sábado, 5 de junho de 2021

WRC 2021 - Rali da Sardenha (Dia 2)


Sebastien Ogier lidera o rali da Sardenha no final do segundo dia, passadas mais oito especiais de classificação. O piloto francês da Toyota lidera com uma vantagem de 38,9 segundos sobe Elfyn Evans, noutro Toyota, com Thierry Neuville em terceiro, a 1.08,9, num dia marcado pela desistência de Ott Tanak, o anterior líder da prova. 

Mas não parecia que isso iria acontecer logo no inicio da manhã, quando ele foi o melhor na primeira passagem por Coiluna - Loelle, onde triunfou com 2,6 segundos de vantagem sobre Elfyn Evans e 6,1 sobre Sebastian Ogier. Dani Sordo, que era o segundo na geral no final do dia anterior, perdera 15,4 segundos e via aproximar Ogier.

Ogier atacou na primeira passagem por Lerno - Monti di Alà, mas não conseguiu mais que 1,7 segundos sobre Tanak, o segundo. Sordo perdia mais 9,8 segundo e era passado na geral pelo francês da Toyota, que estaa feliz pelo resultado: "Até agora, tudo bem. Acho que a escolha dos pneus não foi tão mau para mim esta manhã. Parece que está a funcionar.", comentou.

Na segunda passagem por Coiluna - Loelle, foi a vez de Evans a triunfar, mas Ogier e Tanak andavam perto perdendo respetivamente 0,2 e 0,3 segundos cada um. E no final da manhã, Ogier voltou a triunfar, 4,1 segundos na frente de Neuville e 6,1 sobre Eans, enquanto Tanak parava na especial, aparentemente, depois de tocar numa pedra, que arrancou a suspensão do seu carro e o danificou irremediavelmente.

Na parte da tarde, e sem Tanak, Ogier aproveitou para voar nas especiais, e começou ao vencer na primeira passagem por Bortigiadas - Aggius - Viddalba, 3,8 segundos na frente de Dani Sordo e cinco segundos sobre Elfyn Evans. "Não estava realmente a fundo. Foi uma movimentação limpa numa especial muito escorregadia. Novas notas e uma seção muito estreita, então tentei permanecer na linha.", comentou o francês. 


Ogier continuou ao ataque a seguir, na primeira passagem por Sedini - Castelsardo, 1,8 segundos na frente de Thierry Neuville, e na segunda passagem por Bortigiadas - Aggius - Viddalba, o francês oltou a ser o melhor, 0,7 segundos na frente de Evans e 8,8 sobre Neuville, ao mesmo tempo que Dani Sordo parava de vez na berma, depois de ter perdido uma roda. No final do dia, Ogier descontraiu e deixou que Evans triunfasse na especial, 1,5 segundos na frente de Ogier.  

Depois dos três primeiros, o quarto é Katsuta Takamoto, no terceiro Toyota, mas muito longe de todos, a 4.01,2 minutos. Mas mesmo assim, caminha tranquilamente, porque Jari Huttunen, o quinto, está a 8.09,6, e o finlandês está em luta com Mads Ostberg, no seu Citroen C3 Rally2, a 8.12,3. Yohan Rossell é sétimo, noutro Citroen C3 Rally2, a 8.57,5, na frente dos espanhois Pepe Lopez (a 9.35,3) e Jan Solans (a 9.45,0) e a fechar o "top ten", o Skoda Fabia Rally2 do boliviano Marco Bulcacia Wilkinson, a 10.13,1.

O rali da Sardenha termina amanhã.

Formula 1 2021 - Ronda 6, Baku (Qualificação)


Depois da vista sobre o Mar Mediterrâneo, a vista sobre o Cáspio. De Mónaco a Baku não se pode dizer que é de uma ponta a outra da Europa, mas é um mundo onde se vai de um principado onde os serviços e o entretenimento são reis, para um lugar onde o ouro negro manda desde que foi descoberto, em meados do século XIX. Muito antes de Abu Dhabi, Baku foi a primeira cidade do mundo que vivia do petróleo, e que fez fortuna a todos aqueles que o comerciavam, incluindo um jovem arménio que, quando envelheceu e foi apanhado pela vertigem da II Guerra Mundial, se mudou para um quarto de hotel em Lisboa, onde passou ali o resto da sua vida. Um tal de Caoulste Glubenkian.

