definiu a pista de Portimão da seguinte maneira: “É um lugar com traçado de pista antiga e estrutura de autódromo novo”. Tomara que isso seja o começo de uma tendência e acabe com os “traçados tilkeanos”.
32 – Vamos falar do futuro próximo: Bruno Senna, Lucas di Grassi, Nelson Piquet Jr. Um já está lá, os outros dois querem lá chegar. Achas que algum dos três tem estofo de campeão? Se sim, qual?
É muito ruim escrever isto, mas neste momento não tenho argumentos para colocar qualquer um deles como “futuro campeão de F1”. Os três são muito bons pilotos, já provaram que podem perfeitamente competir na F1 e fazer bonito, mas não têm um histórico que permita chamá-los de “excepcionais”. Por motivos diversos, acho quase impossível surgir no Brasil outra safra de gênios como Emerson, Piquet e Senna. Se o País mantiver presença entre os vencedores, como aconteceu nos últimos anos com Barrichello e depois com Massa, os brasileiros já terão motivos para ficar satisfeitos.
31 – Tens algum plano para o blogue, no futuro próximo? Novas secções, meteres-te num podcast ou videocast?
Não, nada disso. Para minhas pretensões e possibilidades atuais, o blog está perfeito. Gostaria de escrever mais sobre outros assuntos além de automobilismo e ter mais constância com o “Vamos falar de mulheres...” e outras seções, mas falta tempo. O que pretendo para o futuro é organizar os arquivos, permitindo uma busca rápida por seção ou por assunto. Mas asseguro que isso ainda vai demorar. Então, o que posso garantir é que nos próximos meses o PandiniGP continuará igualzinho ao que é hoje. Espero que esse seja exatamente o desejo da maior parte dos leitores...
22 de Novembro 2008 - Marcos Antônio Filho (GP Series)
26 de Novembro 2008 - Vick, Ludy, Tati e Lu (Octeto Racing Team)
29 de Novembro 2008 - Hugo Becker (Motor Home)
3 de Dezembro 2008 - Fabio Andrade (De Olho na Formula 1)
6 de Dezembro 2008 - Rianov Albinov (F1 Nostalgia)
10 de Dezembro 2008 - Jorge Pezzolo (jpezzolo.com)
13 de Dezembro 2008 - Ron Groo (Blog do Groo)
17 de Dezembro 2008 - João Carlos Viana (jcspeedway)
20 de Dezembro 2008 - Felipão (Blogspot Brasil)
3 de Janeiro de 2009 - José António (4 Rodinhas)
7 de Janeiro de 2009 - Germano Caldeira (Blog 4x4)
10 de Janeiro de 2009 - Felipe Maciel (Blog F-1)
14 de Janeiro de 2009 - Daniel Médici (Cadernos do Automobilismo)
17 de Janeiro de 2009 - Thiago Raposo (Café com Formula 1)
21 de Janeiro de 2009 - Orroe (N U R B U R G R I N G)
24 de Janeiro de 2009 - Sávio Machado (SAVIOMACHADO)
28 de Janeiro de 2009 - Javi G. (Zone F1)
31 de Janeiro de 2009 - Gabriel Lima (Speed N'Thrash)
7 de Fevereiro de 2009 - Marcel Marchesi (Marchesi Design)
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
GP2 Asia - Ronda 4, Losail (Corrida 1)
WRC - Rali da Noruega (Dia 1)
O dia começou com Hirvonnen ao ataque, com Löeb a responder, no sentido de nunca o deixar escapar muito. A luta entre ambos durou toda a etapa, com uma supermacia residual de Mikko Hirvonen, já que a sua vantagem nunca foi superior a 7,3 segundos. No derradeiro troço do dia, Hirvonen queixou-se dos pneus traseiros que estavam gastos e cedeu a liderança ao francês da Citroen. Resta saber se os pneus estavam mesmo gastos ou se foi uma táctica para não ser o primeiro na estrada na segunda etapa.
"Os meus pneus traseiros estavam completamente nas lonas, pois perdi imensos pregos. Não queria que isto sucedesse, mas agora vai ser uma grande luta amanhã.", disse Hirvonnen, quanto que Löeb perferia destacar a condução nas estradas norueguesas: "É muito giro guiar em estradas assim .Andei depressa e corri alguns riscos, e acho que estamos numa boa posição para amanhã. Não penso que ser primeiro ou segundo faça grande diferença.", concluiu.
