Acabou esta quinta-feira o Dakar em terras peruanas, e
Nasser Al Attiyah foi o grande vencedor, no seu Toyota, enquanto nas motos, a coroa de louros foi para Toby Price, que no último dia de competição, conseguiu superar Pablo Quintanilla e Mathias Walkner.
Estes onze dias nas areias do deserto peruano mostraram o melhor e o pior dos pilotos, e ganhou quem foi o mais regular e o mais eficaz. Foi o que aconteceu ao piloto qatari, mais habituado às areias do deserto, que conseguiu nunca perder de vista os primeiros lugares. E ainda por cima, ele conseguiu dar à Toyota a sua primeira vitória no rali-raid mais importante do mundo, algo do qual ambicionavam há algum tempo.
E claro, ele estava radiante: “Esta foi uma das minhas melhores vitórias. Não cometemos um erro, e este foi um Dakar muito difícil. Assumimos a liderança no terceiro dia, e desde aí viemos a consolidar regularmente a nossa liderança. Estou feliz por oferecer à Toyota a sua primeira vitória no Dakar. Todos querem ganhar este rali e eu respeito muito os nossos adversários. Se eles cometeram erros, foi porque tinham que atacar, e às vezes isso não funciona bem nesta prova. Era um rali 100% peruano, com areia e dunas, e eu sempre disse que queria fazer algo de bom aqui”, disse o piloto qatari na meta, em Lima.
No caso de Nani Roma, o segundo lugar foi o melhor que conseguiu com o seu Mini. O piloto espanhol deu o seu melhor e por algumas vezes, chegou à liderança, mas os maus dias que teve nas dunas deitaram isso a perder a favor do piloto da Toyota. No final, em Lima, ele reconheceu a superioridade do seu adversário, e o facto do percurso ter sido desenhado à medida dele.
"O Nasser fez uma corrida perfeita, não cometeu erros, e merece inteiramente a sua vitória, inegavelmente, parabéns para ele. Mas esta edição, com muitas dunas, areia e fora de pista, foi feita à sua medida…”, comentou.
Já Sebastien Loeb, o lugar mais baixo do pódio a bordo do seu Peugeot 3008 DKR foi uma espécie de prémio de consolação num rali cheio de altos e baixos para ele e para o seu fiel navegador, Daniel Elena. É o segundo pódio para o piloto francês, e ele disse que apesar dos problemas, foi o pódio possivel.
“Perdemos muito tempo três vezes. Os dois pilotos que ficaram à nossa frente, são precisamente os que não tiveram quaisquer problemas durante toda a corrida. No geral, sempre fomos os mais rápidos no terreno, o que é encorajador, é simpático, fizemos grandes etapas. Não foi uma vitória, mas um pódio, com todas as preocupações que tivemos, é um bom resultado. Estávamos num terreno que não nos era favorável, e com um carro privado a lutar contra grandes equipas oficiais. Não é mau, mas poderíamos ter feito melhor...”, comentou.
Nas motos, Pablo Quitanilla esteve perto da vitória, mas uma queda fez entregar o triunfo a Toby Price e à KTM. O homem da Husqvarna não evitou uma queda à passagem do quilómetro dez, incidente que deixou o chileno com um pé magoado. Apesar de tudo, Quintanilla já retomou a corrida, onde agora o objetivo é chegar ao fim sem percalços de modo a garantir o segundo posto. Mas nem isso conseguiu, pois Walkner conseguiu o segundo posto, dando uma dobradinha para a KTM.
Quanto a Price, só precisou de levar a moto até ao fim em segurança para selar a conquista do seu segundo título no Dakar, depois do conquistado em 2016.
O australiano realizou uma corrida muito regular e sem erros de relevo para levar de vencida a muita areia que marcou o percurso do exercício organizado pela Amaury Sport Organisation. Uma vitória muito saborosa, pois Price realizou toda a corrida magoado do pulso direito, numa lesão que contraiu um mês antes do arranque do evento. E para fechar com chave de ouro, o ‘aussie’ venceu a tirada de hoje, tendo imprimido um ritmo diabólico mesmo sabendo que só tinha de cumprir calendário, após o sucedido com Pablo Quintanilla.
Acabou o Dakar de 2019, agora vem aí o de 2020.