sábado, 19 de maio de 2018

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Se estivesse vivo, Colin Chapman estaria hoje a comemorar 90 anos de idade. Personalidade genial, a sua mente tinha tanto de fantástica como de tortuosa. Fundador da Lotus, criou carros que ficaram na memória, quer os de estrada, quer os de Formula 1, como os modelos 25 (primeiro monocoque), 72 (o primeiro Formula 1 moderno), 79 (o primeiro com efeito-solo) e outros modelos como o 56 de turbina, usado nas 500 Milhas de Indianápolis.

Mas Chapman tinha tanto de genial como de misterioso. E muitas das vezes, roçava a ilegalidade. A sua mentalidade era sempre uma busca pelo "unfair advantage", para bater os seus adversários, estar sempre um passo à frente deles, colocando soluções inovativas no automobilismo. A ele se deve a aerodinâmica moderna, como a conhecemos hoje.

Dentro de dois dias, iremos falar daquele que provavelmente, terá sido o seu melhor carro de sempre: o modelo 79, com efeito solo. Estreado no GP da Bélgica de 1978, deu a Mário Andretti e a Ronnie Peterson o título mundial de Construtores e de pilotos à sua marca, a última de sete títulos na Formula 1. Ele comemorava quase sempre da mesma maneira: largando o seu chapéu para o ar. E o 79 foi o carro perfeito, dando a ambos os pilotos as corridas das suas vidas. 

Contudo, foi paradoxalmente o principio do fim de Chapman. A morte de Ronnie Peterson, em Monza, fracassos como o modelo 80 e o controverso modelo 88 de chassis duplo, a amizade duvidosa com David Thiemme e o escândalo DeLorean, onde houve desvios de dinheiro na ordem dos 40 milhões de libas dadas pelo governo britânico, em cumplicidade com Fred Bushell, fizeram com que tivesse um final abrupto, a 16 de dezembro de 1982, em Hethel. No preciso momento em que a crise explodia e arriscava terminar a sua carreira na prisão.

Uma personalidade de extremos, que merece um filme de Hollywood.

WRC 2018 - Rali de Portugal (Dia 2)

O segundo dia do Rali de Portugal ficou marcado pelo domínio de Thierry Neuville e do seu Hyundai... e de mais umas razias. A cinco especiais do fim do rali, Neuville lidera com 39,8 segundos sobre Elfyn Evans, no seu Toyota, e 57,2 sobre Dani Sordo, noutro Hyundai.

Com boa parte dos pilotos WRC fora de prova - Ott Tanak, Sebastien Ogier, Hayden Paddon - muitos deles voltavam através do "Rally2" e eles animavam a prova. E isso via-se nos tempos, quando Jari-Matti Latvala venceu na primeira passagem por Vieira do Minho, batendo Thierry Neuville por 2,4 segundos. A única alteração de então foi a troca de Ostberg a Lappi pelo sexto posto.

A seguir, Neuville reagiu e na especial de Cabeceiras de Basto, ele foi o vencedor, batendo Dani Sordo por 2,8 segundos, e repetia no final da manhã, na primeira passagem por Amarante. "Fizemos algumas pequenas modificações antes do especial e, obviamente, [este está] bastante escorregadio, então decidi dar um ritmo forte. Parece que a hora é boa. Vai ser [mais] difícil esta tarde", disse o piloto belga.

A classificativa fiou marcada pelo acidente de Kris Meeke, que bateu forte com o seu carro e danificou o rollcage. Felizmente, quer ele, quer o seu navegador, Paul Nagle, não ficaram feridos. 

Saímos um pouco largo de um gancho lento à esquerda, o C3 apanhou terra solta e deslizou para fora da estrada, contra as árvores. O Kris foi ao hospital para ser observado, como faz parte do protocolo de segurança, mas dentro em breve estará aqui, no Parque de Assistência. Foi um pequeno erro sem consequências físicas. O carro é que ficou um pouco pior. Quanto a nós, estaremos prontos para a Sardenha”, explicou o navegador irlandês.

E também nesta altura, acabava o Rali de Portugal para os pilotos nacionais, e num duelo até à ultima espacial, o melhor foi Armindo Araújo, no seu Hyundai i20 R5, conseguiu levar a melhor sobre Miguel Barbosa, no seu Skoda Fabia R5. 

"Temos trabalhado bem, a Hyundai tem feito um excelente trabalho, tivemos a vitória de Mortágua que motivou muito a equipa e viemos para o Rali de Portugal com os objetivos bem claros, que eram de amealhar o máximo de pontos para o campeonato e numa segunda fase, sermos o melhor português", comentou Araújo no final da especial. 

Na parte da tarde, nas segundas passagens pelas especiais da manhã, esta começou em Evans a tentar recuperar algum terreno, vencendo a especial, abrindo 6,3 segundos sobre Neuville, que fora apenas quinto. Lavala venceu na segunda passagem por Cabeceiras de Basto, batendo Neuville por 0,6 segundos, e a acabar o dia, Ogier venceu em Amarante, dando 2,5 segundos ao belga da Hyundai.

Depois dos três primeiros, aparece o Ford do finlandês Teemu Suninen, que está a um minuto e um segundo, no encalço de Sordo, enquanto Esapekka Lappi é o quinto, a um minuto e 13 segundos. Mads Ostberg é o sexto, mas já a três minutos e 14 segundos, seguido por Craig Breen, noutro Citroen, a quatro minutos e 53 segundos. Pontus Tidemand é o oitavo e o melhor dos WRC2, no seu Skoda, já a 12 minutos e 52 segundos da liderança, com um minuto e 19 segundos de vantagem sobre o polaco Lukasz Pieniaczek. Stephane Lefebvre, no Citroen, fecha o "top ten", a 15 minutos.

Quanto a Armindo Araújo... quem sabe, não esquece. Acabou o dia como o melhor português, a 19 minutos do vencedor, e é 14º da geral, sétimo na classe WRC2.

