sábado, 20 de agosto de 2016

A imagem do dia

Eis o que resta do Citroen DS3 WRC de Sebastien Lefebvre após o seu acidente desta manhã no temível Panzerplatte Lang, durante o Rali da Alemanha. O carro ficou destruido e ambos os pilotos acabaram no hospital, com ferimentos e a classificativa a ser neutralizada.

A maneira como ficou este carro demonstra a brutalidade do impacto deste acidente. Mas com todas as proteções de segurança que este carro têm, com os "rall-cages", os cintos de segurança e os materiais usados para construir o carro, é muito bom saber que no meio disto tudo, ambos puderam sobreviver para contar a história.

WRC - Rali da Alemanha (Dia 2)

O segundo dia do Rali da Alemanha ficou marcado não só pelo domínio de Sebastien Ogier, que chegou à liderança do rali, como também pelo acidente de Sebastien Lefebvre, que sofreu ferimentos quando se despistou com o seu Citroen na classificativa de Panzerplatte Lang, que resultou na neutralização do rali para que os socorros fossem prestados. Até agora, quer ele, quer o seu navegador não correm perigo de vida.

Com os quatro primeiros separados por meros 12,7 segundos no final do primeiro dia, o segundo prometia ser competitivo nas estradas alemãs especialmente com cinco passagens pela mitica Panzerplatte, em várias versões. O dia começou com Anders Mikkelsen no ataque, a vencer na primeira passagem por Freisen-Westrich com uma vantagem de 1,5 segundos sobre Sebastien Ogier. 

A razão desta vitoria deveu-se ao acerto nos pneus por parte do norueguês, e Ogier reconheceu o erro: “Escolhi uma mistura nos pneus. Tenho dois macios e dois duros. Foi errado. Estava seco quando saí do parque mas agora há chuva. Não vai ser bom para mim na próxima especial”, afirmou. 

Claro, Mikkelsen, comemorou a boa escolha feita nos pneumáticos. “Acho que os pneus macios foram a escolha certa mas é difícil fazer a diferença. O Ogier corta muito as curvas e coloca imensa sujidade na estrada”, explicou o nórdico.

Na primeira passagem por Bosenberg, na classificativa seguinte, Ogier conseguiu levar a melhor e vencer a especial, a 0,9 segundos de Jari-Matti Latvala, mas sobretudo, ganhou 5,6 segundos sobre Anders Mikkelsen, que o fez aproximar tanto que agora, estava a 0,2 segundos da liderança. Mas a razão dessa aproximação, disse Mikkelsen, foi que ele cometeu um erro, quando falou a travagem num cruzamento e teve de voltar atrás. 

A seguir, vieram as passagens pela Arena Panzerplatte. Na primeira, Stephane Lefebvre foi o melhor, conseguindo uma vantagem de 0,8 segundos sobre Jari-Matti Latvala e 0,9 segundos sobre Dani Sordo. Mikkelsen ficou a 1,7 segundos do vencedor, na sexta posição, perdendo mais 0,4 segundos para Ogier e acabaria por ceder a liderança para o seu companheiro de equipa. Na segunda passagem, logo a seguir, Latvala foi o melhor, com 0,5 segundos de vantagem sobre Lefebvre e 1,5 segundos sobre Neuville, com Mikkelsen a ser o quarto e Ogier a ser o sexto, a 2,1 segundos do vencedor. Isso foi o suficiente para que o norueguês da Volkswagen voltasse para o comando, a 0,3 segundos da liderança, num duelo bem emocionante.

Depois, foi a primeira passagem por Panzerplatte Lang, com quase 41 quilómetros... e que acabou mal para Stephane Lefebvre, que se despistou gravemente e obrigou à neutralização do rali a partir do oitavo posto, para que os meios de socorro pudessem entrar. Até então, Ogier tinha sido o mais veloz, conseguindo 10,5 segundos sobre Dani Sordo e 13,5 sobre Anderas Mikkelsen.

