sábado, 8 de abril de 2017

WRC 2017 - Volta à Córsega (Dia 2)

O segundo dia da Volta à Córsega trouxe muitos... golpes de teatro. Se ontem Kris Meeke foi o mais veloz, colocando Sebastien Ogier e Thierry Neuville em sentido, hoje, o seu carro deixou-o ficar mal, sendo obrigado a desistir. Mas Ogier não esteve muito tempo na liderança, pois também teve problemas, perdendo tempo e deixando que Thierry Neuville acabasse o dia na liderança deste rali, e arriscando a acabar isto de uma forma que ninguém pensava há seis meses: quatro vencedores diferentes, de quatro marcas diferentes.

Nas longas classificativas corsas, bastaram quatro especiais para vermos todo este drama desenrolar. O dia começou com Neuville - o terceiro, a 25,8 segundos - a partir ao ataque, vencendo a especial com um avanço de 4,7 segundos sobre Juho Hanninen, mas de 8,8 sobre Meeke e 14,9 sobre Ogier. O francês disse depois que não tinha “um carro compatível. Está a tocar demasiado na estrada, para mim”.

A sexta passagem, a primeira por Novella, Neuville voou e conseguiu tirar 15,5 segundos a Kris Meeke, conseguindo com que a diferença caísse para meros... 1,5 segundos. O britânico tinha sido apenas nono na especial, e acabou a especial com fumo a sair do seu carro. Chegados ao parque de assistência, os seus piores receios foram confirmados e Meeke foi visto a beber uma cerveja e assistir o resto do rali...

Sem Meeke a mandar, Sebastien Ogier decidiu ir ao ataque, vencendo na segunda passagem por La Porta – Valle di Rostino e conseguindo uma vantagem de cinco segundos sobre Jari-Matti Latvala, e seis segundos sobre Thierry Neuville. Isso fez com que o piloto francês se aproximou de Neuville, acabando com uma diferença entre ambos de 2,2 segundos. 

Contudo, na oitava especial, Neuville reagiu, vencendo a especial, enquanto que Ogier perdia mais de meio minuto por causa de um problema hidráulico no seu Fiesta WRC, sendo 11º na especial, e vendo a sua distancia aumentar para os 38,9 segundos, que era assim que fechava o dia.

No final da sétima especial, perdemos pressão hidráulica, e a partir desse momento o objetivo passou a ser chegar ao fim do dia. Ficámos sem diferenciais, sem mudanças sequenciais e com o carro somente com tração traseira. Foi um pouco estranho…” disse o piloto da Ford.

Com a diferença entre Neuville e Ogier alargada, Dani Sordo tem o lugar mais baixo do pódio, a 57 segundos, mas a observar a aproximação de Jari-Matti Latvala, quarto a um minuto e nove segundos, e de Craig Breen, a um minuto e 12. Hayden Paddon é o sexto, a um minuto e 47, e estes têm uma enorme vantagem sobre o sétimo, Andreas Mikkelsen, a seis minutos e 21 segundos, e o melhor dos WRC2.

A fechar o "top ten" estão o Ford de Teemu Sunninen, o Skoda de Stephane Sarrazin e o Citroen de Yohan Rossel. A Volta à Córsega termina amanhã, com as duas últimas especiais.

Formula 1 2017 - Ronda 2, China (Qualificação)

As minhas primeiras imagens da China moderna têm mais de 30 anos. Lembro de uma cidade como Pequim, com céu azul e milhões de bicicletas, em contraste com os poucos carros que circulavam nas ruas. Mas nessa altura, falava-se do futuro, e do explosivo desenvolvimento que aquele país iria passar nos anos seguintes. Após esse tempo todo, a China tornou-se no país onde todos querem lá estar, mas sofre as consequências dessa veloz industrialização: mais do que os milhares de prédios altos, os milhões que migraram dos campos para as cidades, as dezenas de milhões de automóveis a circular, é a poluição atmosférica, o "smog" que por vezes dificulta a vida de muita gente. E tem consequências laterais.

Essas consequências laterais foram vistas ontem quando a segunda sessão de treinos livres não aconteceu devido ao intenso nevoeiro. Causado não pela atmosfera em si, mas por causa do "smog" industrial que os impede de verem o céu azul, quando deveria calhar. Nada que não tenha acontecido há mais de 60 anos na Europa e nos Estados Unidos, mas desde então, esses países decidiram colocar leis para restringir a poluição industrial, com bons resultados.

Chegou-se a pensar colocar tudo este sábado - qualificação e corrida - mas no final, nada foi feito, e hoje, o que aconteceu foi de acordo com o planeado. E foi tão "de acordo com o planeado" que os três primeiros foram os mesmos de Melbourne. E Lewis Hamilton está agora a cinco poles de bater o recorde de Michael Schumacher. E está a dois de apanhar Ayrton Senna.

A qualificação começou de foram atribulada: primeiro, quando António Giovanazzi puxou demais do seu carro na curva antes da meta e acabou no muro de proteção, quebrando bastante o seu carro e claro, ficando de fora da Q2. Quem também ficou em maus lençóis foi Max Verstappen, que viu morrer o seu motor e só ficou com o segundo pior tempo, o que vai fazê-lo largar da última fila da grelha - pior ficou Esteban Ocon. E a acompanhá-los, ficaram o McLaren de Stoffel Vandoorne, o Haas de Romain Grosjean e o Renault de Joylon Palmer.

Penso que se terá devido a algo com a vela e que me limitou a qualificação. Não tinha potência. Não podia usar os modos de potência por isso quando se tenta uma volta rápida não faz sentido nenhum quando se perde tanta potência”, queixou-se o holandês, no final do treino.