Amanhã termina o rali de Portugal, com a realização das últimas cinco especiais.   

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Está a ser uma razia, este Rali de Portugal. E Kris Meeke "escapou de boa", pelos estragos que sofreu esta manhã, no seu Citroen C3 WRC, pois se não fose o "roll cage", poderiam ter sido piores.

Felizmente, quer Meeke, quer o seu navegador, Paul Nagle, estão bem e voltarão à ação no próximo rali, na Sardenha.

Youtube Motorsport Crash: O acidente de René Rast em Lausitz

O DTM teve este fim de semana uma jornada dupla no circuito alemão de Lausitzring, e a prova não só ficou marcada pela vitória de Edoardo Mortara, como também pelo acidente espectacular de René Rast, que destruiu o seu BMW M4 DTM num toque e consequente capotamento. 

As imagens são espectaculares, mas isso mesmo: espectaculares. O piloto saiu ileso, mas o carro ficou tão destruído que ele não vai poder alinhar na corrida seguinte, amanhã.

Formula E: Abt foi o vencedor em Berlim

Daniel Abt fez a corrida perfeita para a Audi e conseguiu ser o melhor, dando uma dobradinha para a marca alemã. Lucas di Grassi foi o segundo enquanto Jean-Eric Vergne foi terceiro, alargando mais a sua liderança no campeonato, quando faltam três corridas para o final da temporada. Quanto a António Félix da Costa, foi discreto, acabando na 15ª posição. 

Depois de Daniel Abt ter feito a pole-position com o seu Audi, esperava-se que pilotos como Jean-Eric Vergne poderia aproveitar o terceiro lugar da grelha para tentar se distanciar de pilotos como Sem Bird e Felix Rosenqvist. Já António Félix da Costa iria partir do 17º a partir da grelha.

Na partida, tudo corre bem na frente do pelotão... excepto Felix Rosenqvist, que exagerou na travagem e despistou-se, caindo para o fundo do pelotão. Já Vergne perdeu uma posição na grelha para Jerome D'Ambrosio. O francês depois recuperou o lugar na segunda volta. Lucas Di Grassi depois passou o belga na volta três, e assim ficou com o quarto posto.

Nas voltas seguintes, enquanto Abt "ia embora" em relação a Turvey, mostrando que o carro estava mais à vontade neste pista, havia batalhas para o meio do pelotão, mas sem incidentes de maior. Na volta 13, Lucas di Grassi passava Oliver Turvey para ser segundo, dando nesse momento dobradinha para a Audi.

Até à altura da troca de carros, não houve nada de especial, excepto na ultrapassagem de Vergne a Buemi, na volta 21. Uma ultrapassagem musculada, mas legal. A mudança aconteceu na volta 22, começando com pilotos como Oliver Turvey, Jerome D'Ambrosio, José Maria Lopez e Nick Heidfeld. O resto do pelotão parou na volta seguinte, com Abt a manter a sua posição na frente de Di Grassi. Turvey era terceiro, com Buemi a ficar na frente de Vergne.

A partir dali, os dois pilotos da Audi mantinham as posições, enquanto que na volta 31, Oliver Turvey passou Jerome D'Ambrosio, para ser quinto. E na volta 34, Buemi passou o inglês para depois acabou por ser passado por Vergne!

A parte final ficou assim, mas atrás, reinou a confusão, com toques, especialmente entre Nelson Piquet Jr. e Felix Rosenqvist, que lutavam pelo último lugar pontuável. Continuaram mas perderam muitos lugares. 

Na geral, Vergne tem agora 162 pontos, contra os 122 de Sam Bird, que foi apenas sétimo na prova. Rosenqvist é terceiro, com 86 pontos, mas tem agora Sebastien Buemi e os Audi de Daniel Abt e Lucas di Grassi próximo deles.

A próxima prova acontecerá dentro de três semanas, a 10 de junho - pela primeira vez na Formula E num domingo - em Zurique, na Suíça.

Formula E: Abt foi o poleman em Berlim

O alemão Daniel Abt foi o "santo da casa" que se deu bem. Na pista desenhada no antigo aeroporto de Tempelhof, o piloto alemão da Audi conseguiu ser melhor que Oliver Turvey e Jerome D'Ambrosio. Jean-Eric Vergne, o líder do campeonato, partirá de terceiro, na frente de Lucas di Grassi. Já António Félix da Costa sairá da penúltima fila da grelha de partida da corrida alemã, um lugar atrás de Setphane Sarrazin, seu novo companheiro na Andretti-BMW.

A qualificação não foi muito fácil para o primeiro grupo constituido por pilotos como Andre Lotterer, Nelson Piquet Jr, Daniel Abt, Oliver Turvey e Mitch Evans. Se para os dois primeiros a sairem para a pista, as coisas correram-lhes mal, já para os dois que vieram a seguir, foi precisamente o contrário: 1.09,774 para o alemão da Audi, contra o 1.10,598 do seu compatriota da Techeetah. E claro, candidato à Superpole.

No segundo grupo, com Alex Lynn, José María López, António Félix da Costa, Nick Heidfeld e Maro Engel, não houve grande história. Todos os pilotos andaram pela casa do 1.10, e nenhum fez história ou candidatou-se verdadeiramente à Superpole. O único que se aproximou foi Alex Lynn, com 1.10,002, mas no final, não deu mais que o oitavo tempo.

A mesma coisa aconteceu no Grupo 3, com Nicolas Prost a ser o pior de todos... mas a excepção foi Jerome D'Ambrosio. Veloz, no seu Dragon, pulou para o segundo lugar da geral e candidatar-se a um lugar na SuperPole, quando faltava apenas um grupo. E nesse grupo final, com Jean-Éric Vergne, Sam Bird, Felix Rosenqvist, Sébastien Buemi e Lucas Di Grassi, foi o francês líder do campeonato e o brasileiro da Audi a serem melhores que a concorrência, aproveitando, por exemplo, a mã volta que Sam Bird deu, e o colocou apenas no décimo posto.