Outra luta ococrrida entre os terceiro e quarto classificados, Jari-Mari Latvala e Daniel Sordo. Latvala não foi tão rápido como o seu companheiro de equipa, apesar de não estar longe dos dois homens da frente, mostrando alguma inconsitência nos tempos que fez. Sordo é quarto, a tentar ser eegular, mas atrás dele tem dois especialistas de pistas geladas, em carros desactualizados. Per-Gunnar Anderson é quinto, num Skoda Fabia WRC, enquanto que Petter Solberg é sexto, num Citroen Xsara WRC, e ambos estão separados por... 0,1 segundos.
Henning Solberg, o irmão de Petter, é sétimo na classificação, mas bastante desiludido com a equipa Stobart. O setup do seu Focus não era o melhor na primeira ronda do dia, melhorou após a passagem pelo parque de assistência, mas a seguir teve problemas com a patilha da caixa de velocidades. Está longe do pódio que era o seu objectivo. O inglês Matthew Wilson, noutro Ford Stobart, fecha os lugares dos pontos.
Na categoria de Produção, sortes diferentes para os pilotos portugueses. Armindo Araújo, no seu Mitsubishi Lancer Evo X, é agora o segundo classificado na categoria, enquanto que Bernardo Sousa, no seu Punto Abarth, desistiu devido a problemas de motor, quando ocupada o sétimo posto na categoria. No caso de Araujo, depois de uma entrada cautelosa, impôs um ritmo um pouco mais forte, que lhe permitiu assinar regularmente tempos dentro do top five, conseguindo mesmo por duas vezes rodar nos três mais rápidos, o que juntamente com problemas de alguns adversários, lhe permitiu terminar a etapa no segundo posto da geral, atrás do lider, Patrick Sandell, no Fabia S2000.
"O dia correu muito bem. Na primeira especial perdi algum tempo, mas logo a seguir fui o segundo mais rápido. A partir daí rodei invariavelmente nos cinco primeiros e terminar a etapa no segundo lugar é fantástico. Estamos a cumprir à risca a estratégia que traçámos, impor um ritmo bom e sobretudo evitar erros. As afinações que escolhemos funcionaram muito bem, pelo que só tenho de estar satisfeito. Os troços são rápidos, mas traiçoeiros, sobretudo porque a visibilidade hoje foi reduzida. Os bancos de neve podem ser uma ajuda, mas existem situações em que ‘jogam’ contra nós, pois ficamos presos, pelo que é preciso cuidado e não exagerar nos toques. O único percalço ao longo do dia foi um pião na derradeira especial, porque os pneus estavam já muito gastos", referiu Araujo, contente com a sua prestação de hoje.
O rali prossegue amanhã.
Saiu o relatório sobre o acidente mortal de Colin McRae
"O 'Air Accident Investigation Branch' divulgou o relatório do acidente de helicópetro onde Colin McRae, o seu filho e dois amigos perderam a vida a 15 de Setembro de 2007.
O organismo britânico que analisa os acidentes de aviação não chegou a conclusões significativas em relação às causas do acidente, tendo apresentado algumas situações que poderão ter contribuído para o acidente, não tendo no entanto excluído a possibilidade do mesmo se ter devido a falha técnica. Um embate com uma ave, interferência nos comandos por parte do passageiro do banco da frente ou "servo transparency" (em que o piloto tem a impressão de perder o controle da aeronave), são as prováveis causas do acidente.
O relatório revelou ainda que a licença de Colin McRae estava caducada desde 2005 e que essa mesma licença não permitia conduzir o aparelho em questão (um Eurocopter Squirrel) desde o início de 2007.
O mesmo documento faz considerações em relação aos momentos anteriores ao acidente, revelando que Colin McRae voava muito baixo e a uma velocidade excessiva entre as árvores do bosque circundante. Essas conclusões basearam-se na gravação de vídeo que foi feita por uma das vítimas do acidente pouco tempo antes da queda.