Para a segunda parte, as coisas até correram relativamente bem. Não houve incidentes dignos de nota, e entre os que por fim entraram na Q3, houve algumas surpresas agradáveis. Não tanto do lado da Toro Rosso - Kvyat entrou, Sainz ficou com a fava e foi 11º - mas mais do lado da Williams, que colocou Felipe Massa e Lance Stroll na última parte da qualificação. Parece que o jovem canadiano tem talento, afinal... apesar de ter sido apenas décimo. E do lado dos vencidos, para além de Sainz e Marcus Ericsson, Kevin Magnussen e Fernando Alonso - 13º, atrás de Sainz e Magnussen.

Na Q3, a fase final da corrida, começou com Lewis Hamilton a marca tempo, fazendo 1.31,902, e batendo o tempo que Kimi Raikkonen tinha feito na Q2. Basicamente, todos tiveram de se esforçar para o bater, pois nem Valtteri Bottas conseguia ir buscá-lo. Sebastian Vettel, na sua primeira tentativa, conseguiu 184 centésimos mais perto do inglês, mas sem o bater.

Contudo, qualquer tentativa para o bater ficou para trás quando Hamilton fez 1.31,678 e consolidou o primeiro lugar na fila. Valtteri Bottas fez 1.31,865, e parecia que iria haver monopólio dos Flechas de Prata. Contudo, Sebastian Vettel esforçou-se e tirou... 1.31,864, ficando com o segundo lugar pelo minimo dos mínimos.

E depois, Bottas assumiu a frustração: “Uma milésima, é assim”, desabafou o finlandês da Mercedes após Q3, fazendo o gesto. “Talvez não seja muito, mas é uma pena não ter conseguido. Da última vez tinham sido duas centésimas, agora é uma milésima, por isso estou mais perto, mas é uma pena”, referiu.

Com Bottas e Raikkonen a dividiram a segunda fila, na terceira estavam Daniel Ricciardo e Felipe Massa, enquanto que Nico Hulkenberg dava o sétimo posto à Renault, na frente de Sergio Perez. E a fechar o "top ten", estavam o Toro Rosso de Daniil Kvyat e o segundo Williams de Lance Stroll.

Assim sendo, está tudo pronto para ver o que irá acontecer amanhã, quando o tempo provavelmente fazer das suas... e o "smog" também.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

A imagem do dia

Sem um dos treinos livres, a transmissão televisiva focou noutras coisas. Especialmente, nos "hardcoreres" que estavam ali, na tribuna principal de Xangai, onde apareceram um pouco de tudo. Especialmente o Darth Vader, que parece que tirou férias de perseguir os rebeldes para ir ver Formula 1 a aquela localidade. Coisas...

Mas fora de brincadeiras, o facto do "smog" ter impedido a realização do segundo treino livre, causou que o helicóptero de emergência não conseguisse levantar, causou preocupação. É que no domingo se prevê algo bem parecido, e as organizações - da Formula 1 e do circuito de Xangai - reuniram-se com a ideia de fazer tudo no sábado, ou seja, a qualificação e a corrida. Contudo, não houve acordo e a corrida acontecerá na hora prevista... com a previsão de chuva, temperaturas baixas e nevoeiro.

O que vai acontecer nesse dia? Aqui na Europa, muitos de nós acordarão muito cedo. É provável que em muitos aspectos seja como o que aconteceu no GP do Japão de 2014 ou no GP do Brasil de 2016, ou seja: muitas interrupções por causa da água que cairá na pista, muitas entradas do Safety Car, e corrida... veremos pouco ou nada. E o "smog"? Digamos que é o preço pela industrialização da China e de algo que certas pessoas na América chamam de "teoria da conspiração"...

Nunca houve, na longa história da Formula 1, um cancelamento tão em cima da hora de um Grande Prémio. Corridas cancelas semanas antes, sim, por motivos vários. Dinheiro, politica... mas adiamentos por causa do mau tempo, nunca houve nenhum. Conhece-se muito bem a história do GP do Japão de 1976, que não foi cancelada - ou adiada - porque Bernie Ecclestone tinha comprado os direitos televisivos e a corrida foi transmitida em direto, debaixo de chuva intensa.

Contudo, temos nova gerência, com uma visão diferente da de Bernie Ecclesotne, que fazia de tudo para que o espectáculo continuasse. E se já nesta segunda corrida do campeonato temos esta polémica... meteorológica, agora imaginemos quando na semana que vem, formos ao Bahrein, talvez a corrida mais polémica do calendário, a par da Rússia e do Azerbeijão. Por agora, não há nada no horizonte que nos diga que haja problemas, mas...

WRC 2017 - Volta à Córsega (Dia 1)

Kris Meeke lidera o primeiro dia do Rali da Córsega, realizadas as quatro primeiras especiais deste rali. O piloto da Citroen tem um avanço de 10,3 segundos sobre Sebastien Ogier e 25,8 segundos sobre Thierry Neuville, da Hyundai. O piloto britânico foi o grande vencedor deste dia, vencendo três das quatro longas especiais nas estradas desta ilha francesa.

O dia começou com a primeira passagem por Pietrosella – Albitreccia, com 31,20 quilómetros de extensão, onde Meeke entrou ao ataque, vencendo com 5,7 segundos de vantagem sobre Ogier e 11 segundos sobre Neuville. Ott Tanak, no segundo Ford, foi o quarto, a 13,9 segundos, empatado com Dani Sordo, no segundo Hyundai. Em relação aos pilotos da Toyota, Jari-Matti Latvala foi o sétimo, perdendo 22,4 segundos, enquanto que Juho Hanninen bateu numa ponte e perdeu 14 minutos.