Assim sendo, Di Grassi, D'Ambrosio, Vergne, Turvey e Abt passavam à fase final.

Ali, o piloto da casa fez uma volta perfeita, marcando 1.09,472, e aguardava, calmamente pelos outros. Vergne deu o seu melhor, mas foi apenas terceiro, com 1.09,991, e Di Grassi, na sua volta de classificação, deixou escapar o seu carro à saída de uma curva, ficando com o pior dos resultados. E assim, pela primeira vez desde Long Beach 2015 que Daniel Abt ficava com o primeiro lugar na grelha.

A corrida acontecerá pelas 17 horas de Lisboa, e podem seguir em Portugal pela Eurosport.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

A(s) image(ns) do dia



Sebastien Ogier vinha a Portugal com um objetivo: desempatar com Markku Alen no número de vitórias no rali português. Ambos têm cinco. Se no caso do finlandês, ele venceu em 1975, 1977, 1978, 1981 (com um pneu perdido em Sintra e tudo!) e 1987, nesta vez com um Lancia - as outras quatro foram com um Fiat.

Já o francês venceu aqui pela primeira vez na sua carreira, em 2010, depois em 2011, 2013, 2014 e 2017. Das duas primeiras vezes, foi com um Citroen, depois foi com o Volkswagen e no ano passado, já foi com a Ford. Aliás, Portugal é um dos seus sítios mais vitoriosos, a par com Monte Carlo, onde também venceu por cinco vezes.

Contudo, para este ano, o recorde vai ficar adiado. Está a ser uma "hecvatombe" entre os pilotos do WRC, num rali muito duro onde três passagens duplas já colocaram fora de prova pilotos como Kris Meeke, Jari-Matti Latvala e Hayden Paddon. E claro, Ogier, onde na quinta especial fez este estrago todo.

Ver Ogier de fora é uma raridade. É óbvio que voltará a pista amanhã, graças ao "Rally2" e tentará agregar pontos no Power Stage, no Confurco, dando espectáculo no Salto da Pedra Sentada, mas isso não lhe tira o "haedline": não vai vencer o Rali de Portugal, não este ano. E se o vencedor for Thierry Neuville, seu rival no campeonato, a bordo do Hyundai, a diferença de dez pontops que ambos tem agora será não só suprimida, como teremos novo líder do campeonato.

Portanto... pode ser um momento decisivo, sim, pode.

WRC 2018 - Rali de Portugal (Dia 1)

Thierry Neuville lidera o Rali de Portugal, realizadas as primeiras nove especiais de classificação, onde se verificou uma razia em termos de WRC: Ott Tanak, Sebastien Ogier, Jari-Matti Latvala e Hayden Paddon sofreram acidentes e abandonaram a prova, vitima de avarias, furos e despistes, entre outros. No final do dia, Neuville tem um avanço de 17, segundos sobre Elfyn Evans e 24,3 sobre Dani Sordo.

Depois de Ott Tanak ser o melhor na especial de abertura, na Lousada, o rali começou com duplas passagens por Viana do Castelo, Caminha e Ponte de Lima, e aí, logo a abrir, começou o festival de abandonos. Na primeira passagem, o líder, Tanak, bateu contra uma pedra - arrancada pela passagem de Thierry Neuville - a abandonou o rali devido aos estragos causados. Ali, Hayden Paddon foi o grande vencedor, conseguindo um avanço de 2,3 segundos sobre Elfyn Evans. Kris Meeke foi o terceiro e Sebastien Ogier o oitavo, a 12,2 segundos.

Em Caminha, Meeke reagiu e venceu a especial, com uma vantagem de 1,1 segundos sobre Ogier, e 1,2 sobre Neuville. Paddon perdeu 3,8 segundos e perdeu a liderança para o piloto da Citroen. "Nós tivemos muito desgaste de pneus na primeira [especial], então estamos apenas administrando isso neste momento porque vamos precisar dele no próximo. Não quero forçar demais - apenas tentando ser inteligente [neste] momento", comentou o neozelandês.

O melhor português nesta altura era Armindo Araújo, 25º na geral e 14º entre os R5.

Em Ponte de Lima, Sordo reagiu e foi o melhor, conseguindo um avanço de 0,3 segundos sobre Andreas Mikkelsen, com Ogier em terceiro, a 1,8 segundos e Paddon em quinto, a 6,8. Isso significava que final da manhã, havia novo líder, com Sordo na frente, a 4,6 segundos de Meeke.

"Eu estava puxando muito [pelo carro], não cometi nenhum erro e com esta estrada eu não poderia fazer muito melhor. Estou feliz, o tempo está um pouco perto dos outros, mas está tudo bem", disse Sordo no final da especial.

A parte da tarde começou com Meeke ao ataque, vencendo na segunda passagem por Viana do Castelo, mas o momento do rali foi quando Sebastien Ogier sofreu um despiste e acabou por abandonar a prova.

Neuville venceu na especial seguinte, a segunda passagem por Caminha, empatado com Craig Breen, e com Paddon na quinta posição, a 4,5 segundos. Mais do que suficiente para passar à frente do Rali, agora com 3,2 segundos de avanço sobre Dani Sordo. E na segunda passagem por Ponte de Lima, Neuville foi o melhor, numa classificativa marca pelo acidente de Hayden Paddon, que causou a interrupção da especial e a neutralização dos tempos de quem vinha atrás do piloto neozelandês.

No final, as duas classificativas da Porto Street Stage, onde Neuville foi o melhor nas duas primeiras passagens e Meeke perdeu mais de meio minuto devido a um furo. A mesma coisa acontecera a Craig Breen, mas ele perdeu dois minutos e 25 segundos.

