sábado, 20 de março de 2010
Bólides Memoráveis - Lotus 99T (1987)
Desenhado por Gerard Ducarouge e Martin Ogyilvie, o Lotus 99T foi uma evolução natural do modelo anterior o 98T, mas desta vez a sua traseira foi modificada para poder caber o motor Honda Turbo de 1.5 litros, que apareceu para substituir o Renault Turbo, que abandonava temporariamente a Formula 1 para se concentrar em construir um novo motor para 1989, ano em que os Turbo seriam abolidos. Construido em fibra de carbono, a sua parte traseira tinha a forma de garrafa de Coca-Cola, uma aplicação que tinha sido experimentada com êxito nos McLaren MP4/1 e MP4/2, desenhados por John Barnard.
Contudo, a grande novidade deste modelo era a suspensão activa. Um principio pensado por Colin Chapman como forma alternativa ao efeito-solo, abolido em 1982, e que começou a ser ensaiado no momento em que este morreu, o principio foi aperfeiçoado até então. A ideia era manter uma altura constante no carro, evitando por exemplo as ondulações do asfalto, fazendo com que o carro, que então tinha um fundo plano, fosse mais eficaz. Contudo, este principio vinha com um senão: era demasiado pesado para ser usado, e prejudicava a performance e a velocidade de ponta. Ducarouge tentou compensar isso, tentando desenhar um sistema mais leve, daí que este só tenha sido usado no final da época.
Em termos de equipa, com a chegada dos motores Honda, veio o japonês Satoru Nakajima, uma exigência da marca. Aos 34 anos, Nakajima já não era muito novo para se estrear na categoria máxima do automobilismo, mas atraiu muita atenção no país do Sol Nascente, onde se tornou num ídolo, a par de Senna. E Nakajima também ficava famoso por outra coisa: ele iria ter uma câmera de TV acopolada no seu carro, e este o iria acompanhar ao longo dessa época.
O inicio da temporada não foi bom para Senna, que desistiu no Brasil, mas em San Marino fez a pole-position, a unica do ano, e subiu ao pódio no segundo lugar, enquanto que Nakajima conseguia o seu primeiro ponto da carreira, ao acabar a corrida na sexta posição. Depois de ser colocado para fora por Nigel Mansell em Spa-Francochamps, fez uma prova sem mácula no Mónaco, onde conseguiu a sua primeira das cinco vitórias no Principado, seguido por outra em Detroit. O triunfo nas ruas da cidade americana acabou por ser a 79ª e última vitória da marca fundada por Colin Chapman na Formula 1.
Apesar de no resto da época ter sido superado pelos dois Williams, que também tinham motores Honda, Senna conseguiu ser regular e terminar constantemente no pódio, destacando-se três segundos lugares em Hungaroring, Monza e Suzuka, bem como dois terceiros lugares em Silverstone e Hockenheim. no final da época, Senna terminou na terceira posição do campeonato, com duas vitórias e mais seis pódios. Quanto a Nakajima, foi quarto classificado em Silverstone e conseguiu sete pontos nesta sua época de estreia. No final do ano, a Lotus foi terceira no campeonato, mas Senna foi para a McLaren, que tinha conseguido assinar um acordo de motores com... a Honda. Uma era terminava, outra era iria começar.
Ficha Técnica:
Chassis: Lotus 99T
Projectistas: Gerard Ducarouge e Martin Ogyilvie
Motor: Honda Turbo de 1.5 Litros
Pneus: Goodyear
Pilotos: Ayrton Senna e Satoru Nakajima
Corridas: 16
Vitórias: 2 (Senna 2)
Pole-positions: 1 (Senna 1)
Voltas Mais Rápidas: 3 (Senna 3)
Pontos: 64 (Senna 57, Nakajima 7)
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Lotus_99T
http://www.ultimatecarpage.com/car/1460/Lotus-99T-Honda.html
Feliz Aniversário, Pedro!
Depois teve a sua chance de correr na Formula 1, pela já decadente Lotus, hipótese essa proporcionada pelo acidente de Alex Zanardi em Spa-Francochamps. Fez o seu melhor, aprendendo a lidar com uma máquina daquelas, numa equipa onde o seu prestigio já pertencia ao passado.
Contudo, depois de se safar de ser uma das vítimas do terrivel fim de semana de Imola, a meio desse mês, Lamy perde a sua asa traseira no pior lugar possivel de Silverstone, batendo forte e feio e por pouco não fez parte da lista de fatalidades ao serviço da equipa de Colin Chapman, como Alan Stacey, Jim Clark, Mike Spence, Jochen Rindt e Ronnie Peterson.
