sábado, 1 de junho de 2024

Rumor do dia: Ferrari negoceia a entrada na Formula E?


A Formula E terá em 2027 o seu Gen4, mas poderá ter uma marca mítica entre eles: a Ferrari. Segundo conta a Autosport britânica, a direção da Formula E falou com representantes da Scuderia de Maranello nesse sentido, numa altura em que estão a apostar na eletrificação. No próximo mês a Ferrari abrirá a sua primeira fábrica de eletrificação, onde a marca italiana irá produzir as suas próprias baterias e frota de veículos elétricos.

A fábrica, em construção desde 2022, custou cerca de 500 milhões de euros e 250 empregos acabaram por ser criados como resultado. No final de 2025, irá produzir o seu primeiro carro elétrico da história da marca. E com todo esse investimento, é natural que a Formula E se aproxime de Maranello para saber se não estariam interessados na competição elétrica. o que daria um enorme prestígio à competição. 

Questionado pela revista se houve conversas com a Ferrari, Jeff Dodds, o CEO Da Formula E, respondeu: "Talvez".

E acrescentou: 

"Eles anunciaram uma fábrica de eletrificação em Itália e falaram sobre uma linha elétrica futura para eles. É a primeira vez que o dizem como uma linha puramente elétrica em vez de híbrida."

Quando um porta-voz da Ferrari foi abordado sobre este assunto pelo mesmo órgão de comunicação social, afirmou: "O nosso foco hoje está na Formula 1 e nas corridas de Endurance - e [nós] recentemente anunciamos que iremos levar a corrida onde nunca estivemos antes - na água [tendo anunciado um projeto de vela no início deste ano]."

Dedicado exclusivamente à Formula 1 por mais de meio século, em 2023, a Scuderia de Maranello regressou à competição na classe principal do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC), logo com uma vitória nas 24 Horas de Le Mans, com o modelo 499P Le Mans Hypercar, o primeiro triunfo na competição desde 1965. 

O Gen4 estará pronto para correr em 2027, e até agora, marcas como a Nissan, Porsche, Jaguar e duas marcas do Grupo Stellantis já estão comprometidas com a competição. 

WRC: Biasion acha que os novos regulamentos atraiam a Lancia


Na semana do anuncio do regresso da Lancia aos ralis, a partir de 2025, o bicampeão do mundo Massimo Biasion acha que, caso a FIA faça as coisas certas, a marca italiana poderia regressar à competição a tempo inteiro.

Em declarações à Autosport britânica, Biasion acredita que os futuros regulamentos do WRC podem atrair a Lancia para a categoria principal. O ex-piloto italiano acredita que a redução dos custos e a diminuição da diferença de desempenho entre os Rally1 e Rally2 são fatores-chave para o futuro próximo do WRC, especialmente a partir de 2025.

Os problemas são os custos, a FIA tem de reduzir os custos. Espero que o desempenho dos Rally1 e o dos Rally2 se aproximem e é importante que os custos do Rally2 não aumentem. Os Rally2 são muito populares”, diz.

O projeto do novo Lancia Ypsilon é de ir para a categoria Rally4, onde estão o Peugeot 208 e o Opel Corsa Rally, mas caso os novos regulamentos vão de encontro a aquilo que desejam, isto poderá ser um ensaio geral para o salto de categoria. 

WRC 2024 - Rali da Sardenha (Dia 2)


Sebastien Ogier continua na frente do rali Itália-Sardegna, com uma vantagem de 17,7 segundos sobre o Hyundai de Ott Tanak, e numa altura em que o piloto estónio foi avisado por parte da equipa para... acalmar o seu ritmo. E faz algum sentido, porque o francês está a correr a tempo parcial, e ambos estão a mais de dois minutos do terceiro classificado, o segundo Hyundai de Dani Sordo

Demos tudo neste troço [nona especial, entre Monte Lerno e Monti di Ala]. Estamos a tentar ser seguros e não forçar. Pediram-nos para sermos seguros e não forçar”, afirmou. A razão foi que o belga Thierry Neuville, o líder do campeonato, sofreu um despiste e não irá ficar nos 10 primeiros, pois irá regressar pelo sistema Rally2.

Com oito especiais neste sábado, com duplas passagens por Tempio Pausania, Tula, Monte Lerno-Monti di Ala e Coiluna-Loelle, o dia começou com Ogier na frente, mas Tanak estava atrás. O estónio aproveitou e atacou, ganhando a primeira especial do dia, com 3,3 segundos de vantagem sobre Neuville e 4,6 sobre Ogier, suficiente para passar ao comando do rali. 