"Estamos muito felizes, fizemos algumas melhorias no carro e eu consegui esforçar muito. Finalmente a escolha do pneu, provavelmente não foi a melhor, mas parece ter funcionado aqui. É um bom dia para nós, com Ogier fora [de prova], mas obviamente é uma pena para eles", disse o belga da Hyundai.

Depois dos três primeiros, o finlandês Teemu Suninen é o quarto, a 34,2 segundos, na frente de Esapekka Lappi, o único Toyota a correr, a 45,9 segundos. Ostberg não anda longe, a 45,8 segundos, mas já tem à distância Kris Meeke, a um minuto e 18 segundos. Craig Breen é o sétimo, a dois minutos e 27 segundos, e a fechar o "top ten" estão os melhores R5: o britânico Gus Greensmith e o polaco Lukasz Pieniazek.

Armindo Araújo é o melhor português, na 18ª posição, no seu Hyundai, décimo na classe R5. e logo atrás tem Miguel Barbosa, no seu Skoda Fabia R5, a 9,3 segundos.

O rali de Portugal prossegue amanhã, com a realização de mais seis especiais.

Youtube Rally (II): O momento da desistência de Tanak

O primeiro dia do Rali de Portugal está a ser agitado. Ott Tanak, Sebastien Ogier, Jari-Matti Latvala - e pelo que se ouve nas últimas noticias, Hayden Paddon - tiveram problemas nos seus carros devido a despistes ou obstáculos no seu caminho e abandonaram, mostrando a dureza dos troços.

Aqui, na primeira passagem por Viana do Castelo, mostra-se o momento em que os "calhaus" deram cabo do rali a Ott Tanak, depois dessas pedras terem sido arrancadas após a passagem de Thierry Neuville pelo local. O que é pena. 

Youtube Rally: O primeiro dia em Lousada

O rali de Portugal vai de vento em popa, com os carros a rumarem agora para o Porto Street Stage, mas ontem, em Lousada, já deram espectáculo no inicio desta prova a contar para o Mundial de Ralis. Eis um video da passagem dos carros do WRC pela primeira especial do rali, vencida por Ott Tanak.

Dakar: Edição 2019 será todo no Peru

Pela primeira vez na sua história - quer em África, quer na América do Sul - o Rali Dakar acontecerá num só país, o Peru. Durará apenas onze dias, com um dia de descanso, terá começo e fim em Lima. Segundo contou a ASO na conferência de imprensa, eles pretendiam um percurso entre o Chile e o Equador, mas não conseguiu chegar a um acordo com nenhum dos dois países sul-americanos para se juntar ao Peru. Outros lugares como a Bolívia, Argentina e até o Brasil, não se deixaram convencer.

"A edição de 2019, projetada em torno dos desertos peruanos, é anunciada como uma das mais arenosas da história do Dakar. No entanto, a ampla visita do país oferecerá desafios além das dunas, com uma grande variedade de terrenos, para que todos os tipos de pilotos possam brilhar", disse Ettienne Lavigne, o homem-forte da ASO, na apresentação da próxima edição à imprensa.

Lavigne também confirmou à imprensa que um substituto para o ex-diretor desportivo Marc Coma ainda não foi encontrado, o que indica que existem dificuldades em arranjar um novo "homem forte" para a organização. 

A grande novidade desde percurso onde o deserto estará em 70 por cento do percurso, é que os concorrentes dos carros e camiões poderão voltar à ação na segunda semana se abandonarem o rali nos primeiros dias. Contudo, terão uma classificação própria para não interferir na ordem de largada.

As inscrições abrirão amanhã e o rali acontecerá entre os dias 6 e 17 de janeiro de 2019.


quinta-feira, 17 de maio de 2018

Formula E: Félix da Costa quer ser competitivo em Berlim

No regresso da Formula E à ação, desta vez nas ruas de Berlim, António Félix da Costa terá novo companheiro de equipa. O veterano Stephane Sarrazin estará no lugar de Tom Blomqvist, devido aos seus compromissos com a marca, e para Félix da Costa, a mudança faz parte do processo do desenvolvimento numa categoria como a Formula E, bem como a maneira como se desenvolve a competição. 

O mundo do desporto automóvel é assim mesmo, o Tom estava a ter um papel importante no trabalho de desenvolvimento e preparação para a próxima temporada, mas a equipa decidiu optar pela experiência do Stephane [Sarrazin]. Do meu lado vou continuar a trabalhar como sempre, focado e procurar maximizar todo o potencial do nosso carro, de forma a ajudar a equipa e amealhar o maior número de pontos nesta parte final da temporada”, afirmou o piloto que alinha nas cores oficiais da BMW.

A corrida, que vai acontecer nas instalações do antigo aeroporto de Berlim Tempelhof, irá acontecer pelas 17 horas, horário de Lisboa.

Formula E: Agag confirma Riyadh na próxima temporada

A Arábia Saudita, país sem qualquer tradição automobilística, irá abrir a próxima temporada do campeonato, este dezembro. O anuncio foi feito hoje por Alejandro Agag, o CEO da marca, e pelo Príncipe Khalid bin Sultan Al Faisal Al Saud, presidente da federação automobilística saudita.

Arábia Saudita é um país centrado no futuro, pelo que será o lugar ideal para inaugurar a próxima geração de carros”, começou por dizer Agag. “Estamos orgulhosos de que tenham eleito a Formula E sobre outras categorias, produto de que nos centramos no desenvolvimento de novas tecnologias, energias renováveis y veículos elétricos”, continuou.

Para o presidente da federação saudita, ele afirmou que a Formula E é a competição do futuro e alinha na visão que o país tem para o seu futuro. 

Estamos olhando adiante, e a Fórmula E é o desporto do futuro. Se alinha perfeitamente com a nossa visão nacional para 2030”, começou por dizer. “O interesse e a paixão pelo automobilismo aqui é enorme, porque temos una rica herança nos ralis, provas de resistência e outras categorias. Este evento nos permitirá afirmar o nosso lugar como destino desportivo”, concluiu.

