sábado, 5 de janeiro de 2019

Formula E: Mais nomes confirmados para teste em Marrakesh

Arthur Leclerc, Norman Nato, Raffaele Marciello, Harry Thicknell e Pietro Fittipaldi foram confirnados nestes últimos dois dias para o teste de jovens pilotos de Marrakesh, que acontecerá dentro de uma semana, depois do ePrémio de Marrocos. 

Thicknell e Fittipaldi conduzirão os carros da Jaguar neste teste, enquanto Marciello vai testar no carro da HWA, já Nato e Leclerc andarão nos carros da Venturi.

"A Jaguar deu-me as minhas primeiras voltas num carro de Fórmula E e estou muito agradecido por estar testando o novo carro da Gen2 com eles", começou por dizer Tincknell, que também detém um papel de simulador na equipa NIO.

É uma ótima oportunidade para mim e espero usar minha experiência anterior com a Fórmula E para fazer o melhor trabalho possível. Com os testes sendo limitados, durante esta temporada, eu realmente quero maximizar o dia para a equipa e contribuir para o desenvolvimento do Jaguar I-TYPE 3 depois de termos começado a quinta temporada a pontuar com Mitch [Evans] e Nelson [Piquet Jr].", concluiu.

O diretor desportivo da Jaguar, James Barclay, dá as boas vindas a ambos os pilotos, dizendo que os seus conhecimentos serão bem-vindos neste teste.

Pietro fez um ótimo trabalho no ano passado para nós em Marrakesh, então foi uma escolha óbvia”, começou por dizer.

Harry não é estranho para a equipe, pois dirigiu o Jaguar I-TYPE 1 em Donington em agosto de 2016. Temos um programa de testes completo para ambos os pilotos, o que é crucial no desenvolvimento contínuo do Jaguar I-TYPE 3.”, concluiu.

No caso de Arthur Leclerc, irmão mais novo de Charles Leclerc, seria até uma excelente escolha, dado que a Venturi é uma equipa sediada no Mónaco, a naturalidade do piloto. Aos 18 anos de idade, e depois de ter sido quinto classificado no campeonato francês de Formula 4, Arthur vai dar um passo na sua carreira.

"Vou me dedicar completamente à equipe em sua busca para otimizar o Venturi VFE-05", disse Leclerc. “Será a minha maneira de agradecer a Susie, [Wolff] Gildo [Pastor] e a todos os funcionários por me darem a oportunidade de dirigir esse carro de destaque novamente. A Fórmula E é um campeonato pioneiro, inventivo e jovem, e na qual eu estava ansioso para desempenhar um papel ativo. Tenho a sorte de estar envolvido nisso tão cedo na minha carreira.

O presidente da Venturi, Gildo Pastor, disse que ficou impressionado com o progresso de seu colega monegasco na academia Venturi Next Gen.

"Olhando para as performances de Arthur na F4 e no karting, fica claro que ele tem talento. Além disso, minhas equipes tiveram muitas coisas boas a dizer sobre ele. Nas sessões de trabalho, ele estava calmo, humilde, pronto para ouvir e trabalhar duro, qualidades sem as quais o talento não é nada. Ao confiar nosso carro a ele novamente, estamos renovando nossa fé nele" começou por dizer.

Eu sou monegasco no coração, então dar a Arthur a oportunidade de se desenvolver é uma honra. Como todos os monegascos, somos movidos pelo desejo de ver voar a bandeira do Principado.”, concluiu.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

CPR: Hyundai anuncia Armindo Araújo e Bruno Magalhães

A Hyundai Portugal anunciou esta sexta-feira que Armindo Araújo irá continuar na temporada de 2019, na companhia de Bruno Magalhães, que volta ao campeonato nacional depois de algumas temporadas no Europeu de Ralis, onde foi vice-campeão em 2017 e terceiro classificado em 2018. O seu anuncio será como substituto de Carlos Vieira, que ainda se encontra em tratamento das lesões que sofreu no Rali Vidreiro, em junho do ano passado.