Pela tarde, com as segundas passagens pelas classificativas da manhã (excepto apenas a primeira passagem por Arena Panzerplatte),  ela começou com Ogier a ser o melhor na segunda passagem por Freisen-Westrich, 4,2 segundos adiante de Dani Sordo e 6,7 segundos sobre Anders Mikkelsen, o quarto na especial. A seguir, na segunda passagem por Bosenberg, Neuville foi o melhor, batendo Andreas Mikkelsen por 1,7 segundos e Sébastien Ogier por 1,8, mas não estava nada contente porque “o capot abriu e estava sempre a levantar”. E isso fez com que o belga tivesse “de abrandar para evitar bater”. O belga repetiu a vitória no Arena Panzerplatte, antes de no Panzerplatte Lang, Ogier conseguiu ser o mais veloz, ganhando 4,8 segundos a Dani Sordo e 8,8 sobre Thierry Neuville.

Mas o francês conseguiu algo melhor, que foi de ganhar mais 13,1 segundos a Anders Mikkelsen e a consolidar a liderança no rali. No final do dia, a diferença para Mikkelsen ficou-se nos 33,4 segundos, com Dani Sordo a ser o terceiro, a 37 segundos, que conseguiu passar Thierry Neuville, que está com mais 0,4 segundos do seu o seu companheiro de equipa.

Estes quatro pilotos já conseguiram afastar-se tanto da concorrência que o quinto classificado, Hayden Paddon, já está... a mais de três minutos. Mads Ostberg é o sexto, a quatro minutos e seis segundos e o melhor dos Ford, e Essapekka Lappi é o sétimo e o melhor dos WRC2, a mais de sete minutos da liderança. O finlandês está na luta pelo comando com o sueco Pontus Tiedmand, também num Skoda, a sete minutos e 43 segundos, enquanto que Jan Kopecky e Armin Kremer fecham o "top ten".

O rali da Alemanha termina amanhã.

WRC: Navegador de Lefebvre ferido em acidente

Gabin Moreau, o navegador de Stephane Lefebvre, sofreu fraturas numa perna depois de se ter despistado na especial de Panzerplatte Lang, esta manhã. O acidente levou à interrupção do rali para que pudesse entrar os meios de socorro na classificativa, nomeadamente ambulâncias e helicóptero de evacuação. O piloto também foi transportado para o hospital, onde se encontra em observação para potenciais ferimentos internos.

Lefebvre, de 24 anos, está este ano a competir pela equipa oficial da Citroen, onde conseguiu um quinto lugar em Monte Carlo e um nono posto na Polónia. Neste rali da Alemanha, o francês era sexto classificado no final do primeiro dia, a um minuto e seis segundos do primeiro.

Post-Scriptum: Os médicos do Hospital de Trier afirmaram que quer o piloto, quer o navegador, sofrarem fraturas e ferimentos internos, mas segundo o comunicado oficial, “nenhum corre perigo de vida”. Deseja-se as melhoras para ambos.


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Rumor do Dia: Jaguar assina com Adam Carrol na Formula E?

A Jaguar ainda não anunciou a sua dupla de pilotos para a sua temporada de estreia da Formula E, mas o site Motorsport.com afirma nesta sexta-feira à noite que Adam Carrol será o seu primeiro piloto, enquanto que o segundo lugar está a ser disputado pelos britânicos Alex Lynn e Harry Ticknell, e pelo neozelandês Mitch Evans.

Segundo conta o mesmo site, o acordo com Carrol foi assinado no final de julho, e estará nos testes coletivos que vão arrancar na semana que vêm, enquanto que os outros pilotos andarão por ali nesses dias, embora Lynn possa ter alguma vantagem, pois já conhece o carro dos testes que aconteceram nos últimos meses.

A apresentação oficial do carro acontecerá dentro de algumas semanas, a 8 de setembro, um mês e um dia antes da prova inicial da Formula E, a 9 de outubro, em Hong Kong.

Carrol, de 33 anos (nasceu a 26 de outubro de 1982), é de Portadown, na Irlanda do Norte, começou nos monolugares no ano 2000, vencendo a Winter Series da Formula Ford britânica. Dois anos depois, venceu a National Class na Formula 3 britânica, uma espécie de "Classe B" com chassis mais antigos. Continuou na Formula 3 até 2005, altura em que foi para a GP2. Nesse ano, pela SuperNova, foi quinto classificado, com três vitórias, e irá ficar até 2008, com passagens pela Fisichella Motorsport.