Mas mais de século e meio depois, os negociantes de petróleo são outros, e com o dinheiro que ganharam, puderam juntar algum e receber a Formula 1, meio pelo prestigio, meio para colocar o seu país no mapa, porque esta é uma competição mundial. Contudo, a parte mais interessante de um circuito que é tão veloz como de incrivelmente apertado, é que isto calha numa altura em que os carros da Mercedes estão incrivelmente vulneráveis ao ponto de, pela primeira vez desde 2013, que não estão no comando do campeonato.

E se acham que é aqui que as coias regressam à normalidade, Toto Wolff deixou um aviso: não contem com isso. Claro, 90 por cento das pessoas acham que não passa de "bluff"...  


Com um dia claro de final de primavera, as coisas começavam com a expectativa de ver o que fariam Red Bull e Mercedes, pois pareciam não ser os favoritos. O primeiro que marcou na volta foi Charles Leclerc, mas logo depois, Lance Stroll bateu forte na curva 2 e causou a primeira situação de bandeiras vermelhas. Para o canadiano, a qualificação acabava ali, e claro, iria largar garantidamente da última fila.

Passaram-se os minutos, a pista foi limpa e quando voltaram, os pilotos começaram a marcar tempos, com os Red Bull a serem os melhores. Mas quase a seguir, nova amostragem de banderias vermelhas quando o Alfa Romeo de Antonio Giovinazzi bateu no muro e a sua posição perigosa era o suficiente para nova amostragem de bandeiras vermelhas. Parecia que iria ser às pinguinhas... e claro, Giovinazzi iria completar a última fila com Stroll. Desta vez, os Haas e os Williams não iriam ser os bombos da festa, mas não iriam ficar muito mais longe...

É que das três vagas que faltavam, dois foram para os Haas, e o terceiro lugar calhou para Nicholas Latifi, que ficou com a "fava", a favor de George Russell, definitivamente, o piloto que faz da Williams algo melhor do que consegue ser neste momento.

Passando para a Q2, já havia dúvidas sobre Lando Norris, porque aparentemente, ele não tinha ido logo às boxes quando aconteceu a primeira situação de bandeiras vermelhas. Os comissários acreditavam que ele não tinha obedecido às ordens e qualquer posição que alcançasse na grelha, ela estaria em perigo de penalização. 

Os pilotos estavam com pressa para ir à pista e marcar tempos, e por vezes nem sequer olhavam para os espelhos ao ponto do Sebastian Vettel ter ido para fora das boxes quando Sergio Perez estava demasiado perto... mas depois do susto, o mexicano marca 1.41,630 e está no topo da tabela de tempos. Verstappen marcou logo a seguir, um pouco mais lento que o mexicano, enquanto Hamilton abortava a tentativa e esperava por melhores momentos. Quando conseguiu marcar tempo, foi quatro milésimos melhor que o mexicano.


A parte final da Q2 ficou marcado pelo acidente de Daniel Ricciardo na curva 3, causando a terceira situação de bandeiras vermelhas desta sessão. Alguns foram prejudicados, como Sebastian Vettel, que ia na sua volta rápida, e poderia ser decisiva sobre se ficaria ou sairia. Não conseguiu passar. Como não passou Ricciardo, Russell, Kimi Raikkonen e Esteban Ocon. Em contraste, os Alpha Tauri passaram - Tsunoda na Q3, quem diria! - acompanhados pelos do costume na Red Bull, Mercedes e Ferrari, bem como o McLaren de Norris e o Alpine de Fernando Alonso.   

Para o Q3, havia expectativas para saber quem se daria melhor. O mais interessante é que não eram só os candidatos do costume, mas havia mais gente que queria o mesmo lugar, como os Ferrari. E logo nos primeiros minutos, Charles Leclerc começou a ficar com os melhores tempos, aproveitando - também - o vácuo de Carlos Sainz Jr. que no inicio desta Q3 era terceiro.