O facto de termos sido campeões logo no primeiro ano do projeto foi algo muito especial e partimos para 2019 com o objetivo de ganhar o maior número possível de ralis para a equipa e de estarmos novamente na luta pelo título”, afirmou o piloto de Santo Tirso, que será navegado por Luís Ramalho

Regressar ao CPR integrando o Team Hyundai Portugal ao volante Hyundai i20 R5 é um motivo de orgulho e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade. Vamos dar o nosso melhor e estou seguro de que juntos alcançaremos grandes resultados!”, afirmou Bruno Magalhães que terá Hugo Magalhães ao seu lado. 

Aos 38 anos - nasceu a 10 de julho de 1980 - o piloto volta aos ralis nacionais, onde alcançou três titulos nacionais consecutivos, entre 2007 e 2009, a bordo de um Peugeot 206 S2000. A partir dali, tentou uma carreira internacional, nomeadamente no Europeu de ralis, sendo quinto no Intercontinental Rally Challenge (IRC), com uma vitória do Rali dos Açores.

Sérgio Ribeiro, CEO da Hyundai Portugal, afirmou sobre esta dupla de pilotos, que para ele é a melhor de sempre dos ralis nacionais. 

O percurso e as conquistas do Armindo e do Bruno em Portugal e no estrangeiro falam por si, são dois dos melhores pilotos de sempre dos ralis em Portugal. Ao lado do Luís [Ramalho] e do Hugo [Magalhães], temos todas as garantias em termos de talento e experiência, até porque o potencial do Hyundai i20 R5 ficou mais uma vez comprovado em 2018. Penso que o nosso lema ‘Os ralis pelos ralis’ marcou o campeonato de forma muito positiva", começou por dizer. 

"É com esta filosofia de profissionalismo, competitividade e com ambição renovada que queremos vencer novamente em 2019. Como membro deste projeto desde o início, desejamos, entretanto, que o Carlos Vieira complete rapidamente a sua recuperação e que volte o mais brevemente possível ao mundo do automobilismo nacional”, concluiu.

A apresentação oficial da equipa acontecerá no próximo dia 14, em Leixões, no edifício do Terminal de Cruzeiros. 

Youtube Rally Video: A antevisão do Rally Dakar


O Rally Dakar está prestes a arrancar de Lima, no Peru, e pela primeira vez na sua história, acontecerá num só país. Em jeito de antevisão, coloco aqui uns vídeos sobre o rali, feitos pelo canal oficial do Dakar no Youtube, onde falam do percurso e dos favoritos à vitória na primeira grande competição de 2019. 

Formula E: Chadwick e Calderon vão ter novo teste em Marrakesh

A britânica Jamie Chadwick e a colombiana Tatiana Calderon irão voltar a testar um Formula E depois do ePrix de Marrocos, na semana que vêm. A primeira voltará a andar dentro de um NIO e a segunda andará a bordo de um DS Techeetah. Ambas fieram isso em Al Dhyriah, na Arábia Saudita, após a primeira prova do ano.

"Adorei cada minuto do [meu] primeiro teste em Riyadh e agora que estou acostumada com o carro, estou confiante de que podemos ter um teste bem-sucedido", disse ela. “Mais uma vez, um enorme obrigado a Gerry [Gerry Hughes, o diretor despottivo] e à equipa por me darem esta oportunidade. Eu não posso esperar.". concluiu.

Gerry Hughes afirmou que esta segunda oportunidade também teve a ver com os problemas que teve no primeiro teste, que não deram a ela o gosto de andar num carro deste tipo, e espera que desta vez, ela possa apreciar devidamente a chance e dar o feedback que desejam.

"Depois de um teste um pouco reduzido na Arábia Saudita devido a uma questão técnica além do nosso controle, estou obviamente muito feliz em estender a oportunidade para que Jamie teste de novo entre nós", começou por dizer.

Este é obviamente um caso de 'mesmo carro, ambiente de teste diferente', mas que eu sei que ela vai gostar e será muito interessante testemunhar seu progresso ao longo do dia.

No caso de Calderon, o segundo teste com a DS Techeetah tem a ver com o facto dos responsáveis da equipa terem ficado satisfeitos com o seu "feedback" e quererem de novo no cockpit do carro para ajudar no seu desenvolvimento. James Rossiter também estará nesse teste em Marrakesh.