Meeke voltava a vencer na segunda especial, a primeira passagem por Plage du Liamone – Sarrola Carcopino, com 29,12 quilómetros, conseguindo uma vantagem de 3,2 segundos sobre Sebastien Ogier. Thierry Neuville voltou a ser terceiro, desta vez a 6,2 segundos do primeiro. Ott Tanak é o quarto, a 7,6 segundos, enquanto que Jari-Matti Latvala foi o quinto, a 12,4 segundos. Nesta especial, Hanninen decidiu desistir do rali, já que a direção do seu Toyota ficou muito afetada pelo acidente na especial anterior.

Ogier aproveitou a terceira especial - a segunda passagem por Pietrosella – Albitreccia, para reagir e vencê-la, com um avanço de 0,8 segundos sobre Meeke, que reduziu a diferença para 8,1 segundos. Neuville consolidou o terceiro posto, fazendo o terceiro melhor tempo dessa especial, com Craig Breen a ser o quarto, a 12,2 segundos. Mas na segunda passagem por  Plage du Liamone – Sarrola Carcopino, Meeke voltou a vencer, dando um avanço de 2,2 segundos sobre Sebastien Ogier, enquanto que Thierry Neuville era o terceiro, a 3,2 segundos.

Craig Breen foi o quarto na especial, a 11,2 segundos e subiu ao quarto posto, trocando com Dani Sordo, que foi apenas o sexto, a 14,2 segundos. Latvala foi o quinto, a 12,1 segundos, e consolidou o sexto lugar na geral, a um minuto e oito centésimos.

Na geral, depois dos cinco primeiros, Hayden Paddon é o sétimo, a um minuto e 18 segundos, relativamente longe de Stephane Lefebvre, a dois minutos e sete segundos, no terceiro Citroen oficial. A fechar o "top ten" estão os Skodas Fabia R5 de Andreas Mikkelsen e de Stephane Sarrazin, a três minutos e 17 segundos.

Amanhã, a Volta à Córsega continua, com mais quatro especiais. 

O museu Jim Clark

Precisamente quarenta e nove anos após o desaparecimento de Jim Clark, um dos maiores pilotos de todos os tempos, em Duns, a terra natal do piloto escocês (e onde ele está enterrado), existe um projeto para fazer um museu digno do seu nome da sua memória como piloto. O Jim Clark Museum já existe, mas a ideia é alargá-lo. O custo total é de 1,6 milhões de libras, mas neste momento, decorre um "crowdfunding" para arranjar cerca de 300 mil libras até ao dia 21 de abril, do qual já foram conseguidos cerca de 69 mil libras.

A ideia é de expor alguns dos carros que Clark correu ao longo da sua carreira, bem como salas interativas, com mostras de videos, galerias de fotos, entre outros. E claro, fatos, capacetes e os troféus que já existiam no salão original, inaugurado em 1969 pelos seus pais, James e Helen.

Vamos a ver se conseguem o dinheiro necessário. Um museu dedicado a um dos melhores pilotos de sempre merece este tipo de apoio. 

Noticias: GP da Malásia acaba em 2017

O GP da Malásia, que vai acontecer a 1 de outubro, vai ser o último da sua história. A decisão foi anunciada esta sexta-feira pelo diretor comercial da Formula 1, Sean Bratches. "É sempre triste dizer adeus a um membro da família Formula 1. Por quase duas décadas, os fãs malaios se mostraram um dos mais apaixonados", começou por declarar Bratches. 

"Como dissemos em Melbourne, temos grandes planos para trazer a nossa base global de fãs mais perto do desporto do que nunca, fornecendo uma experiência digital e criando novos eventos. E estamos ansiosos para falar destes planos ao longo da temporada”, continuou.

"Iremos ter 21 etapas animadas no calendário de 2018 com as adições das corridas francesa e alemã", concluiu, afirmando que eles regressarão aos circuitos tradicionais.

A corrida de Sepang, inaugurada em 1999, foi o primeiro da chamada "tendência asiática", dando origem a corridas como a da China, que começou em 2004, da Singapura - em 2008 - e da Coreia do Sul (2010-2013) e da India (2011-2012). Em termos de vencedores, Sebastian Vettel é o que tem mais triunfos, com quatro (2010, 2011, 2013 e 2015). Quanto a Construtores, a Ferrari venceu por sete vezes (1999-2001, 2004, 2008, 2012 e 2015)

A saída da corrida malaia pode não significar que tenham terminado as saídas, pois há rumores desde há algum tempo que a prova noturna de Singapura poderá ser a próxima a sair.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Noticias: José Rodrigues vai para o TCR alemão

José Rodrigues, o piloto da Honda no TCR português, decidiu este ano dar um passo muito importante na sua carreira ao decidir internacionalizar-se, indo correr para o competitivo campeonato alemão de turismos, o ADAC TCR. Apoiado pelo Benfica, o piloto vai fazer parte da estrutura da Target Competition, correndo com um Honda Civic TCR.

É para mim um motivo de grande alegria e orgulho poder disputar um dos melhores campeonatos do mundo de turismos. Um campeonato constituído por mais de 40 carros e mais de uma dezena de nacionalidades. Na minha opinião é mais que um campeonato nacional”, começou por dizer o piloto de Braga.

Julgo que chegou a hora de uma internacionalização por completo. Por outro lado, a organização ADAC garante a todos os participantes condições extraordinárias e, isso também pesou na minha decisão”, continuou.

