sábado, 21 de janeiro de 2017

WRC 2017 - Rali de Monte Carlo (Dia 3)

"Claro que estamos felizes, o Thierry (Neuville) realizou um dia fantástico em condições de piso muito complicadas, as diferenças de aderência foram muitas, mas ele não cometeu erros, fez um belo trabalho. O carro está a trabalhar bem, mas ainda falta muito e tudo pode acontecer. Temos todos que estar perfeitamente concentrados”.

Estas eram as palavras de Michel Nandan, o diretor desportivo da Hyundai, depois do primeiro dia do rali de Monte Carlo. A sua experiência nos ralis sabia perfeitamente que só se comemora depois de cortar a meta, pois durante o rali, tudo podia acontecer. E foi o que aconteceu, quando Thierry Neuville, o líder do rali quase incontestado até agora, ficou parado após a 13ª especial, quando nada o fazia prever.

Mas recuemos atrás, para o inicio do dia, quando tudo eram rosas para a Hyundai. O dia começou com Neuville ao ataque, depois do ataque de Ogier nas últimas duas especiais do dia anterior terem reduzido a diferença entre ambos para pouco mais de 37 segundos. Hoje, o belga ganhou 2,6 segundos e aumentou a diferença para 47,7 segundos, enquanto que Ott Tanak perdeu 20,2 segundos na especial, vendo aumentar a distância para o seu companheiro de equipa, que era o segundo classificado. Por causa disso, Elfyn Evans acabava com o terceiro melhor tempo da especial.

Não foi uma diferença grande, mas tive um troço limpo. Nada de surpresas, boa informação da nossa equipa de batedores, estou confiante e focado. O carro está a trabalhar bem, nunca tive um carro assim tão bom no primeiro rali duma época. É muito agradável!”, comentava Neuville.

Neuville aproveitou na especial seguinte, na primeira passagem por La Batie Monsaleon - Faye, ganhando mais treze segundos a Ogier, mas... ele não foi o melhor na etapa. Isso ficou para Elfyn Evans, que foi o melhor, ganhando um segundo ao piloto da Hyundai. Ogier disse depois que estava a ter uma toada cautelosa: “Optámos por cruzar pneus, foi bom, mas fui cauteloso nas zonas de gelo. Mas não foi mau”, disse.

Ogier lá recuperou na 11ª especial, na segunda passagem por Lardier et Valenca - Oze, mas foi pouco: apenas 2,1 segundos, numa especial onde Jari-Matti Latvala foi o terceiro, a 14,4 segundos. O francês continuou ao ataque na segunda passagem por La Batie Monsaleon - Faye, apesar do vencedor da especial ter sido Elfyn Evans. Ogier ficou a 7,4 segundos de Evans, mas ganhou 7,6 segundos a Neuville, que foi apenas o quinto na especial, diminuindo um pouco a diferença entre os dois para os 51 segundos. E a razão disso? Os pneus, pois o francês colocou dois pneus slicks no seu Ford.

E chegamos à 13ª especial, a última do dia e aparentemente, a do azar para o belga. Ao fazer mal uma curva, este ficou numa das muitas valetas existentes na estrada, danificando a sua suspensão e perdendo mais de 32 minutos e dizendo adeus ao rali, pois caiu para a 15ª posição. E claro, Ogier e os Ford sairam altamente beneficiados, pois o francês não só ficou com a liderança, como tem agora uma vantagem de 47,1 segundos sobre Ott Tanak. Tudo indica que, caso não haja surpresas nos quatro troços finais deste rali que os Ford vão a caminho da dobradinha.

Jari-Matti Latvala é o terceiro, a dois minutos e 20 segundos, e é cada vez mais o terceiro classificado, provavelmente a caminho de dar à Toyota o seu primeiro pódio neste seu regresso aos ralis. Craig Breen é o quarto, no seu Citroen, e parece que está a vencer o duelo com Dani Sordo, pois ambos estão separados por 15,9 segundos. Elfyn Evans é o sexto, e ganhou três troços neste sábado - incluindo esta 13ª especial - e está bem distante de Anders MIkkelsen, sétimo com o Skoda Fabia R5, o melhor dos WRC2. Aliás, até ao décimo posto, estão todos os pilotos dessa categoria: o Skoda de Jan Kopecky, o Ford de Bryan Bouffier e o outro Skoda Fabia de Pontus Tiedmand.

O rali de Monte Carlo termina amanhã, com as quatro últimas especiais do dia. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

WRC 2017 - Rali de Monte Carlo (Dia 2)

Thierry Neuville está imparável no segundo dia do Rali de Monte Carlo, onde está a conseguir um avanço razoável, superior a 30 segundos sobre o segundo classificado, o estónio Ott Tanak, e quase um minuto sobre Sebastien Ogier, que chegou a sair de estrada na quinta especial, sem grandes consequências para o piloto francês.