"Acho que fiz um bom trabalho e agora consegui mostrar que posso me adaptar e me apresentar como eles pedem", disse Calderon ao site e-racing365 após o primeiro teste em Al Dhyriah.

Eu adoraria fazer parte de outro teste e também passar mais tempo com a equipa, isso é um objetivo. Eu quero aprender mais sobre a Fórmula E, porque como campeonato mundial, está a ficar cada vez mais forte", concluiu.

"Estamos muito animados por termos ampliado nosso trabalho com Tatiana Calderon, que conduzirá no 'rookie test' de domingo, juntamente com nosso piloto de desenvolvimento, James Rossiter", começou por comentar o diretor da equipa, Mark Preston.

Tatiana realmente nos impressionou no teste Ad Diriyah, apesar das poucas voltas que deu devido a algumas bandeiras vermelhas. Então queríamos dar a ela outra chance no DS E-Tense FE19 para ver o que ela pode extrair do carro e ganhar mais feedback".

James tem sido inestimável para nós durante o período de desenvolvimento e continuou a nos ajudar com as sessões de simulação no período que antecedeu a temporada. É o segundo "rookie test" onde vai estar e então será muito bom vê-lo de volta no carro.", concluiu.

No Nobres do Grid deste mês...

"Uma imagem no Facebook do João Carlos Costa, jornalista da Eurosport, e uma curta conversa com ele no inicio de dezembro, explicou-me a razão porque a colocou: o Projeto Bloodhound, onde se propunha bater o recorde de velocidade em terra e elevá-lo para os 1690 km/hora, tinha sido definitivamente cortado este final de semana, devido à falência do projeto. Segundo conta a BBC, dez anos depois de ter começado, terminou antecipadamente por causa de problemas de financiamento. E o protótipo está à venda por... 250 mil libras. O preço de um super-carro, se preferirem.

O pessoal queria fazer em 2019 e 2020 uma série de experiências num leito de um lago seco na África do Sul para ver se alcançavam esse número mágico, mas infelizmente, pelos vistos, vão se ficar pelas intenções. E em 2018, a estrutura do carro estava completa, mas faltava um elemento importante: financiamento. E sem ele, o projeto chegou ao fim... aparentemente, porque no momento em que se escreve estas linhas, um empresário do Yorkshire apareceu e ofereceu uma soma ainda não divulgada para asseguerar o financiamento do projeto, o suficiente para o colocar a funcionar para os ensaios e a tentativa de recorde.

Mas vamos começar pelo principio. Dez anos antes, a 23 de outubro de 2008, foi anunciado o Bloodhound SSC. Onze anos depois do recorde do mundo, em 1997, por Andy Green, a bordo do Thrust SSC, que bateu a barreira do som - 1228 km/hora no deserto do Mojave americano - iria acontecer nova tentativa, com uma maquina mais potente. A pessoa por trás do projeto era Richard Noble, que em 1983 bateu um recorde de velocidade e catorze anos depois esteve por trás do projeto Thrust SSC. E como nessa altura, Andy Green iria ser o seu piloto. (...)

O projeto Bloodhound SSC está há mais de dez anos a ser construido na Grã-Bretanha para tentar bater um recorde de velocidade absoluto. Mas o projeto anda com problemas de financiamento, e em dezembro, parecia que tinha sido cancelado de vez, antes de um milionário ter entrado em cena e arranjado o financiamento que necessitavam para os testes, que irão ser realizados no leito de um lago seco na África do Sul.

Contudo, este projeto surge numa altura em que uma subcategoria de velocidade está ao rubro: a do carro de produção mais veloz de sempre. Com Bugatti e Koeingssegg e construírem carros que vão acima dos 450 km/hora, a entrada em cena dos supercarros elétricos poderá faz com que essa velocidade seja ultrapassada, pois tem um melhor torque do que os carros com motor a combustão. Um exemplo é o Roadster de segunda geração da Tesla, que mesmo limitado, promete alcançar os 400 km/hora de velocidade máxima.

Tudo isso e muito mais, falo este mês no Nobres do Grid

Formula E: Sirotkin vai testar pela Mahindra em Marrakesh

O russo Serguei Sirotkin irá testar pela Mahindra no teste que a Formula E vai fazer depois do ePrémio de Marrakesh, no próximo dia 12. Sirotkin, que estevae na temporada passada a correr pela Williams, voltará a andar num monolugar depois de não ter conseguido um lugar para continuar em 2019 na equipa de Grove.

