sábado, 30 de novembro de 2024

A imagem do dia


Quem assistiu à estória da manobra do Norris e do Piastri na Sprint Race no Qatar, deverá ter pensado em manobras passadas. Acordo-me imediatamente de duas: a do Japão, em 1991, e a de Indianápolis, em 2002. E porque estes e não outros? Porque a ideia era a mesma: uma recompensa pelos serviços prestados. Só que no passado, essas coisas foram mal recebidas, até pelos pilotos. 

Mas agora, parece que as coias foram diferentes. Aliás, o Lando Norris admite que oi uma ideia dele. No final da "sprint race", comentou a manobra da seguinte forma:

"Provavelmente foi um pouco mais próximo do que eu queria. Mas planeei fazer isso desde o Brasil. Exatamente o que achei melhor. Provavelmente foi um pouco incompleto, a equipa disse-me para não o fazer, mas pensei que poderia acabar com isso, e fizemos."

Entendo a generosidade do Norris, mas há um problema: passa a mensagem errada. Por exemplo, os fãs irão considerar isto como uma manipulação. Os fãs querem competição taco a taco até ao final. Não querem companheirismo, desejam "blood sport" - e no tempo das apostas desportivas, pior ainda.  E isso, a multidão não perdoa.

Segunda coisa: depois do que aconteceu na Hungria, também está a passar a ideia de que o britânico não tem o "killer instinct" para ser campeão. Num mundo que odeia os generosos e desejam os implacáveis, irão olhar para Norris com desprezo. E as declarações do Max em relação aos carros da McLaren e Ferrari passam a mensagem de, não só é o melhor, como também que os outros não são implacáveis. Isto é, figurativamente, uma "Guerra dos Tronos".

Veremos amanhã, na corrida. E claro, teremos de saber como será em 2025, onde tudo regressa à primeira forma.

Formula 1 2024 - Ronda 23, Losail (Qualificação)


A temporada de 2024 está resolvida, "habemus" campeão, agora é cumprir calendário até ao seu final. Toda? Bom, há o campeonato de Construtores, e é um clássico entre Ferrari e McLaren. E com duas corridas, mais a "sprint race" pelo meio, é melhor resolver a coisa o mais rapidamente possível, ainda por cima, com a McLaren em vantagem.  

Com este último fim de semana da temporada com "Sprint Race", claro, a agenda fica mais cheio que o habitual. As coisas começam bem cedo, com a qualificação para ela na sexta-feira, e no sábado, depois de uma corridinha sem história, os 150 metros finais deram um grande rebuliço quando Lando Norris decidiu abdicar da vitória a favor de Oscar Piastri. Há quem diga que foi um retorno de um favor, quem digam que oram ordens de equipa, quem até afirme que Norris fez isto porque não é fã das "sprint races", o facto é que aconteceu, e ninguém, ficou bem na fotografia.     

Ainda na ressaca da corrida Sprint, com os McLaren a fazerem dobradinha, e com a noite a se instalar há bastante tempo, a pista estava pronta para o espetáculo principal.  

A Q1 foi algo aborrecida, sem incidentes de maior - com o curioso caso de Sérgio Pérez ser passado por Franco Colapinto... na saída das boxes! - George Russell a querer marcar os melhores tempos, ao ponto de, no minuto final, ter sido ele o melhor, com 1.21,355, na frente de Carlos Sainz Jr. Mas atrás, era a complicação do costume: Colapinto não conseguia, bem como Esteban Ocon, enquanto Charles Leclerc conseguia melhorar o tempo, fazendo 1.21,278. Depois, Russell melhora, com 1.21,241, e entre os que ficavam de fora, Liam Lawson, Alex Albon e Nico Hulkenberg.

Chegados à Q2, a coisa começou calmamente, mas lá mais para o final, gente como Lando Norris começava a marcar tempo para a fase seguinte, e quanto mais para cima, melhor. No minuto final, o britânico era o melhor com 1.20,983, com Leclerc muito perto: 1.21,000. Max era o terceiro. Na última wolta que contawa, Max consegue 1.20,687, e era o melhor. 

E os que passaram foram os seguintes: dois McLaren, os dois Mercedes, os dois Ferrari, os dois Red Bull - vá lá, o Checo deu nas vistas! - Kevin Magnussen (cada vez melhor) e Fernando Alonso. Para trás ficaram Lance Stroll, Yuki Tsunoda, Pierre Gasly e os Sauber de Valtteri Bottas e Zhou Guanyu. 

E chegamos à Q3. 

Ali, os pilotos começaram a preparar-se para os minutos finais, porque sabiam que tudo o que tinha acontecido era um mero aquecimento. Aqui era o momento que contava. Primeiro, foi Sainz Jr. que conseguiu o primeiro tempo relevante: 1.21,042. Depois, Leclerc marcou 1.20,885, esperando por Russell, que vinha com um bom tempo. E conseguiu: 1.20,575. Piastri tentou, mas sem grande sucesso, e a seis minutos do final, Max marcou 1.20,620, sendo segundo, atrás de Russell. Quase parecia uma volta de aquecimento...  

Depois da pausa, a fase decisiva. Moles novos, todos foram para a pista tentar fazer melhor, e com o baixar da bandeira, os Ferrari não melhoraram, mesmo com Leclerc a fazer um tempo marginalmente melhor. Norris ainda não tinha marcado um tempo, mas estava na pista, na frente de Max. E no final? 

No final, Norris marcou 1.20,772, que não deu mais que terceiro. Max acelerou melhor e conseguiu, por ele mesmo, o tempo necessário para alcançar a pole-position. Inspiração? É bem capaz. Mas ele está mais descontraído e e faz isto pelo prazer de conduzir e pela fome de ganhar. George Russell fica do seu lado, mas se calhar, tem maior capacidade de ganhar a corrida que o neerlandês. 