Em 2007 tem uma passagem fugaz pelo DTM, com um Audi A4, antes de correr com as cores irlandesas na A1GP, acabando por vencer a série em 2008-09, com cinco vitórias. Faz depois duas corridas na IndyCar, pela Andretti, antes de ir para a AutoGP, vencendo uma corrida e conseguindo mais três pódios. Ainda fez mais algumas corridas na GP2 nesse ano, em substituição de Luca Fillipi. E desde 2014 que participa nos GT's britânicos e no WEC, com o Porsche 911 da Gulf Racing na classe GTE.

WRC - Rali da Alemanha (Dia 1)

O primeiro dia do Rali da Alemanha está a ser marcado, como seria de esperar, pelo domínio dos Volkswagen e pela luta de Sebastien Ogier pela liderança do rali, o primeiro em asfalto puro (o rali de Monte Carlo é feito com neve) do campeonato.

Em Trier, centro do rali alemão, depois dos nórdicos Anders Mikkelsen e Jari-Matti Latvala terem-se destacado no "shakedown", o rali - que hoje tinha cinco especiais - começou com Ogier a ser o mais veloz e a aproveitar ser o primeiro a abrir a estrada. Na primeira passagem por Mittmosel, Ogier conseguiu 1,9 segundos de vantagem sobre Mikkelsen e 5,5 segundos sobre Thierry Neuville, para ser o primeiro líder do rali. Apesar disso, Ogier sentiu “algumas dificuldades em encontrar o ritmo”, mas pior teve Mikkelsen, que sofreu um toque numa barreira e danificou o carro. “Sentimos uma vibração mas a direcção está boa”, explicou depois.

A primeira classificativa ficou marcada pelo acidente de Eric Camili, que acabou o rali na primeira curva, com o seu Ford a ficar "pendurado" `beira do precipicio...

Na segunda classificativa - a primeira passagem por Moseland - Ogier cometeu um erro num gancho, acabando por perder tempo, a especial e a liderança para Mikkelsen. “Não fiz bem um gancho. Tive de voltar para trás. Custou-me tempo, mas tudo bem. De certeza que não foi uma boa especial”, explicou. O francês caiu para o terceiro posto, atrás de Mikkelsen e de Thierry Neuville, o vencedor da especial.

Pela tarde, na segunda passagem por Mittmosel, Mikkelsen e Neuville protagonizaram um belo duelo, onde o norueguês levou a melhor. O piloto da Volkswagen conseguiu uma vantagem de 2,5 segundos, com Ogier em terceiro, a 4,6. E por esta altura, o norueguês levava a melhor sobre o belga por 5,2 segundos, com o francês a 11,4.

Na segunda passagem por Moseland, Ogier partiu ao ataque, vencendo a especial e conseguindo uma vantagem de 1,7 segundos sobre Dani Sordo, e 4,4 sobre Neuville, e 6,7 sobre Mikkelsen. Neuville poderia ter sido o vencedor da especial, se não tivesse feito um pião... tudo isso fez com que a diferença entre o primeiro e o terceiro ficasse a meros 4,7 segundos.

Para finalizar o dia, os pilotos fizeram a especial de Ollmuth, onde Ogier conseguiu ser o melhor, 0,4 segundos mais veloz do que Mikkelsen. Dani Sordo foi o terceiro melhor, a 1,8 segundos, com Thierry Neuville a ser quarto, a 3,4 segundos do mais veloz.

Com isso, Ogier subiu à segunda posição, ficando agora a 4,3 segundos de Mikkelsen, trocando de lugar com Neuville, que tem 5,9 segundos de desvantagem sobre o norueguês. Dani Sordo é o quarto, a 12,7 segundos, e todos estão muito distantes do quinto, o estónio Ott Tanak, que já está a 55,4 segundos.

O rali da Alemanha prossegue amanhã.

Youtube Rally Crash: O acidente de Eric Camili

O rali da Alemanha terminou de forma prematura para o francês Eric Camili, que logo na primeira especial, saiu de estrada e viu o seu Ford ficar "pendurado" num aglomerado de madeiras, quase com "vista previlegiada para o abismo"...