Mas os Mercedes não ficavam parados, espcialmente quando Lewis Hamilton ficou com o segundo melhor tempo. E Max? Conseguiu passar Sainz Jr, mas era apenas terceiro. Pouco depois, os Alpha Tauri iam para a pista, e com Tsunoda a rebocá-lo, Gasly conseguia o quarto tempo provisório, com o japonês a ser sétimo. Cada vez mais interessante...


A parte final viu os carros saírem das boxes em bando, vendo se havia tempo para uma última volta. Mas as expectativas foram curtas: Sainz e Tsunoda bateram no muro antes da curva 2 e a qualificação terminava ali, com bandeiras vermelhas (pela quarta vez!) e Charles Leclerc a ser pole pela segunda corrida seguida. Claro, pode-se pensar que Hamilton, com o seu segundo tempo, está na frente de Verstappen, o que seria vantajoso para o campeonato... mas nem tanto. É que os números impares largam do lado limpo da pista, e não se pode descartar a ideia de que o holandês poderá fazer uma largada relâmpago...

Ah, e a distância para o sr. Bottas? 1.2 segundos, porque o finlandês largará apenas de décimo na grelha. O Tsunoda e o Alonso ficaram na frente dele, diabos!

Enfim, veremos como será amanhã.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

WRC 2021 - Rali da Sardenha (Dia 1)


Ott Tanak
lidera o Rali da Sardenha, completadas que estão as primeiras oito especiais de classificação. O piloto estónio da Hyundai tem um avanço de 19,4 segundos exatos sobre o espanhol Dani Sordo, noutro Hyundai, enquanto Sebastien Ogier não está muito longe, a 36,2 segundos, no seu Toyota.

Com a Hyundai na "corda bamba" depois da catástrofe portuguesa com as desistências de Thierry Neuville e Ott Tanak, eles queriam agora mostrar em resultados o domínio que tiveram e com os títulos que estão em jogo.

E foi por isso que Tanak entrou ao ataque, vencendo todas as especiais da manhã. Primeiro, na primeira passagem por Filigosu - Sa Conchedda, onde conseguiu um avanço de 1,6 segundos sobe Kalle Rovanpera, enquanto na segunda especial, foi mais veloz em 1.4 sobre Sebastien Ogier e 2,4 sobre Rovanpera. Na terceira especial, o estónio da Hyundai foi superior em 1,2 a Sordo e dois segundos extados sobre o finlandês da Toyota. No final da manhã, a segunda passagem por Terranova, Tanak era melhor que Sordo em 1,4 segundos e Ogier em 1,5, numa especial onde Kalle Rovanpera teve problemas mecânicos e atrasou-se irremediavelmente.  

A tarde começa com Tanak a triunfar pela quinta vez seguida na primeira passagem por Tempio Pausania, 4,9 segundos mais veloz que Sebastien Ogier. A seguir, na primeira passagem por Erula - Tula, Sordo foi o melhor, 1,8 segundos na frente de Tanak e 7,3 sobre Ogier, o terceiro classificado. Foi o suficiente para o espanhol subir para o segundo posto.  

Sordo voltou a triunfar na segunda passagem por Tempio Pausania, 0,3 segundos superior a Tanak, com Evans a 3,5 segundos e Ogier a 6,5. Atrás, Pierre Loubet teve problemas com os travões e caiu imenso na classificação. Por fim, na última especial do dia, na segunda passagem por Erula - Tula, Sordo foi de novo o melhor, empatado com Thierry Neuville, e 5,6 segundos mais veloz que Ott Tanak. A especial ficou marcada também pelos problemas de transmissão por parte de Gus Greensmith, que se retirou e retornará no modo "Rally2". Outro que teve problemas foi Kajetan Kajetanowicz, que se despistou.

"Não é nada de novo - estávamos na mesma situação em Portugal e é por isso que temos de estar muito concentrados amanhã. Tive uma corrida muito suave e limpa e, obviamente, uma melhor posição na estrada do que os rapazes [que estavam] à minha frente.", disse Tanak no final da especial.