Com uma decisão tão arrojada de se internacionalizar, Rodrigues disse que ainda é cedo para definir objetivos: “Não é fácil perceber onde nos vamos situar. Com mais de 40 TCR`s será necessário ter muito ritmo de competição e, sobretudo boas decisões na hora de atacar nas qualificações. Mas a ambição será sempre andar no lote da frente, tal como em toda a minha carreira. No entanto, não será uma tarefa fácil pois não conheço nenhuma pista em que vou estar. E, por isso conto com o grande apoio da Target Competition e GEN Motorsport, tal como dos meus colegas de equipa, que são excelentes pilotos - o Josh Files, o Kris Richard e o Jurgen Schmarll. Espero conseguir representar com boas exibições, todos os meus patrocinadores, o Sport Lisboa e Benfica e todos os portugueses“, concluiu.

O TCR alemão começa a 30 de abril, em Oschersleben, e terá sete jornadas duplas até 24 de setembro, em Hockenheim. 

The End: Tim Parnell (1932-2017)

Tim Parnell, antigo piloto e depois diretor de equipa nos anos 60 e 70 da Formula 1, morreu esta quarta-feira aos 84 anos. Ele era o filho de Reg Parnell, também piloto e dono da Reg Parnell Racing, uma das maiores equipas privadas dos anos 60, que acolheu pilotos como John Surtees e Chris Amon.

Parnell Jr. nasceu a 25 de junho de 1932 em Derby, e de uma certa maneira, sefguiu as pisadas do seu pai Reg, bem sucedido no automobilismo, primeiro como piloto, depois como diretor de equipa da Aston Martin, e depois, montando a sua equipa, com máquinas como Lotus, BRM e Lola. Reg começou a correr em 1957, num Cooper, e tentou a sua sorte dois anos depois, no GP da Grã-Bretanha num Cooper T45 de Formula 2, mas sem sucesso.

Dois anos depois, em 1961, voltou à ação num Lotus 18, nas corridas da Grã-Bretanha e Itália, onde o seu melhor resultado foi um décimo lugar em Monza, numa corrida marcada pelo acidente mortal de Volfgang Von Trips. Tentou de novo a sua sorte em 1963, no GP da Alemanha, num Lotus 18/21, mas não conseguiu qualificar-se. Qualquer tentativa de correr num futuro próximo terminou em janeiro de 1964, quando o seu pai sucumbiu a uma peritonite, aos 53 anos. Com isso, pegou na equipa do seu pai, a Reg Parnell Racing e tomou conta da equipa, que tinha nesse ano pilotos como Chris Amon, Mike Hailwood e Peter Revson, todos correndo em Lotus 25.

Nos anos seguintes, Parnell começou a estabelecer uma maior ligação à BRM, e alinhando com pilotos como Mike Spence, Piers Courage e Pedro Rodriguez, entre outros. Com Courage, ele conseguiu um quarto lugar no GP de Itália de 1968, o melhor resultado de sempre da equipa. Esta existiu até ao GP do Mónaco de 1969, altura em que a BRM o pediu para tomar conta da equipa principal, que passava dificuldades. Reorganizou a equipa e a partir de 1970, esta teve um reavivar, que iria durar por mais três temporadas.

Por essa altura, a BRM tinha construido um motor V12, mas não tinha um chassis adequado. O modelo P153 por Tony Southgate, tornou-se competitivo nas mãos de Pedro Rodriguez, dando à marca a vitória no GP da Bélgica, a primeira vitória da marca desde 1966. No ano seguinte, com Jo Siffert e Peter Gethin ao volante, conseguiu duas vitórias, uma para Siffert na Áustria, e outra "in extremis" em Itália, com Gethin ao volante. Acabaria essa temporada com 36 pontos e o segundo posto no Mundial de Construtores.

Em 1972, com a Marlboro a patrocinar, chegou a ter cinco pilotos. O principal era Jean-Pierre Beltoise, ex-Matra, enquanto que os secundários eram do calibre de Helmut Marko ou Reine Wissell. Foi aí que conseguiu nova vitória, com Beltoise, nas ruas do Mónaco, debaixo de chuva. Iria ser a última da equipa. Em 1973, havia ambições com Clay Regazzoni, ex-Ferrari, mas aparte uma pole-position na Argentina, não houve mais nada de especial, aparte as boas prestações de um jovem austriaco chamado Niki Lauda. No final do ano, ambos - Reggazzoni e Lauda - foram para a Ferrari e com Beltoise ao volante, conseguiria o último resultado de relevo, com o segundo lugar no GP da África do Sul, com o novo P201.

No final de 1974, a Owen Racing decide retirar o seu apoio, e Parnell segue a sua vida, como "manager" de pistas como Mallory Park, Oulton Park, Brands Hatch e Silverstone, entre outros. Depois, tornou-se membro da direção do British Racing Drivers Club, que toma conta do circuito de Silverstone, e após se reformar, passou os seus últimos dias na sua Derbyshire natal.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

A imagem do dia

O acidente foi na segunda-feira, e entra na história como sendo dos mais bizarros: Giuseppe "Beppe" Volta estava nos arredores de Milão quando sofreu um toque contra um Fiat Punto na auto-estrada. Quando saiu do carro para tratar dos pormenores técnicos com a outra condutora, um Mercedes atravessou o caminho e despistou-se, indo de encontro com eles. Volta teve morte imediata. Tinha 71 anos.

Chegava ao fim, de maneira bizarra, a vida de uma pessoa que esteve ligado à Lancia. Nos anos 80, quando a marca italiana começou a envolver-se de forma mais forte nos ralis, começou a preparar e a cuidar dos modelos 037, que entraram em ação em 1982, o primeiro ano dos Grupo B. Depois passou para os Delta S4, e quando acabou os Grupo B, em 1986, começou a trabalhar nos Delta 4WD e Integrale.