O francês reage na especial seguinte, ganhando 2,3 segundos a Tanak, 3,2 a Neuville e 21,3 a Takamoto Katsuta, enquanto Neuville ganha na segunda passagem por Tempio Pausania. Tanak foi segundo, a 0,1 segundos, e Ogier perde 4,5, fazendo com que a liderança regressasse às mãos de Tanak. Ele ganha em Tula, 1,3 segundos na frente de Ogier, alargando a liderança para 3,5 segundos. Aqui, Neuville saiu de estrada e ficou preso na valeta, tendo de abandonar a prova por hoje.

Pela tarde, na segunda passagem por Monte Lerno, Ogier ganha e consegue uma vantagem de 6,8 segundos sobre Tanak, 11,5 sobre Adrien Formaux e 20,9 sobre Dani Sordo. Katsuta tem problemas sérios na sua caixa de velocidades e cai na classificação, e o francês recupera o comando, agora com uma vantagem de 3,3 sobre o piloto estónio.

Ogier tenta alargar a vantagem nas especiais seguintes, especialmente depois da Hyundai ter avisado Tanak para ir com calma, tentando levar o carro até ao fim. Ganha na primeira passagem por Coiluna, alargando a vantagem para Tanak em 6,4 segundos, e na segunda passagem por Monte Lerno, consegue mais 6,5 segundos, alargando para 16,2. No final do dia, é Elfyn Evans a ganhar, 0,4 segundos na frente de Ogier e 1,3 sobre Tanak.

"Esperava que esta segunda metade do dia não fosse tão complicada, mas gosto destas etapas. Vamos ver mais um dia, mas este foi um dia muito, muito longo. Amanhã são duas especiais muito diferentes, uma bastante larga e um bastante estreita.", afirmou Tanak, no final do dia.

Nas restantes posições, Elyn Evans é o quarto, a 2.43,3. Bem longe do quinto, Gregoire Munster, a 5.28,8. Sami Pajari é sexto e o melhor dos Rally2, a 5.38,5. Sétimo é Yohan Rossel, a 6.33,2, seguido por Jan Solans, a 6.45,2, e a fechar o "top ten" estão o os Skodas de Kajetan Kajetanowicz, a 8.12,1, e o de Martin Prokop, a 8.22,1.        

O rali da Sardenha acaba no domingo, com a realização das últimas quatro especiais. 

sexta-feira, 31 de maio de 2024

A imagem do dia (II)



Estamos a 20 de junho de 1971. Entre os 24 carros inscritos no Grande Prémio dos Países Baixos, no circuito de Zandvoort, estão três Lotus: a do brasileiro Emerson Fittipaldi, a do sueco Reine Wissell... e um carro estranho: um modelo 56, com uma turbina. Esse carro era guiado por um estreante australiano, que tinha sido muito rápido nas formulas de promoção. Chamava-se David Walker.

O carro era relativamente complicado de controlar, e na qualificação, conseguiu apenas o 22º melhor tempo em 24 pilotos inscritos. 

Chovia imenso no dia da corrida, e o carro tinha uma vantagem: para além do carro ser a turbina - um Pratt & Whitney - as quatro rodas motrizes tinham uma grande vantagem num tempo à chuva, porque eram mais rápidos que os de duas rodas motrizes. E logo nos primeiros metros, mostrou isso. Na primeiras voltas, passou carros atrás de carros, e no final da quinta passagem pela meta, era décimo. Contudo, logo depois, ele despistou-se, e as chances reais de uma pontuação, até de uma vitória, tinham caído em terra.

No final, as opiniões se dividiam. A Imperial Tobacco queria-o na Lotus, mas nem Colin Chapman, nem Peter Warr, diretor desportivo da marca, não acharam que Walker fosse um piloto que tivesse estofo de campeão. 

Nascido a 10 de junho de 1942, em Sydney, começou a correr em 1964, na Formula 2 local, onde acabou vice-campeão, andou alguns anos no Reino Unido, na Formula Ford, até que ganhou o campeonato de 1969. Em 1970, foi para a Formula 3 num Lotus oficial, e acaba campeão no BRSCC Lombank Formula 3 Britain. Em 1971, num modelo 69, Walker triunfa no Forward Trust BARC F3 e na Shell Super Oil British F3 Championship. Até aos dias de hoje, Walker é o piloto com mais campeonatos, três, a par dos britânicos Don Parker, Jim Russell e Roger Williamson

Apesar de campeonatos bem preenchidos e competitivos, e correndo num carro oficial, Chapman incluiu Walker em 1972 porque a Imperial Tobacco pediu. Correndo ao lado de Fittipaldi, é considerado o segundo pior piloto de sempre: enquanto o brasileiro foi campeão, com 61 pontos, o melhor resultado de Walker foi um... nono lugar, em Jarama. No final do ano, Wissell foi chamado para competir nas últimas três corridas do ano. Ele foi para a Formula 2 em 1973, mas depois de dois acidentes sérios, a sua competividade foi bem afetada, apesar de ter andado na Formula 5000 e tentou um regresso, pela Maki, em 1975.