Mas mais importante, era ver quem está atrás, e na luta que interessa: Norris e Piastri colocaram os seus carros na segunda fila, na frente de Leclerc, apenas quinto, e Sainz Jr, dois lugares mais abaixo, com Hamilton pelo meio. Para a Ferrari, não está a ser um grande fim de semana nesta luta particular pelo segundo campeonato em jogo. E temos de saber como corre amanhã se, por exemplo, Leclerc, fizer uma manobra para ficar na frente dos McLaren...

E claro, amanhã há mais. Mas tem McLaren e Ferrari atrás dele. Que também tem fome de vencer.    

Youtube Formula 1 Vídeo: Um piloto campeão e um veloz

No fim de semana do GP do Qatar, ainda há quem esteja a fazer o rescaldo da temporada, especialmente no quesito "será que o Lando Norris tinha mesmo chances de ganhar o campeonato"? De uma certa maneira, nem ele mesmo acreditava que poderia recuperar, mesmo quando acabou com um carro que era mais rápido que o de Max. Ali, houve uns lampejos, mas depois... 

Enfim, é sobre isso que o Josh Revell fala no seu mais recente vídeo. 

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Noticias: Bottas recusa Indycar... a tempo inteiro


O finlandês Valtteri Bottas revelou que recusou correr a tempo inteiro na IndyCar em 2025, mas abre a possibilidade de experimentar as 500 Milhas de Indianápolis. Sem chances de correr a tempo inteiro na próxima temporada, e provavelmente a caminho de ser piloto de reserva na Mercedes, o finlandês afirmou que não descarta experimentar uma ida ao "Brickyard" para experimentar as sensações de correr naquela oval. 

No Qatar, antes do fim de semana do Grande Prémio, ele revelou que foi uma decisão consciente. 

É uma decisão consciente, acho que vem demasiado depressa.", começou por afirmar à Autosport britânica.Digamos, por exemplo, que, ao entrar numa temporada completa da IndyCar após 12 anos de Formula 1, sinto que é um pouco rápido demais porque é muito trabalho árduo e muita familiarização a ser feita e todas essas coisas.", continuou.

Por isso, sim, prefiro dedicar um pouco de tempo a descobrir o que vem a seguir e partir daí. Sim, tive conversas e abordagens neste momento. Deixei bem claro que o ano que vem rápido demais [para mim]. 2026 ainda é uma chance de entrar num bom carro. Minha prioridade continua a ser a Fórmula 1. Se isso não acontecer em 2026, então [a IndyCar] será realmente interessante para mim no futuro."

Sobre se recebeu alguma oferta apenas para correr as 500 Milhas de Indianápolis, Bottas respondeu: 

Ainda não. Recebi uma oferta sólida para a temporada completa de 2025, mas apenas para a Indy 500, ainda não entramos em detalhes. Mas como eu digo, primeiro preciso de definir qual é o trabalho diário para [a temporada de 25] e partir daí.", começou por comentar.

"Quer dizer, a Indy 500 sempre esteve na minha lista, sempre fui fã dos V8 Supercars e todos esses tipos de competições. Então, no momento, ainda estou de mente aberta e só preciso... primeiro preciso decidir qual é o meu próximo passo e então veremos."

"Não me deixaram fazer nenhum rali nos últimos dois anos. Então seria ótimo voltar a isso, divertir um pouco.", concluiu.

Conhecidos os novos regulamentos do WRC a parte de 2027


Os novos regulamentos para o WRC a partir de 2027 só serão anunciados em meados de dezembro, mas soube-se hoje de algumas as coisas que poderão aparecer. E poderão ser pouco mais que uma revolução: em termos de motorizações e custos. E tudo com base no regulamento para o Dakar. 

Segundo contam os media noticiosos, as marcas poderão disputar os ralis - na classe Rally1 - com qualquer tipo de motorização, seja híbrido, convencional ou elétrico.  A forma que a FIA usará para equilibrar os andamentos será um medidor de binário -  que a FIA também vai estrear no Dakar - tudo para equilibrar os andamentos dos tipos de motores que serão usados na competição.

Para além disso, haverá redução de custos para componentes específicos, impondo o mesmo estilo de abordagem que já existe para os Rally2. A FIA quer que o custo total do carro não chegue aos 400 mil euros, ou seja, menos de metade que custa os atuais Rally1. Estes chassis serão adaptáveis, quer para o WRC, quer para o Rallycross (WRX), e coloca-se a chance de expandir a construção de chassis a preparadores privados, não somente aos Construtores.


O documento foi apresentado aos Construtores atuais no rali do Japão, e depois de algumas discussões, parece terem aprovado na sua generalidade, apesar de ainda faltar algumas coisas até à sua aprovação definitiva, daqui a algumas semanas, na reunião do Conselho Mundial, em Paris. 

De uma certa forma, parece ser um passo rumo no embaratecimento da competição, e se calhar, poderá atrair algumas equipas para participar na classe principal, e que não estão neste momento, como a Skoda, a Lancia e a Citroen, com outros à espreita e com tempo de preparar os seus projetos até à altura em que estes regulamentos entrem em vigor.    

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

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Quando falei sobre o incidente do passado sábado durante o rali do Japão, eu julgava que o incidente tinha a ver com um inocente que não sabia que estava a acontecer um rali e entrou na estrada como não se fosse nada. Afinal de contas, a coisa era mais séria, como alguns amigos de lá me explicaram. 

Fala-se em alguns parágrafos. 

Aparentemente, há um grupo de pessoas que são contra a passagem do rali nas suas estradas porque corta a passagem para as suas terras agrícolas, e como saem que as barreiras são escassas - neste caso em especial, o acesso estava barrado por uma simples fita - um deles decidiu usar uma carrinha para entrar na estrada e estacioná-la na entrada da especial, onde naquele momento, estava o Toyota de Elfyn Evans, pronto para arrancar. Se não tivessem lido nas entrelinhas, via-se que era um protesto. Mas como vivemos no outro lado do mundo e não entendemos isto, os que moram lá é que explicaram a situação.

Pior: isto foram atos de sabotagem. O que é grave. E agora entende-se a forte multa que a FIA deu à organização. 