Esta sexta-feira está a ser movimentada em termos de competição, num rali que está a mostrar aquilo que vale. Começa-se por dizer que a Hyundai decidiu retirar o carro de Hayden Paddon da competição - depois do acidente não iria fazer grande coisa... - em respeito à familia do espectador morto ontem à noite na primeira especial. Ao raiar desta manhã, os carros foram para a estrada, e logo na terceira especial, quatro pilotos de quatro marcas diferentes conseguiram os melhores tempos na especial, com Ogier a sair de pista, sem grandes consequências.

O cruzamento tinha muito gelo, não sei o que aconteceu, não consegui sequer travar e o carro nunca curvou. Saí a 10 km/h e fiquei no buraco…”, explicou Ogier.

No final, Ott Tanak foi o mais veloz, batendo Thierry Neuville por 1,6 segundos, enquanto que Kris Meeke foi o terceiro, a 2,3 segundos. Jari-Matti Latvala foi o quarto, colocando quarto marcas diferentes nos quatro primeiros lugares.

A partir da quarta especial, Neuville afastou-se da concorrência, vencendo a especial e vendo Kris Meeke a desistir, vitima de uma saida de estrada, pois a suspensão do seu Citroen C3 WRC quebrou-se. Ogier atrasou-se mais algum tempo (cerca de cinco segundos), e na especial seguinte, Neuville voltou a fazer o mesmo, abrindo a diferença para Tanak em 31,7 segundos, e 59,1 segundos para a Ogier. Jari-Matti Latvala era o quarto, a mais de um minuto e 21 segundos.  

Na parte da tarde, Neuville não deu sinais de abrandamento. Na sexta especial, a segunda passagem por Agnieres en Devoluy - Le Motty, Neuville abriu mais 6,5 segundos sobre Tanak e 13,2 sobre Ogier. Jari-Matti Latvala era o quinto, atrás de Craig Breen, e este aproximava-se de Dani Sordo, numa luta pelo quinto posto. “Tivemos um problema com o combustível na ligação. Estava um pouco stressado quando arranquei para o troço, e deixei o carro ir abaixo num gancho”, explicou o finlandês da Toyota.

Apenas na sétima especial, a segunda passagem por Aspres les Corps - Chaillol é que a concorrência reagiu. Sebastien Ogier, adaptado ao Ford Fiesta, passou ao ataque. Conseguiu ganhar 19,6 segundos de uma assentada, pois o belga foi apenas quarto. O francês disse depois que arriscou um pouco nesta especial. Ott Tanak foi segundo na especial, seguido por Jari-Matti Latvala. O francês voltou ao ataque na última especial do dia, a segunda passagem por St Leger les Melezes - La Batie Neuve, tirou mais 7,6 segundos a Neuville, acabando o dia com uma vantagem de 45,1 segundos, e passando para o segundo posto, em troca com Ott Tanak.

Atrás dos três primeiros está Jari-Matti Latvala, já a dois minutos e nove segundos da liderança e a ser o melhor dos Toyotas, com quase cinquenta segundos de vantagem sobre Dani Sordo, no segundo dos Hyundai. O piloto espanhol conseguiu passar Craig Breen na última especial do dia, e todos eles deram mais de dois minutos sobre Andreas Mikkelsen, no sétimo posto e a ser o melhor dos WRC2, na frente de Elfyn Evans, que está em recuperação, do sueco Pontus Tiedmand e do checo Jan Kopecky.

O Rali de Monte Carlo prosseguirá amanhã, com mais cinco especiais. 

Esta semana, no The Grand Tour...


TheGrandTour S01E11 Scotland por carabinieri8
Esta semana, no The Grand Tour, os três da vida airada instalaram-se no Lago Ness, na Escócia, à procura do monstro (que já foi fazer férias noutro lado...), e foram experimentar no "Ebolódromo" o Fiat 124 Spider... que toda a gente sabe que tem como base o Mazda MX-5.

Para além disso, foram também passear com os Maserati Biturbo, um dos carros mais conhecidos da marca nos anos 80, e pelo qual eles não são muito fãs... (o orangotango Clarkson destruiu um há uns anos, no outro programa) e um dos apresentadores aleijou-se no pulso direito. Irão saber quem.

Enfim, mais um programa divertido, do qual podem passar uma hora divertida. Isto, se quiserem "desver" as tretas que aconteceram hoje em Washington.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

WRC 2017 - Rali de Monte Carlo (Dia 1)

O Rali de Monte Carlo, que começou esta quinta-feira com duas especiais noturnas, começou atribulado. A primeira especial foi cancelada por causa de um despiste do Hyundai de Hayden Paddon, que acabou por colher um fotógrafo belga. Infelizmente, ele não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer no hospital.