Retirou-se para a Austrália, montando um negócio de barcos na Golden Coast, antes de se reformar na década passada. A sua morte foi ontem anunciada, mas na realidade, tinha morrido uma semana antes, a 24 de maio. 

A(s) image(ns) do dia



Se fosse vivo, Andrea De Cesaris faria 65 anos nesta sexta-feira. O piloto romano tinha até há pouco tempo um recorde infame: o do piloto com mais corridas sem ganhar: 206 Grandes Prémios. E sobre isso, recorda-se uma corrida que aconteceu há quase 30 anos, em junho de 1994, no Canadá. 

Como já disse há alguns dias, De Cesaris não tinha lugar na Formula 1 no inicio de 1994, depois de uma temporada para esquecer na Tyrrell. Ficando de fora, parecia que a sua longa carreira na competição tinha acabado. Contudo, logo na primeira corrida do ano, em Interlagos, Eddie Irvine causou uma carambola com mais três pilotos - quase arrancou a cabeça de Martin Brundle, atingido pelo Benetton de Jos Verstappen! -  e foi castigado por isso. Em principio, por uma corrida, mas acabou por ser por três. 

O italiano conseguiu um quarto lugar nas ruas do Mónaco, aproveitando o seu conhecimento e a sua adaptação ao chassis da Jordan. Contudo, depois dessa corrida, voltaria a ficar apeado. Mas não por muito tempo. Quase a seguir, Peter Sauber queria-o no seu carro para substituir Karl Wendlinger, que continuava numa cama de hospital, ainda em coma, depois de se ter acidentado nos treinos para o GP do Mónaco.

O regresso a um carro de Formula 1 foi em Montreal, para o GP do Canadá. E não poderia ser simbólico, por muitos motivos. A primeira, é que foi ali que se tinha estreado, no já distante ano de 1980, pela Alfa Romeo. E o segundo, é que ali cumpria o seu 200º Grande Prémio da sua carreira, Um feito do qual apenas poucos pilotos tinham alcançado, como Riccardo Patrese e Nelson Piquet. E ao contrário deles, não tinha ganho qualquer corrida.

O Sauber C13 tinha também sido modificado para protegê-lo dos embates laterais, que tinham vitimado Wendlinger no Mónaco. Acabou por ser um vislumbre do que iriam ser os carros no futuro...  

De Cesaris deu-se bem, marcando o 14º tempo, quatro lugares abaixo de Heinz-Harald Frentzen e oito décimos mais lento que o piloto alemão. Apesar das celebrações - e de uma pintura especial no seu carro para comemorar a ocasião, a sua corrida não foi além da 24ª passagem pela meta, quando um problema na pressão do óleo o deixou apeado, acabando por ali a sua corrida de estreia pela sua... décima equipa na Formula 1, depois de Alfa Romeo, McLaren, Ligier, Minardi, Rial, Dallara, Jordan e Tyrrell.

E ainda iria dar sinal de si nessa temporada.     

WRC 2024 - Rali da Sardenha (Dia 1)


O francês Sebastien Ogier foi o melhor no primeiro dia do rali da Sardenha. O piloto da Toyota tem uma vantagem de 4,5 segundos sobre Ott Tanak e 33,2 sobre Dani Sordo, no segundo Hyundai, que não está muito longe do segundo Toyota de Takamoto Katsuta, a 34,5.

Com apenas quatro especiais nesta sexta-feira, o rali começou com Sebastien Ogier a partir ao ataque, ao ganhar na primeira passagem por Osilo-Tergu, com 25,6 quilómetros de extensão, obtendo uma vantagem de 7,7 segundos sobre Ott Tanak e 14,5 sobre o outro Hyundai de Dani Sordo, empatado com Adrien Formaux. Tanak reagiu, triunfando na segunda especial, a primeira passagem por Sedini-Castelsardo, ganhando 1,2 segundos sobre Thierry Neuville e 1,9 sobre Adrien Formaux.