A recuperação foi lenta e dolorosa, mas voltou à Formula 1. E tornou-se no primeiro português a pontuar nesta elite do automobilismo mundial. E ao serviço da Minardi, que lhe deu essa chance. Depois da Formula 1, foi para outras categorias, até chegar a uma onde se pode ser considerado como um piloto de elite, algo que nunca deixou de ser. Está na Le Mans Series, ao serviço da equipa oficial da Peugeot.
E hoje comemora o seu aniversário longe de casa: está em Sebring, palco das 12 Horas locais, uma das clássicas provas de Endurance quer na América, quer no Mundo. Vencer aqui significa entrar num rol de lendas do automobilismo que vão desde Juan Manuel Fangio, Dan Gurney, Bruce McLaren, Jacky Ickx, Mario Andretti, Stefan Johansson e Tom Kristensen. E significaria mais um excelente feito para ele e para o automobilismo português.
Feliz Aniversário, Pedro!
sexta-feira, 19 de março de 2010
Formula 1 em Cartoons - Bruno Mantovani (Bahrein)
Apesar do carácter cómico do evento, quero acreditar e ser otimista. Que por alguma fora meio rebuscada, o carro irá evoluir, melhorar as prestações e demonstrar o seu potêncial, quer mecânico, quer humano. E que o Bruno Senna seja muito mais do que "primeiro sobrinho" como muitos dizem por aí, e que faça a sua própria carreira. Desejo-lhe sorte, pois vai precisar dela!
Ayrton Senna, por Antti Kalhola (parte 5)
"Quando fui ter com o director-desportivo da Simtek para dar a noticia de que Ratzenberger tinha acabado de morrer, Senna estava a meu lado. Ele ouviu a noticia e chorou um bocado. Depois disse a ele o seguinte: 'Ayrton, tu gostas de pescar e eu também. Porque é que tu não te retiras agora. Tu retiras-te, eu também, e vamos dedicar-nos á pesca'. Ele respondeu-me 'Não posso abandonar agora, Sid'. Então disse-lhe a seguir: 'Porque é que então não corres no resto do fim de semana?' ao que me respondeu 'Não posso, Sid. Tenho que correr na mesma'".
No dia seguinte, 1 de Maio de 1994, Senna entra no carro, pensativo sobre tudo o que aconteceu. E na partida, após novo acidente, quando o Lotus de Pedro Lamy bateu no Benetton de J.J. Letho, parado após a partida, vê-se os carros alinhados atrás do Safety Car, que entrava em acção apenas pela terceira vez na história da Formula 1.
Após isto, passa-se para o cockpit de Ayrton Senna, onde se fica na volta e meia após o recomeço da corrida. E a imagem corta no momento anterior ao choque.
Para finalizar, há os momentos altos da carreira dele desde o karting. Ao som de "Nessun Dorma", cantado por Luciano Pavarroti. Lágrimas garantidas.
E pronto, é o final da história. Um dia, no futuro mais ou menos distante, poderemos ver essas imagens. Quero acreditar que sim.
Noticias: FIA abre 13ª vaga para 2011
A entidade governativa do automobilismo anunciou que o concurso, que estará aberto até ao próximo dia 13 de Abril, receberá toda e qualquer proposta de equipas interessadas no seu ingresso, mediante a entrega de uma caução no valor de mil euros.
A FIA afirmou no seu comunicado oficial que a escolha final da equipa para competir em 2011 deverá ter "uma capacidade técnica e de recursos, uma capacidade para angariar e manter os apoios financeiros suficientes a poder participar de modo sustentado, uma experiência em formação de recursos humanos e da decisão da FIA sobre o valor que o candidato possa adicionar ao campeonato".
Possiveis candidatos para este lugar serão a Stefan GP, que tentou entrar nesta temporada, a Prodrive, que há muito tenta uma vaga na Formula 1, ou a Epsilon Euskadi, que também tentou a sua sorte em 2009, mas que não conseguiu ser seleccionada.
A decisão final sobre a 13ª equipa será anunciada em meados de Julho. A FIA também escolherá candidaturas de reserva, que possam participar caso alguma das equipas presentes decida abandonar a competição durante ou no final desta temporada.
Noticias: Monza fica no calendário até 2016
Situado nos arredores da cidade com o mesmo nome e a norte de Milão, a pista existe desde 1922 e não recebeu grandes alterações no seu traçado, à excepção de 1972, quando devido às altas velocidades dos Formula 1, construiu três chicanes, situadas respectivamente após a meta, entre a Curva Vialone e a primeira Lesmo e na Variante Ascari.