Depois dos três primeiros, Elfyn Evans é agora quarto, a 1.02,0 minutos, depois de ter passado Thierry Neuville, que baixou para quinto no seu Hyundai. Katsuta Takamoto é o sexto, noutro Toyota, a 1.18,3, muito longe já de Mads Ostberg, o melhor dos Rally2, sétimo a 3.41,7, na frente de Jari Huttunen (a 4.08,7) e e fechar o "top ten" estão o francês Yohan Rossell, no seu Citroen C3 Rally2 e o espanhol Pepe Lopez, no seu Soda Fabia Evo2, a 4.52,1.

O rali da Sardenha prossegue amanhã com a realização de mais oito especiais de classificação. 

Youtube Motoring Video: Os Automóveis Portugueses, A.R.

Saiu nesta quinta-feira o segundo episódio da série "Automóveis Portugueses", que o "Jornal dos Clássicos" está a fazer no seu canal do Youtube, e hoje, ele é dedicado à marca A,R., de Castelo Branco, que foi fabricado nos anos 50, e do qual só se tem conhecimento de um só exemplar. Tinha um motor Peugeot de 1.4 litros, que fazia 80 cavalos, chassis tubular de alumínio, e muito leve.

O carro participou em diversas provas, quer em Portugal, quer em Espanha, conseguindo como melhor resultado um segundo lugar na Volta a Portugal de 1955. Agora este carro, pintado no vermelho original, está restaurado e pertence a um entusiasta local, que preserva a história deste carro único. 

Noticias: Países Baixos só vão permitir entrada a quem estiver vacinado


As autoridades holandesas informaram esta semana que todos os envolvidos no seu Grande Prémio terão de estar vacinados até ao inicio de setembro, data da corrida. Apesar de ainda faltarem três meses para a prova, isso é importante porque boa parte das pessoas do pelotão são jovens, logo, estão a ser deixados para o fim da fila em termos de vacinação.

Apesar do aviso, e das garantias de que a Formula 1 opera numa bolha, com testes constantes e isolamento imediato a todos que apanham a doença, para impedir que se espalhe, esta ainda não decidiu que todos deveriam já ser vacinados. Houve uma hipótese em março, quando as autoridades do Bahrein ofereceram a vacinação a todos ligados ao "paddock",  mas por uma questão de imagem e por motivos legais, a FIA e a maioria das equipas da Formula 1 decidiram não aceitar essa oferta.

O GP dos Países Baixos acontecerá no fim de semana de 3 a 5 de setembro, uma semana depois do GP da Bélgica.

Rumor do Dia: GP de Singapura vai ser cancelado


O GP de Singapura está prestes a ser cancelado pelo segundo ano consecutivo. A noticia está a ser avançada esta tarde pela BBC, afirmando que a Liberty Media estão no terreno procurando por alternativas à prova, para poder anunciar a seu devido tempo. Quando se confirmar, será a terceira mudança no calendário este ano, depois da inclusão do GP de Portugal no lugar vago pelo Vietname e o cancelamento do GP canadiano, que deu origem ao segundo Grande Prémio no Red Bull Ring e o antecipar do GP de França, em Paul Ricard.

Apesar de um porta-voz da organização não ter comentado a noticia, a organização está neste momento a contactar alguns países para que recebem uma corrida no fim de semana de 1 a 3 de outubro, e duas das chances são o de receber em Istambul Park, que deveria ter acontecido em junho, mas acabou por não se realizar por causa do número de casos em solo turco, e outra chance poderá ser o circuito de Austin receber uma jornada dupla antes da sua corrida, que está marcada para o fim de semana de 22 a 24 de outubro.

Contudo, mesmo que a situação de Singapura seja rapidamente resolvida, poderá não ser o último problema. Com a organização a querer ter um calendário de 23 proas a todo o custo, há pelo menos quatro situações onde o cancelamento poderá acontecer devido à evolução da pandemia. São eles Suzuka, no Japão, Interlagos, no Brasil, o autódromo Hermanos Rodriguez, no México e o GP da Austrália, em Melbourne, que já tinha sido adiado de março para novembro. Todos eles têm a ver quer com a evolução da pandemia, e também com a restrição de entrada de estrangeiros nas suas fronteiras. No caso particular da Austrália, a politica de "tolerância zero" está a levar ao "lockdown" de cidades inteiras quando aparecem casos isolados de CoVid-19, e no Japão, o facto de estar a lidar com os Jogos Olímpicos e estar atrasado na vacinação poderá implicar que não receba a corrida pelo segundo ano consecutivo.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Youtube Formula One Video: António Giovinazzi merece um lugar no pelotão?