Na segunda passagem por Osilo-Tergu, Ogier voltou a triunfar, 2,9 segundos na frente de Tanak e 8,8 sobre Sordo, para no final do dia, na segunda passagem por Sedini-Castelsardo, Thierry Neuville foi o melhor, 3,7 segundos na frente de Tanak e 3,9 sobre Sebastien Ogier. Adrien Formaux teve problemas e parou na especial. 

No final do dia, o piloto belga da Hyundai queixava-se do estado do piso e do facto de ter conservado os pneus. 

"Esse foi o dia mais difícil que você poderia imaginar, as piores etapas para passar! Felizmente foi apenas meio dia, tivemos uma boa gestão de pneus. Mesmo que não tivéssemos a escolha perfeita, seis [pneus] teriam sido melhores. Com certeza guardei alguns pneus e andei forte."

Depois dos quatro primeiros, Neuville é o quinto, a 36,6 segundos, já distante de Elfyn Evans, a 57,3. Sétimo é Gregoire Munster, a 1.09,2, na frente do carro de Sami Pajari, o melhor dos Rally2, a 1.34,6. Nono é Pierre-Louis Loubet, a 1.52,9, e a fechar o "top ten" está o carro de Jan Solans, a 2.03,2.

O rali da Sardenha prossegue amanhã com a realização de mais oito especiais.

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Youtube Formula 1 Video: O fim da maldição de Leclerc

Charles Leclerc é monegasco, um micro-estado europeu cuja única altura do ano em que está nas páginas dos jornais é quando a Formula 1 chega à cidade. E desde que o piloto está a correr pela Ferrari, a mais mítica das equipas do automobilismo, eles começaram a pensar que ali estava a melhor chance de sempre de ganhar na corrida da casa, uma das mais míticas do automobilismo. 

Essa chance aconteceu agora, em 2024. E, claro, foi muito festejado. 

E é sobre tudo isso que se trata do mais recente vídeo do Josh Revell.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

O dias contados de Esteban Ocon?


A Alpine poderá ter perdido a paciência para Esteban Ocon e poderá estar a pensar seriamente num castigo, que poderá passar por uma suspensão, ou pior, num despedimento. O incidente na curva Portier, em Monte Carlo, no passado domingo, onde bateu no seu companheiro de equipa, Pierre Gasly, foi a gota que fez transbordar o copo de Bruno Famin, o diretor desportivo da marca na Formula 1. E o castigo poderá acontecer ainda antes do GP do Canadá, daqui a semana e meia. 

Mas se o incidente do Portier foi onde aconteceu, poderia ter sido bem antes, na subida perto da curva Massenet, onde Sérgio Pérez e Kevin Magnussen colidiram, causando a bandeira vermelha. Imagens recolhidas na câmara do carro de Lance Stroll mostram Ocon a pressionar Gasly para passar por um lugar estreito do qual havia imensas chances de acabar em incidente. Não foi ali, foi uns metros mais adiante.

Felizmente, para Gasly, não houve danos significativos, e ele acabou a corrida na décima posição.

Famin acredita que esta colisão no Mónaco é a gota de água numa situação que tem vindo a suceder há longo tempo, com os alarmes a soarem desde o GP de Miami, onde Ocon e Gasly evitaram por pouco o contacto num incidente semelhante. A equipa desde há muito deu instruções aos seus pilotos para evitarem este tipo de incidentes, mas aparentemente, o acidente no Mónaco fez com que Famin sentisse que Ocon parece não querer ouvir as recomendações da sua equipa. Agora que Famin percebeu que “falinhas mansas” não resultam com Ocon, é altura de medidas mais radicais.

E os rumores, claro, são bem fortes, que passam por... ou suspensão, ou despedimento por justa causa. 

Neste momento, a Alpine conseguiu apenas dois pontos no campeonato, um conquistado por Ocon, em Miami, e outro conquistado por Gasly, no Mónaco. 

terça-feira, 28 de maio de 2024

A(s) image(ns) do dia




A Formula 1 chega a Barcelona ainda em choque e turbulência. Karl Wendlinger ainda está num cama, em Nice, ainda em coma - só acordará dela no inicio de junho - e dias depois do GP do Mónaco, Pedro Lamy sofre um acidente horrível com o seu Lotus modificado numa sessão de testes em Silverstone, escapando com as pernas fraturadas e quase partilhando o destino de Jim Clark, Jochen Rindt ou Ronnie Peterson.