Assim, com esta confirmação, pode-se dizer que alguma da essência da formula 1 mantêm-se. Ao menos isso.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Formula 1 em Cartoons - GP Series (Bahrein)
Ayrton Senna, por Antti Kalhola (parte 4)
Feita a declaração politica, passemos á acção: nesta quarta parte, o vídeo mostra a temporada de 1993, quando Alain Prost regressa à Williams para tentar (e conseguir) o quarto título mundial, enquanto que Ayrton Senna luta contra um McLaren-Cosworth, com motor cliente, já que o principal fornecedor era a Benetton, que tinha uma estrela em ascensão chamada Michael Schumacher.
Senna começa a temporada à razão de um milhão de dólares por corrida. Algo relutante em fazer mais uma temporada sem grandes hipóteses de título, tem de fazer o melhor e aproveitar os momentos de fraqueza da Williams para brilhar. E isso acontece no início da época, quando vence em Interlagos, quando uma carga de água tira Prost do caminho.
A mesma coisa acontece em Donington Park, sede do GP da Europa no Domingo de Páscoa de 1993. Largando do quinto posto, perde dois lugares nos metros iniciais, mas depois fez uma primeira volta memorável, ao passar os carros de Michael Andretti, Karl Wendlinger, Michael Schumacher e os Williams de Damon Hill e Alain Prost. No final da primeira volta era o primeiro, e brilha na chuva. Hoje em dia, é considerada como uma das mais brilhantes voltas da história da Formula 1.
No Mónaco, vence pela quinta vez, quarta consecutiva, arrebatando o título de “Rei do Mónaco” a Graham Hill, mas o resto da época é dominado por Alain Prost, que consegue o que quer, mas não sem que Senna dê luta. As primeiras voltas do GP da Grã-Bretanha de 1993 são exemplo disso.
Depois, Senna vence no Japão e na Austrália. Acaba como vice-campeão do mundo e em Adelaide consegue a sua 41ª vitória da carreira. Seria a última pela McLaren. No pódio, em gesto de fair-play, saúda Prost e despede-se dos mecânicos da McLaren e de Ron Dennis. Uma era tinha terminado, e outra começava.
Com 1994 à espreita, Senna é apresentado como piloto da Williams, ao lado de Damon Hill, no Estoril perante a imprensa mundial. Estava confiante que ia lutar pelo tetracampeonato, como Prost fez no ano anterior. Mas neste ano onde as ajudas electrónicas estavam banidas, e o Williams FW16, desenhado por Adrian Newey sofria com essa adaptação, outro piloto estava no seu horizonte: Michael Schumacher, no seu Benneton-Cosworth.
As coisas começam mal: em Interlagos e em Aida, palco do GP do Japão, Senna não termina as corridas, enquanto vê Michael Schumacher a ganhar um inesperado avanço de vinte pontos. Sabe que tem de reagir, e tem de ser quando a Formula 1 chega à Europa, no circuito de Imola.
5ª coluna: Não entrem em Pânico!
Nestes dias que se seguem à corrida, os vários membros da comunidade automobilística, desde directores de equipa a pilotos e ex-pilotos, queixaram-se das novas regras e pediram alterações imediatas, como a obrigatoriedade de duas paragens nas boxes, por exemplo. Acham que as coisas foram demasiado más para ser verdade, após a abolição de factores que marcavam as corridas, como os reabastecimentos.
Essa discussão, como seria de esperar, alargou-se aos jornalistas e à blogosfera especializada. Li e ouvi muitos comentários sobre esse assunto, e como é óbvio, cada cabeça, sua sentença. Eu não quero acrescentar mais lenha à fogueira, mas existem algumas coisas que devem ser ditas, e que demonstram, de uma certa forma, a prematuridade desta discussão, embora seja necessária.
Em 2010, começamos a época num circuito fora do normal: o Bahrein. Normalmente, esta começa em Albert Park, um circuito semi-citadino no maior parque de uma das maiores cidades da Austrália. E num circuito largo, mas sem grandes escapatórias, há mais emoção e imprevisibilidade. A mesma coisa em Sepang, o segundo circuito de 2009, onde por capricho da FOM (leia-se, Bernie Ecclestone), o horário tardio foi um verdadeiro "tiro no pé", pois a meio da corrida, uma enorme tempestade caiu sobre o circuito, levando a corrida ao seu prematuro fim.
Este ano, a corrida começou no deserto. E num "tilkódromo" como este, ainda por cima mais estendido em termos de dimensão, o aborrecimento tornou-se maior. Bahrein sempre foi um enorme bocejo desde a sua inclusão, em 2004, como o primeiro circuito no Golfo Pérsico. Sabia-se, mas esquecia-se. Este ano, com as novas regras e o novo desenho, o bocejo é ainda maior. Dá para adormecer manadas inteiras de gado...