Será a seguda vez que irá guiar um carro, depois de um teste em 2016, com o bólido da geração anterior. Neste teste, vai estar acompanhado por Sam Dejonghe, piloto de desenvolvimento da equipa indiana.

"A Fórmula E [tornou-se] agora num dos campeonatos de desenvolvimento mais veloz”, começou por dizer. “A competição aqui está num nível muito alto. [Cada vez] mais fabricantes estão a entrar na série, já que estão confiantes de que os carros elétricos têm um forte potencial. Mais soluções técnicas aparecem nesses carros e eles estão a progredir rapidamente", prosseguiu.

Eu dirigi um carro de Fórmula E em 2016, mas agora a geração de carros mudou, será interessante experimentar a diferença. Estou ansioso por esta grande experiência com a Mahindra Racing”, concluiu.

O ePrix de Marrocos, segunda prova da temporada, acontecerá no próximo dia 12, em Marrakesh.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

A(s) image(ns) do dia



A história que vos vou contar só alguns amigos meus sabem. Eu tenho guardado no meu computador uma pasta com alguns artigos escritos por mim para o dia em que Michael Schumacher morrer. Fi-lo mais ou menos na altura em que ele ainda lutava pela vida no hospital em Grenoble, algures em 2014. Mas não é só o seu obituário. Com o tempo, escrevi mais alguns artigos sobre a sua carreira, e especialmente, sobre as suas polémicas, como a de Adelaide, em 1994, que deu o seu primeiro título mundial.

Há mais, muitos mais incidentes em que o piloto alemão esteve envolvido ao longo da sua carreira. Não foi só Adelaide ou Jerez. Houve outros incidentes, mais pequenos e menos danosos, onde ele esteve envolvido, e claro, deu a reputação de "Dick Vigarista", como dizem os brasileiros. 

É interessante - e pode parecer controverso, eu sei - falar sobre este lado negro do piloto alemão. Mas quando se fala destes pilotos, que marcam toda uma geração, e quando se fica numa espécie de "morte para a vida", temos a tendência para esquecer os seus defeitos e endeusar as suas virtudes. Como muitos brasileiros fazem a Ayrton Senna, quase o colocando num pedestal deifico, do qual os detratores os chamam de "viúvas".

Mas quando mostro esta parte, o que mais desejo é humanizar o piloto. Dizer que ele era um ser humano, com virtudes e defeitos. Os títulos mundiais, vitórias e demonstrações de pilotagem como a que teve no GP de Espanha de 1996, por exemplo, não podem ser magnificadas a ponto de esquecermos que teve um lado negro. De propósito ou não, estas coisas aconteceram. E mostrar todos estes lados é a melhor maneira de entendermos quem foi Michael Schumacher, e também adicionam fascínio sobre o piloto alemão, um dos melhores da história do automobilismo, e que faz hoje meio século de vida.

O que esperar de Mick Schumacher?

Hoje, Michael Schumacher comemora o seu 50º aniversário natalício. Se por todo o mundo se honra um excelente piloto, que gera amores e ódios, e que está "morto para o mundo" desde o dia 29 de dezembro de 2013, altura do seu acidente nos Alpes Franceses, então é altura de olharmos para o futuro, para o que vêm aí: o seu filho Mick Schumacher. E é importante fazer agora este exercício, porque dentro de dois anos, o mais tardar, ele estará na Formula 1 e as comparações com o seu pai serão inevitáveis. Por um lado, porque muitos acreditam que o talento pode ser herdado. E por outro, muitos adorariam apontar para ele e dizer que é um Bruno Senna a falar alemão.

E é importante falar isto, sobre os descendentes dos pilotos. A Formula 1 está-se a tornar cada vez mais numa coutada de herdeiros. Não que nunca houve filhos de pilotos a enverdarem pelo automobilismo - Alberto Ascari, nos anos 50, era filho de Antônio Ascari, um dos grandes pilotos da Alfa Romeo nos anos 20 - mas hoje em dia, parece ser mais a norma que a excepção. Já vimos Jacques Villeneuve, Damon Hill e Nico Rosberg, mas hoje em dia vemos o filho de Jos Verstappen a ser declarado como a próxima grande esperança do automobilismo, e Emerson Fittipaldi já tem os seus netos nos monolugares... e já disse que quer competir com eles.