Ainda não há datas - o calendário definitivo será discutido em julho - mas desde há muito que se afirmava que a capital saudita será a prova de abertura da competição, em dezembro, e onde estreará os seus bólidos Gen2, que serão mais velozes e mais resistentes, podendo aguentar toda uma corrida.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

CNR: António Dias e o concretizar de um sonho

Para António Dias, este Rali de Portugal vai ser o concretizar de um tempo que sonhou desde os seus 16 anos. E agora, em 2018, o piloto está no sej Skoda Fabia R5 para andar nas classificativas onde os tubarões do Mundial de ralis também percorrerão, com o objetivo de terminar a prova.

Fui ver o Rali de Portugal pela primeira vez quando tinha 16 anos e sonho fazer a prova desde essa altura”, admite António Dias, piloto de Gondomar. “É um momento especial poder correr em troços com tanta história e perante um público fantástico", continuou. 

Apesar do entusiasmo, Dias admite que vai ser uma prova dificil e terminar será uma vitória, apesar dos bons resultados que anda a ter neste seu ano de estreia no CNR. 

"Estou muito entusiasmado mas sei que será uma prova difícil, onde será preciso gerir o andamento com alguma cautela visto que deveremos apanhar os troços bastante degradados. Tenho estado cada vez mais rápido com o Skoda, sobretudo nos troços mais curtos como as Super Especiais, onde podemos arriscar um pouco mais. Vamos tentar aproveitar a Super Especial de Lousada e a Porto Street Stage para tentar entrar na luta pelos primeiros lugares dos R5 nacionais”, concluiu.

CNR: Manuel Castro quer redimir-se

Para Manuel Castro, a edição de 2017 do Rally de Portugal foi para esquecer. O piloto do Hyundai i20 R5 viu o seu carro pegar fogo no reabastecimento depois da segunda classificativa do Rally, sem que nada tivesse feito para isso. E por causa disso, viu-se enredado numa polémica burocrática que praticamente deu cabo do resto da sua temporada de 2017. 

Para dizer a verdade, é um episódio que ainda hoje me faz “temer” qualquer reabastecimento. Quando penso que estava um camião com 50 mil litros de gasolina a 3 metros do nosso carro, e nós sentados dentro do carro sem que ninguém nos avisasse do que estava a acontecer, começo a achar que afinal, até tivemos sorte”, começa por contar em declarações ao site Sportmotores. 

Agora em 2018, de novo na estrada, Castro espera que isto seja o fechar definitivo de um mau capítulo da sua carreira.

Depois do pesadelo do ano passado, o mais fácil era não voltar, mas não sou de desistir dos meus sonhos. Terminar esta prova é para mim a melhor forma de esquecer de vez o episódio do ano passado.

E o seu objetivo é ser um dos cinco melhores portugueses: “É uma prova muito dura, de endurance, em que não podemos correr muitos riscos. Quando formos para estrada, depois dos WRC 1, dos WRC 2 e dos WRC 3, as especiais já estarão muito degradadas e por isso temos de ser cautelosos. Vamos tentar impor o ritmo certo para conseguirmos um lugar no top 5, sem comprometer a nossa participação”, concluiu. 

CNR: Armindo Araujo quer ser o melhor português

Quase seis anos depois da última prova do WRC, Armindo Araújo volta ao Rali de Portugal ao volante de um Hyundai i20 R5. Para o piloto de Santo Tirso, que também faz este ano o seu regresso aos ralis, a prova organizada pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP) trará uma serie de aliciantes e importantes desafios durante os longos quatro dias de competição. 

Este regresso a uma prova do mundial é logicamente uma motivação extra que nos acompanhará durante todas as etapas. Contudo o nosso foco estará completamente voltado para as contas do nosso campeonato e pela conquista do maior número de pontos possíveis. Será um rali duro, longo e desgastante, quer para o carro quer para os pilotos, mas o Hyundai i20 R5 já mostrou que é um carro vencedor e estamos por isso muito confiantes e esperançados num bom resultado”, começa por afirmar.

Mas para além de querer pontuar para o campeonato nacional de ralis, Armindo Araújo também pretende alcançar outro objetivo, de terminar a corrida sendo o melhor português na prova, e um dos melhores na classe R5.

Sendo o nosso primeiro objetivo alcançar o máximo de pontos para o CPR, poderemos depois da manhã de sábado procurar chegar ao pódio final como melhor equipa nacional. Esta é, portanto, uma prova onde temos dois grandes desafios que queremos alcançar e tudo faremos para os conseguir”, concluiu.

Rumor do Dia: Kalle Rovanpera a caminho da Toyota?

Que o filho de Harri Rovanpera tem um futuro brilhante à sua frente, já começa a ser redundante. Aos 18 anos, Kalle Rovenpera está a fazer alguns ralis a bordo de um Skoda Fabia R5 no Mundial deste ano, e um deles será em Portugal, que arrancará no final da semana. A temporada tem sido relativamente calma, com a excepção de um acidente feio na Argentina, quando liderava a sua classe e era décimo da geral.

Agora, noticias vindas do site espanhol Autohebdosport afirmam que Tommi Makkinen anda a pensar no futuro e anda a gostar de ver as prestações de Rovanpera, especialmente numa altura em que se lançam dúvidas sobre a continuidade de Jari-Matti Latvala na equipa, constantemente superado por Ott Tanak, que chegou nesta temporada.

Apesar de Rovenpera ainda fazer mais alguns ralis em 2018 - Finlândia seria um deles - no final do ano, iria trocar pela Toyota, no lugar do piloto finlandês. Acompanhando Esapekka Lappi e Ott Tanak, a Toyota teria um trio capaz de ser jovem e veloz, andando par a par com Hyundai, Ford e Citroen.