Entre os muitos substitutos anunciados em Barcelona - David Coulthard na Williams, Alex Zanardi na Lotus - Na Simtek, depois de terem corrido com apenas um carro em Monte Carlo, decidiram que o substituto de Roland Ratzenberger seria um italiano, Andrea Montermini de seu nome. 

Na altura com 29 anos, Montermini acabara a Formula 3000 de 1992 como vice-campeão, ao serviço da Il Barone Rampante e da Forti Corse, com três vitórias. No ano a seguir, foi para a CART, onde ao serviço da Euromotorsport, conseguiu um quarto lugar na ronda de Detroit, a melhor classificação de sempre da equipa, que em 1984 ficou a cuidar da Alfa Romeo na Formula 1, depois de dispensarem os serviços da Autodelta. 

Montermini conseguia ser rápido, mas ali na Simtek, onde tinha conseguido um lugar como piloto de testes, antes de correr no lugar do malogrado piloto austríaco, qualificar-se seria um "piccolo miracolo". E numa equipa ainda traumatizada com uma morte, quase um mês antes, seria até algo bom para a moral. Contudo, na sessão de treinos de sábado, enquanto tentava marcar um tempo que evitasse ficar no último lugar, aquele que não daria a qualificação, perdeu o controlo do seu carro na última curva e bateu forte no muro das boxes. A frente ficou totalmente destruída, e Montermini acabou com lesões em ambos os pés. 

No meio dos muitos incidentes daquele "maldito maio", a organização decidiu fazer uma solução improvisada, a primeira de muitas soluções que foram colocadas em pista para baixar as velocidades. Uma barreira de pneus no meio da pista foi algo tirado "do joelho" e muitos temiam que fizesse mais mal que bem aos pilotos, e Bertrand Gachot chegou a bater nela. Mas tinha sido uma ideia da parte da GPDA, a associação dos pilotos, e queriam mostrar serviço. Muitas mais modificações aconteceriam nas corridas seguintes. 

Quanto a Montermini, ele recuperaria e correria na Formula 1 nas duas temporadas seguintes, pela Pacific e Forti, a sua equipa na Formula 3000. Não iria ter grandes resultados, mas ao menos, as suas lesões não foram impeditivas na sua carreira.  

Rumor do Dia: Stellantis trocará de marca?


O Grupo Stellantis, liderado pelo português Carlos Tavares, tem marcas como a  Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citroen, Dodge, DS Automobiles, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, RAM e Vauxhall. E duas delas, a DS e a Maserati, estão na Formula E. A primeira, em associação com a Penske, e a segunda, sozinha, depois de adquirirem a Venturi. 

Agora, esta semana, fala-se que a Stellantis poderá continuar depois de 2026 com outra marca do grupo. Quem o refere é o jornalista britânico Sam Smith, onde no portal FEN, afirma que o grupo não tomará uma decisão sobre a sua estratégia futura na Fórmula E além de 2026 até meados de junho, no mínimo. E que uma das hipóteses em cima da mesa é a colocação de outra marca na competição, substituindo outra.

Jeff Dodds, CEO da Formula E, alou sobre o assunto no fim de semana de Xangai:

"Encontrei-me com o [Presidente da Stellantis] Carlos Tavares em Misano e tivemos uma conversa expansiva e muito positiva", começou por afirmar. "Estamos muito interessados em tê-los no campeonato. Não quero antecipar o resultado para a Stellantis, espero que possam anunciar algo em breve, é claro que estou, mas não há garantia de que será com a mistura de marcas que eles têm na grelha hoje em dia, porque, como eu disse, eles têm muitas opções disponíveis."

Em termos de resultados, a DS está há mais tempo na competição e ganhou títulos de pilotos - três, com Jean-Eric Vergne e António Félix da Costa - primeiro em associação com a Techeetah, e agora, estão com a Penske, mas a entrada da Maserati, é mais recente. Logo, essa poderá estar em perigo, com a passagem para outra marca a partir da temporada de 2026, quando o Gen4 estiver pronto para rolar nas pistas. 

Contudo, nada está ainda decidido, especialmente quando o Grupo está noutras categorias, como o WEC, onde também se fala desde há algum tempo numa troca de marcas entre a Peugeot e a Alfa Romeo, na classe Hypercar.

segunda-feira, 27 de maio de 2024

A(s) image(ns) do dia

Há um domingo por ano onde ficamos pregados ao ecrã para ver automobilismo. Esse costuma ser no final de maio, mais ou menos entre o meio e o final primavera, e acontece nos dois lados do Atlântico, um na Europa e outro na América. 