Mas culpar os regulamentos por isto é prematuro. Uma corrida não serve para avaliar toda uma temporada. Existem mais dezoito corridas pela frente, uma delas totalmente nova, a da Coreia do Sul. Não sabemos o boletim meteorológico nessas dezoito provas. Nada garante que, por exemplo, o fim-de-semana monegasco não seja extremamente chuvoso. E que em Sepang, a chuva não apareça mais cedo. Com esse factor de imprevisibilidade, as trocas de pneus estão mais do que garantidas.
Contudo, não estou a dizer que este regulamento seja perfeito. Ela impede, por exemplo, que as equipas possam fazer uma corrida só com um jogo de pneus, como era hábito nos anos 80 e início dos anos 90. E que, numa era em que tudo é electrónico, e em nome do corte de custos, os motores estejam limitados às 18 mil rotações e que as caixas de velocidades sejam semi-automáticas, que corrigem os erros dos pilotos. Muito do que acontecia nos anos 80 era devido à fragilidade dos componentes: motores que explodiam, turbos que falhavam, pilotos que enganavam na marcha da caixa de velocidades... como agora tudo isso é muito mais sofisticado, os erros dos pilotos são cada vez menos. E agora, com estes regulamentos, eles não arriscam muito.
Acho que as equipas, mais do que impedir os difusores duplos em 2011, deveriam pensar em abolir, por exemplo, o limite de motores ou as caixas de velocidades semi-automáticas, para além de "limpar" os carros de quaisquer "gadgets" aerodinâmicos. Sei que a FIA pensa em reintroduzir os motores Turbo, e até acharia bem, desde que fossem só os V6, de 1.5 Litros. E também deveriam liberalizar os fornecedores de pneus. Quantos mais, melhor. Ter um só fornecedor, que ainda por cima está de saída, como a Bridgestone, e o facto da FIA passar dificuldades em encontrar um substituto, pois tem havido relutâncias e recusas por parte de outras marcas, poderá ser um grande problema num futuro próximo.
Todas as sugestões que li e ouvi esta semana são bem-vindas. Mas não devem ser implantadas agora, sob pânico, pois são pior emenda do que o soneto. Deverão sim, ser pensadas e julgadas por peritos, convidados pela FIA. E esta, agora sob gerência de Jean Todt, deveria ter abertura suficiente para aceitar sugestões que sejam boas para o espectáculo. Sacrificar a tecnologia e alguma segurança, pois esta afugenta espectadores? Se calhar pode ser o preço a pagar.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Porquê a FOM tem medo de Antti Kalhola?
Este jogo do "gato e do rato" esteve calmo durante uns meses, até que no final da senana passada, o finlandês colocou um video sobre Ayrton Senna, que no Youtube esteve dividida em cinco partes. Houve reacção, e a principio, cortaram a última parte desse video, que tinha só a ver com o GP de San Marino de 1994. E hoje a conta foi compulsivamente encerrada.
Confesso que não entendo o "crime" do qual está a ser acusado. Até prova em contrário, eles fizeram isso porque ele é muito bom naquilo que faz. E para eles, deve ser perigoso ou algo assim. A atitude da FOM, entidade liderada por Bernie Ecclestone, que faz 80 anos em 2010, é ainda mais incompreensível, dado que o Youtube, e outras plataformas de videos, são um excelente meio para captar adeptos para o automobilismo. E a atitude da FOM é exactamente o contrário.
Porquê? Porquê este receio e até hostilidade neste tipo de plataformas? É porque não dá dinheiro? As equipas de Formula 1 já descobriram as vantagens do YT na divulgação dos seus carros, entre outras coisas. E isto não passa só com este caso em particular. Todas as gravações de corridas que são colocadas no YT são logo retiradas do ar, quer seja alguém em casa, quer sejam imagens captadas no circuito.
Contudo, ao fazer uma simples pesquisa, mesmo no meu blogroll, existem centenas, senão milhares de videos sobre Formula 1 e continuam lá sem serem incomodados. Então, qual é problema? Aparentemente, dar nas vistas é perigoso. E dar nas vistas, para a FOM, deve ser considerado como concorrência.
Francamente, é ridículo! Para todos os efeitos, é apenas um adolescente finlandês que ama o automobilismo. Não sei a razão pelo qual eles impliquem com o rapaz. É porque sabe fazer videos muito melhor do que eles? Se for assim, então é simplesmente uma birra. É armarem-se em idiotas. Proíbir alguém de publicar os seus videos numa plataforma pública é ilegal, a coberto de "violação de copywright" é ridiculo. Existem milhares de videos sobre o mesmo tema, expostos no Youtube há anos e nada foi feito para retirá-los. Nada!