De uma certa forma, Makkinen acha que Kalle é o futuro e que é uma questão de tempo até andar num WRC.

terça-feira, 15 de maio de 2018

O gráfico do dia

Isto tirei do Twitter oficial da McLaren. Sabem o que é isto? É o registo das voltas do Ayrton Senna no GP do Mónaco de 1988. Há precisamente 30 anos, numa tarde de primavera como esta. À vossa esquerda, tem a tabela das voltas que Senna fazia, depois o lugar que ocupava, algumas incidências de monta, e as diferenças entre ele e Alain Prost.

Se conseguirem alargar a imagem, poderão ver os detalhes. A absoluta coerência que tinha em termos de volta a volta, com um ou outro abrandamento à custa de um atrasado qualquer. E depois, na diferença, como ele alargava, sem apelo nem agravo, a sua diferença a Alain Prost. 

Sem dúvida, esta deve ser a melhor corrida que ele não ganhou. Como a Holanda em 1974, Gilles Villeneuve no GP de França de 1979 ou a seleção brasileira de 1982, ou mesmo os campeonatos de Stirling Moss entre 1958 e de 59, por vexes existem derrotas mais belas do que vitórias. Mas do que exaltar o azar ou o mérito do adversário, foi o facto de nos terem agarrado ao ecrã e nos fazerem apaixonar pelo desporto, qualquer que seja. Claro que ele já tinha mostrado esses rasgos de génio no passado, com o seu Lotus, mas era a primeira vez num McLaren e a ele faltava o lugar exato para se mostrar, não ao mundo, nem ao Sistema Solar, nem à Via Láctea, mas ao Universo e aos Multiversos, à História, passada, presente e futura. Aquele momento do qual todos os sobreviventes falarão até morrer o último deles. E depois todas as gravações futuras, sejam em que formato for, até desaparecerem.

E é como diz no Twitter deles: "transcendeu o desporto".

E, mais fantasticamente no meio disto tudo, ainda bem que bateu. Ainda bem que desistiu. Porque acrescentou ao mito, o mito de Senna no Mónaco, o rei que venceu por seis vezes no sitio mais apertado da Formula 1, onde certo dia, Nelson Piquet disse que era como andar de bicicleta numa loja de loiça. Porque se tivesse ganho, talvez seria mais outra corrida, mais outra vitória, mais algo que não teria ficado na história. Ser campeão é também - acreditem, também é - jogar uma vitória fora. Não foi de propósito, como é óbvio, mas foi um luxo. Como foi um luxo ver Gilles em Montreal 81 com um bico partido e acabar em terceiro lugar. São dessas coisas que fazem a História. Só isso.

Formula E: Massa assina pela Venturi

Felipe Massa e a Venturi anunciaram esta tarde um acordo de três temporadas para correrem juntos, a partir da próxima temporada. O brasileiro de 37 anos vai para a Formula E, depois de quinze temporadas na Formula 1, e meio ano depois de pendurar o capacete ao serviço da Williams.

"Estou muito feliz por me juntar ao Venturi Formula E Team e ao campeonato da Fórmula E, que se tornou uma competição magnífica em tão pouco tempo", começou por dizer Massa, no anuncio oficial.

"[Desde] há alguns anos, tenho claro interesse por esta disciplina inovadora e voltada para o futuro, que está se desenvolvendo exponencialmente. Eu gosto especialmente do formato das corridas, dos circuitos urbanos e do contato com os fãs", continuou.

"Mal posso esperar para participar dos testes no final do mês. [O presidente da Venturi] Gildo [Pastor] sempre esteve um passo à frente quando se trata de veículos elétricos de alto desempenho. A equipe está em uma fase de crescimento e desenvolvimento. Eu farei tudo o que puder para contribuir com o projeto e espero estar entre os primeiros", concluiu.

A chegada de Felipe Massa é o mais recente elo de uma longa cadeia de desenvolvimentos do Venturi, que começou com a colaboração com a HWA AG no final do ano passado. Massa andará a bordo do carro da Gen2 no final do mês, nos primeiros testes da marca.

É uma honra receber Felipe na família Venturi”, começou por dizer Gildo Pastor. “Eu precisava dele, de sua experiência, de sua velocidade e de sua abertura", continuou.

"A Formula E é extremamente complexa para montar e guiar. Ainda mais do que noutras disciplinas, o trabalho em equipa entre o piloto e os engenheiros é uma das chaves para o sucesso. Os 15 anos de experiência de Felipe na Fórmula 1 definitivamente nos darão um impulso. E com sua natureza humilde, eu sei que ele vai ouvir a equipe e dominar a disciplina rapidamente", concluiu.

Massa competiu na Formula 1 por 270 Grandes Prémios, correndo por Sauber, Ferrari e Williams. Ao longo da sua carreira, cujo máximo foi ter sido vice-campeão em 2008, alcançou onze vitórias, 41 pódios, 16 pole-positions e 15 voltas mais rápidas.

Youtube Radio Comunications: As comunicações de Barcelona

Como o pessoal gosta destes momentos, é bom que o pessoal da Formula 1 os mostre para saber o que se passou. E até tem momentos divertidos... mais ou menos. 

segunda-feira, 14 de maio de 2018

A imagem do dia

Para que conste, não há imagens de Senna a bordo do seu carro na famosa volta canhão que lhe deu a pole-position no GP do Mónaco de 1988. As câmara "onboard" apareceram no ano seguinte, e Senna andou uma corrida com elas em 1990, curiosamente, ano em que as ganhou.

Mas a volta que ele fez foi de facto incrível, quer antes, quer depois. Sempre disse que queria provar um ponto, e conseguiu. Ser mais veloz que o seu companheiro de equipa, e fê-lo de forma fenomenal. Foi a primeira grande demonstração do piloto brasileiro. do seu talento como piloto. E humilhou Prost, mais do que batê-lo.

A corrida foi outra história, mas sobre isso, falo depois. 