E, de uma certa forma, este último domingo de maio de 2024 ficará na memória por muitos motivos.

No Mónaco, foi uma corrida que valeu por dois momentos. E o segundo entrou na história, não só do automobilismo, como a do próprio micro-estado europeu. Parecendo que não, o Mónaco é uma cidade-estado, reinado por uma monarquia, cujas garantias de existência são assegurados pela França. E não tem muitas coisas com que possa se representar. Por exemplo, não tem uma equipa nacional de futebol, e o seu principal clube joga na I divisão francesa.

E no domingo, fez-se história: desde 1929 que houve apenas um piloto monegasco a ganhar a corrida caseira. Foi em 1931, e quem o conseguiu foi Louis Chiron, um dos melhores pilotos da pré-guerra, que andou em carros da Bugatti, Alfa Romeo e Mercedes, entre outros. Em 1950, aos 51 anos, conseguiu ainda um terceiro lugar na sua corrida natal. E esse foi o único pódio na história da Formula 1, até chegar Charles Leclerc

Mas ele, até 2024, não tinha conseguido um resultado de relevo. Claro, uma pole-positon em 2021 que não resultou em nada - um acidente na qualificação resultou em danos internos que o impediram de correr - este ano, também resultou em pole-position, a primeira sem ser com Max Verstappen. Contudo, quem é monegasco, não quer saber muito se os dez primeiros são os mesmos que partiram. O que lhe interessa é que no domingo, fizeram história. 

Não é por acaso que Alberto II esteja feliz como uma criança naquele pódio. O seu pai, o principe Ranier, nunca viu uma coisa dessas, apesar de ter conhecido Louis Chiron. Mas ouvir o hino nacional monegasco naquele local... não tem preço. Não admira que ele chorasse no pódio. Quantas vezes ele não sonhou com este domingo?

E para o próprio Leclerc, não só é o final de uma corrida sempre marcada pela má sorte - nem um pódio tinha! - como de uma certa forma, conseguiu o seu sonho. E neste momento, irá pensar certamente no seu pai, Hervé, que morreu em 2017, quando o seu filho estava prestes a entrar na Formula 1. De onde estiver, tenho a certeza que está a comemorar o sucesso do seu filho. 

Quanto a Indianápolis, deveria ter acontecido quase uma hora depois da corrida monegasca. Mas na hora da corrida... os céus desabaram. Sim, previa-se chuva pelo meio dia e meia local, e quando aconteceu, interrompeu as cerimónias por mais de duas horas. Quando a chuva se foi embora e a pista começou a secar, viram que havia uma luta contra o tempo, porque havia um limite da corrida acabar pelas 20.15 locais, por causa da luz natural. Logo, tinham de correr rapidamente. 

Mas a chuva tinha limpou a pista, e com ela, a borracha acumulada. Logo, as chances de batidas iriam ser reais. E foi o que aconteceu... na segunda curva da pista, na primeira volta. E aconteceriam mais duas batidas - e o motor rebentado da Katherine Legge, a única piloto presente - antes da volta 50, para colocar a corrida perto do limite. No final, acabaram por ser oito, as situações da bandeiras amarelas. 

No final, como no ano passado, decidiu-se na última volta. Já com o lusco-fusco a envolver tudo, o mexicano Pato O'Ward, no seu McLaren, passou o Penske do americano Josef Newgarden, o vencedor das 500 Milhas do ano anterior, e parecia que ia a caminho da vitória. Mas na reta oposta, a duas curvas do final... ele reagiu e passou-o, para espanto de muitos... e júbilo de muitos outros. Porque ia fazer história.

Newgarden deu à Penske a sua 20ª vitória no "Brickyard", e pela primeira vez desde 2002, com Hélio Castro Neves, conseguiu repetir a vitória - "back to back", como afirmam os americanos. E claro, o delírio dos outros contrastou com a derrota de O'Ward: ele saiu do carro a chorar. 

E merecia: algumas voltas antes, controlou o carro por três vezes para evitar uma batida no muro que poderia ter terminado a sua corrida.       

Quanto à McLaren, que hoje tinha Mr. Brown... engraçado, mas real: nas três corridas de hoje, conseguiu ter um carro no segundo lugar: Jake Hughes na Formula E, Oscar Piastri na Formula 1 e agora, Pato O'Ward nas 500 Milhas. Como dixem os britânicos... "close, but no cigar".

Mas do final, valeu a pena estar acordado até perto da uma da manhã para assistir a isto. As 500 Milhas de Indianápolis são dos melhores espetáculos do automobilismo.