Por esta altura, só Thierry Neuville e Sébastien Ogier é que tinham terminado o troço em condições normais, com o belga da Hyundai a bater o francês da Ford por sete décimos de segundo, depois de ter estado 3,1 segundos atrás dele no segundo parcial desta primeira especial. 

Apesar das agitações e dos atrasos, a segunda especial - a primeira passagem por Bayons - Breziérs - acabou por acontecer, com Thierry Neuville a ser o melhor, terminando na frente com o seu Hyundai, dando 7,8 segundos de vantagem sobre Sebastien Ogier. Juho Hanninen foi o terceiro no seu Toyota, a 15 segundos do piloto belga, enquanto que Kris Meeke foi o quarto, no melhor dos Ford, a 15,8 segundos da liderança. 

Não é fácil começar um rali destes à noite. O principal objetivo era chegar em segurança. Estava escorregadio em alguns zonas, mas talvez tenha sido demasiado cuidadoso” disse Ogier. “Foi bom, mas o carro está demasiado mole e a ‘mexer-se’ muito” respondeu Thierry Neuville no final da segunda especial. “Complicada! Havia muita coisa na estrada, sabíamos do gelo, mas era difícil de ver. Mas foi um começo firme”, comentou Kris Meeke.

Ott Tanak acabou por ser o quinto, adiante de Elfyn Evans e Craig Breen. Anders Mikkelsen foi o melhor dos WRC2, sendo décimo, a 58,4 segundos, com o seu Skoda. O Rali de Monte Carlo prossegue amanhã, com a realização de seis especiais. 

A(s) image(ns) do dia



Logo a noite, arrancará o WRC 2017, o primeiro rali de uma nova era. Carros novos, uma safra diferente de pilotos, e a recordação de uma era já distante, do qual uma nova geração só ouviu falar ou ver os videos do Youtube. Eu, ao contrário deles, vi tudo isso acontecer diante dos meus olhos, fosse ao vivo, ou na televisão, ou numa cassete VHS ou Betamax.

Quem era uma criança de nove anos em 1985 e vivia na Europa, tinha mais do que uma coisa para ver, se apaixonasse por automobilismo: os Formula 1 turbo, os carros de ralis do Grupo B ou os carros de Endurance do Grupo C. Desde então, todos parecem que desejam recuperar essa "constelação astral", nem sempre com sucesso. E acho que é essa obsessão ilusória que está a estragar um pouco a nossa discussão sobre o que deveria ser o automobilismo. Mas isso é matéria para outros dias.

Agora, falamos dos ralis e da temporada que agora começa. Parece que a FIA decidiu definitivamente trazer de volta o espírito do Grupo B, abolidos 30 anos antes. Os carros são mais potentes, mais aparatosos, mais velozes. A Volkswagen foi-se embora (mas pode voltar) e temos a Toyota por ali, a fazer companhia a Hyundai, Citroen e Ford. E Sebastien Ogier poderá ter a concorrência do costume, disposta a fazer-lhe a vida negra... mas com mais chances de o derrotar. Vejam os Citroen, com Kris Meeke ao volante, por exemplo. Estou convencido que ele será o maior adversário do piloto francês.

Muitos falam que este pode ser um grande campeonato, mais equilibrado do que era dantes, agora que a Volkswagen saiu de cena... mas não tanto. Contudo, há quem se queixe de que isto acontece "demasiado tarde" para salvar o WRC, pois com tantos domínios, tirou a espectacularidade e irá transformar a competição num nicho para os "hardcorers". Eu não sei, para vos ser sincero. Estava a ler esta tarde as declarações do João Carlos Costa na sua página do Facebook e se por um lado tem razão numas coisas, por outro, tenho o meu quê de discórdia.

Não sou muito fã dos Grupo B. Muitos aplaudem, mas vi-os como bestas selvagens, dos quais eram crescentemente incontroláveis, com as consequências que conhecemos. Lagoa Azul, Henri Toivonen na Corsega, etc. Os carros anteriores também tinham as suas dificuldades em se controlar, e os pilotos tem de se adaptar a isso, a em alguns casos, acabou com acidentes bem feios, como o que sofreu Sebastien Lefebvre, na Alemanha. Ainda tenho as imagens... e falamos em 2016 de um carro com 300 cavalos. As estradas são as mesmas, acham que com 330 cavalos, eles terão a vida facilitada?

Vamos a ver. Agora, é altura dos carros circularem, e de começar o rali de Monte Carlo. Boa sorte a eles!

Estados Unidos? Pode ser, mas...