TCR Italy: José Rodrigues no pódio em Paul Ricard

José Rodrigues conseguiu este fim de semana em Paul Ricard o seu primeiro pódio na temporada no campeonato TCR Itália. A bordo do Honda da Target Competition, o piloto português pode se mostrar satisfeito pelos resultados deste final de semana.

Arranquei tarde porque o carro ficou preso não percebi bem porquê, talvez porque aqueci muito a embraiagem. Consegui, no entanto, manter o lugar e andei nas primeiras voltas com o grupo da frente, mas logo a seguir comecei a ser atacado por um colega de equipa que estava muito agressivo. Tive que defender, mas perdi o contato com o grupo da frente. Ainda troquei algumas vezes de posição com esse colega, mas não quis arriscar nada. Já estava longe do pódio e este lugar dá o terceiro da grelha para a segunda corrida”, começou por explicar apoiado pelo piloto do Sport Lisboa e Benfica.

Ainda entrou o Safety-Car, agrupamos novamente, mas voltei a não querer arriscar, porque era muito importante acabar. No entanto, foi uma corrida ingrata, porque dava para mais, mas podia estragar a posição para a segunda prova”, concluiu.

José Rodrigues tinha grande expectativa em relação à segunda corrida, pois estava e boa posição, mas devido à chuva intensa que caiu durante a prova, debaixo do Safety Car, praticamente não houve corrida.

Foi o pódio mais fácil da minha carreira, pois arrancamos atrás do Safety-Car em virtude das péssimas condições meteorológicas e pouco depois terminou a prova”, explicou o piloto da Target Competition.

Senti-me um pouco prejudicado, pois acho que podia ter lutado pela vitória. No entanto, acho que, por questões de segurança, foi o melhor que podiam fazer com o dilúvio que caiu. Assim, ficámos apenas com metade dos pontos. Mesmo assim, não foi mau para a classificação do campeonato, mas podia ter sido bem melhor”.

A próxima etapa está marcada para os dias 16 e 17 de Junho no circuito de Misano.

Haverá Dakar em 2019?

Hoje deveria haver um anuncio importante sobre o Dakar do ano que vêm... mas foi adiado. E as dúvidas sobre se haverá MESMO Dakar no próximo ano avolumam-se, ao ponto de provavelmente, poderemos ver o primeiro cancelamento em onze anos. Mas isso seria um extremo.

Primeiro que tudo: no momento em que corre, apenas Peru está confirmado no possivel percurso do Dakar. Argentina e Bolivia já disseram que não irão acolher a prova, alegando não haver dinheiro para o sustentar. Falou-se do governo chileno, e isso ficou por responder durante o fim de semana, até que a ministra do Desporto chilena ter recusado, alegando cortes orçamentais. Tudo isto lido no Twitter do jornalista Marc Martin.

Ele mesmo também diz que um eventual regresso a África não acontecerá, pelo menos em 2019. Não é algo do qual a ASO não deseja - e porque têm a África Race, que tem muito menos impacto que o Dakar - e os únicos que manifestaram interesse foi o governo da Argélia. O resto não se sabe, e mesmo que isso acontecesse, teria de haver reconhecimentos, que durariam algumas semanas, bem como a preparação para a corrida.

Resta o Equador, como alternativa. Uma prova a começar em Lima e acabar em Quito seria curto, mas pelo que se viu no ano passado nas dunas peruanas, onde metade do pelotão foi dizimada, poderá ser mais do que suficiente para se fazer uma edição curta, mas memorável.

Uma coisa é certa: não é hoje que saberemos como será o Dakar 2019.

Youtube Racing Highlights: Os melhores momentos de Barcelona


A corrida não foi emocionante, mas teve momentos emocionantes, há que dizê-lo. Desde a carambola na curva 3, aos problemas de Kimi Raikkonen, houve de facto momentos onde os espectador ficou colado à TV para saber como é que isto iria acabar. 

Eis o video, providenciado pelo canal oficial da Formula 1.

domingo, 13 de maio de 2018

A imagem do dia (II)

Alan Jones acelerando num Hesketh 308B, ex-fábrica, no inicio de 1975, nas ruas do Mónaco. Jones penou na Grã-Bretanha durante cinco ano até ter a sua chance de correr na Formula 1, num esforço conjunto de Harry Stiller e Rob Walker, que lhe arranjaram este carro para correr a partir do GP de Espanha, onde não chegou ao fim. Ao fim de quatro corridas, o australiano mudou-se para a equipa de Graham Hill, onde conseguiu os seus primeiros pontos, com um quinto lugar na Alemanha, em substituição de um lesionado Rolf Stommelen.

Foi a última aventura de Rob Walker, o herdeiro do império da Johnny Walker, que prosperou nos anos 50 e 60 com os seus carros, entre Cooper e Lotus, dando oportunidades de corrida a pilotos como Stirling Moss, Maurice Trintignant, Jo Bonnier, Jo Siffert, entre outros. Mas é sobre a outra personagem desta equipa que queria falar: Harry Stiller, ex-piloto de Formula 3 e empresário, que morreu hoje, a duas semanas de completar 80 anos, vitima de cancro.

Nascido a 28 de maio de 1938, Stiller começou a correr em 1958 e 1969 em vários tipos de carros desde a Formula Junior até à Formula 3, onde foi campeão em 1966 e 67, com o maior número de vitórias na categoria, igualado 15 anos depois por Ayrton Senna. A partir dali, decidiu entrar com carros da sua própria equipa, quer na Formula Atlantic, depois na Formula e e na 5000, muitas das vezes com Alan Jones ao volante.

A chegada de Jones à Formula 1 foi consequência da boa temporada de Formula Atlantic que ele tinha feito no ano anterior, num March inscrito pelo próprio Stiller. Aliado com Walker, a aventura foi de curta duração, mas Jones teve o que queria: chegar à Formula 1, algo do qual se tinha batalhado desde que chegara às ilhas britânicas, no inicio da década. Depois, foi Hill, Surtees, Shadow, Willims e o titulo mundial de 1980.