O rali do Japão existe ali por causa de um motivo: Toyota. As classificativas acontecem à volta de região de Gifu, no centro da ilha de Honshu, a maior ilha do arquipélago, depois de no inicio do século, o rali japonês acontecer no norte, aproveitando a organização e as estradas daquilo que era o rali Hokkaido. E o melhor exemplo disso são as três passagens pela super-especial que construíram dentro do Toyota Stadium, casa do Nagoya Grampus. Não digo que seja um rali popular, mas o que espanta - pelo menos, para quem está a milhares de quilómetro do arquipélago -e haver gente que decide resistir à realização do rali, indo a atos de resistência. Isto é, colocar uma carrinha no meio da estrada. 

E daquilo que ando a perceber - uma vez mais, estou a ver isto de muito longe, e só escrevo isto por causa do impacto que isto teve e das conversas e explicações que o pessoal de lá me deu - é que ali, o rali não é apreciado por todos. E parece que a organização negligenciou esta parte da segurança. Afinal de contas, é um dos países mais seguros do mundo... 

De resto, fico a pensar na quantidade de coisas que nos escapam do nosso radar, e são mais sérias que pensamos. Agora, para o ano, tenho de saber se a organização cuidou verdadeiramente da segurança ou se os seus opositores irão atacar com mais força.      

Meteo: O tempo no Qatar será...fresco


Depois de no ano passado, os pilotos, terem tido dificuldades em sair do carro, devido à forte humidade, as coisas no final de semana do Qatar serão mais frescas à noite. Ao longo do final de semana, o tempo estará sem nuvens, com temperaturas diurnas a rondar os 24 graus, com as noturnas pelos 17, e vento relativamente forte, pelo menos no sábado à tarde. 

Para domingo, à hora da corrida, o céu estará limpo, e a temperatura andará pelos 19-20 graus e o vento andará pelos 20 km/hora. Ou seja, o tempo será um pouco melhor que no ano passado. 

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Youtube Automotive Vídeo: A evolução do Ford Bronco

O Ford Bronco é um carro que apareceu há mais de 55 anos, e ao longo do tempo, evoluiu para ser um dos veículos de todo-o-terreno mais famosos da América. E o pessoal do Donut Media decidiu trazer todos os carros de toas as gerações para saber qual deles é o melhor, e claro, ver as diferenças de geração para geração.  

Formula E: Maserati continua até 2030


A Maserati MSG anunciou esta quarta-feira que ficará na Formula E até ao final de década, ou seja usará os carros da Gen4. A marca italiana, que pertence ao grupo Stellantis, um sistema de propulsão desenvolvido pela sua empresa-mãe, que também fornece tecnologia à DS Penske, que pertence ao mesmo grupo. 

"Estamos extremamente orgulhosos por continuar o nosso compromisso com uma plataforma tão prestigiada e inovadora como a Fórmula E", declarou Santo Ficili, CEO da Maserati. Jean-Marc Finot, o seu diretor-desportivo, também confirmou que o sistema de propulsão da Stellantis com a insígnia Maserati continuará a ser desenvolvido na base da Stellantis Motorsport em Versalhes, França.

A Maserati, que se juntou à competição em 2023, depois de mais de 65 anos de ausência, junta-se a uma lista crescente de fabricantes que se comprometeram com o novo conjunto de regulamentos Gen4. Ele entrará na nova temporada, que começará dentro de semana em meia em São Paulo, com uma nova dupla de pilotos, constituída pelo belga Stoffel Vandoorne, campeão de 2022 e que chega da DS Penske, e o ex-piloto da McLaren, Jake Hughes.

A nova temporada da Formula E apresentará o monolugar Gen3 Evo, que oferecerá até 350 kW de potência, tração às quatro rodas a plena potência em momentos específicos da corrida, e recuperação de até 600 kW.

terça-feira, 26 de novembro de 2024

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Na semana passada, escrevi sobre o que podemos esperar de 2026, os novos regulamentos da Formula 1. E hoje, volto ao assunto porque, quando alguém sabe o que tem nas mãos, faz um plano com o objetivo de alcançar o topo. E, acreditem, Toto Wolff tem um plano. 

Tal como Ron Dennis planeou a entrada de Lewis Hamilton na Formula 1, quase 18 anos antes, agora, Wolff quer construir um campeão desde o berço. Curiosamente, um rapaz que nasceu... em 2006, altura em que Dennis "construía" Hamilton na GP2, e não cedendo à tentação de o colocar num dos seus carros quando Juan Pablo Montoya foi embora da equipa a meio do ano, depois do GP dos Estados Unidos.

Se ainda não toparam quem é, digo agora: Andrea Kimi Antonelli

Antonelli é um talento, isso é um facto. Atualmente na Formula 2, onde já ganhou duas corridas nesta temporada, ganhou a FRECA (Formula Regional Championship) em 2023 e a corrida de Formula 4 no FIA Motorsport Games de 2022, bem como o ADAC Formula 4 Championship, ou seja, a Formula 4 alemã, e a ormula 4 italiana, ambos também em 2022.

Mas desde este ano que ele está a fazer um programa extensivo de testes. Na primavera, testou com o W12 primeiro no Red Bull Ring, depois 500 quilómetros em Imola, com o W13. As respostas pareciam ser encorajadoras, e Wolff parece estar crescentemente entusiasmado com ele, apesar de alguns contratempos nas sessões de tempos livres onde participou, nomeadamente em Monza e na Cidade do México. E depois disso, mais testes, em Qatar e Abu Dhabi, testes privados, que custam dinheiro: cinco milhões de dólares por dia!

Mas para além disso, Antonelli deverá estar a ter muito tempo no simulador, nem que seja para se preparar para a temporada que aí vem, a da sua estreia na Formula 1. Lidará com George Russell, não muito mais velho que ele, mas bem mais experiente - em 2025 fará a sua sétima temporada na competição - e sem Hamilton, que ruma à Ferrari, terá uma temporada de aprendizagem onde lidará com um pelotão esfomeado, que não perdoa os hesitantes. Mas Wolff confia que ele se adaptará bem, e o seu instinto afirma que a médio prazo, ele será um dos que tem estofo de campeão. 