Tiago Monteiro pode não ser empresário, mas ajuda muito em termos de conselhos para António Félix da Costa. E depois de ontem se ter falado que o piloto de Cascais pensa em correr na Endurance, para além de ter referido dos convites para a SuperFormula japonesa, coloca-se hoje mais uma nova competição para ele: a IndyCar, provavelmente a Carlin.

O António está sob contrato da BMW e na Andretti na Formula E, e obviamente que por agora esse é o seu principal programa. Contudo, e porque o calendário da Fórmula E é diferente das outras competições, há oportunidade para fazer outras coisas”, começa por afirmar à Autosport portuguesa o piloto de 40 anos, que em 2003 teve uma experiência na ChampCar, ao serviço da Fittipaldi-Dingman.

O António prefere obviamente correr em monolugares ou protótipos – algo mais rápido e com mais carga aerodinâmica. Ele adora a sua aventura na Fórmula E mas ambos acreditamos que guiar mais carros competitivos é sempre bom para qualquer piloto”, continuou.

Sobre a chance Carlin, é uma das hipóteses existentes, a par da SMP Racing, na Endurance, ainda por cima quando se sabe que Trevor Carlin ajudou muito o piloto português na sua subida nas categorias de promoção, como a GP3 e a GP2. “Ambas as equipas requerem algum dinheiro de patrocinadores e aí não estamos em posição de os ajudar. Mas Trevor (Carlin) foi uma pessoa importante na minha carreira – sem a qual nunca teria chegado à Fórmula 1 – e tem ajudado bastante a carreira do António. Por isso se pudesse ajudá.-lo estou certo que teríamos muito prazer e negociar com Trevor”.

Contudo, surgiram esta noite noticias dos Estados Unidos onde se fala que a Carlin, que andou na Indy Lights em 2016, poderá adiar a sua entrada na categoria maior da competição por falta de dinheiro para completar o orçamento e adquirir um chassis Dallara para esta temporada. Logo, a estreia nos Estados Unidos poderá ser adiada para 2018.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

The End: Mário Poltronieri (1929-2017)

Mário Poltronieri, o mítico comentador televisivo da Formula 1 para a RAI italiana, morreu esta quarta-feira aos 87 anos na sua casa de Milão. Foi comentador dos Grandes Prémios por 23 anos, entre 1971 e 1994.

Nascido a 23 de novembro de 1929 na mesma cidade, o seu pai foi Alberto Poltronieri, um dos mais conhecidos violinistas do país,  foi piloto de automóveis na década de 50, especialmente na Abarth, onde foi piloto de testes. Entre 1954 e 57, ajudou a conseguir 112 recordes de velocidade pela marca, antes de passar para a televisão, especialmente a partir de 1961, num programa chamado "Ruote e Strade", onde ensinava dicas de condução. Com o tempo, passou para o comentário, primeiro no basket, depois naquilo no qual era o seu lugar, o automobilismo.

Em 1971, torna-se comentador dos Grandes Prémios de Formula 1, primeiro a solo, depois com outros colaboradores, desde o ex-piloto Clay Regazzoni até outros colegas como Ezio Zermiani, passando por Gianfranco Palazzoli, comentou mais de 400 Grandes Prémios ao longo da sua carreira, muitos deles terminando com vitórias da Ferrari, desde Jacky Ickx a Alain Prost, passando por Niki Lauda, Gilles Villeneuve, Michele Alboreto e Gerhard Berger, entre outros.

Mesmo depois de reformado, em 1994, Poltronieri continha a ser chamado para diversos programas na área, quer na RAI, que depois noutros canais, como a Eurosport. Mas o mais interessante é ver que em 1999 se envolveu na politica, nomeadamente nas eleições europeias desse ano, num partido do centro, liderado por Lamberto Dini. Contudo, não conseguiu ser eleito.

Com o tempo, Poltronieri teve a mesma aura mística que tem Murray Walker na Grã-Bretanha, Heinz Pruller na Áustria ou Galvão Bueno no Brasil. A sua longevidade e a sua voz entrou na mente de uma geração de pessoas que se sentava nas mesas das famílias daqueles domingos à hora do almoço, no centro da Europa. De uma certa forma, naquele país, é maus um pedaço da sua infância que se vai. Ars lunga, vita brevis, Mário. 

A imagem do dia (II)

Se estivesse vivo, ele faria hoje 67 anos. E apesar de terem já passado uma geração, ainda nos lembramos dele. Salut, Gilles!

Noticias: FIA aprovou o negócio da Liberty Media

Depois da aquisição da FOM por parte da Liberty Media, ainda faltava mais alguns processos burocráticos para completar a aquisição. Demorou algum tempo, mas foi esta tarde que a FIA aprovou a compra da Formula 1 por parte do grupo norte-americano, depois de na segunda-feira, a estrutura acionista da empresa ter aprovado a aquisição. 