Depois da experiência, Stiller largou o automobilismo e decidiu ser empresário, Abriu lojas de desconto, sendo um dos pioneiros desse conceito, ao mesmo tempo que abria uma cadeia de concessionários de automóveis na California. Mais concretamente... no Wilshire Boulevard, em Beverly Hills. Alugava Rolls-Royce e Bentleys às estrelas de Hollywood.

No final, acabou por ir viver para o Dorset inglês com a sua melhor até hoje, como membro vitalicio do BRDC, o British Racing Drivers Club. Ars longa. vita brevis, Harry.  

A imagem do dia

Esta deve ser uma das imagens da tarde espanhola. Costuma-se dizer que não se ganha na primeira curva, mas muitas das vezes, perde-se nela. E foi o que aconteceu a Romain Grosjean, depois da carambola que causou na primeira volta do GP de Espanha, este domingo.

Parece que voltou o Gorsjean "desmiolado" de 2009 e de 2012, causador de acidentes, não é? Na realidade, perdeu o controlo do seu carro e queria voltar para a pista o mais depressa possivel, mas bateu nos carros de Pierre Gasly e Nico Hulkenberg. Não foi a carmbola de Spa-Francochamps... duas vezes, mas mais uma vez o passado volta a assombrá-lo, esquecendo-nos que o piloto frances até tem o seu quê de solidez e maturidade nestes últimos anos.

Acho que tenho uma boa explicação para tudo isto: pela primeira vez, desde que saiu da Lotus-Renault, tem um carro suficientemente bom para andar nos seis primeiros. O Haas é bem-nascido e teve chances de pontuar em três ocasiões, mas já bateu ou teve problemas. E agora temos isto: cinco corridas, zero pontos.

É bem que reflita, para mudar a maneira como andam as coisas, e ajudar a equipa. 

Formula 1 2018 - Ronda 5, Espanha (Corrida)

Espera-se sempre de Barcelona que seja chata. É uma pista onde todos se conhecem e conhecem como é corrida. Não há grandes expectativas e vai haver uma altura que é preferível contar os minutos até que acabe. E depois, desligar a televisão para seguir as nossas vidas.

Contudo, hoje, a uma hora da corrida, o ambiente era contrastante: em parte do céu, via-se um azul primaveril., enquanto do outro lado, o cinzento já dominava. E falava-se de 80 por cento de chance de pista molhada. Contudo, quando as luzes se acenderam, as nuvens andavam espalhadas por toda a parte.

Apagadas as luzes, Hamilton manteve-se na liderança, mas Bottas foi ultrapassado por Vettel. Fernando Alonso teve um problema com os pneus, arrastando-se, mas a confusão foi na curva 3, quando Romain Grosjean perdeu a traseira e quando queria voltar à pista, os carros de Nico Hulkenberg e Pierre Gasly bateram nele, espalhando destroços na pista. o Safety Car era inevitável.

Demorou algum tempo até limparem os destroços dos três carros e apenas na sétima volta é que a corrida recomeçou. Se não houve nada na frente, atrás, Fernando Alonso passava Esteban Ocon e assediava Charles Leclerc. E nesta altura, todos andavam de softs, excepto Alonso, com supersofts.

À medida que as voltas passavam, caia a modorra. As estratégias sobre se iriam fazer uma ou duas paragens, se aquilo iria encher ou não de nuvens e quando aconteceria o próximo incidente era aquilo que as pessoas pensavam. E ao mesmo tempo, o sol ia-se embora.

Na volta 17, Vettel tornou-se no primeiro a parar, com médios e a voltar a pista atrás de Kevin Magnussen. Bottas reagiu e trocou de pneus na volta 20, de novo com médios. No regresso à pista, foi apanhado por Vettel... no preciso momento em que passava Kevin Magnussen. O pelotão trocava de pneus na volta 21, com Hamilton a ter uma vantagem de 15 segundos sobre Raikkonen. Parecia que o inglês tinha tudo controlado...

Mas na volta 25, Raikkonen começa a ter problemas, e foi passado pelos Red Bull, e depois acabourpo aprar na curva 4, fazendo com que a Ferrari ficasse "coxa". Ao mesmo tempo, Lewis Hamilton ia às boxes, seis voltas depois da concorrência, e tinha tudo controlado. Mas quem ainda não tinha parado eram os Red Bull, que na volta 30, tinha Max Verstappen na frente.

Hamilton aproximava-se para o apanhar, Mas não o passou porque... foi às boxes. Primeiro, Ricciardo, na volta 34, e depois o holandês, para que o inglês ficasse com o comando. E ambos a trocarem os softs pelos médios.

As coisas andavam calmas até à volta 41, quando Esteban Ocon ficou com problemas na caixa de velocidades do seu carro e fez com que a organização colocasse o Safety Car Virtual. Sebastian Vettel aproveitou para parar nas boxes, e perdeu para Max Verstappen. A corrida voltou ao ritmo normal na volta 43, quando Alonso passou Leclerc para ser nono. E ao mesmo tempo... a asa de Max Verstappen ficara danificado depois de um toque com o Williams de Serguei Sirotkin. O holandês aguentava-se, mas Vettel aproximava-se.

Contudo, na parte final, apesar das nuvens ameaçadoras, tudo ficou na mesma. A grande mudança foi a passagem de Sergio Perez a Charles Leclerc para ser nono, mas de resto não houve grande coisa. Uma prova previsivel, num circuito onde todos conhecem, de uma certa forma.

E no final, Lewis Hamilton vencia pela segunda vez consecutiva e alargava a sua liderança. Ainda por cima, numa dobradinha para as Flechas de Prata, com Max Verstappen a aguentar as investidas de Sebastian Vettel, mesmo com menos alguns pedaços do seu carro...

Com o inglês a ficar na frente do campeonato, e o pelotão a ur para o Mónaco, vamos a ver no que a temporada poderá dar.