E sabem que idade terá em 2026? 19 anos - fará 20 a 25 de agosto.

É claro que ele tem de ganhar a luta interna com George Russell, mas se conseguir, a hipótese de Antonelli ser o mais jovem campeão do mundo, batendo o recorde de Sebastian Vettel, é tentador. Como aconteceu com Hamilton, 20 anos antes. É uma aposta bem forte, mas claro, recompensadora.   

WRC: Organização do rali do Japão multada em 150 mil euros


Os organizadores do Rali do Japão foram multados em 150 mil euros, com cem mil euros suspensos até à edição de 2025, depois de um incidente na manhã deste sábado, quando um carro entrou numa especial sem autorização.

Isto aconteceu na manhã do segundo dia do rali, quando um veículo violou dois postos de controlo de segurança antes de aceder ao troço, no qual percorreu cerca de 520 metros percorreu, antes de parar no controlo inicial da especial, em frente do Toyota de Elfyn Evans. O condutor do veículo foi depois escoltado pela polícia para fora do local.

A FIA descobriu depois que a organização falhou em colocar barreiras físicas, pois o posto de controlo em questão, onde entrou a carrinha, estava apenas protegido por fitas facilmente ultrapassáveis, sem barreiras físicas eficazes. Assim sendo, decidiu de imediato atuar e os Comissários Desportivos deram instruções ao Diretor de Prova para colocar um carro estacionado lateralmente em todas as estradas de acesso aos troços ou blocos cheios de água, num plano acordado com a delegada de segurança da FIA, Michèle Mouton, advertindo que, se isso não fosse feito e outro veículo entrasse num troço, o rali seria de imediato cancelado.

Não é a primeira vez que a FIA deteta alhas de segurança neste rali. Em 2022 e 2023 houve casos semelhantes de veículos entrar nos troços, com a FIA a alertar a organização para que corrigissem os problemas.

Noticias: Land Rover no Dakar em 2026


A Jaguar Land Rover, via a marca Defender, conhecida marca de veículos 4x4, anunciou esta segunda-feira que irá entrar oficialmente no Rally Dakar a partir da edição de 2026. Segundo conta no comunicado oficial, esta participação representa um compromisso significativo da marca em provar o desempenho dos seus veículos no ambiente mais exigente do mundo do desporto motorizado.

Ainda não são conhecidos muitos pormenores, mas a sua participação acontecerá numa classe que aparecerá, em principio, na edição de 2026. Na realidade, poderão aproveitar a remodelação de uma categoria agora denominada Stock (antes T2) e que abrange os modelos de série com uma mínima modificação para garantir a segurança dos pilotos numa corrida tão dura como o Dakar. Contudo, ao longo de 2025 se conhecerão mais pormenores sobre o preparador e os pilotos envolvidos nessa competição. 

Mas antes disso, a sua participação começará logo em janeiro de 2025, nesta próxima edição do Dakar, com o fornecimento de uma frota de veículos Defender para apoiar o evento. Estes veículos serão utilizados, quer no transporte de oficiais do rally, quer no de membros da imprensa VIP durante a competição. Além disso, a Defender fornecerá seis veículos especialmente adaptados para reconhecimento de rotas, que serão utilizados pela organização do Dakar na preparação de futuros percursos. A colaboração estará em vigor até 2028, e incluirá a presença destacada da marca nos materiais de comunicação e no percurso do rally.

Mark Cameron, Diretor-Geral da Defender, destacou a ligação da marca ao espírito de aventura: “A aventura está no ADN da marca Defender, e é com entusiasmo que nos associamos ao Dakar – a aventura de desporto motorizado por excelência, onde os concorrentes enfrentam o impossível. Em 2025, iremos mostrar a nossa capacidade como parceiro oficial, mas já estamos a preparar o nosso programa de equipa oficial para 2026.”, comentou.

James Barclay, Diretor-Geral da Jaguar Land Rover Motorsport, afirmou que o Dakar representa o maior desafio no mundo dos rally-raids: “O Dakar é o 'Everest' do desporto motorizado, onde o sucesso depende tanto da determinação humana em condições extremas como da capacidade e fiabilidade dos veículos. Estamos no início da nossa jornada no Dakar e conscientes dos desafios que enfrentaremos até 2026. Estamos ansiosos por esta aventura e por partilhar mais novidades sobre este programa empolgante em 2025.”, declarou.

David Castera, Diretor do Dakar, também elogiou a parceria: “Estamos entusiasmados por acolher a Defender como parceiro oficial do Dakar. É uma marca icónica, presente em todos os continentes, que partilha a nossa paixão pela aventura, desempenho e inovação. Além disso, a partir de 2026, a Defender competirá como equipa oficial, destacando o Dakar no palco internacional e proporcionando uma experiência única a todos.”, comentou.

A Land Rower/Range Rover tem tradição no maior "rally-raid" do mundo: venceu à geral as edições de 1979 (a primeira da prova) e de 1981. A edição de 2025 do Dakar, que decorrerá na Arábia Saudita, acontecerá entre os dias 3 e 17 de janeiro.

Noticias: Michael Andretti aprova acordo da GM/Caddilac


Horas depois da Formula 1 ter confirmado a entrada da Cadillac na competição, como 11ª equipa, Michael Andretti deu os parabéns à sua entrada na competição a partir de 2026, depois de uma negociação com as restantes equipas. 

A Cadillac F1 Team é feita por um grupo forte de pessoas que trabalharam incansavelmente para ter uma equipa de fábrica americana. Estou muito orgulhoso de todo o trabalho duro que fizeram e parabenizo todos os envolvidos neste enorme passo. Vou torcer por vocês”, publicou o filho de Mário Andretti, nas redes sociais.

Seu pai, Mário, irá ter um posto de conselheiro, além da possibilidade de virar um embaixador da marca.