Mas também, pensando bem, isto é uma tendência. A cada ano que passa, em vários países do mundo, as transmissões televisivas dos Grandes Prémios ficam cada vez mais em mãos de canais pagos, restingindo-a a pessoas capazes de pagar uma mensalidade. E não falo de simples TV por cabo: falo de canais pagos dentro da TV por cabo. A Sport TV portuguesa é exemplo disso. E nem sempre isso implica qualidade de transmissão. Bem pelo contrário... Temo que qualquer dia isto chegue a um extremo, onde sempre que escrevemos ou então mencionemos a palavra "F1" e aí teremos de pagar, ou estejamos proíbidos de a mencionar, porque entramos numa qualquer "lista negra". Por menos do que isso instalaram-se ditaduras... mas como é comércio, há outro nome para isso. Creio que é "monopólio".
Claro, há solução simples: vai para outras plataformas. O que não falta por aí são coisas como o Vimeo ou o Sapo Videos, para dar o exemplo local. São plataformas mais pequenas, mas ainda não são tão vistas como o maior agregador de todos. E aí, provavelmente não será tão incomodado.
Em jeito de conclusão, julgo que, a pretexto dos direitos de autor, a FOM quer fazer de Antti Kalhola um exemplo. Mesmo que tenham cem por cento de razão, só lhes fica mal aos olhos dos fãs. Mas isto é uma atitude tipica de uma corporação, que nos vê como simples consumidores passivos. Mas chegamos agora ao século XXI e a um mundo totalmente novo, no qual foram largadas "Caixas de Pandora" como a Web 2.0, onde qualquer pessoa tem a hipótese de criar, a partir de qualquer imagem ou som. Esta nova geração de espectadores quer deixar de ser um sujeito passivo, que adormece à frente da TV a ver procissões barenitas, e quer fazer as coisas à sua maneira. E algumas equipas de formula 1 já compreenderam o poder desta Web 2.0.
Quem diria: Bernie Ecclestone e a FOM estão com medo do talento de um rapaz com 18 anos!
Bendita segurança!
O acidente aconteceu devido a uma falha na suspensão traseira diteita, que causou um furo no pneu e subsequente despiste, que o fez capotar por diversas vezes no ar até ficar parado com as rodas no chão. Levado para o hospital como medida de precaução, Field teve alta pouco depois.
"Primeiro que tudo, estamos aliviados por ver que Jon pôde sair pelo seu próprio pé deste acidente," começou por dizer o "team manager", Brian Alder.
"Isto é um tributo aos regulamentos da IMSA e à construção deste modelo da Lola, que nos permitiu ver o nosso piloto escapar sem ferimentos. Infelizmente, perdemos o nosso carro para esta prova, o que é desapontante para Jon, pois irá acabar a sua série de treze participações consecutivas nesta prova" afirmou.
"Contudo, Jon e Clint Field regressarão a Long Beach no nosso LMP1, e continuaremos em Sebring a preparar-nos no nosso carro da categoria LMPC. Continuamos confiantes e entusiásticos nas nossas performances nesses programas", concluiu.
Para ver mais fotografias do acidente, entrem neste link.
Formula 1 em Cartoons - Marcel Marchesi (Bahrein)
Ayrton Senna, por Antti Kalhola (parte 3)
A terceira parte do video sobre a carreira de Ayrton Senna, que comemoraria o seu 50º aniversário natalicio no Domingo, incide sobre os seus títulos de 1990 e 1991, e das batalhas que teve, primeiro contra o Ferrari de Alain Prost, e depois com a nova força que apareceu adiante: a combinação Williams-Renault, guiada pelo britânico Nigel Mansell.
O video começa em 1990, em Suzuka, palco de mais uma batalha entre Senna e Prost, que terminou na primeira curva. Recordo bem desse dia, pois foi a minha primeira corrida onde acordei de madrugada para o ver em directo. Eu, o meu pai e o meu avô. Todos tinhamos a expectativa de ver como é que isto acabava, mas no final, foi muito mais curto do que pensavamos. O meu pai e o meu avô foram para a cama algum tempo depois, mas fiquei até ao fim para ver um inédito pódio, com um piloto que não ganhava há três anos (Nelson Piquet) um estreante inesperado, que herdara o lugar ao acidentado Alessandro Nannini (Roberto Moreno) e uma estreia mundial: o primeiro nipónico num lugar de honra (Aguri Suzuki)
No Japão sempre houve imensos admiradores de Senna. Suzuka, que na altura tinha bancadas para 200 mil espectadores, chegava a ter 1 milhão de 200 mil pedidos de ingressos para que pudessem assistir ao Grande Prémio. Lotação esgotada sempre garantida!