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Youtube Motorsport Presentation: A Jaguar na Formula E

A Formula E, como sabem, volta dentro de mês e meio, e uma das estreantes à a Jaguar, que lançou hoje este novo video, como aperitivo à apresentação oficial, que afirmam que acontecerá a oito de setembro, precisamente um mês (e um dia) antes da corrida de Hong Kong. 

Noticias: "O Brexit é mau para o negócio da M-Sport"

Malcom Wilson queixa-se que o resultado do referendo do "Brexit", que aconteceu há quase dois meses, lhe prejudicou os seus negócios. O dono da M-Sport, que prepara os Ford Fiesta para o WRC, afirma que os custos das peças aumentaram muito desde que os britânicos aceitaram sair da União Europeia e isso faz aumentar os preços de venda dos seus carros. Entrevistado por Martin Holmes para a Autosport portuguesa em Trier, antes de começar o Rali da Alemanha, o ex-piloto comentou sobre o referendo do passado dia 23 de junho da seguinte forma:

Ainda é muito cedo mas o que vos posso dizer é que se o valor da libra continuar a descer face ao euro isso tem um impacto significativo", coneçou por dizer. "Como podem calcular, muitas das peças dos carros que construímos, uma grande percentagem delas, são fabricadas na Europa fora do Reino Unido. Por exemplo, um apoio da suspensão custa agora mais 218 libras do que custava antes do Brexit, o que significa um incremento de 15-16%, o que é uma grande percentagem, e nós trabalhamos com margens bem mais baixas. E é só uma peça. A libra desvalorizou 15-16% e quando compramos fora isso afeta muito", contiunuou. 

"Gostaríamos de obter mais componentes na Grã-Bretanha mas a maior parte dos materiais em bruto vêm da Europa. Portanto, seja qual for a forma como olhamos para esta questão, falamos de mais 15-16% de custos portanto não estamos a ir numa boa direção. Para além disso, esperávamos que a desvalorização da libra tornasse mais atrativo comprar carros no Reino Unido, mas para ser honesto não é isso que está a acontecer, pelo menos duma forma que permita absorver os custos extra”, concluiu.

O rali da Alemanha começou esta tarde, com o "shakedown".

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A imagem do dia

Nelson Piquet faz hoje 64 anos, e hoje em dia, goza a reforma na sua casa de Brasília, em companhia dos seus filhos. E claro, Nelson coloca a leitura em dia com os seus filhos...

TCR: Corrida de Macau será feita com os carros do CTCC

A corrida de Macau, prova de encerramento do TCR, terá também a presença dos carros do China Touring Car Championship (CTCC) na lista de inscritos. Os carros de ambas as categorias não andarão numa categoria à parte porque têm motores semelhantes, de dois litros aspirados.

O campeonato tem modelos de carros só vistos em paragens chinesas como o Volkswagen Lamando GTS, do qual Rudolfo Ávila andou a guiar esta temporada em duas rondas desse campeonato. Numa entrevista ao jornal Hoje Macau que "é difícil dizer exactamente quem será mais rapido, pois dependerá de muitos factores, como os pneus, afinações, qualidade dos pilotos, etc".

Ávila, vice-campeão do TCR Asia Series em 2015, fez duas corridas esta temporada no CTCC a bordo do Volkswagen, lembrou que "no circuito de Zhuhai, por exemplo, os carros do CTCC são mais rápidos. Mas por outro lado os carros do TCR são mais fiáveis e as equipas muito mais experientes e conhecedoras do Circuito da Guia". 

Para além disso, haverá liberdade para usar pneus. No campeonato chinês, eles usam os Khumo, enquanto que no TCR, os pneus são essencialmente Michelin. E como eles dizem, os pneus podem ser um fator decisivo para a corrida macaense. A organização irá pronunciar sobre este assunto nas próximas semanas.

Noticias: Conhecido o percurso do Dakar 2017

Em 2017, o Dakar sairá de Assuncion e acabará em Buenos Aires. O percurso do Dakar do próximo ano foi conhecido e passará por três países: Paraguai, Bolivia e Argentina, com paragem para descanso em La Paz, anunciou ontem a ASO em Paris.