Precisa-se de entender agora se Mick é outro Bruno Senna. É verdade que venceu competições - a Formula 3 em 2018, pela Prema Theodore Racing - mas a carreira dele teve altos e baixos. Começou no karting, aos oito anos de idade, e começou a correr com o nome de solteira da mãe para evitar as luzes da ribalta, numa primeira manifestação da privacidade tão cara para os Schumacher. Chegou aos monolugares em 2015, na Formula 4 alemã, e acabou sendo segundo classificado em 2016, quer na competição alemã, quer na italiana. E depois de uma temporada de adaptação em 2017, pela Prema, foi campeão da Formula 3 no ano seguinte, sendo quinto classificado no GP de Macau de 2018, prova do qual o seu pai tinha vencido 28 anos antes, numa batalha com Mika Hakkinen.

O engraçado sobre Mick é que durante uma temporada e meia na Formula 3, não deslumbrou. E foi apenas a partir do fim de semana de Spa-Francochamps, quando venceu a sua primeira corrida, é que disparou rumo ao primeiro lugar e consequente título. Atá ali tinha tido dois pódios, ambos terceiros lugares. Depois, nas quinze corridas seguintes, conseguiu onze pódios, sete dos quais vitórias. Pode-se dizer que fez as coisas bem, que tinha uma excelente máquina, e tudo o mais. E isso foi o suficiente para que toda a Formula 1 estivesse de olho nele, especulando-se até que o piloto poderia ir já para a categoria máxima do automobilismo, pela Toro Rosso. Com McLaren e Ferrari a convidá-lo para fazer umas sessões de simulação nas suas sedes. 

Contudo, decidiu ir para a Formula 2, sempre pela Prema, para provavelmente tentar a sua sorte. E se for bem sucedido, lá para 2021, chegar à Formula 1. 

Mas... é o pai reencarnado? Aos 19 anos, Schumacher pai teve tempo para o moldar, mas não para o afinar, especialmente nos karts. Mas o talento do piloto é parte instinto, parte prática. Há excelentes pessoas que, com imensa pratica, conseguem ser muito bons no que fazem. E claro, os que nascem com o dom, e que com metade da prática, chagam facilmente ao topo. O que receio é que vejam nele o pai reencarnado. E não é, nunca será. 

Digo isto porque parece que esquecemos dos eventos de há quinze anos, quando Michael corria com o seu irmão mais novo. Ralf Schumacher também tinha talento, vencendo seis corridas pela Williams e conseguindo 27 pódios, mas foram poucas as vezes em que superou o seu irmão, e os detratores começaram a chamá-lo de "Half Schumacher". E é isso que receio: que ao primeiro tropeção, esquecem o pai e lembram-se do tio. E são raros os pilotos cujos descendentes foram melhores que os pais. Já falei de um, outro é Max Verstappen. E Michael Schumacher colocou uma fasquia numa altura "everestiana" para Mick. Para o esquecer, ele teria de alcançar, no mínimo, oito títulos mundiais e se calhar, 150 vitórias na Formula 1. E pelo caminho, vencer as 24 Horas de Le Mans na primeira tentativa, as 500 Milhas de Indianápolis, oito GP's do Mónaco e se calhar outros tantos GP's de Macau. E isto é, provavelmente, uma parte da lista do qual os adeptos, sempre exigentes, desejam que Mick supere. 

Resta saber se ele está à altura do desafio. Eu suspeito que seja um rapaz normal, que adore correr e que tem o dinheiro para fazê-lo. Ou seja, tem mais para Ralf do que Michael. Posso estar enganado, óbviamente. Mas é para verem o que se tornou o automobilismo por estes dias: a tal coutada onde quem tem nome, tem a vida um pouco mais facilitada. E se tiver algum talento, é bem vindo.