Entre as considerações divulgadas, pode ler-se que 'O piloto colocou o seu helicópetro numa situação que reduziu muito a margem de erro, ou a possibilidade de lidar com um acontecimento inesperado.'"
in Sportmotores.com
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Acontece sermos premiados (parte V)
- No Mundo da Velocidade (Diego Maluana)
- Zone F1 (Javi G.)
- Speed N'Thrash (Gabriel Lima)
- SAVIOMACHADO
- jpezzolo (Jorge Pezzolo)
- Motorizado (Ylan Marcel)
- Fomula One Addict (F1Fan)
- World Motor Sports Cars (Ricardo Kakazu)
- F1-V8
- 16 Valvulas (Gonçalo Sousa Cabral)
- Velocidade Máxima (Fernando Ringel)
- I Wanna Be Nuno Rogerio
- Blog 4x4 (Germano Caldeira)
GP2 Asia - Ronda 4, Losail (Qualificação)
Noticias: Portimão recebe a World Series by Renault
24 de Maio - Mónaco (jornada unica)
13/14 Junho - Budapeste
4/5 Julho - Silverstone
18/19 Julho - Le Mans (circuito Bugatti)
1/2 Agosto - Portimão*
19/20 Setembro - Nurburgring
24/25 Outubro - Alcañiz*
*circuitos em estreia
Rumor do Dia: USF1 sim, Senna na Honda?
O piloto do dia - John Surtees (3ª parte)
Era uma vez, há dois anos atrás...
Lao Tse
Era uma vez, há dois anos atrás, estava uma chuvosa noite de Domingo, e eu me aborrecia de morte à frente do ecrã de computador. Para mim, navegar na Internet deixara há muito de ser só para ver sites e blogs, mas tinha passado para a escrita. Escrevia há muito para os blogs de alguns amigos meus, bem como uma secçãozinha chamada “Meu Diário” que existe no Hi5. Para além disso, comentava e também fazia uns artigos para colocar no Fórum Autosport, mas não era nada de interessante. Sabia da existência dos blogues, pois na Universidade, tinha tido uma cadeira semestral no terceiro ano do curso chamado “Ciberjornalismo”, cujo professor era Miguel Gaspar, que neste momento é sub-director do jornal “Público”. Por aquilo que tinha observado anteriormente, tinha uma certa resistência aos blogues, pois isso significaria que não teria de o criar, como teria de o alimentar, actualizando-o diariamente. Ora, só queria fazer tal coisa se tivesse um assunto do qual valesse a pena escrever.
Mas nessa altura estava numa situação profissional difícil: tinha acabado de fazer o curso, e depois do estágio curricular na RTP-N, no Porto, estava no mercado de trabalho, procurando por emprego. Mandando dezenas de “curriculum vitae”, com os meus trabalhos feitos no jornal da Universidade pareciam não ser suficientes para convencer o director de um jornal qualquer a aceitar-me. E como tinha ganho o hábito de escrever frequentemente no jornal da Universidade, sentia a falta dessa prática. Então, comecei a pensar que criar um blog, não seria mau de todo. Voltar a ganhar a prática era uma boa ideia, enquanto não arranjava trabalho. E num impulso, decidi ir ao Blogger e abrir uma conta, para começar isto.
Nessa noite fria, escura e chuvosa de Inverno, escrevi este post inicial:
“Boas!