Apesar das passagens por estes três países, será um rali essencialmente argentino. O Paraguai vai servir como pouco mais do que o ponto de partida, a 2 de janeiro, enquanto que a caravana vai entrar na Bolivia a 5 de janeiro, em Tupiza, rumando até La Paz no dia 8, onde descansará... a mais de quatro mil metros de altitude. A 10 de janeiro, o rali regressará a terras argentinas, depois de passar por Uyuni, continuando até chegar a Buenos Aires, no dia 14.

Nesta nona edição do Dakar em terras sul-americanas, nota-se de novo a ausência do rali em terras do Chile e do Peru, que já aconteceu em anos anteriores.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Youtube Motorsport Presentation: O novo Kia Ce'ed TCR

Com o TCR de férias - só voltam no dia 28, em Buniram, na Tailândia - e com muitas marcas envolvidas, outras pretendem também participar na competição, como a Kia. No video, a marca apresenta o seu novo carro, alguns meses depois de terem feito o anuncio oficial.

O carro vai ser preparado pela austríaca STARD, e a apresentação poderá ser feita em outubro. Michael Sakowicz, CEO da STARD, disse que o projecto está bem encaminhado e que os resultados para já obtidos estão acima das expectativas. Já há algumas encomendas e Sakowicz afirma que já tem um interessado português.

Por agora, eis o video de apresentação do novo bólido.

O cancelamento é uma questão de tempo

Depois de ver esta foto, creio que o cancelamento do Rali da China é uma questão de tempo. Afinal de contas, faltam meras duas semanas para a data deste rali (7 a 9 de setembro) e pelo que se conta por lá, as autoridades locais pediram ajuda ao governo central para que reparassem as estradas afetadas pelas tempestades de julho, mas até agora, não receberam essa prioridade.

Contudo, as equipas pretendem um esclarecimento rápido por parte da FIA, por causa das despesas de envio dos materiais para o outro lado do mundo, entre dois ralis europeus (Alemanha e Córsega) e há prazos para cumprir. Crê-se que a noticia do cancelamento deverá acontecer no final da semana, mas quanto mais cedo, melhor.

E também há outra coisa do qual as autoridades locais devem ser criticados. O facto de serem um marcado apetecível para as marcas não significa que devem agir com "arrogância" ou "preguiça". Um mundial como o WRC leva o nome do país ou da região em questão aos quatro cantos do mundo, e não ter pressa em reparar troços de estradas, por exemplo, só demonstra que não querem ter a prova no local, ou então confia no desejo dos promotores da prova em os receber, independentemente da velocidade do outro lado. E isso determina pouco profissionalismo.

E depois pensamos noutra coisa: se ele não querem, porquê insistir?

Post-Scriptum: A FIA confirmou esta tarde que o Rali da China foi cancelado.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A imagem do dia (II)

As capas do Ricardo Santos para a "Racer" americana são simplesmente fabulosas. Especialmente neste ano, quando se passam 40 sobre o duelo Niki Lauda-James Hunt, com dois carros míticos. Claro, Hollywood não os esqueceu...

A imagem do dia

Há precisamente 40 anos, em Zeltweg, o pelotão da Formula 1 vivia sentimentos distintos. Ela ficou com a respiração em suspenso por alguns dias quando Niki Lauda lutava pela vida num hospital alemão, após o seu acidente em Nurburgring, e em reação, Enzo Ferrari decidira tirar a sua equipa de competir no GP austríaco. Mas nessa altura, já respirava aliviado ao saber que Lauda iria sobreviver e provavelmente voltar à competição, talvez na temporada seguinte.

Mas noutra equipa, Zeltweg fazia recordar más memórias. Um ano antes, a Penske estava naquele local a lutar para conseguir um bom lugar na grelha, com o seu piloto, o veterano Mark Donohue. Campeão na Can-Am e nas 500 Milhas de Indianápolis, adaptava-se a um mundo diferente, o da Formula 1, e no "warm up" para a corrida, um pneu rebentou enquanto fazia a veloz Hella-Licht, acabando a bater num posto de comissários e num cartaz. Parecia que tudo estava resolvido, mas Donohue tinha na realidade batido com a cabeça nas pernas desse cartaz e tinha feito um hematoma que fez rebentar uma artéria e entrado em coma, morrendo dois dias depois, aos 38 anos de idade.