Antonio Giovinazzi - ou como alguns chamam, Jesus italiano - é piloto da Alfa Romeo Sauber e está na sua terceira temporada. Está a correr contra Kimi Raikkonen, mas alguns afirmam que ele, aos 27 anos, já passou o seu tempo na categoria máxima do automobilismo e é altura de dar a oportunidade a pilotos mais novos, como Calum Ilott ou Theo Pouchaire.

E é aí que entra Josh Revell, que fez este video sobre Giovinazzi e porque ele merece continuar na Formula 1 nesta e nas temporadas seguintes. 

WRC: Ogier não quer fazer mais temporadas completas depois de 2021


Sebastien Ogier quer fazer de 2021 a sua última temporada completa. Numa entrevista à Autosport portuguesa, e questionado sobre se pensa reconsiderar a decisão de deixar os ralis a tempo inteiro no final do ano, afirmou que isso se mantêm, mesmo que ganhe novo título no WRC.

Já respondi a esta questão muitas vezes. Não vou fazer uma época completa mesmo que consiga o oitavo título. De acordo com a forma como vejo as coisas, os números não são importantes, há neste momento coisa que valorizo muito mais na vida do que isso, de momento, espero que isso responda a tua pergunta. É verdade que há conversas, eu já disse que posso fazer alguns ralis, hei-de falar com a equipa, aprofundar a questão e em algum momento haverá um plano, e aí todos saberão”, afirmou.

Nas vésperas do rali da Sardenha, Ogier afirmou que as condições de estrada por lá são tão duras como em Portugal, logo, é provável que fique mais da defensiva para poder levar o carro mais longe. 

"Em Portugal não foi fácil, mas a Sardenha costuma estar no topo da lista. É o pior rali nesse aspeto, o piso está ainda mais seco, há ainda mais areia do que em Portugal, e pelo que vimos dos reconhecimentos parece mais difícil aqui, mas ao fim ao cabo, por vezes, quando há mais terra solta o que eu posso esperar é que é não limpe tão bem para quem vem atrás e demore mais algum tempo até que exista aderência máxima, e pelo menos quem vem atrás de mim não tenha tanta vantagem. Sim, a Sardenha é mais complicada…”, disse.

Sobe onde se vê depois de encerrar o seu capitulo no WRC, disse que coisas como o Extreme E ou o Dakar é algo que se vê a experimentar.

Tenho alguns ‘desejos’ de momento, mas estou mais virado para provas de circuito. Provavelmente seria um desafio maior, mas ainda assim, mais fácil virar-me para o Dakar ou Extreme E, que é mais lógico para um piloto de ralis. O que eu quero é desafiar-me, desafios mais difíceis, entrar em algo que nunca fiz antes, e ver como me saio. Não espero chegar lá e andar como os pilotos de topo nessas categorias, e a minha ideia é chegar lá e lutar para ficar o mais perto possível”, afirmou.

Questionado sobre se em 2022 voltaria a fazer o rali de Portugal para tentar desempatar com Markku Alen no número de triunfos na prova, Ogier disse que era uma possibilidade em aberto.

Toda a gente sabe que o Rali de Portugal é uma prova que gosto muito, por acaso tenho algumas saudades do Sul, pois quanto a mim os troços são ainda melhores, mas se não fizer o campeonato e puder fazer algumas provas, talvez possa ter um boa posição na estrada, e poderia ser interessante fazê-lo, isso é certo, mas para já não consigo responder, mas estar empatado com o Markku Alén é também bom, não é uma coisa que queira demasiado, vamos ver o que o futuro nos traz…”, concluiu.