Tipicamente, este era o um post de alguém que andava aos papéis, confuso e sem saber o que fazer num meio novo, sem saber muito bem o que fazer dele. Confesso que andei assim durante uns dias: iria escrever sobre o quê? Quem se interessaria no dia dia-a-dia de alguém como eu, entre dezenas de milhares de blogs? Eu não queria ser mais um, queria marcar a diferença no universo blogueiro. E isso não durou muito. Aliás, foi logo no terceiro post que coloquei desse dia. Foi uma biografia do Piers Courage. A ideia era só para mostrar as minhas preferências automobilísticas. Agora que o leio, dois anos mais tarde, não mudaria muito, talvez colocaria mais uma ou duas fotos, e as fontes do trabalho. Mas era algo que estava a começar. Aliás, nesse dia coloquei quatro posts, e essa característica manteve-se até aos dias de hoje…
Com o tempo, descobri que era aquilo no qual eu tinha de apostar, para ser diferente dos outros. Com o tempo, conheci mais pessoas, contactava com mais gente, escrevia cada vez mais, pesquisava cada vez mais. O meu trabalho começava a ter admiradores, a ser reconhecido quer aqui, quer lá fora, e começava a conhecer pessoal interessante. Com as semanas e os meses, descobri, lentamente, que este blog, e a blogosfera em geral, pode ser usado para muito mais do que escrever sobre os desabafos dos nosso dia-a-dia. Também podia ser usado para contar uma história, e as “estórias” que o automobilismo traz. E descobrir que muito mais do que fazer simples relatos de corridas, pode-se praticar, num meio absolutamente gratuito, tudo o que aprendeste nas aulas de jornalismo. Para isso, o meu primeiro agradecimento vai para o professor Miguel Gaspar, actualmente sub-director do jornal Público, e meu professor de Ciberjornalismo. Afinal, nunca pensei que uma simples cadeira semestral do terceiro ano pudesse ter este tipo de consequências…
Hoje, precisamente dois anos depois daquele “primeiro passo”, as consequências são visíveis: mais de 300 mil “pageviews”, uma rede de seguidores vindos de países tão diferentes como o Brasil, Espanha, Argentina e Japão, e alguns trabalhos em sítios na Net como o Supermotores.net e o motormais.sytes.net. Tenho uma coluna de opinião no site Pitstop, onde já escrevi até agora alguns artigos, desde reflexões sobre o futuro da Formula 1 até um artigo de tributo a Teddy Mayer, o “manager” da McLaren nos anos 70. E agora, vou entrar no projecto de um jornal desportivo regional, onde irei escrever sobre automobilismo, entre outras modalidades. Olhando para trás, posso dizer que a caminhada tem valido a pena. Houve assuntos dos quais escorreguei e cai, mas depois faz-se o habitual: sacode-se o pó e levanta-se. Aprendi a ser mais cuidadoso com o que falo e o que faço, e tento ser rigoroso nos assuntos que escrevo, principalmente nas biografias, pois sei que tenho “mil olhos” a observar tudo o que faço. É o preço que se paga pelo sucesso deste blog…
Portanto, aos “aprendizes de feiticeiro” que estão na escola ou na Universidade, e a ler este post, eis os meus conselhos que aprendi com a vida. Se seguirem ou não, fica ao vosso critério:
- se não tens um blog, cria-o
- encontra um assunto para falar dele
- mantenha-o vivo, escrevendo pelo menos um post por dia
- encontra outros “bloggers” que escrevam sobre o assunto que vocês escolheram, e escrevam nos seus replys, deixando sempre o vosso endereço. A curiosidade desse blogueiro irá levar ao vosso blog.
- tentem escrever de modo claro e objectivo. Vai-vos ser útil mais tarde, quando começarem a entrar em contacto com os meios de comunicação social.
- tentem ser os mais originais possíveis. Se fizerem um artigo de fundo do qual têm que consultar livros e a Net, nunca, mas NUNCA, se esqueçam de colocar as vossas fontes.
- se forem a determinado evento, levem pelo menos uma vossa máquina fotográfica (os telemóveis digitais ainda não tem boa qualidade) e façam um relato na primeira pessoa.
- tentem colocar outros meios de comunicação. Muitos blogs tem podcasts ou videocasts, no qual vocês podem mostrar aquilo que sabem fazer. Se a tua paixão é a fotografia, também pode servir como exposição. Podem criar uma conta especial no Flickr, por exemplo.
Para alguns, isto será como “ensinar o Pai Nosso ao Sacristão”. Mas sei que muitos dos que passam por aqui são estudantes. Quer estejam no ensino secundário, ou estão na Universidade, estudando (ou não) para serem jornalistas. Para esses, a Blogosfera é um dos melhores tubos de ensaio para o vosso futuro profissional, caso queiram seguir isto. Acreditem, é mesmo!
Eventualmente, num futuro mais ou menos próximo, os jornais estarão mais na Net do que em papel. E eventualmente, o jornalismo será mais especializado, mais fragmentado, e será um meio ainda mais “democrático” do que é agora. É um meio em mutação. Um exemplo: há umas semanas, arranjei o meu próprio Twitter, onde coloco alguns dos posts que escrevo aqui, e interajo com algum pessoal do meu meio. Mas a maior parte dos jornais importantes também têm o seu Twitter!