Mesmo depois do chumbo, no inicio do ano, a equipa continuou a trabalhar, ampliando a sua fábrica em Silverstone, e contratou nomes para o departamento técnico como Pat Symonds, Craig Pollock e Rob White. Em setembro, Andretti saiu do seu cargo e entregou-o a Rob Towriss, que em conjunto com a Cadillac, levou as conversações a bom porto, para a sua estreia em 2026. 

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Noticias: Formula 1 e GM chegam a acordo


É oficial: as equipas da Formula 1 aceitaram a inscrição da GM/Cadillac para a temporada de 2026. O acordo de principio implica que a equipa entre nessa temporada, mesmo que não forneça motores por agora. Isso acontecerá numa altura posterior.

"A Fórmula 1 manteve um diálogo com a General Motors e seus parceiros na TWG Global sobre a viabilidade de uma inscrição após a avaliação comercial e a decisão [de rejeitar a Andretti-Cadillac] feita pela Fórmula 1 em Janeiro de 2024. Ao longo deste ano, foram alcançados marcos operacionais que deixaram claro o seu compromisso de a GM/Cadillac ingressar como a décima primeira equipa, e que a GM entrará como fornecedora de motores num momento posterior. A Fórmula 1 tem, portanto, o prazer de avançar com este processo de inscrição e fornecerá mais atualizações no devido tempo", pode-se ler no comunicado da FOM.

Mark Reuss, Presidente da General Motors, está feliz pelo acordo: “Como o pináculo dos desportos motorizados, a Formula 1 exige inovação e excelência que ultrapassam os limites. É uma honra para a General Motors e para a Cadillac juntarem-se à principal série de corridas do mundo, e estamos empenhados em competir com paixão e integridade para elevar o desporto para os fãs de corridas em todo o mundo. Este é um palco global para demonstrarmos os conhecimentos de engenharia e a liderança tecnológica da GM a um nível totalmente novo.”

Dan Towriss, Diretor Executivo da TWG Global para os desportos motorizados, alinha pelo mesmo diapasão acerca do acordo entre ele e a FIA e a Liberty Media: “Estamos entusiasmados com a parceria com a General Motors para trazer uma presença dinâmica à Fórmula 1. Juntos, estamos a reunir uma equipa de classe mundial que irá personificar a inovação americana e proporcionar momentos inesquecíveis aos fãs de corridas em todo o mundo. Agradecemos o apoio da FIA e da FOM à nossa candidatura e o seu reconhecimento do valor que podemos trazer ao campeonato.

Do lado da Liberty Media, Greg Maffei, Presidente e Diretor Executivo, saúda o acordo: “Com os planos de crescimento contínuo da Fórmula 1 nos EUA, sempre acreditámos que acolher uma marca norte-americana como a GM/Cadillac na grelha e a GM como futuro fornecedor de unidades de potência poderia trazer valor e interesse adicionais ao desporto.", começou por afirmar.

"Acreditamos que a liderança da General Motors e dos seus parceiros registou progressos significativos na sua preparação para entrar na Fórmula 1. Estamos entusiasmados por avançar com o processo de candidatura da equipa GM/Cadillac para entrar no Campeonato em 2026.”, concluiu.

Mohammed Ben Sulayem, Presidente da FIA, também saúda o acordo que faz com que a Formula 1 tenha uma 11ª equipa dentro de duas temporadas: 

A General Motors é uma grande marca global e uma potência no mundo dos OEM [Original Equipment Manufacturer] e está a trabalhar com grandes parceiros. Apoio plenamente os esforços envidados pela FIA, pela Fórmula 1, pela GM e pela equipa para manter o diálogo e trabalhar no sentido de alcançar este resultado de um acordo de princípio para fazer avançar esta candidatura para trazer uma equipa da marca GM/Cadillac para a grelha do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 de 2026. Todas as partes, incluindo a FIA, continuarão a trabalhar em conjunto para garantir que o processo avance sem problemas”, afirmou.


No acordo, revelou-se que Dan Towriss assumiu as funções que pertenciam antes ao ex-piloto americano Michael Andretti, tendo este comunicado agora sido revelado que é o CEO do que é agora a 'TWG Global'. Em principio, irão ficar com as instalações em Silverstone, para assim se prepararem para correr em 2026. 

Agora é oficial: com este acordo, irá haver uma 11ª equipa, algo que aconteceu pela última vez em 2017, a última temporada onde correu a Manor.

WRC: Latvala contente pelos desafios de 2025


Na mesma conferência de imprensa onde se apresentou a equipa para a nova temporada do WRC, Jari-Matti Latvala, o diretor-desportivo da Toyota, começou a falar, em jeito de balanço, sobre a temporada que acabou e o que espera para 2025, agora que terá um diretor-adjunto, para poder alinhar em algumas provas de Históricos, entregando o papel para outra lenda finlandesa dos ralis: Juha Kankunen

A época de 2024 apresentou novos desafios para a nossa equipa, mas continuámos a ter um desempenho de alto nível e continuámos a lutar até ao último dia para manter com sucesso o nosso título de construtores. Para 2025, estamos muito satisfeitos por continuarmos com os mesmos pilotos que têm tido um forte desempenho para nós nas últimas épocas e por termos mais pilotos a reforçar os nossos esforços para o campeonato completo.", começou por afirmar. 

Latvala também falou sobre a decisão de ter Kankunen a seu lado como diretor adjunto, o fato de alinhar no Europeu de Clássicos, com um Celica, e a chegada de Sami Pajari no alinhamento da equipa, a tempo inteiro, em vez dos planos iniciais de partilhar o carro na próxima temporada, agora que a FIA permitiu que as equipas oficias possam alinhar com quatro carros: 

"Também é ótimo dar as boas-vindas a Sami Pajari ao nosso line up, graças ao investimento que estamos a fazer para desenvolver jovens pilotos. O Sami deu grandes passos este ano e estamos confiantes de que ele está pronto para subir ao mais alto nível. Pessoalmente, estou muito entusiasmado por ter a oportunidade de combinar o meu papel como Diretor de Equipa com a minha paixão pela condução, competindo com o lendário Toyota Celica, e estou muito satisfeito por Juha Kankkunen assumir o papel de Diretor de Equipa Adjunto para me apoiar a mim e à equipa nas provas do WRC: ele conhece bem a equipa e traz muita experiência para o papel.”, concluiu.