Nesta parte se mostram as lutas para se manter competitivo, quer em 1991, onde as suas cinco primeiras vitórias da época o deixaram na mó de cima para aguentar o ataque do britânico, assim que o Williams FW14, uma das mais geniais criações de Adrian Newey, resolveu os seus priblemas de juventude e começou a ser superior ao McLaren-Honda de Ayrton Senna.
E depois as dificuldades que teve em 1992 para acompanhar a temporada vitoriosa do Leão pela marca de Frank Williams, com Alain Prost, seu "nemesis", que após ter sido despedido da Ferrari, decidiu tirar um ano sabático para poder correr em 1993 pela máquina do momento. Algo que Senna abominou (chegou até a dizer que pela Williams até guiaria de graça) e o fez considerar seguir o mesmo caminho de Prost. Até fez um teste pela Penske da CART, cortesia do seu amigo Emerson Fittipaldi.
No final, decidiu ficar mais um ano na equipa de Ron Dennis. Mas isso conto amanhã.
terça-feira, 16 de março de 2010
Troféu Blogueiros - Ronda 1, Bahrein
A capa do Autosport desta semana
Noutrs destaques, fala-se da avaliação que Sebastien Löeb, heptacampeão do mundo de ralis, dá a Kimi Raikonnen no seu ano de estreia, e também refere ao bom fim de semana que Alvaro Parente teve na GP2 Asia, onde subiu ao pódio na corrida final do campeonato.
Formula 1 em Cartoons - Bruno Mantovani (Bahrein)
Para o Bahrein, ele coloca ambos os pilotos da Ferrari, que começaram a temporada de 2010 na mais forte posição possivel: em dobradinha. E Fernando Alonso entrou na elite de pilotos a vencer na sua corrida de estreia pela Scuderia, a par de, por exemplo, Mario Andretti, Nigel Mansell e Kimi Raikonnen, ente outros.
Ayrton Senna, por Antti Kalhola (parte 2)
Hoje mostro a segunda parte do video sobre a carreira de Ayrton Senna, feito pelo genial Antti Kalhola. Começando com a corrida de Suzuka, onde Senna conquista o seu primeiro título mundial, em 1988, mostra-se também o auge da batalha de egos, entre o brasileiro e o francês Alain Prost, na McLaren, que resultaram no polémico acidente de Suzuka, no final da temporada de 1989, onde o brasileiro foi desclassificado por "condução perigosa", dando o título mundial ao piloto francês.
E também aborda o Mundial de 1990, onde desta vez, ambos os pilotos estão cada um na sua barricada: Senna na McLaren e Prost na Ferrari. Uma batalha épica, na temporada de 1990, que teve o mesmo final do que no ano anterior, no mesmo local. Sem dúvida, os anos mais controversos da carreira do piloto brasileiro.
E a banda sonora é optima, pois tem todos os hits daquele periodo, como por exemplo o "Burning Heart" e o "Eye of The Tiger", ambos dos Survivor, que fazem parte da banda sonora do Rocky 4. Amazing!
Por falar em polémica: a FOM já topou de novo os videos do Antti e decidiu mandar apagar a quinta parte do video, que mostra somente os acontecimentos do fim de semana do Grande Prémio de San Marino, em 1994. Quem vê o video, não mostra nada de mais. Logo, ainda mais incompreensivel esta tentativa de apagá-lo do Youtube.
Começo a ficar sem paciência para estes cretinos da FOM. Não sei o que vêm ali, honestamente. Para mim é apenas um rapaz que faz videos geniais de um desporto que tanto amamos. Ao fazerem cara de mau, só enxotam os fãs e fazem com que se virem contra eles, prejudicando a Formula 1. Isso também é censura.
Formula 1 - O documentário
Provavelmente, deve ser uma das "eras de ouro" da Formula 1. Aquela parte onde os carros deixam de ser charutos de aluminio carregados de gasolina para serem verdadeiros Formulas, com asas, motores com mais de mil cavalos, com um "boost" e fabricados em fibra de carbono.
Mas também é uma era onde vimos grandes pilotos em cena: Graham Hill, Jochen Rindt, Jackie Stewart, Jack Brabham, Emerson Fittipaldi, Ronnie Peterson, Jackie Ickx, Gilles Villeneuve, Niki Lauda, James Hunt, Jody Scheckter, Patrick Depailler, Francois Cevért, Clay Regazzoni, Nelson Piquet, Mario Andretti... e equipas como Tyrrell, BRM, Lotus, Brabham, Ferrari, Ligier, Renault, March.
Onde montar uma equipa era fácil: basta comprar um chassis, um motor e uma caixa de velocidades por tuta e meia. Foram assim que muitos pilotos tentaram a sua sorte como construtores, como Amon, Fittipaldi, Ligier, Merzário, quase sempre resultando em fracasso.