“O Conselho Mundial do Desporto aprovou por unanimidade a mudança de controlo da Delta Topco Limited (a holding do Formula One Group que detém os direitos comerciais do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula 1) pela CVC Capital Partners a favor da Liberty Media Corporation numa reunião extraordinária hoje em Genebra”, começa-se por se ler no comunicado da FIA.

A transação irá permitir a transferência de cem por cento das ações da Delta Topco à Liberty Media Group, uma das accionistas da Liberty Media Corporation. Durante a reunião os representantes do novo proprietário fizeram uma apresentação detalhada da sua estratégia”, prossegue. 

Os membros do Conselho Mundial do Desporto tiveram a oportunidade de colocar questões sobre detalhes do acordo para a relação de trabalho com a FIA e os planos para a modalidade. A Liberty, o Formula One Group e a FIA pretendem colaborar para criar uma relação construtiva de modo a assegurar o contínuo sucesso do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula 1 a longo prazo”, conclui o comunicado.

Apesar de haver novos proprietários, não se sabe ainda se Bernie Ecclestone continuará a mandar na estrutura da Formula 1. Apesar de ter sido pedido para que continue até 2018, para que haja uma transição suave, com estas aprovações, poderá ser que o empresário inglês decida ir embora mais cedo, agora que ganhou a sua parte na aquisição da Formula 1 por novos proprietários. 

A imagem do dia



Começou esta tarde o Mundial de Ralis, o WRC 2017. Este é o primeiro rali de uma competição com novos carros, mais potentes, velozes e agressivos, provavelmente para fazer atrair mais pessoas e dar mais espectáculo a esta categoria, mesmo puxando pelos limites do carro. Como ainda hoje, trinta anos depois do seu fim, ainda se fala dos Grupo B, a FIA parece que quer fazer voltar a esses tempos. Só espero que se lembrem como acabou...

Debaixo de alguma neve - que não afetou a performance dos carros, diga-se - máquinas e pilotos deram o seu melhor, e apesar de ter trocado de montada e de Malcom Wilson ter avisado de que poderia ter algumas desvantagens em relação à concorrência, Sebastien Ogier foi o mais veloz, embora não de forma a dizimar a concorrência. Interessante foi a performance dos novos Toyota, quarto (com Jari-Matti Latvala) e sétimo, com Juho Hanninen.

A partir de amanhã vai-se ver o que vai acontecer. E com um rali absolutamente imprevisível como é este, vai ser interessante como decorrerá.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Os planos de António Félix da Costa

De facto, o piloto português está bem instalado como piloto da BMW, ajudando a marca alemã a entrar na Endurance a partir do próximo ano, na classe GT, para além dos seus compromissos na Formula E, mas ele ainda tem alguns espaços por preencher, e existem duas boas chances de participar nesta temporada: a LMP2 e uma viagem até ao Japão, numa Super Formula cada vez mais atraente para estrangeiros, algo que não se via há mais de um quarto de século.

Estou a desenvolver um carro para o WEC e esse é o campeonato onde quero estar – espero correr aí em 2018. Estou em contactos para fazer algumas corridas de LMP2 para ganhar alguma experiência num carro rápido. Ainda sou novo e a LMP2 seria fantástica, para depois, espero eu, poder fazer o WEC com a BMW no próximo ano. Ir a Le Mans com um carro de fábrica seria muito bom”, começou por referir o piloto de Cascais.

Contudo, Félix da Costa disse também que tem convites para fazer a Super Formula japonesa, depois de ir ter corrido em Macau no final do ano passado. Apesar de ter ficado honrado com o convite, acredita que isso seria mais como um último recurso, dada a distância entre a Europa e o Japão.

Antes da corrida principal em Macau (Formula 3) fui abordado por um dos chefes de equipa perguntando-me se estaria interessado, e obviamente que quero correr novamente num grande monolugar potente e contra muito bons pilotos. Estou sempre pronto para competir num carro competitivo. Outras duas equipas souberam disto e também me abordaram, mas trata-se apenas de uma pequena oportunidade. Vamos ver o que acontece”, comentou.

A Autosport portuguesa fala que uma das equipas que o abordou nesse sentido tinha sido a Team Mugen, que tentou ter Pierre Gasly, piloto de desenvolvimento da Red Bull, mas que não conseguiu. 

Quanto a corridas, a próxima oportunidade de vermos Félix da Costa em ação será em Buenos Aires, a 18 de fevereiro, para a próxima ronda da Formula E.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Formula 1: Pascal Wehrlein será piloto da Sauber

O terceiro dos anúncios desta segunda-feira na Formula 1 aconteceu na Sauber, quando o alemão Pascal Wehrlein foi confirmado como seu piloto ao lado do sueco Marcus Ericsson. O piloto de 22 anos sai da Manor e ficará na equipa de Hinwill para a temporada de 2017. Contudo, muitos vêm esta entrada na equipa suíça como um presente amargo, pois ele poderia ter sido perfeitamente o substituto de Nico Rosberg na Mercedes, e esse lugar acabou por cair para o finlandês Valtteri Bottas, vindo da Williams.