Em 1976, voltavam a lutar por melhores resultados até que entrou em cena o modelo PC4. Com uma aerodinâmica mais refinada, e maior distância entre eixos, Watson, com ele, tinha conseguido subir ao lugar mais baixo do pódio em Paul Ricard e Brands Hatch (à custa da desclassificação de James Hunt) e naquela pista, John Watson, o substituto de Donohue na equipa, conseguira o segundo melhor tempo, apenas batido por Hunt.

Por essa altura, Roger Penske decidiu fazer uma aposta a Watson: em caso de vitória, ele iria cortar a barba. Irritava-se com os pêlos faciais do piloto norte-irlandês, então com 29 anos, e que até então tinha andado pela Formula 1 na Brabham e Surtees. 

Foi uma corrida bem disputada entre Watson, Hunt, o March de Ronnie Peterson, os Lotus de Mário Andretti e Gunnar Nilsson, e o Ligier de Jacques Laffite, entre outros, com os seus primeiros a ficarem separados por meros 34 segundos, uma das corridas mais disputadas da história da Formula 1, mas no final, foi Watson a subir ao lugar mais alto do pódio. E de Watson, também temos de comemorar que há 40 anos, ele largou de vez a barba.   

Noticias: Ocon correrá com o 31

Só hoje é que a Manor anunciou com que número é que o seu novo recruta iria correr, e este escolheu o 31. O anuncio foi feito com a colocação de uma foto na conta da escuderia no Instagram.

O número é uma novidade, dado que o piloto francês de 19 anos tem vindo a usar o 45 nas sessões de treinos livres que tem vindo a correr com a Renault.

Recorde que Esteban Ocon vai substituir o indonésio Rio Haryanto a partir do GP da Bélgica, em Spa-Francochamps, e correrá até ao final da temporada. 

Youtube Motorsport Crash: O acidente... e pugilato na Formula 4 britânica

A Formula 4 britânica correu este fim de semana no circuito escocês de Knockhill, e numa das corridas, as coisas acabaram mal entre o canadiano Devlin deFrancesco e o romeno Petru Florescu. Companheiros de equipa, ambos acabaram no muro dos pneus, e o piloto romeno foi tirar satisfações, separados apenas por um previdente comissário de pista.

O incidente aconteceu na segunda corrida desse fim de semana, e os comissários não foram de modas: excluiram Florescu de todo o fim de semana e o penalizaram em dez posições na próxima corrida. O que estraga um pouco a candidatura do piloto ao título, pois tinha 205 pontos antes desta jornada tripla, e agora tem 25 pontos de desvantagem para o comandante do campeonato.

A Formula 4 continua no final do mês, em Rockingham. 

domingo, 14 de agosto de 2016

A imagem do dia

O camião da Ferrari, na pista de Spa-Francochamps, a levar provavelmente os monolugares de Michele Alboreto e Stefan Johansson durante o GP da Bélgica de 1985, no dia 1 de junho desse ano.

"Mas espera, Speeder, o GP da Bélgica não foi em setembro desse ano?" - perguntam alguns de vocês. Bom, direi que esta corrida durou... três meses. A história toda podem ler hoje no meu mais recente post "O Grande Circo", no blog Carros, onde explico o que aconteceu para que durasse tanto tempo assim. E lá podem ver como é que uma coisa mal planeada, feita em cima da hora, fez com que transformasse aquilo que deveria ter sido um fim de semana normal para máquinas e pilotos numa confusão total.

De como as coisas se tornaram tão perigosas, ao ponto de um dos pilotos, Nigel Mansell, levar os jornalistas a determinado local e arrancar pedaços do asfalto com as suas próprias mãos, para demonstrar que eles não tinham condições de correr por ali. No final, apesar de exemplos anteriores que tinham ocorrido não há muito tempo, como em Dallas, onde o asfalto local derreteu sob o sol arrasador de junho, a então FISA decidiu por bem adiar a corrida para 15 de setembro, onde antes estava marcada uma prova citadina... nas ruas de Roma. A organização foi multada em dez mil dólares por não os terem avisado do que tinham feito.

Depois disso, não mais houve problemas com asfaltos a derreterem-se ou a desfazerem por estar muito "crus". Agora, qualquer coisas desse tipo tem de passar pela aprovação da FIA.