Tudo isto numa carreira que tinha começado anos antes na Osella, preparando os carros de montanha que Enzo Osella tinha construído, depois de ter comprado o espólio da Abarth, no inicio dos anos 70. Depois da Osella, abriu o seu próprio negócio, preparando carros de pista como os Chevron de Sports Cars. A Abarth - que na altura já pertencia à Fiat - notou o seu talento e lhe pediu, em meados dos anos 70, que preparasse os seus 131 de ralis, com bastante sucesso.

Volta não largou a Lancia, mesmo depois de eles sairem de cena no WRC. Foi para os carros de clássicos e pegou no ECV, que iria ser o carro de Grupo S que a FIA iria meter em 1988, se não tivesse abolido os Grupo B no final de 1986 e decidido apostar nos Grupo A. O modelo era constantemente visto nos ralis de clássicos, e Volta muitas das vezes estava no lado do navegador, especialmente quando o carro era guiado por Massimo Biasion.

Apesar de tudo, é assim que deveremos recordar Volta: uma pessoa feliz com o que fazia. Ars lunga, vita brevis.

Questão de culturas

Toda a gente sabe que há palavras com imensos significados. Uma palavra (ou um gesto) por aqui pode significar uma ofensa no outro lado do mundo, e por vezes as marcas de automóveis, para fazer com que os seus automóveis soem melhor do que números ou letras, por exemplo, escolhem coisas bonitas no seu país, sem verem o que poderá significar noutro lado. É que muitas das vezes, num cantinho neste planeta Terra, poderá significar algo... ofensivo.

Esta semana, a apresentação de um novo modelo de SUV da Hyundai deu brado. A fabricante coreana decidiu dar o nome de uma característica nas ilhas do arquipélago do Hawaii, porque achava que iria apelar ao espirito de aventura. Assim sendo, decidiram batizar o carro de... Kona. Na linguagem havaiana, "kona" significa "sotavento", ou seja, está contra o vento (ou área mais seca, nessas ilhas), só que do outro lado do mundo, ou seja, nestas bandas, é "calão" para vagina. E não é só cá, também os galegos usam esse termo "carinhoso".

Assim sendo, a Hyundai Portugal decidiu que o nome seria outro: o carro chamar-se-á de Kauai, o nome de outra ilha havaiana. Tá resolvido, mas não haverá quem saiba desta história por aqui e goze com isso. E claro, a história do Kona/Kauai (já agora, é também a marca de uma bicicleta de montanha) não é a primeira, e nem será a última de uma longa lista de nomes ofensivos ou embaraçosos em certos lugares do mundo.

Vamos começar pelo exemplo anterior. Este não foi o primeiro carro que teve este nome... infeliz. Nos anos 70, a Opel decidiu batizar um dos seus modelos com o nome de uma famosa estância de ski italiana. O nome era Ascona e claro, por estas bandas deu brado. A marca decidiu rebatizá-la por aqui pelo 1604 ou 1904, mas os emigrantes (e os estrangeiros) que traziam esses carros para Portugal, no verão, por essas alturas, não podiam esconder a verdade... ele ficou por cerca de uma década, até ser substituído pelo Kadett.

Muitos se lembram do Mitsubishi Pajero nos anos 90. Um carro extremamente popular um pouco por todo o mundo, nos países de língua espanhola, o carro tinha o nome de "Montero". E a razão desta mudança de nome era semelhante ao que se passou com o exemplo acima. É que em Espanha - e provavelmente na Latinoamerica, um "pajero" era calão para masturbador. Portanto, já podem imaginar se os japoneses algum dia decidissem batizar um todo o terreno com o nome de "punheteiro"... mas aconteceu.

E não é caso único de "carro masturbador": a Seat teve de mudar o nome do Málaga na Grécia porque a sonoridade era semelhante a "malakas", que em grego é... exatamente isso. Resultado final: o carro chamou-se de Gredos.

Mas há mais, claro. A indiana Tata decidiu há uns tempos batizar um dos seus modelos de "Zika", sem saber que estavam a dar o nome a uma doença que afligiu o Brasil no ano passado, a poucos meses dos Jogos Olimpicos, e que deu tanto brado, mas no final, não deu em nada. Ou então, quando a Mazda decidiu batizar um dos seus "kei-cars" de Laputa, prestando homenagem a uma das ilhas imaginárias das "Viagens de Gulliver", sem saber que em espanhol (e português) significa.. isso mesmo. A sorte é que esse carro não se vendeu na Europa. Outra marca nipónica, a Toyota, teve de modificar o nome do seu desportivo MR-2 (terceira geração na foto) porque em francês, o carro soa como "merdeux", ou seja, uma bosta. O que fizeram foi simples: tiraram o número, ficando MR. E ainda outra, a Honda, decidiu dar o nome de um dos seus modelos de Fitta. Ora, nos países nórdicos, é o nome que usam para... (ver paragrafo da Kona)

Mas não foram só construtores do outro lado do mundo que meteram nomes inusitados. Os italianos também foram "muito bons nisso". Em 1996, quando quiseram batizar o Cinquecento mais veloz de "Sporting", foi mais do que óbvio que por estas bandas, o carro teve de mudar para "Sport" porque ainda achavam que a marca tinha escolhido o seu lado futebolístico. E a Lancia também teve um problema com um dos seus carros, quando em 1969 decidiram batizar um três volumes de... Marica. A sorte é que não passou de um concept car e nunca foi produzido em série. E por acaso, o carro até é bonito...

Em jeito de conclusão: queremos acreditar que as marcas escolhem esses nomes com a melhor das intenções, ou que isto não passa de piadas internas das marcas de automóveis numa qualquer reunião de "brainstorming". Mas o facto de uma coisa interessante numa determinada língua significa algo ofensivo noutra é algo do qual temos de estar sempre alertas. Se calhar por isso que certas marcas limitam-se a fazer siglas ou combinações de números, não?