"Estamos muito contentes em confirmar Pascal Wehrlein como nosso segundo piloto para a temporada 2017 do Mundial de Formula 1", começou por anunciar a chefe da Sauber, Monisha Kaltenborn. "Pascal mostrou talento durante sua carreira - quer nos monolugares, quer como no DTM. No ano passado, no seu ano de estreia na Formula 1, provou o seu potencial ao marcar um ponto no GP da Áustria, em Zeltweg. Há certamente mais por vir de Pascal, e nós queremos dá-lo uma chance de crescer e aprender no topo do automobilismo. Estou confiante de que Marcus e Pascal formarão uma combinação sólida em 2017", concluiu.

Wehrlein, o novo contratado, também se expressou em relação à nova casa em 2017: "Estou muito feliz em me tornar parte da Sauber para a próxima temporada da Formula 1. É um novo desafio numa nova equipa, estou muito animado e ansioso para a nova aventura. O nosso objetivo é nos estabelecermos no meio do pelotão e marcar pontos de forma regular. Com isso dito, farei meu melhor na Sauber", começou por afirmar. 

"Agora, estou ansioso para encontrar todos na equipa e começar as preparações para a temporada de 2017. Quero dizer um grande 'obrigado' à Sauber por confiar em mim e me dar esta grande chance. E, com certeza, um grande agradecimento à Mercedes por todo o apoio", completou.

Wehrlein, de 22 anos (nascido a 18 de outubro de 1994), correu na Formula 3 europeia, onde conseguiu o quarto posto em 2012, antes de passar para o DTM, aos 18 anos de idade. Em 2015 torenou-se no mais jovem campeão de sempre, ainda com 20 anos de idade, depois de conseguir três vitórias na competição. Em 2016, começou relativamente bem a sua temporada, mas apesar de conseguir o único ponto da Manor, foi superado na segunda parte da temporada pelo francês Esteban Ocon, que vai guiar para a Force India em 2017.

Noticias: Massa confirma regresso à Williams

Felipe Massa vai adiar a reforma por um ano. O piloto brasileiro confirmou esta segunda-feira que estará na Williams em 2017, ao lado do canadiano Lance Stroll, em substituição de Valtteri Bottas, que será piloto da Mercedes nesta temporada. Aos 35 anos e depois de dezasseis temporadas na categoria máxima do automobilismo, vai acrescentar mais uma temporada ao seu currículo.

Primeiro estou muito contente por ter a oportunidade de regressar à Williams. Sempre pretendi correr em algo em 2017, mas a Williams está no meu coração e tenho muito respeito por tudo o que tenta conseguir. Valtteri tem uma grande oportunidade, dado os acontecimentos durante o inverno, e desejo-lhe a melhor sorte na Mercedes”, começou por dizer.

Quando me foi oferecida a hipótese de ajudar a Williams na sua campanha de 2017, senti que esta era a coisa certa a fazer. Certamente que não perdi nenhum do meu entusiasmo por correr e estou extremamente motivado por regressar para guiar o FW40”, continuou.

Quanto a Lance Stroll, o seu novo companheiro de equipa, Massa está ansioso por trabalhar com ele e ver aquilo que é capaz, no seu primeiro ano na Formula 1. “Conheço-o há alguns anos e tenho visto o evoluir do seu talento ao longo deles, por isso estou ansioso por ver o que conseguimos ambos”, concluiu.

Claire Williams, a diretora de equipa, agradeceu a Valtteri Bottas por todo o o trabalho desenvolvido e mostra-se encantada pelo regresso de Massa à equipa de Grove. “Valtteri fez parte da equipa Williams desde 2010 e nessa altura provou ser um grande talento, garantindo nove pódios. Gostaria de aproveitar a oportunidade para lhe agradecer em nome de toda a equipa e desejar-me uma época bem sucedida na Mercedes", comentou.

Massa tem 252 Grandes Prémios, e vai para a sua 15ª temporada na categoria máxima do automobilismo, percorrendo equipas como a Sauber, Ferrari e Williams. Alcançou a sua primeira vitória no GP da Turquia, em 2006, e foi vice-campeão do mundo em 2008, pela Ferrari, perdendo por muito pouco para Lewis Hamilton. Em 2009, nos treinos para o GP da Hungria, Massa levou com uma mola na cabeça por parte do Brawn de Rubens Barrichello, que o colocou fora de combate para o resto da temporada, regressando em 2010.