As ambições automobilísticas de Cabo Verde

Este domingo, haverá um rali em Cabo Verde. Esta noticia poderia passar despercebida, se não fosse por alguns detalhes: o arquipélago situado na costa ocidental africana não tem nenhuma tradição automobilística, e o rali tem mais objetivos culturais do que desportivos. Organizado por um conjunto de entusiastas, o Eco Rally Cabo Verde vai ligar os municípios de Praia e Ribeira Grande, numa viagem mais de cariz cultural do que desportivo, mas demonstra que na principal ilha de Santiago - e onde situa a capital do país - começa a existir um conjunto de entusiastas que pretende fazer mais, e há um que está traçado: organizar um rali de categoria FIA.

A associação existe há algum tempo e estamos aqui para incitar os amantes das quatro rodas para a elevação dessa modalidade em Cabo Verde que tem muitos aficionados”, começou por notar Joaquim Santos, o organizador do evento, numa nota à imprensa citado pelo site Sportmotores.com. “Vai igualmente contribuir para o desenvolvimento do turismo local, promovendo a participação de empresas e competidores nacionais e estrangeiros, e isto para impactar o desenvolvimento económico dos municípios”, concluiu.

A demonstração acontece num perímetro entre Estádio Nacional e termina em Palmarejo, mas o périplo passa somente pelos municípios da Praia e da Ribeira Grande de Santiago. Caso este seja um sucesso, a organização espera fazer os passos necessários para se profissionalizar, entre outros, mas para alcançar os seus grandes objetivos, tem de organizar-se a nivel nacional. É que Cabo Verde não tem uma federação digna desse nome, que tem de ser reconhecida pela FIA, para poder realizar as suas ambições.

Inspirações não lhe vão faltar: nos arquipélagos que lhes estão mais próximos, como a Madeira, Açores e Canárias, todos eles organizam com sucesso os seus ralis...

As ideias que não aconteceram para a Formula E em Macau

A terceira temporada da Formula E vai arrancar a 9 de outubro nas ruas de Hong Kong, o que para quem conhece a história do automobilismo naquela parte do mundo, não tem muita lógica, já que ao lado há Macau, que não só tem os casinos, tem também a experiência de organizar um Grande Prémio, que acontece ininterruptamente desde 1954, para várias categorias, a mais famosa sendo a Formula 3.

A organização da Formula E chegou a falar em 2014 com a comissão do Grande Prémio, chefiado pelo seu presidente, João Manuel Costa Antunes, mas esbarrou com o desinteresse do governo da zona especial de Macau. Assim sendo, viraram-se para Hong Kong, que respondeu positivamente, e irá arrancar ali, na substituição de Pequim.

"Eles expressaram interesse em correr em Macau e eu acredito que este campeonato tem um enorme futuro pela frente", disse na altura o então coordenador da prova ao jornal Business Daily, de Macau, referindo também que a competição "precisa de tempo para amadurecer. É muito cedo ainda para medir a sua importância e visibilidade. Queremos ver o que irá acontecer com este campeonato antes de realizarmos uma prova em Macau.", concluiu. 

Rodrigo Nunes, arquitecto e criador do traçado que acolheu a Fórmula E nos dois primeiros anos em Pequim, afirmou que o circuito da Guia, no seu traçado atual, não conseguiria acolher a Formula E devido à extensão do seu traçado, com mais de seis quilómetros. Mas acredita que num futuro mais ou menos próximo, com o desenvolvimento da tecnologia, tal virá a acontecer.

Para um campeonato como a Fórmula E, e na sua configuração actual, não é o circuito do momento dada a sua extensão total e às suas longas rectas”, começou por dizer ao jornal Hoje Macau o arquitecto português, que realçou também que “este campeonato tem uma margem de progressão enorme e quem sabe se num futuro próximo (o Circuito da Guia) não poderá ser uma opção”.

Felizmente já tive a oportunidade de visitar o Circuito da Guia por duas vezes. É um circuito muito interessante no meu ponto de vista, dado que conjuga zonas muito rápidas e largas com zonas muito estreitas e técnicas. Claro que ultrapassar não é uma tarefa fácil para os pilotos mas para quem como eu aprecia circuitos puros, este é sem dúvida um dos circuitos mais interessantes da actualidade”, concluiu.