WRC: Kankkunen satisfeito com o seu novo papel na Toyota


A grande novidade na conclusão da reunião que a Toyota fez nesta segunda-feira no Japão, para definir o futuro da sua equipa de ralis, é que Jari-Matti Latvala decidiu tirar algum tempo do seu cargo da diretor desportivo em 2025, querendo correr alguns ralis históricos. Para o lugar de diretor-adjunto, vai o veterano Juha Kankkunen, que aos 65 anos, regressa à Toyota, depois de algumas temporadas como piloto, onde alcançou o seu quarto - e último - título mundial, na temporada de 1993. 

Na apresentação do seu novo papel - onde substituirá Latvala quando este não puder estar presente - o tricampeão mundial disse sobre o que isto significa.    

É um grande prazer para mim assumir este papel na equipa. Durante a minha carreira, conduzi com muitas equipas diferentes, mas tive um total de nove anos com a Toyota: foi o primeiro construtor a dar-me uma oportunidade no WRC e acredito que é provavelmente a melhor equipa do mundo.", começou por afirmar. 

"Há pessoas muito boas e a cooperação entre a Europa e o Japão foi sempre excelente. O espírito de equipa e o trabalho de equipa são muito importantes e todos se esforçam em conjunto. Tenho uma boa relação com Akio Toyoda, tendo conduzido com ele em provas de demonstração nos últimos anos, e também com Jari-Matti [Latvala], que é uma ótima pessoa e com quem é muito fácil falar. Estou muito contente por poder trabalhar mais de perto com eles e ajudar a equipa sempre que puder.”, concluiu.

Na sua carreira, Kankkunen passou pela Toyota em três ocasiões. A primeira, entre 1983 e 85, onde ganhou o seu primeiro rali, o Safari de 1985, a segunda, entre 1988 e 89, e a terceira, entre 1993 e 96. Nestas suas três passagens, ganhou oito ralis, dos 23 triunfos que tem no seu palmarés. 

WRC: Toyota alinha com quatro carros para 2025


A Toyota confirmou hoje que alinhará com quatro carros na temporada de 2025, deixando em aberto a chance de alinhar com cinco carros ao longo do ano. Para além disso, também anunciou os quatro pilotos que correrão por eles na próxima temporada: Kalle Rovanpera, Elfyn Evans, Takamoto Katsuta e Sami Pajari. E Sebastien Ogier regressará à pilotagem a tempo parcial, e nos ralis onde ele estiver presente, alinharão com cinco carros. 

Para além disso, haverá mudanças na direção da Toyota Gazoo Racing, com Jari-Matti Latvala a dedicar-se mais aos ralis históricos, deixando o cargo para Juha Kankkunen, que será o seu diretor-adjunto e ocupará o seu lugar quando ele não puder estar presente.  

A nova temporada será marcada pelo regresso de Rovanpera a tempo inteiro, ele que em 2024 pediu para fazer tempo parcial, alinhando apenas em seis ralis, dos quais ganhou... quatro. 

Isto acontece depois da FIA ter confirmando que as equipas de fábrica podem alinhar até quatro carros na classe Rally1, e eliminar o sistema híbrido nesta classe de carros. A Hyundai irá ter quatro carros, e a M-Sport, que alinha com os Ford Puma Rally1, confirmou, pelo menos, dois carros e acolhe pelo menos um pagante, o letão Martins Sesks, na próxima temporada. 

Youtube Motoring Vídeo: O Automóvel em 1975

Há muitos que andam por aqui afirmando que "antigamente é que era bom". E isso pode-se afirmar em relação ao automóvel. O que poucos já não se lembram é que muitas das coisas que se falam agora... já se falavam há quase meio século.

Descobri este senhor no fim de semana. O seu nome era Fyfe Robertson, e era apresentador da BBC em 1975, quando fez este documentário sobre o automóvel, e como, nessa altura, deixou de ser um símbolo de liberdade e individualidade para acabar por ser um instrumento que transformou os centros das cidades num inferno. E muitos dos problemas que falava há quase meio século, em muita medida, continuam a ser atuais. 

E a pergunta que ele faz é bem pertinente: "Alguma vez imaginou a vida sem os automóveis que estão alinhados nos nossos subúrbios? Eu sei, porque cresci na inocente infância do automóvel, e estamos juntos, o automóvel e eu, por mais de meio século". 

E pergunto-me: apesar dos muitos avanços que aconteceram desde então, as coisas ficaram na mesma ou criamos outros problemas? Meio século depois e mais de 35 anos depois da sua morte - Robertson morreu em 1987 - as perguntas que ele faz ainda ecoam no século XXI, agora que chegamos ao seu primeiro quarto de século. 

domingo, 24 de novembro de 2024

As imagens do dia





Bom... aconteceu. Foi um domingo de campeões. Max Verstappen viu nesta fim de semana de Las Vegas a sua chance, o primeiro "match point" da temporada, e aproveitou-o. Bastou ficar na frente de Lando Norris e coisas foram resolvidas, sem discussão. Curiosamente, o filho de Jos Verstappen conseguiu cruzar a meta no quinto lugar, na mesma cidade... e na mesma posição que Nelson Piquet (o pai da sua namorada Kelly) e Keke Rosberg alcançaram os seus títulos, em 1981 e 82. 

Este seu tetra consecutivo colocou-o em igualdade com Juan Manuel Fangio (1954-57), Sebastian Vettel (2010-13) e Lewis Hamilton (2017-20), apenas superado pelos cinco títulos seguidos de Michael Schumacher (2000-04). Mas se calhar, este deve ser o título mais custoso ao neerlandês, que se valeu do que tinha conseguido acumular no inicio da temporada. Um desafio que superou quando foi colocado em jogo. 