Acho que temos nas mãos uma grande quantidade de instrumentos de futuro. Como forma de opinião, relatar factos na primeira pessoa, ou como forma de mostrar o nosso trabalho, contando histórias e “estórias”. E acredito que em breve, tal como acontece nos Estados Unidos, os “bloggers” e os blogueiros serão tão importantes como os jornais e os jornalistas.
Chego a este aniversário num momento de reflexão e expectativa. Tal como a Formula 1 actual, estou num momento de mutação e encruzilhada. Em breve, parto para um novo projecto profissional, na área desportiva. Vai ser um desafio no qual, tal como aconteceu dois anos antes, quando iniciei o blog, é um verdadeiro salto para o desconhecido. Só sei que vou ganhar dinheiro com isto e nada mais. Poderei andar de um lado para o outro, e este blog poderá sofrer um bocado com isso. Espero que não, pois quero escrever neste blog e desejo mantê-lo activo enquanto for vivo.
Porque afinal… encontrei-vos. Um bando de pessoas, a cada dia cada vez maior, admiradores e amigos do automobilismo e da Formula 1, que gostam daquilo que escrevo. Mas desse bando, vi muito poucos de vocês em carne e osso. Conheço as vossas caras, através das fotografias que vocês me mandam ou colocam nos vossos blogs ou redes sociais, mas nunca nos vimos cara-a-cara, para estender a mão para dar um caloroso aperto de mão, ou um abraço, e falarmos daquilo no qual nos trouxe aqui, a paixão pelo automobilismo. Mas sei que no dia em que nos cruzemos pela primeira vez, vai ser como se conhecêssemos há anos.
Há aqueles que não gostam do que escrevo por aqui. Obviamente, tais comentários insultuosos e depreciativos têm um único destino no meu blog: o caixote do lixo. E decerto, muitos de vocês fazem isso nos vossos blogs. Ou pelo menos deveriam fazer. Ainda bem que temos esse poder, porque para que uma sociedade democrática evolua e sobreviva, deve-se sempre elevar o discurso e incentivar a troca civilizada de opiniões e ideias. Podes escrever o melhor português e a melhor gramática do mundo, mas se não tens substância, é inútil.
Há também os que acham que as enciclopédias online como a Wikipédia são “lixo”. Gostaria de lhes dizer a esses detractores que é uma enciclopédia tão boa como qualquer outra, com mais esta adicionante: pode ser a melhor do mundo, se nós a ajudarmos. E mais: como é online, nunca se perderá, nunca se queimará. Porque como sabem, os livros são comidos pelas traças e as Bibliotecas ardem. E isto é a nossa melhor garantia de eternidade, para os nossos descendentes. E dos que não gostam de nós, daquilo que escrevemos e como escrevemos, apenas por não gostar, ou só porque apontem defeitos e não colaboram para ajudar a melhorar a nós, e à nossa sociedade, de forma educada e civilizada, somente recorrer ao insulto fácil, esses… ou são ignorantes e dogmáticos, ou estão mortos há muito. Inabaláveis nas suas questões, detentores da “verdade absoluta”, já morreram por dentro, muito antes da Morte física os levar, um dia. Demonstram que já são inúteis muito antes do Tempo os inutilizar. E a História nem sequer os lembrará.
E nós, os que escrevemos todos os dias, nos nossos blogs, sobre aquilo que amamos, seja ele o automobilismo ou outra coisa qualquer, estamos a escrever o nosso pedaço de eternidade. Inconscientemente, estamos a escrever a nossa vida, paixões e ódios de uma época da história, que será conhecida um dia na história da Humanidade como “o início do século XXI”. Quando, daqui a cem anos, quando estivermos todos mortos fisicamente, as nossas gerações futuras, que lerão os nossos blogues, descobrirão as nossas paixões, ódios e medos, discussões, reflexões como esta, provavelmente alguns deles irão inspirar naquilo que escrevemos aqui, para fazerem os deles. Por agora, não somos, e provavelmente nunca seremos, Baudelaire ou Platão, Von Clausievitz ou Maquiavel, Truman Capote ou Fernando Pessoa.
Mas…
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
Leiria, 12 de Fevereiro de 2009
Paulo Alexandre Teixeira
Speeder_76