E eu acho que as marcas deveriam ter dicionários de calão para as seis ou sete principais línguas do mundo, para evitar os constantes embaraços...

E vamos ter chuva em Xangai?

Se na Europa, a primavera já chegou em força em algumas das suas partes, em Xangai, a possibilidade de chuva é real, pelo menos na hora da corrida. De acordo com as previsões meteorológicas, na sexta-feira e no sábado, o tempo andará entre o sol e as nuvens, sem chuva nem nos treinos livres, nem na qualificação.

Contudo, no domingo, as coisas serão diferentes. Pelo menos até à hora da corrida, choverá sempre, com as temperaturas a rondarem os 14 graus na pista, um abril bem frio para aqueles lados. E claro, céu sempre muito nublado.

No que é que isto vai dar? Talvez o DRS não seja ativado, e vamos a ver se os pilotos não largarão atrás do Safety Car... como aconteceu em 2009, quando Sebastian Vettel deu a primeira vitória à Red Bull.

terça-feira, 4 de abril de 2017

A imagem do dia

Há precisamente 35 anos, nas ruas de Long Beach, Niki Lauda vencia e calava os céticos. Também nas ruas da cidade americana, víamos o Alfa Romeo de Andrea de Cesaris a fazer uma grande demonstração de velocidade e alcançar a pole-position, a segunda na história da marca italiana desde o seu regresso à Formula 1.

Contudo, a corrida de Long Beach tornou-se numa das grandes corridas onde se envolveu Gilles Villeneuve. O piloto canadiano - aliás, ele e o seu companheiro de equipa, Didier Pironi - correram com asas modificadas, uma maneira da Ferrari dizer que as regras não eram claras o suficiente, como algumas das suas rivais como a Williams e a Brabham diziam acerca dos lastros que causaram a desclassificação dos seus carros na corrida anterior, em Jacarépaguá.

Villeneuve conseguiu colocar o carro no sétimo lugar da grelha, e na corrida, o seu grande duelo aconteceu no inicio da corrida, quando conseguia aguentar os ataques de Keke Rosberg, no seu Williams. Até à volta 19, sempre que Rosberg conseguia passá-lo, nas curvas mais lentas do circuito, o turbo do carro italiano apanhava-o na Shorline Drive e o passava quando travava para um dos ganchos à direita. Contudo, nessa volta, Villeneuve acelerou tanto que travou na zona suja, que fez um pião... da maneira como Gilles fazia.

Mas em termos de duelo, ele tinha perdido com Rosberg. No final da corrida, o finlandês era segundo, com Gilles atrás. Mas por causa da asa traseira, os quatro pontos foram-lhes retirados, e todo o esforço naquela tarde foi inútil. Mas aquele foi mais um episódio onde se construiu o seu mito de um dos pilotos mais carismáticos da Formula 1.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Hall of Fame do Automobilismo? Já não era sem tempo

A ideia do "Hall of Fame" é um conceito muito americano de recordar a história de determinado clube ou modalidade, honrando os seus integrantes, sejam eles jogadores ou dirigentes. Em alguns casos, os clubes honram os seus jogadores, retirando-lhes as camisolas que usaram ao longo da sua carreira. No basebol ou no basket, não há estádio ou pavilhão onde se vê penduradas as bandeiras onde se honram os grandes jogadores que ajudaram a conquistar títulos, retirando-lhes os números, para ficarem na eternidade.

O futebol aderiu tarde a essa ideia, mas o automobilismo - especialmente o americano - não. Há "Halls of Fame" para a NASCAR e para a IndyCar, mas a FIA nunca pensou sériamente nessa ideia. Pelo menos... até agora. No final de 2017, eles irão honrar os seus pilotos e dirigentes.  

Jean Todt, explicou que o conceito já está em desenvolvimento há algum tempo e avança este ano: “Em Dezembro deste ano iremos abrir um Hall of Fame da FIA. É algo em que temos trabalhado há dois ou três anos. Teremos um em Paris e outro em Genebra. Alguns dos que estarão representados já faleceram mas ver as suas imagens será fascinante”, disse à motorsport.com.

Já não era sem tempo, digo eu. Honrar a grande história do automobilismo, particularmente por parte da FIA, que sanciona campeonatos como a Formula 1, os Ralis e a Endurance - especialmente esses três - não ter um "Hall of Fame" era quase obsceno, particularmente com a grande quantidade de pilotos, dirigentes e equipas envolvidas. As revistas como a Motorsport britânica, já fazem o seu próprio "Hall of Fame", escolhendo aqueles que merecem ser recordados. Este ano, por exemplo, entre os candidatos, estão Mike Costin e Keith Duckworth, as pessoas que construíram o agora mítico DFV V8, que há precisamente 50 anos, mudou a Formula 1 e deu à Ford 155 vitórias na competição, até 1983.

E eles não são os únicos: há dezenas de candidatos a esse "Hall of Fame", que está dividido em Formula 1, Ralis e Endurance. Desde Nelson Piquet, na Formula 1, a Vic Elford, na Endurance, passando por nomes míticos como Gilles Villeneuve e Stefan Bellof, estão todos a ser votados para um prémio cujos escolhidos vão ser anunciados em junho. Podem votar no link que vos deixem em cima.

Mas isto é uma iniciativa de uma revista, talvez a mais prestigiada do automobilismo mundial. Faltava a iniciativa oficial. Faltava a FIA chegar e dizer quem iria para essa parede da fama e imortalizado pela sua contribuição ao automobilismo mundial. Uma atividade perigosa do qual muitos pagaram o preço mais alto de todos. Pergunto a mim mesmo porque é que isto não avançou antes, e eu tenho as minhas desconfianças.