No final da corrida, questionado sobre se em algum momento, duvidou do título, ele falou que entre Zandvoort e Monza, chegou a duvidar que iria conseguir segurar em Lando Norris em ascendência na classificação. Mas no final, conseguiu controlar as coisas a aproveitar bem o avanço que conseguiu nas primeiras corridas, e a partir de Miami, as coisas começaram a dar a volta.

Curiosamente, foi em Miami que a Red Bull anunciou que Adrien Newey e a equipa de Milton Keynes tinham decidido seguir os seus caminhos. Não foi por causa disso que a Red Bull se afastou da luta pelo título de Construtores - isso são outros motivos... - mas é muito provável que estejamos a assistir ao principio de uma travessia do deserto por parte da equipa dos energéticos. Se forem wer a história da passagem de Newey por Williams e McLaren, elas acabam por viver uma travessia do deserto em termos de títulos depois da sua saída. E para piorar as coisas, ao longo da última primavera e verão, aconteceu uma debandada por parte dos principais elementos da equipa de Milton Keynes...

E já falei por aqui: para 2026, não se afigura nada de bom para eles. 

Em suma, o que interessa hoje é que, na noite americana, entre neons, "blackjack" e coristas, Max comemore o seu tetracampeonato. Bem o merece.  

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Horas antes de Max comemorar o seu título pela quarta vez, no Japão, o belga Thierry Neuville comemorou para a Hyundai o título que tanto merecia. E teve perto, muito perto de o perder. 

Explica-se: no primeiro dia do rali, na sexta-feira, teve um problema no Turbo que o impediu de atacar o lugar que queria para ser campeão. Acabou esse dia na 14ª posição, fora dos pontos. No sábado, recuperou até ao sétimo posto, mas foi no domingo de manhã, logo na primeira especial, que recebeu a noticia que tanto queria, quando o seu rival pelo título - e companheiro de equipa, o estónio Ott Tanak - se despistou e acabou por desistir. 

Para Neuville, mais do que este título ganho de forma merecida - todos os campeões do mundo merecem os títulos que ganhem, por muito que alguns afirmem o contrário - a altura para ganhar era agora. Aos 36 anos, e depois de mais de uma década a lutar por ela. A sua primeira chance foi em 2013, mas Sebastien Loeb não o deixou. Depois, houve mais chances, mas primeiro, Sebastien Ogier, e mais tarde, Ott Tanak e Kalle Rovanpera, tiraram as chances de ser campeão, mesmo depois de ter entrado na Hyundai.

2024 era a sua grande chance. Rovanpera, que está acima de tudo e todos, como acontecera com Loeb e Ogier, nas duas décadas que passaram, decidiu tirar um "time-off", fazendo uma temporada parcial, dando chance à concorrência. Tinha Tanak como rival, mas na Toyota, tinham Elfyn Evans e... Sebastien Ogier, que a meio da temporada, decidiu ajudar a sua equipa num "debacle" inesperado, mas na parte final, três desistências consecutivas estragaram tudo.

Aos 36 anos de idade, Neuville já merecia um campeonato. Pela sua longa carreira, pela sua dedicação à Hyundai, pelos seus feitos em ralis - especialmente em asfalto - o seu nome merece ser lembrado ao lado de lendas como Markku Alen, Bjorn Waldegaard, Hannu Mikkkola, Didier Auriol, Colin McRae, Petter Solberg ou Richard Burns, todos com um título no palmarés.

Agora é disfrutar, porque para o ano há mais... e claro, Kalle Rovanpera estará de volta a tempo inteiro. Monte Carlo 2025 é daqui a dois meses!

Formula 1 2024 - Ronda 22, Las Vegas (Corrida)


Las Vegas. Luzes, Jogo, um exército de Elvis em cada esquina, o sítio onde o resto da América vem expiar os seus pecados. Mas para o país que refinou o "show" para os níveis que conhecemos agora, não admirem se a Liberty Media aposte a sério nesta paragem. O circuito pode ser horrível, mas por causa dos neons, estão dispostos a largar do seu próprio bolso para poderem afirmar que fecham a Sunset Strip para ver carros velozes a passar. E Vegas no seu melhor. E é melhor que seja assim: 60 anos antes, outras luzes apareciam no horizonte, do tipo cogumelo atómico... 

Novidades antes da corrida: Franco Colapinto foi autorizado a participar, depois do seu acidente na Q2. Ele sofreu um impacto de 50G's, e para além disso, os mecânicos conseguiram reconstruir o seu carro. Contudo, apesar de ter conseguido um lugar no meio da grelha, irá largar das boxes, por causa de tudo o que passou: ele e o carro.  

Sol posto, noite fria, os pneus iriam representar uma componente importante. Afinal de contas, aquecê-los naquelas condições será importante para o desempenho dos pilotos na corrida. E claro, em termos de grelha, será também interessante saber até que ponto Max Verstappen continuará a conter Lando Norris na sua defesa da liderança, embora ele seja o primeiro a admitir que muito dificilmente, o título será seu neste final de semana na Cidade do Pecado.


Na partida, Russell aguentou bem e ficou com o comando da corrida, perante os ataques da concorrência. Gasly perdeu um posto, e Max conseguiu ficar na frente de Norris, o seu primeiro objetivo da noite. A partir dali, Hamilton começou a encetar a sua primeira recuperação, tentando alcançar o lugar mais alto possível antes das primeiras trocas de pneus, que aconteceriam a seguir - todos estavam a largar com médios. Atrás, os comissários da FIA descobriram que Oscar Piastri tinha largado do lugar errado e iriam penalizá-lo em cinco segundos quando ele fosse às boxes para trocar de pneus. 

Nas primeiras voltas, Leclerc parecia ser segundo, apesar de ter atacado Russell para conseguir a liderança, mas em pouco tempo, perdeu esse lugar para Sainz Jr... e Max. Hamilton continuava a sua recuperação, e sabia que tinha de ficar um pouco mais na pista para aproveitar a ocasião.   