Noticias: Brawn disposto a ter Mónaco e Indianápolis em dias diferentes


Ross Brawn está aberto à ideia de ter corridas de Formula 1 e as 500 Milhas de Indianápolis em dias diferentes. Com as primeiras datas desencontradas desde 2003, e com alguns pilotos a afirmarem cada e mais abertamente a ideia de correr no "Brickyard", Brawn afirmou que a ideia até seria boa, desde que beneficie o automobilismo como um tido.

Certamente, da nossa perspetiva - a gestão da Fórmula 1 - abraçamos todo o automobilismo, porque um dos meus ex-colegas Sean Bratches costumava dizer, quando a maré sobe todos os barcos sobem, e acreditamos muito nisso”, começou por dizer Brawn à americana racer.com.Se você aumentar o interesse pelo automobilismo, mais fãs se agregarão."

‘Drive to Survive’[a série da Netflix] tem sido um grande sucesso - trouxe fãs para a Fórmula 1, não há dúvida de que esses fãs estarão olhando para outras formas de automobilismo também, porque de repente eles encontraram este novo mundo. E nós somos iguais - queremos que a Indy 500 seja um grande sucesso para que, quando formos para a América, os fãs passem para o outro lado.", continuou.

É ótimo que não colidiu neste fim de semana - deu a chance de poder assisti-lo, pois eu não estava voltando de Mónaco pela primeira vez! Abraçamos todas as formas de automobilismo. É ótimo que uma das equipas da Fórmula 1, a McLaren, esteja envolvida por lá neste momento. Os pilotos de Fórmula 1 sempre estiveram envolvidos lá - tende a ser uma carreira de continuação, mas talvez se não coincidir, não precisa ser.”, concluiu.

Com o facto da organização da Indianápolis Motor Speedway estar agora nas mãos de Roger Penske, Brawn afirmou estar aberto a uma maior colaboração entre ambas as entidades.

Estamos totalmente abertos [à ideia]. Acho que nossa administração aqui, inclusive eu, está completamente aberta a qualquer um desses tipos de possibilidades. Em primeiro lugar, tem que aumentar o espetáculo desportivo. Não queremos que nada disso se transforme em algum tipo de evento falso, mas estamos muito abertos a esse tipo de iniciativa.

E é claro que Indy nesse lado das coisas está sendo comandado por um velho amigo nosso, Roger Penske - Roger sempre teve interesse e esteve envolvido na Fórmula 1 - então há possibilidades muito reais de colaborações no futuro."

quarta-feira, 2 de junho de 2021

A imagem do dia (II)


Poucos são os momentos da história onde se pode ver pilotos a desafiarem os elementos para, numa prova onde os carros são artificialmente igualados, se depender tanto do talento do piloto para se mostrar perante os seus pares e o mundo. Um bom exemplo pode-se ver no GP do Mónaco de 1984, quando Ayrton Senna, no seu Toleman, e Stefan Bellof, no seu Tyrrell, mostraram o que podiam em carros que, noutras circunstâncias, não teriam dado tanto nas vistas.

Mas as circunstancias da primeira vitória de Michael Schumacher na Ferrari, no GP de Espanha de 1996, roçam o épico e só mostram o estofo dos campeões. De controlar o carro em circunstâncias extremas, superar bólidos superiores a ele e não só vencer, como o de dar muito avanço à concorrência. Curiosamente, duas semanas antes, no Mónaco, também debaixo de chuva, tinha batido na primeira volta... irónico, hein?

É verdade que o Ferrari daquele ano não era nenhuma desgraça - ele lutou pela vitória com Jacques Villeneuve na quarta prova do ano, o GP da Europa, em Nurburgring - mas ele era certamente menos favorito que os Williams do seu rival canadiano e de Damon Hill. Contudo, com a chuva a igualar todos, o alemão aproveitou bem as circunstâncias para mostrar que, como piloto, era superior a todos eles.

Claro, a sua vida ficou facilitada quando no final da primeira volta, seis dos vinte carros presentes foram eliminados em vários despistes e colisões, e no final da volta 20, apenas nove carros continuavam a correr no circuito. Isso normalmente não é motivo para as câmaras seguirem um determinado carro - isso acontece, independemente dos bólidos que circulam na pista - mas o facto de Schumacher estar "a dar um baile" à concorrência, num carro que era à partida, inferior a outros, fez arregalar os olhos de todos que observavam aquela corrida. 