Mesmo assim, será interessante ver o que Mick Schumacher fará em 2019, na Formula 2. E como aguentará as pressões da imprensa, que com o nome que carrega, será a dobrar. Pois para além da especializada, ainda tem os mexericos que se matam para ter alguma coisa sobre o estado de saúde do seu pai. Só mesmo os fortes para aguentar.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Youtube Motor Video: Um passeio pela linha de montagem da Tesla

É raro aparecer videos da Tesla sobre o interior, quer da fábrica na California, quer na Gigafábrica que está no estado do Nevada. E com cada vez mais carros na estrada - especialmente o Model 3 - aparecer um video sobre como estes carros são montados, dá uma ideia de como é o interior desta fábrica e a diferença para outros modelos, de outras marcas, e muitos deles ainda têm motores de combustão interna.

Só dura 48 segundos, mas vale a pena matar a curiosidade.

WRC: Hyundai substitui Michel Nandan no seu programa depsortivo

A Hyundai começa o novo ano a substituir Michel Nandan à frente do seu programa de ralis. O monegasco, de 60 anos, que montou a estrutura desde o zero em Alzenau, na Alemanha, em 2013, vai ser substituido pelo italiano Andrea Adamo de modo provisório, até ser anunciado o substituto definitivo. Para além da operação do WRC, também estará de olho na estrutura do WTCR.

Apesar dos resultados terem sido muito bons, a Hyundai tem tudo alguns "tiros ao lado" ao longo da sua história no WRC. Os fracassos nas tentativas de desalojar Sebastien Ogier no campeonato do mundo de ralis, aliado à ascensão da Toyota no campeonato de Construtores e o excesso de pilotos no alinhamento, deixando alguns "andar a pé", como no caso de Hayden Paddon e Dani Sordo, bem como o fracasso na temporada de Andreas Mikkelsen, e claro, o insucesso na tentativa de Thierry Neuville, tudo isso contribuiu para este desfecho.

Contudo, na temporada que aí vêm, a marca coreana vai ter Sebastien Loeb dentro da estrutura, o que é inédito em mais de vinte anos de carreira do piloto francês, do qual irá ter seis provas na temporada que aí vêm, e poderá contribuir para fazer evoluir o modelo i20 WRC em 2019. 

Nandan tem uma longa carreira nos ralis, tendo trabalhado na Toyota, passando depois pela Peugeot, no inicio do século e depois pela Suzuki, em 2006-07, na sua breve passagem pelo WRC. Depois, foi para a Federacion Francaise de Sport Automobile (FFSA), com funções de diretor técnico na comissão dos ralis até 2013, altura em que foi contratado pela marca coreana para ajudar a preparar a sua entrada no WRC.

Noticias: Familia Schumacher quebra o silencio

Nas vésperas do seu 50º aniversário natalício, e cinco anos depois do seu acidente nos Alpes franceses, a familia de Michael Schumacher emitiu um comunicado oficial onde afirmou que o ex-piloto alemão continua a ser tratado da melhor maneira possível, pediram de novo que o deixem descansado e que a melhor maneira de o honrar será o de continuar a celebrar a sua carreira e as suas vitórias.

Podem ter certeza de que está nas melhores mãos, e que estamos a fazer tudo o que é humanamente possível para o ajudar. Por favor, entendam que seguimos os desejos do Michael, mantendo por isso este sensível assunto relativo ao seu estado de saúde, privado” lê-se no comunicado oficial.

Para além disso, aproveitaram a ocasião para anunciar uma aplicação móvel em que os adeptos vão ter acesso a um museu virtual dedicado às conquistas do piloto. Trata-se duma iniciativa da Fundação #KeepFighting e estará disponível amanhã, o dia do seus 50 anos.

“[Esta aplicação] é outro marco nos nossos esforços para fazer justiça a ele, e aos adeptos, celebrando as suas vitórias. O Michael pode-se orgulhar do que conseguiu, e nós também, pelo que vamos celebrar os seus triunfos, recordes e sua alegria”, lê-se.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A última vez que escrevo em 2018

Quando estiver a ler estas linhas, parte do mundo já estará a festejar e a viver em 2019. O Sol já se pôs por aqui, acabando os dias de 2018, e agora é contar as horas até ao novo ano e sabe-se lá o que nos trará. E mesmo faltando algumas horas, já começam a soltar os foguetes 

No meu campo pessoal, existem algumas coisas interessantes que poderão acontecer dentro em breve, dependendo da conclusão de certas propostas que tive nos últimos dias. Não quero dar pormenores, porque nesse campo, tenho medo que dê azar...