Noticias: Lancia anuncia regresso aos ralis


A Lancia apresentou esta segunda-feira o Lancia Ypsilon HF, versão de elevada performance do primeiro automóvel da nova era da marca, que chegará ao mercado em maio de 2025. Mas também foi hoje apresentado o Ypsilon Rally4 HF, que representa o tão aguardado regresso da marca italiana aos ralis, mais de 30 anos depois de ter corrido no WRC.

"A Lancia sempre entrou no coração das pessoas através do seu espírito competitivo, representado pelos modelos icónicos do seu passado, que a tornaram na marca mais bem-sucedida de todos os tempos no mundo dos ralis. Esse coração desportivo volta hoje a bater e esses mesmos fãs serão os novos clientes Lancia de amanhã”, afirmou Luca Napolitano, CEO da Lancia, marca do Grupo Stellantis.

O Lancia Ypsilon Rally4 HF é alimentado por um motor de 1,2 litros turbo, de três cilindros e quatro válvulas por cilindro, com 212 cavalos de potência. Dotado de tração dianteira e transmissão mecânica de cinco velocidades e diferencial autoblocante mecânico, o modelo de elevado desempenho representa uma solução ideal para o prazer de todos os entusiastas dos ralis, mas também um sério concorrente para os condutores que aspiram às vitórias na categoria “Rally4” e nos campeonatos de duas rodas motrizes.

O carro ostentará o logótipo “HF”, assinatura histórica dos modelos Lancia de elevado desempenho. Introduzida pela primeira vez em 1960, no Salão Automóvel de Genebra, quando um grupo de apaixonados, proprietários de automóveis da marca, fundou o clube “Lancia Hi-Fi” (“High-Fidelity”), a equipa de ralis foi fundada três anos depois por um jovem italiano chamado Cesare Fiorio, que queria competir em ralis.

Os modelos HF apareceram em modelos como o Fulvia, o Stratos, e sobretudo o Delta, que deram à marca 15 Campeonatos do Mundo de Ralis, entre 1975 e 1992.

domingo, 26 de maio de 2024

Formula 1 2024 - Ronda 8, Mónaco (Corrida)


Mónaco faz parte do mobiliário, apesar de muitos o detestarem por ser demasiado pequeno, apertado e inadequado à Formula 1. Mas sobre o apertado, culpem o tamanho dos carros, quanto ao resto é gente que não grama nada a pista, o local e o ambiente. Ou seja... provavelmente, não é muito fã da vida ou do automobilismo. 

Numa temporada onde Max Verstappen arranjou uma vantagem que muito dificilmente será apanhado, o resultado da qualificação de ontem até foi surpreendente, com Charles Leclerc a ser o "poleman" e as duas primeiras filas serem partilhadas entre Ferrari e McLaren, uma espécie de regresso aos bons tempos de há década e meia, parecia que o neerlandês, que partia apenas de sexto, não teria uma corrida fácil e as suas chances de pódio pareciam ser diminutas.

Mas Mónaco é uma corrida longa e imprevisível. Como sempre.    


A partida parecia ser natural, com Leclerc a defender-se de Piastri, e Carlos Sainz Jr, aparentemente, a ter problemas. E se não aconteceu grande coisa em Ste. Devote... aconteceu na curva seguinte. Na Beau Rivage, Kevin Magnussen, que queria recuperar os lugares perdidos na secretaria (os Haas foram desclassificados por causa de irregularidades na asa móvel), tentou passar Sérgio Pérez,  No meio disto tudo, o outro Haas, de Nico Hulkenberg, também foi tocado e bateu no guard-rail. Três carros eliminados só ali.

Noutro incidente, alguns metros mais adiante, os Alpine... andaram à briga. Esteban Ocon tentava passar alguns lugares quando no Portier, ele tocou no carro de Pierre Gasly, e ele foi para o ar, acabando por parar ao túnel. A sua corrida poderia ter acabado ali, se não fosse a bandeira vermelha.

Em suma, uma enorme confusão. E claro, a corrida tinha mesmo de ser interrompida. 

Com isto, os comissários entraram em ação para limpar os destroços, e esperava-se que não iria demorar muito. Acabaram pode demorar mais de 40 minutos para colocar tudo como estava antes, e recomeçar a corrida. E nisto, eles fizeram a troca de pneus que era esperada na corrida tirando os médios para colocar os duros. Resultado? Os pilotos corriam o risco de ficar na pista para o resto das voltas... 