Ficou na Ferrari até ao final da temporada de 2013, sem nunca mais vencer corridas, passando depois para a Williams, conseguindo mais cinco pódios e uma pole-position, no GP da Áustria de 2014. Em 2016, não conseguiu pódios, classificou-se na 11ª posição, com 53 pontos.

Formula 1: Bottas apresentado na Mercedes

Um dos segredos mais mal guardados da Formula 1 foi por fim revelado: o finlandês Valtteri Bottas será o substituto de Nico Rosberg na Mercedes, a partir desta temporada. O seu substituto na Williams será o brasileiro Felipe Massa, que adiou assim por um ano a sua retirada da Formula 1. 

"Ainda vai demorar algum tempo a perceber o que realmente está a acontecer. É um sonho tornado realidade representar uma equipa com tanta história. Garanto que irei dar o máximo em prol desta equipa. Agradeço muito a oportunidade que estou a ter”, afirmou o piloto finlandês.

Toto Wolff explicou no comunicado oficial da equipa que Valtteri Bottas é um “piloto direto e focado, que tem os pés bem assentes no chão. Ele tem recordes impressionantes nas categorias inferiores e nove pódios na Fórmula 1. Mas agora chegou a hora de subir de nível. Veremos como é que o Valtteri vai lidar com o desafio de lutar por corridas e campeonatos. Estamos a meio da preparação para a próxima época, por isso temos um intenso programa para a integração de Bottas na equipa. Do que conheço deste piloto tenho a certeza que irá dar tudo o que tem”.

A ideia de que Bottas seria piloto dos Flechas de Prata foi imediatamente considerado assim que se soube da (inesperada) retirada de Nico Rosberg. Toto Wolff foi o seu empresário durante algum tempo e foi logo associado a tal mudança, caso a equipa pagasse a indemnização para tal mudança. Quanto ao seu substituto na equipa de Grove, desde cedo que Felipe Massa foi o favorito, pois o seu companheiro de equipa, o canadiano Lance Stroll, ainda é demasiado novo (fez 18 anos no passado mês de novembro) e inexperiente para assumir as responsabilidades de ser o primeiro piloto da equipa. Daí que Massa, com quase o dobro da idade, tenha sido a escolha natural.

Quanto ao seu relacionamento com Lewis Hamilton, muitos pensam se ele terá as mesmas condições que Nico Rosberg teve com o piloto britânico. Nesse campo, Bottas não se expandiu muito: “Penso que farei uma dupla forte com o Lewis. Tenho muito respeito por ele como piloto e pessoa. É muito rápido e irá ser uma grande referência para mim. Teremos uma relação próxima e vamos puxar um pelo outro. Tudo para ajudar a equipa o máximo que conseguirmos”, comentou.

Bottas, de 27 anos (nasceu a 28 de agosto de 1989), chegou à Formula 1 pela Williams, em 2013, tendo conseguido até agora nove pódios e uma volta mais rápida, no GP da Rússia de 2014. O seu melhor resultado são dois segundos lugares, nos GP's da Grã-Bretanha e da Alemanha de 2014, ano em que alcançou a sua melhor posição de sempre, um quarto lugar, com 186 pontos. Na temporada passada, Bottas conseguiu 86 pontos e classificou-se na oitava posição do campeonato.

Antes da Formula 1, o finlandês foi o primeiro campeão da GP3, em 2011, e foi terceiro classificado na Formula 3 europeia, em 2009 e 2010, para além de ter ganho em 2008 a Formula Renault 2.0 Eurocup.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Youtube Supercar Comparison: Bugatti Veyron vs Rimac Concept One


William Alexander Sidney Herbert é o 18º Earl of Pembroke e o 15º Earl of Montgomery. Tem 38 anos e para além de ser um nobre inglês, cuja casa remonta ao século XII - ou sejam mais de 800 anos - ele é um entusiasta do automobilismo. Participa ativamente em corridas, e tem uma coleção de supercarros, sendo a sua jóia da coroa um Bugatti Veyron.

O nobre tem uma conta no Youtube, e por estes dias foi à Croácia conhecer o Rimac Concept One, um veloz supercarro elétrico. Levou o seu Bugatti consigo e ele foi... derrubado forte e feio pelo carro construido por Mate Rimac, mas conduzido pelo piloto de testes, Miroslav Zrncevic.

Aqui, coloco videos do seu comportamento dinâmico numa pista de karts nos arredores de Zagreb, a capital croata, um "drag race" de manhãzinha e um passeio ao longo da costa adriática. 

Como é o Top Gear noutros lados?