De resto, o ano que passou até foi normal. E foi, de uma certa forma, até no automobilismo. É certo que vimos o final de uma era na Formula 1, com a retirada do Fernando Alonso, mas de resto foi um pouco "mais do mesmo": os Mercedes ganharam tudo, os Ferrari foram os seus maiores rivais, Kimi Raikkonen voltou a vencer corridas, o Brasil não tem pilotos no pelotão desde 1970.

Nos ralis, ganhou um Sebastião pela 15ª temporada seguida, e o velho Loeb mostrou que, aos 44 anos de idade, ainda tem força para vencer ralis. Tanto que largou a Citroen, sua casa por mais de vinte anos, quer no WRC, quer nos vários projetos em que esteve envolvido - do Dakar ao WRX, passando pelo Pikes Peak e o WTCC - e vai correr em 2019 pela Hyundai. E está tão ansioso por andar no novo carro que logo depois do Dakar, vai só descansar e entrar no i20 WRC para correr no Rali de Monte Carlo.

A Formula E estreou o seu novo carro e todos gostaram. Um novo tipo de corridas e novas marcas entraram na competição, com a promessa de mais. E melhor: a nova temporada colocou um português como vencedor e a máquina que conduz é candidata ao título. Algo do qual estaremos atentos e ansiosos. 

Mas fora das pistas, começamos a notar a chegada do futuro e a reação do passado. A Tesla já mostra que consegue fabricar mil carros por dia, e mesmo que haja soluços na linha de montagem, não é nada que não seja resolvido. Vai abrir uma nova fábrica na China, e conseguiu modificar a lei que exigia às construtoras estrangeiras ter um parceiro local. E vendo bem as coisas, se calhar nem precisa, porque neste momento, mais de duas dezenas de construtoras locais estão decididas a construir carros elétricos, sejam eles SUV's ou super-carros, primeiro para ganhar o mercado local, depois o resto do mundo. E as construtoras tradicionais vão ter de reagir, se quiserem sobreviver ao novo mundo que anda a abrir. 

E nem falamos dos carros autónomos e a ideia de "alugar" um automóvel, em vez de o comprar. O dia em que os proprietários de um carro de motor a combustão interna aos fumadores não andará longe...

É isso tudo que vamos ver em 2019, e seguintes. O futuro pode ser assustador, mas terá coisas bem interessantes de se ver. E esse futuro será (literalmente...) amanhã.

Assim sendo, este é o último de 2018. A partir do dia 2, volta-se às atividades, vendo o que vai ser o Dakar, o ePrix de Marrocos, e no final do mês, o Rali de Monte Carlo. Até para o ano! 

CPR: Meireles vai de Polo R5 em 2019

Vai haver dois Volkswagen Polo R5 na próxima temporada do campeonato português de ralis. O anuncio foi feito ontem através do Facebook de Pedro Meireles, que afirmou ir correr com um desses carros, para o Grupo M. & Costas, com um segundo a chegar em meados da próxima temporada, ainda sem se saber quem o pilotará.

Uma segunda unidade chegará para o mesmo Grupo, no fim do primeiro semestre de 2019. Todo o projeto desportivo, quem o integrará, os parceiros, assim como o destino a dar à segunda unidade será brevemente divulgado”, disse Meireles na sua página do Facebook.

O campeão de 2014 - e vice em 2017 - e que correu durante vários anos com carros da Skoda, o último dos quais um Fabia R5, ficou com aquele que se tornou no chassis numero nove dos quinze que a marca de Wolfsburgo fabricou em 2018. 

Quando ao carro em si, estreou-se no Rali da Catalunha de 2018, às mãos de Petter Solberg e Eric Camili, mostrando-se muito competitivo e provavelmente poderá dar maior competitividade ao Nacional de Ralis, que arrancará em fevereiro com o Rali Serras de Fafe. 

domingo, 30 de dezembro de 2018

A imagem do dia

Primeiro, ouvi isto de um amigo meu. Depois, ouvi isto no video de um dos canais do Youtube que ando a seguir, o Transport Evolved. E depois, fui à procura do artigo do Jalopnik do qual originou toda esta coisa.