Há uns tempos, li que Bernie Ecclestone nunca gostou de história, mas tinha uma coleção pessoal de automóveis históricos. Suspeitei que isso deveria ser por causa desses carros serem valiosos - entre muitos dos seus Brabhams, havia também alguns dos Flechas de Prata de antes da II Guerra - mas na realidade, não houve qualquer iniciativa com Bernie envolvido na Formula 1. Quase por coincidência, esta iniciativa é anunciada depois da sua saída, e numa altura onde se vive a lua de mel da nova gerência, que deseja mudar a nossa visão da Formula 1, com uma tendência mais "americanizada". E nada é mais americano que o "Hall of Fame", embora saiba que, por exemplo, a FIA ter um museu em Paris ou noutro lado, honrando aqueles que participaram no automobilismo, seria da mais elementar justiça.

Chegou tarde, mas chegou: honrar aqueles que prestigiaram o automobilismo ao longo da sua história não é mais do que um ato de justiça básico, e também mostrar ao mundo o que foram estes pilotos, mas também as equipas, os seus diretores, os bólidos que marcaram momentos desta modalidade que ajudou a moldar o século XX graças à sua tecnologia.

E a partir de agora, que comecem a construir a constelação de estrelas que merecem a gratidão eterna, para que possamos contar e ensinar aos nossos descendentes quem eles eram e o que fizeram.  

Wehrlein fica de fora de Xangai... e talvez do Bahrein

Pascal Wehrlein vai falhar o GP da China, e talvez o do Bahrein. O piloto alemão da Sauber ainda não está suficientemente em forma para poder fazer uma corrida até ao fim, e por causa disso, o italiano Antonio Giovanazzi irá correr em ambas as provas como seu substituto.

"O mais importante para mim é poder treinar intensivamente para assegurar que estou a 100 por cento o mais brevemente possível. Aí estarei bem preparado para completar o meu primeiro fim-de-semana de Grande Prémio com a Sauber. Espero que possa ser no Bahrein mas, se não, então demorará o tempo que precisa de demorar até à Rússia, de forma a assegurar que estou totalmente pronto”, disse o piloto alemão.

Wehrlein magoou-se no pescoço em janeiro, durante a Race of Champions, em Miami, e depois de um período de recuperação, onde falhou a primeira sessão de testes coletivos em Barcelona, tentou fazer a melhor recuperação possivel, andando no carro da Sauber por curtos períodos de tempos. Contudo, no fim de semana do GP da Austrália, ele decidiu não participar na corrida porque não sentia suficientemente confiante para fazer toda a distância. Assim sendo, Giovanazzi avançou para o seu lugar.

E pelos vistos, o piloto italiano - que também é piloto de tests da Ferrari - vai ter uma chance de correr em mais alguns Grandes Prémios. E também se colocam dúvidas sobre até que ponto as lesões de Wehrlein são tão difíceis de se curarem em relação à velocidade e capacidade centrífuga destes novos carros, bem mais aerodinâmicos que eram anteriormente. 

No Top Gear desta semana...


Top Gear Season 24 Episode 5 (S24E05) 2017 Tv... por pjoanna007
Bom, parece que no Top Gear desta semana, veremos os cinco juntos! Ou seja, aparecerão a Sabine Schmitz e o Eddie Jordan, mais os três do costume - Matt LeBlanc, Chris Harris e Rory Reid - andando em carros bem velozes, como de costume.

E para começar, falam do Ford GT e o seu avô, o GT40, e mostram a diferença entre o modo de corrida e o modo de estrada, Sabine foi com o Chris Harris para o Vale da Morte para correrem em off-road, mostram alguns carros elétricos, entre outros.  

domingo, 2 de abril de 2017

Felix da Costa desapontado com a sua performance

A performance de António Félix da Costa foi boa na Cidade do México, mas não conseguiu levar o carro até ao fim devido a problemas sofridos com o seu carro pouco depois de trocar de bólido, quando seguia na quinta posição.

O piloto da Andretti, que largou do sexto lugar da grelha, conseguiu fazer uma corrida de recuperação, depois de ter saído em frente na Curva 1 na segunda volta, quando defendia a sua posição de Sebastien Buemi. Caindo para o 13º posto, conseguiu recuperar até ao oitavo lugar antes de ir às boxes e conseguir uma boa troca, subindo ao sexto posto, e tendo uma chance de alcançar o pódio, pois tinha passado o Virgin de Sam Bird, que acabou a corrida no lugar mais baixo do pódio.

Contudo, na volta 29, o piloto de Cascais sofreu problemas técnicos no seu carro e acabou por encostar à berma, acabando prematuramente a sua corrida.

No final Félix da Costa assumia o desalento, mostrando-se "desapontado, é mais um fim-de-semana difícil de digerir", começou por dizer. 

"Se em performance demos um passo em frente e aproximamos-nos das equipas da frente, em fiabilidade voltámos a ter problemas e acabei por perder aqui uma boa oportunidade de trazer bons pontos para casa, quem sabe até um pódio. Enfim, as corridas são mesmo assim, há que ver o lado positivo da melhoria de performance, detectar o problema que ainda não foi identificado e continuar a trabalhar. Ainda faltam muitas corridas e sabemos do que somos capazes, é preciso é materializar o nosso andamento em resultados", concluiu.

Sem pontuar, o piloto português caiu para a 12ª posição, com os mesmos dez pontos que já tinha. Agora, a Formula E regressará à ação dentro de sete semanas, a 13 de maio, nas ruas do Mónaco.