E onde vimos algumas das melhores soluções aerodinâmicas, e uma liberdade total, em busca de contornar a potência dos motores V12 da Ferrari, por exemplo. O efeito-solo é desse tempo, e a resposta também provêm desse tempo: Turbo. E também é desse tempo chassis que ficaram na memória de todos, desde o Tyrrell 006 e o P34, de seis rodas, passando pelos Lotus 72, 78 e 79, até aos Brabham BT46B "Ventoinha" e o BT49. E os Ferrari 312T, também.
A noticia que fala sobre esse tal documentário coloca uma declaração de Mark Monroe, o eventual argumentista do filme, que diz: "Queremos fazer um grande filme de ação, algo que coloque as pessoas no carro e as faça sentir a velocidade. Podemos mesclar as histórias humanas com grandes momentos de ação. Queremos fazer isso com música e energia e deixar as pessoas entusiasmadas com nosso filme. Esta é a meta, o que é bem difícil, mas pode ser feita", afirmou.
Temi o pior, confesso, quando li esta declaração. Mas depois descobri que duas das pessoas que foram referidas como estando envolvidas neste projecto são Michael Shevloff, produtor, e Paul Crowder, realizador. Este último fez um documentário sobre a equipa de futebol norte-americana dos anos 70, o Cosmos de Nova Iorque, de seu nome "Once in a Lifetime: The Extraordinary Story of the New York Cosmos". E agora, em conjunto com Crowder, fizeram o filme "The Cove", sobre a matança de golfinhos numa baía japonesa, e que recebeu agora o Oscar para Melhor Documentário.
Eu sei que os filmes que referi acima são muito bons, logo, parto do principio que este vai ser um projecto bem feito. Mas já ouvi tanta coisa sobre projectos de filmes que não vão por diante, será este mais um? E se inverter a tendência, como será? Vai ser fiel à história ou temeremos o pior?
segunda-feira, 15 de março de 2010
Agora, também em castelhano
Hoje, para começar, coloquei um artigo escrito na terça-feira passada, quando falei dos pilotos de um passado mais distante, cujos testemunhos são cada vez mais raros. O susto de Stirling Moss, há cerca de dez dias, impulsionou-me a escrever tal artigo.
Espero, e desejo, que seja o inicio de uma colaboração muito longa. E escrever em mais de uma lingua, apesar dos habituais problemas de tradução (tradutore, traditore...) enriquece-nos intelectualmente.
Ayrton Senna, por Antti Kalhola (parte 1)
Se estivesse vivo, Ayrton Senna comemoraria no próximo Domingo o seu 50º aniversário natalício. Sem dúvida um dos melhores de todos os tempos, a vida do piloto brasileiro é sobejamente conhecida de muitos de nós, os que falam em português. Mas um pouco por todo o mundo, a sua tenacidade, o seu espirito guerreiro e a vontade de vencer, sempre, motivou a inimizade de muitos e a admiração de muitos mais.
Videos de homenagem a Ayrton Senna no Youtube não faltam por aí. Mas este fim de semana lidei com um que não sonhava ver. E de alguém que tenho a certeza que nunca deve ter visto uma corrida dele ao vivo: o finlandês Antti Kalhola. Isto, se a idade que ele afirma ter, 18 anos, for verdadeira.
Para Antti, uma homenagem a Senna tinha que ser à sua maneira: grandioso. E acreditem, é mesmo. Tão grande que teve de ser cortado em cinco partes. Ao longo da semana os colocarei por aqui, mas há um link lá no video para ver tudo de uma só vez.
No fim de semana que se soube da rodagem de um documentário sobre a Formula 1, mais concretamente entre 1968 e 82, a era das asas, liberdade total e efeito-solo, posso dizer, de alguém que cresceu a ver todas os altos e baixos da sua carreira, Domingo sim, Domingo não, entre 1985 e 94, e as suas lutas com Alain Prost, Michael Schumacher, isto... Por Toutatis, vale a pena!
domingo, 14 de março de 2010
O últimos retratos do fim de semana
E quando que se comemoram os 60 anos da Formula 1, a ideia de juntar os campeões do passado e fazê-los conduzir as suas máquinas até foi otima, para além de os fazer posar juntamente com a turma de 2010. São daquelas imagens que mais tarde recordaremos.
E também, numa altura em que teremos, provavelmente, oito excelentes candidatos ao título, este é o começo de uma temporada que promete ser memorável a todos os aspectos. Espero que assim seja, na pista.