E foi o que aconteceu. A corrida recomeçou com 16 carros, e ali, Leclerc conseguiu manter Piastri atrás dele e ficou assim... para o resto da corrida. O pelotão ficou na mesma, e ninguém atacou mais nas travagens para as curvas. E como esta corrida ficou sem ultrapassagens, e o tempo primaveril, com o asfalto na temperatura ideal, ajudava... conhecem o resto da história. Restou a Leclerc contar as voltas e conter-se em relação ao jovem australiano para ser o primeiro monegasco a ganhar na história da Formula 1, e o primeiro local a subir ao pódio desde... Louis Chiron

O primeiro incidente aconteceu na volta... 50, quando Lance Stroll sofreu um furo na roda traseira-esquerda e teve de ir às boxes. Trocou para moles e caiu para último, tentando recuperar o tempo perdido. Hamilton parou duas voltas depois, trocando para duros, e Max também parou a seguir, colocando duros. Regressou na sexta posição, a mesma que tinha antes, e foi atrás de Russell. Mas até ao final da corrida, apesar de ter ficado na traseria do carro do britânico, com Hamilton atrás dele. Mas ninguém passou ninguém.

Na frente, Leclerc afastou-se, e Piastri passou a ser pressionado por Sainz Jr, que por sua vez, era pressionado por Lando Norris. Apesar disso, com eles a verem-se uns aos outros, outra coisa era passar. Abençoado o tamanho atual dos carros!


No final, um monegasco ganhou a corrida do Mónaco, e com isto, os barcos apitaram fortemente no Porto e o príncipe Alberto estava feliz da vida por ver um dos seus súbditos a ganhar. Tanto que no pódio, pegou no champanhe e foi comemorar! De facto, é mesmo desportista... 

No final, não foi sorte, foi mais cérebro, paciência e sangue frio para que o piloto da Ferrari ter conseguido o lugar mais alto do pódio, ainda por cima, ter ganho um duelo que faz lembrar os velhos tempos. Mas em termos de emoção, foi... anti-climático. Para não falar de outra coisa.     

Agora é altura de ir atravessar o Atlântico, para correr em terras canadianas.  

Formula E: Felix da Costa foi o melhor na segunda corrida de Xangai


O português António Félix da Costa triunfou esta manhã na segunda corrida de Xangai, conseguindo também a sua segunda vitória nesta temporada. O piloto da Porsche bateu o McLaren de Jake Hughes, que tinha feito a pole-position, e o Andretti de Norman Nato, que acabou a fazer a volta mais rápida.

Com Hughes na pole, e Felix da Costa no terceiro posto da grelha, a melhor da temporada até ao momento, e depois de ter sido penalizado pela organização na corrida de ontem, ficando fora dos pontos, a partida começou com Vandoorne a sair melhor que Hughes, com AFC a ser terceiro, na frente de Nato. O português passou Hughes, que tinha pedido o comando para o belga da DS Penske, para ser segundo. Duas voltas depois, com os pilotos a fazerem a primeira passagem pelo Attack Mode, e as lutas pelo comando continuavam. O português chegou novamente ao segundo lugar na sétima volta e preparava-se para atacar o comando, que agora era de Nato.

Ele conseguiu passá-lo na nona volta, antes de ir para o seu primeiro Attack Mode e perder o comando. Recuperou a liderança uma volta depois, com todo o pelotão separado por apenas seis segundos. Ele ativou o seu segundo ‘Attack Mode’ na 11ª volta, cedendo brevemente a liderança a Nato, mas recuperando-a pouco depois. Vandoorne recuperou o terceiro lugar de Hughes na volta 13, numa altura em que Pascal Wehrlein, que andava atrás, fez uma paragem para substituir um pneu traseiro esquerdo furado, na sequência de um contacto com o McLaren de Sam Bird.

Na frente, Félix da Costa conseguia conservar energia melhor que a concorrência - mais três por cento - e mantinha-se na liderança, mesmo sendo pressionado por Hughes. E até ao final, Félix da Costa utilizou a sua energia, ritmo e gestão da temperatura para garantir a vitória, com Hughes a terminar em segundo e Nato em terceiro. Cassidy foi quarto, na frente do seu companheiro de equipa, Mitch Evans. 


Na geral, Cassidy continua a comandar o campeonato, com 167 pontos, seguido por Wehrlein, com 142, e Mitch Evans, com 132, e Oliver Rowland com 131. Felix da Costa é sétimo, agora com 84 pontos. 

A Formula E continua no final de junho, com uma jornada dupla em Portland.