O incidente aconteceu na semana do Natal na localidade de Hickory, na Carolina do Norte, e a tensão foi resolvida com a intervenção dos empregados de uma "fast-food" nas imediações, onde os donos das pickups retiraram-se sem alarido. Por agora, foi um mero bloqueio, mas sei que passar disso para vandalizar os Superchargers vai um pequeno passo. Ou então, tentar encostar à berma donos de Teslas só porque não os gostam de ver na estrada. E isso já é perigoso. 

Depois de ver o video e ler o artigo, fiquei com alguns sentimentos sobre estas atitudes. A revolta passou-me logo, porque logo a seguir pensei nas inseguranças que esta gente tem, por baixo de toda esta basófia. E esta discussão, especialmente nos Estados Unidos, faz lembrar muito a discussão das armas de fogo. Só que a diferença entre um e outro é que as armas estão inscritas na lei - a famosa Segunda Emenda - e deitar fumo fora, não. Se calhar, o mais indicado seria a luta de anos pelo tabaco, que muitos defendiam não fazer mal à saúde das pessoas, pois caso contrário, os fabricantes teriam de pagar milhares de milhões de dólares de indemnizações por trem matado centenas de milhares de fumadores ao longo de gerações.

Só que aqui não são as marcas que dizem o Diesel não polui. Pelo menos, não as americanas, porque o "Dieselgate" atingiu em particular as construtoras alemãs, depois de serem denunciadas pelo organismo americano das emissões poluentes, pois tinham mentido a eles, dizendo que cumpriam os regulamentos, quando acontecia o contrário.

Não. A maior parte deste "bullying" acontece por parte de pessoas que querem defender um estilo de vida que todos entendem ter os dias contados. Não ameaçam só aquilo que acreditaram por anos a fio, como aquilo do qual começaram por gozar, agora é uma ameaça. E sabem que no futuro, serão batidos. De uma certa forma, é contra-ataque do homem branco antes da derrota inevitável. E vivemos nesses tempos de "reação" dos que são contra, sabendo que serão derrotados a meio do caminho.

Creio que este incidente (ainda é) isolado, mas temo que, com o passar dos meses, quando os carros elétricos foram cada vez mais e quando as autoridades começarem a passar leis restringindo a circulação deste tipo de motores, como fizerem com os fumadores, proibindo-os de fumar em espaços fechados e os obrigaram a ir para fora dos edifícios e estarem sujeitos aos elementos, essas pessoas, quando começarem a ver que os seus carros de motor a combustão interna não poderem circular nos centros das cidades - preparem-se, já está a acontecer - irão protestar, armando-se em "neoludditas", ou seja, pessoas que, ameaçadas pela tecnologia, preferem destruir as máquinas do que adaptar-se à nova realidade.

De uma certa forma, isto poderemos ver cada vez mais no ano que aí vêm. Por agora, é mais "bullying" de pessoas que, como dizia um amigo meu, tem uma masculinidade insegura. Mas pensamos sempre no dia em que alguém, qualquer que seja o lado, pise o risco e isto vire um caso de policia. Eu sei que dentro de um ano, o Tesla Modelo 3 será o carro mais vendido nos Estados Unidos, e como sabem, outros modelos de carros - já vieram aqui o pickup Rivian, o primeiro elétrico - irão aparecer para ficar com uma fatia que cresce da noite para o dia. Já sabemos qual vai ser o desfecho, a história mostra exemplos a cada geração. Mas até lá, vai haver uma briga. 

Youtube Rally Testing: O teste de Esapekka Lappi na Citroen para Monte Carlo

Nao é só Sebastien Ogier a novidade da Citroen para 2019. O finlandês Esapekka Lappi, vindo da Toyota, é o seu companheiro de equipa para a marca na próxima temporada, e já esteve a testar para o próximo rali de Monte Carlo, que vai acontecer dentro de quatro semanas.

O video já tem uns dias, mas a novidade é ver o piloto finlandês a bordo do novo C3 WRC nas estradas em redor do principado monegasco.