Formula E: Di Grassi vence no México

Lucas di Grassi foi o vencedor do ePrix do México, quarta prova do campeonato 2016-17 da competição de carros elétricos. O piloto da Audi-Abt foi melhor do que Jean-Eric Vergne, da Techeetah, enquanto que no lugar mais baixo do pódio ficou o DS Virgin de Sam Bird. Quando a António Félix da Costa, o piloto de Cascais foi infeliz, mais uma vez: um despiste no inicio da corrida o fez cair para a 13ª posição, antes de fazer uma recuperação até ao mesmo lugar. Mas pouco depois de trocar de carro, e quando havia suspeitas sobre se a sua troca não teria sido veloz demais, o seu carro falhou e acabou por abandonar a corrida.

Pensa-se sempre que o resultado da qualificação fica para a grelha, mas entretanto, foram descobertas irregularidades na pressão dos pneus de Daniel Abt, que fizeram com que fosse penalizado, caindo para a 18ª posição da grelha. Isso fez com que Oliver Turvey ficasse com a primeira posição da grelha, com José Maria Lopez a partir ao seu lado, enquanto que António Félix da Costa sairia da sexta posição da grelha.

A partida foi algo agitada para Lucas di Grassi, que ficou com a sua asa traseira danificada. Também Stephane Sarrazin teve problemas, tendo de ir às boxes para reparações, e para António Félix da Costa, ele fez um exagero no inicio da segunda volta quando se defendia dos ataques de Sebastien Buemi, caindo para o 13º posto.

Todas estas confusões - e os destroços que estavam na pista - foram mais do que suficientes para que o Safety Car entrasse na pista no final da segunda volta. Di Grassi aproveitou para ir às boxes para trocar de asa, enquanto que Nicolas Prost também teve de trocar a sua asa dianteira, também por causa dos danos sofridos.

A corrida foi recomeçada no inicio da quinta volta, com Turvey na frente, com Lopez bem atrás dele. Uma volta depois, Buemi passou para o sexto lugar, depois de passar Rosenqvist, da Mahindra. Atrás, os pilotos da Andretti conseguiram passar Esteban Gutierrez e Félix da Costa era o 11º, na frente de Robin Frijns.

Com o passar das voltas, as atenções concentravam-se na luta era pelo terceiro posto, onde Heidfeld aguentava as investidas de Vergne, Bird e Buemi. Mas na volta 13, o carro de Turvey "apagou", caindo para o fim do pelotão, enquanto que José Maria Lopez ficava com a liderança. Contudo, O NextEV de Turvey fica parado na saída das boxes, na Curva 1, numa posição relativamente perigosa, mais do que suficiente para que na volta 16, entrasse de novo o Safety Car. Por esta altura, Lopez já tinha uma pequena vantagem sobre Heidfeld, enquanto que Félix da Costa voltava a estar nos pontos, em décimo.

E foi aí que se deu o grande momento da corrida: na volta 18, Di Grassi aproveitou o Safety Car para trocar de carro, muito antes do resto do pelotão, tentando arriscar não só com a antecipação, mas com outras entradas do SC. A mesma coisa fez Jerome D'Ambrosio, e ambos fizeram isso mesmo a tempo, porque a corrida recomeçou na volta 19. Ali, Lopez distanciou-se de Heidfeld, onde era assediado por Vergne na luta pela terceira posição. Félix da Costa já era nono, depois de passar o Venturi de Engel, e depois passou o Jaguar de Mitch Evans, para ser oitavo.

As trocas começaram na volta 24 para a maioria do pelotão, e três voltas depois, quando a maior parte dos pilotos tinha trocado de carro, o Faraday de Duval fica parado na pista numa posição perigosa. Di Grassi tinha aproveitado tudo isso para ficar na frente, mas na volta 29, o Safety Car era chamado pela terceira vez. Por essa altura, Buemi tinha problemas com o carro novo, e tinha caído para o décimo lugar.

O Safety Car entrou nas boxes na volta 31, com Di Grassi na frente de D'Ambrosio, Lopez e Heidfeld, com Bird a ser passado por Félix da Costa, para ser quinto. Nesta altura, os carros da Andretti estavam sob investigação, por causa de uma saída prematura das boxes, e antes de ser penalizado, o piloto português viu o carro ficar lento e a abandonar. Na volta 34, Lopez ia passando Heidfeld, mas o argentino trava no lado de fora, e faz um pião na Curva 1, com Buemi atrás... a fazer a mesma coisa!

Na frente, Di Grassi distanciava-se, com D'Ambrosio a segurar Vergne, Heidfeld e Bird, que tentavam passá-lo. Foi apenas a três voltas do que o francês conseguiu passar o belga, numa altura em que houve confusão no Foro Sol, quando Nick Heidfeld sofreu um toque de traseira do carro de Nicolas Prost, causando confusão no pelotão intermédio, com a pior vitima a ser... Rosenqvist, que ficou com o carro destruído e a ter de o recolher nas boxes, para abandonar.

No final, Di Grassi conseguiu a vitória, pela primeira vez neste ano, na frente de Vergne e Bird, numa corrida bem emocionante, talvez a mais competitiva do ano. Mitch Evans foi o quarto, dando os primeiros pontos à Jaguar, seguido por Nicolas Prost, Pechito Lopez - que também conseguiu o seu melhor resutado do ano - Daniel Abt, Adam Carrol, Nelson Piquet Jr e Esteban Gutierrez, conseguindo aqui também o seu primeiro ponto na Formula E.

No campeonato, Buemi mantêm os 75 pontos - terminou a corrida fora dos pontos - mas agora Di Grassi tem 71, aproximando-se bastante do piloto suíço. Nicolas Prost mantêm o terceiro lugar, com 46 pontos, mais seis que Jean-Eric Vergne, que tem 40.

A Formula E agora regressa à Europa, onde vai correr nas ruas do Mónaco a 13 de maio.