A partir da volta 11 os pilotos foram às boxes, trocar médios para duros, com Sainz Jr e Leclerc a fazerem isso na volta 12, e Max logo a seguir. Na volta 15, quase todos tinham trocado de pneumáticos, com a grande exceção a ser Checo Pérez, que com isso, era segundo, na frente de Max. Mas claro, era sol de pouca dura. 


Na volta seguinte, a primeira desistência do dia, com Pierre Gasly, cujo motor tinha rebentado. Com o terceiro posto da grelha na véspera, a chance de um bom resultado tinha ido pelo cano abaixo. Por essa altura, Hamilton aproximava-se de Leclerc, e desejava o seu lugar.  

Na volta 30, mais paragens nas boxes, para colocarem duros. Max e Leclerc foram às boxes nessa altura, e Russell, o líder, na 32ª passagem pela meta. Max aguentava-se, apesar de ter sido passado nessa altura por Hamilton, quando lutaram por um lugar no pódio. Ou seja, os médios aguentaram... metade da corrida. Só para verem a dificuldade de aqueceram na noite de Nevada. Atrás, Norris é sexto, na frente de Piastri. Pelo menos, em termos de Construtores, tudo corre bem para a McLaren.

Na frente, os Mercedes afastam-se de Max Verstappen, que está a ver os Ferrari aproximarem-se, com Sainz Jr na frente de Leclerc. A dez voltas do final, virtualmente, Max era campeão do mundo, mas os carros de Maranello começavam a ameaçar nos seus espelhos. O espanhol passou-o na volta 42, e Max defendeu-se o mais que pode de Leclerc, até que o monegasco o passou na volta 47. Com o quinto posto, Max era o campeão na mesma. 

Mas na frente, os Mercedes estavam inalcançáveis. Russell era o melhor, e Hamilton, apesar de ter tentado, não conseguira apanhá-lo. Claro, há quem pergunte o que teria feito o veterano Hamilton se não tivesse cometido o erro da qualificação. E na meta, a Mercedes comemorava a sua dobradinha, Sainz o seu pódio, e Max, o seu campeonato. Curiosamente... no mesmo local e na mesma posição onde Nelson Piquet e Keke Rosberg alcançaram os seus primeiros títulos.


E foi assim a noite fria em Las Vegas.     

WRC 2024 - Rali do Japão (Final)


Por fim, Thierry Neuville teve o campeonato que merecia. Aos 36 anos, e como corolário de uma longa carreira, com mais de uma década, o piloto belga é campeão do mundo, na conclusão do rali do Japão. Contudo, a consagração aconteceu bem antes, quando na primeira especial do dia, Ott Tanak despistou-se, acabando por desistir.

"Para ser sincero, estou a sentir-me muito bem. Não tenho palavras. Quero agradecer a todos os que fizeram parte disto.", disse o piloto belga no final do rali.

No final do dia, a Toyota comemorou a vitória, não só com Elfyn Evans a ser melhor que Sebastien Ogier com mais de um minuto de diferença, como ganhou o título de Construtores por três pontos, por causa da desistência de Tanak. Enquanto isso, Adrien Formaux conseguiu aguentar as investidas de Katsuta Takamoto para conseguir o quinto pódio da temporada. Curiosamente, todos terceiros lugares... 


Com cinco especiais pela frente neste domingo, o dia tinha passagens duplas por Nukata e por Lake Mikawako, e uma terceira passagem pelo Toyota Stadium. E logo na primeira especial do dia... o primeiro golpe de teatro, quando Tanak perdeu o controle do seu seu carro na curva e acabou na valeta. Para piorar as coisas, pouco depois, o Toyota GR Yaris Rally2 de Heikki Kovalainen despistou-se no mesmo lugar e acabou em cima do Hyundai do piloto estónio! No fundo, foram as folhas, que tem sido o grande problema de todo o rali, o grande causador do despiste a Tanak, que, recorde-se, liderava a prova.

"Honestamente, foi uma surpresa. Não sei o que dizer, mas acho que merecemos. Muito mais pressão do que precisávamos para este último evento, mas conseguimos o melhor que pudemos com os problemas que enfrentámos. Estamos um pouco mais relaxados agora e podemos pressionar agora para voltar para casa com todos os troféus.", reagiu Neuville quando soube do acidente de Tanak e do título mundial conquistado. 

No final, Mikkelsen foi o melhor na etapa, 4,4 segundos melhor que Elfyn Evans e 4,9 sobre Thierry Neuville. Ogier foi o quarto, a 8,4. Neuwille foi o melhor na especial seguinte, 3,4 segundos sobre Andreas Mikkelsen e 3,8 sobre Adrien Formaux. Chris Ingram, no seu Toyota GR Yaris Rally2, desistiu devido a problemas de suspensão. 

Neuville voltou a ganhar, agora empatado com Ogier, na segunda passagem por Nukata, com Mikkelsen a 2,8 e Evans em quarto, a 6,3.  

A super-especial no Toyota Stadium acaba com Takamoto a ser o melhor, 0,3 sobre Formaux, 0,4 sobre Mikkelsen e 1,7 sobre Ogier. E no final do dia, na Power Stage, Ogier levou a melhor, 1,9 sobre Neuville, 3,9 sobre Evans e 4,8 sobre Takamoto. 

Depois dos quatro primeiros, Gregoire Munster foi o quinto, e o segundo melhor dos Ford, a 3.11,5, na frente de Thierry Neuville, a 6.54,1, bem distante dos carros da classe Rally2. Nikolai Gryazin foi o sétimo, a 10.04,3, na frente de Sami Pajari, a 11.50,8, no seu Toyota GR Yaris. Hiroki Arai foi o nono, a 13.24,3 e Gus Greensmith fechou nos pontos, a 14.15,8, no seu Skoda Fabia Rally2.


O Mundial acabou, mas a próxima temporada não anda longe. No final de janeiro de 2025, teremos o rali de Monte Carlo!