IRL: Power vence em corrida atribulada
Começando sob céu claro, a partida foi atribulada: com Franchitti na frente, mais atrás havia confusão. O japonês Takuma Sato rodou a causou uma carambola levando consigo Hélio Castroneves, Scott Dixon e Justin Wilson. Mais atrás, Mário Moraes e Marco Andretti abalroaram, com o neto de Mário Andretti a acabar com uma roda na sua cabeça, sem consequências de maior.
A prova esteve sob "pace car" durante 22 minutos, para limpar a pista de destroços. E quando voltou, Franchitti continuou na liderança até às paragens nas boxes. Aí, o americano Hunter-Reay passou o escocês, e quando aconteceu... começou a chover, forte e feio. A prova teve de ser interrompida durante quase uma hora, para que a pista secasse, e quando voltaram, os pilotos tinham de correr mais 45 minutos até a bandeira de xadrez.
Quando a corrida recomeçou, Hunter-Reay manteve a liderança, mas atrás, o australiano Ryan Briscoe imprimia um forte ritmo para chegar ao primeiro posto. Conseguiu, mas pouco depois, na volta 53, perde o controlo e bate no muro de protecção. Mais seis voltas sob bandeira amarela, onde Hunter-Reay continuava na liderança, desta vez com Will Power atrás dele.
Quando voltou a bandeira verde, foi a vez do piloto da Penske pressionar o americano para conseguir o primeiro lugar, e a três minutos do final da corrida, conseguiu o que queria, sendo o primeiro vencedor da São Paulo Indy 300, e da temporada da IRL de 2010.
Vítor Meira ficou no lugar mais baixo do pódio, á frente de outro brasileiro, Raphael Matos. Outra brasileira, Bia Figueiredo, foi a melhor representante feminina, na 13ª posição. A IRL volta dento de duas semanas, nos Estados Unidos e num outro circuito de rua: o de St. Petersburg, no estado da Florida.
GP2 Asia: Ricci vence, Parente acaba a época no pódio
"Penso que este foi um belo fim-de-semana, alcançar o quarto posto na primeira corrida e o terceiro na segunda é uma enorme satisfação. Foi pena o tempo que perdíamos no segundo sector, mas agora temos muita informação para resolver esse problema. Quero agradecer à equipa e a todos os seus membros pelo fantástico trabalho que desenvolveram" afirmou o piloto da Coloni.
A corrida em si foi algo monótona, com Ricci a gerir uma confortável vantagem de cinco segundos sobre Sam Bird, da ART, e Parente que conseguiu esta manhã o seu melhor resultado em provas da GP2 Àsia. Os pontos que o piloto português conseguiu nestas quatro coridas foram os unicos que a equipa este ano, demonstrando que numa máquina de fundo de pelotão, ele é fora de série.
Quanto aos pilotos da Ocean Racing Technology, o suiço Fabio Leimer continua em maré de azar, ao ter o seu motor partido na volta de aquecimento. Já o holandês Yelmer Buurman conseguiu chegar à porta dos pontos, no sétimo posto.
"Foi uma excelente corrida e o carro estava impecável. Nos primeiros minutos fizemos várias vezes a volta mais rápida e fomos sempre muito competitivos. Conseguia aproximar-me rapidamente dos outros carros e o mais complicado era ultrapassar, até porque o piso está muito mau em várias partes do circuito. A última volta foi uma loucura, comigo ao lado do Filippi na recta interior mas ele conseguiu resistir. Depois na última curva surpreendi-o. Foi um bom final de temporada," afirmou o holandês.
IRL - Ronda 1, São Paulo (Qualificação)
No final dessa sessão de quaificação, o melhor de todos foi piloto escocês Dario Franchitti. com 38 anos, o piloto escocês foi o mais rápido, fazendo o tempo de 1m27,7354s. A seu lado ficou o canadiano Alex Tagliani, da nova equipa Fazzt. Logo a seguir ficou o inglês Justin Wilson, no carro da Dreyer & Reinbold.
Aliás, a qualificação foi uma caixiha de surpresas: o quarto na grelha pertence a um piloto que não fará oda a época: o americano Ryan Hunter-Reay. Ele conseguiu bater o australiano da Penske, Will Power, enquanto Tony Kanaan, o melhor brasileiro, encerrou o top 6.
Outros dois estreantes estiveram em destaque: o japonês Takuma Sato foi décimo da grelha, enquanto que a suiça Simona de Silvestro, de 21 anos, foi a melhor piloto feminina de um pelotão cada vez mais alargado, ao largar no 11º posto. Chegar e bater Danica Patrick, que foi apenas 13ª, é um feito, mas sendo ela europeia e habituada a circuitos, acho que essa é uma vantagem natural.
A corrida decorrerá esta tarde.