Sei perfeitamente que o Top Gear já não é o mesmo depois da BBC ter despedido o "gorila" Jeremy Clarkson, arrastando consigo os outros dois apresentadores o Capitão Lento (James May) e o "Hamster" (Richard Hammond). E a primeira temporada do Top Gear após estes três foi, no mínimo, cacofónico. Chris Evans, Eddie Jordan, Sabine Schmitz, Rory Reid, Chris Harris e sobretudo Matt LeBlanc (o Joey de "Friends") estiveram ali presentes, acabando com Evans a ir embora no final da temporada, depois de se apresentar como... o triunfo da BBC.

Com a 24ª temporada a ser gravada, e reduzidos em um elemento, e enquanto nos deliciamos a ver os "Três Estarolas" no seu "The Grand Tour", calhou por acaso, durante esta semana, ver episódios dos Top Gear noutros lados. A BBC, nestes últimos anos, exportou o programa para outros países, com muita gente a dizer que isso é um erro, e o melhor - e único - é ver os originais, os ingleses, e tudo o resto é treta. Chamem-lhes criticos ou puristas, mas as criticas existem, e os "spinoffs" também.

Até agora, já houve programas com esse nome na Austrália, Estados Unidos, França, Itália, Rússia, China e Coreia do Sul. E provavelmente poderemos ter outros programas noutros lados. Tive a oportunidade de ver os programas feitos em França, Itália, e Estados Unidos, pois estão em atividade, embora no caso americano, o programa iria deixar de ser emitido no Canal História a partir do final do ano passado. Apesar disso, eles querem andar à procura de outro canal para emitir.

Comecemos pelos americanos. Um trio de doidos - o comediante Adam Ferrara, o especialista Rutlege Wood e o piloto Tanner Foust são os apresentadores da versão americana, onde eles essencialmente se metem em desafios com carros, de origens mais doidas que se podem julgar, e no final, experimentam um supercarro. E o mais interessante de tudo foi o último episódio, onde eles foram a Cuba, sendo mais um dos programas que aproveitou o levantamento do embargo americano à ilha para filmar toda aquela arqueologia automobilística, mas também a sede dos cubanos pelos seus carros... sejam eles os americanos dos anos 50, ou os Ladas soviéticos.


No caso francês, eles já vão na sua terceira temporada. Os apresentadores também são três: o ator Philippe Lelouche, o piloto Bruce Jouanny e o jornalista Yann Maret-Menezo, que tem umas vestimentas... excêntricas. Como disse, está agora a começar a terceira temporada, e para terem uma ideia, na semana passada andavam em aulas de condução com... Jacques Laffite.

O italiano é recente, só tem uma temporada. Os apresentadores são ecléticos: o apresentador Guido Meda, o "chef" italo-americano (sim, um chef!) Joe Bastianich e o piloto Davide Valsecchi, campeão da GP2 em 2012. 


Destes três, há diferenças entre eles. Se as versões francesa e italiana seguem um pouco o original - os testes são feitos em aeródromos, há um The Stig, fazem desafios, convidam celebridades para andar num carro "normal" (um Dacia Sandero na versão francesa, um Seat Ibiza na versão italiana) e testam supercarros - no caso americano, houve alterações, privilegiando o entretenimento. Não há pista, o The Stig aparece cada vez mais raramente e as celebridades a testar o Suzuki Swift desapareceram. Esse foi o único que conseguiu ir para além da versão original.

Há outra coisa do qual faz com que as coisas dêm certo: a química entre apresentadores. Vi essa química nos três americanos e de forma surpreendente, nos três franceses. Na versão italiana, ainda é cedo para se ver, mas na nova versão britânica, a cacofonia estragou bastante essa parte. Mas vi química entre o Rory Reid e o Chris Harris, quando apresentavam o "Extra Gear", o "spinoff" que arranjaram para o Top Gear. Por causa disso, na próxima temporada, vão juntar esses dois ao "Joey", que se adaptou muito bem aos ares ingleses. E já agora, o Chris "Monkey" Harris também têm a sua dose de polémica, pois como Clarkson, também é um desbocado.

Em suma, o Top Gear pode ter conserto, assim que se estabilizarem, mas não serão mais o antigo. Quanto aos outros, vai depender dos gostos dos espectadores. A versão francesa até que é bem recebida, no canal RMC Decouvérte, enquanto que o italiano, ainda tem de se ver. ainda está um pouco a seguir o guião inglês (o episódio onde atravessam Roma em vários tipos de veículos é uma cópia do que os Três Estarolas fizeram em Londres e St. Petersburgo) e libertar-se disso não é fácil. Não sei se por questões legais, se por falta de imaginação dos argumentistas, mas os americanos, de uma certa forma, conseguiram. 

Vamos a ver se os outros conseguem fazer coisas originais, porque até pode ser uma maneira deles prolongarem o programa.