Mas a grande moral nisto tudo é que ele, se tivesse uma chance de mostrar o que era capaz, fazia-o. E naquele dia de há 25 anos, mostrou que era um dos melhores, não do pelotão, mas de sempre. 

O caso do automobilismo em TV aberta


Automobilismo em sinal aberto é algo cada vez mais raro. A tendência que começou no inicio desde século é agora imparável e praticamente nenhum país da Europa transmite a Formula 1 em sinal aberto. É tudo através de sinal fechado, onde mesmo tendo TV por cabo, a pessoa paga mais um extra para poder ver manifestações desportivas, sejam elas futebol, sejam elas automobilismo ou outras modalidades. Dinheiro manda, e os clubes estão muito dependentes desse dinheiro vindo das televisões para manter plantéis cada vez mais caros, numa obsessão para ultrapassar a concorrência.

(...)

Contudo, subitamente, por estes dias, dei por mim a ler um artigo no site racefans.net, da autoria do Dieter Rencken, um dos mais respeitados jornalistas de automobilismo da atualidade, em que defende o regresso da Formula 1 em TV aberta. Ou seja, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália deveriam voltar a transmitir a modalidade para o público em geral. O artigo, publicado no passado dia 5, fala sobre a crescente "afunilação" da audiência, no sentido de captar aqueles que são realmente fãs e estão dispostas a pagar por isso, e por causa disso, desde 2018, quando tiveram 490 milhões de visualizações, as audiências no Reino Unido desceram para metade do que tinham antes. Agora, em 2020, foram 433 milhões, ao que não é alheio a temporada parcialmente cancelada devido à CoVid-19. E noutros lados, foi ainda pior: em Espanha, por exemplo, caíram 75 por cento, ao que não é alheio a saída temporária de Fernando Alonso da Formula 1.

E sem audiência, os patrocinadores não estão muito interessados em colocar o seu nome em algo que é visto por uma elite, ou como disse certo dia Bernie Ecclestone, "os velhos de 70 anos com Rolexs no pulso"

No inicio de 2020, Scott Young, então o diretor da Sky UK, falava que o contrato assinado entre eles e a Liberty Media iria custar nos próximos a exuberante quantia de 1,18 biliões de libras (1,53 biliões de dólares) até 2024, ou se quiserem, 255 milhões de libras por temporada. Isso representa um terço das receitas televisivas que a Liberty Media recebe por ano, cerca de 750 milhões, dos quais 450 milhões vão para as equipas, que distribuídas por dez, calham 45 milhões cada uma. O resto, 300 milhões, vão para os cofres da Liberty.

A ideia do "free-to-air" que Rencken defende passa nem tanto para a devolução desses direitos para os canais de televisão, como acontecia até ao final do século passado - e ele reconhece que não há muito que possa ser feito antes de 2025, sem que se quebre contratos - mas mais para plataformas digitais como o Youtube, que fez um acordo no ano passado para a transmissão do GP de Eifel através do seu "streaming", em alguns países europeus. É verdade que hoje em dia, pode-se pagar um pequeno valor mensal, através da F1TV, para poder ver as corridas nas plataformas digitais - celular, PC portátil - e numa altura em que as equipas concordaram em reduzir as suas despesas, colocando um teto salarial em termos de orçamentos e salários dos pilotos, alguns dos mais caros da modalidade, com a Liberty Media a ter mais lucros que o esperado, poderia ser mais ousada e menos gananciosa, abdicar de parte dos lucros em troca de maior visibilidade, e assim teria mais publicidade e uma renovação da audiência.

(...)

Na Europa, as transmissões televisivas são desde há muito pertencentes aos canais por cabo com assinatura. Mesmo lugares como a Grã-Bretanha e a Alemanha já transmitem as corridas não para o público em geral, mas para aqueles que estão dispostos a pagar um extra para ver toda uma temporada. Mas recentemente, começou-se a falar sobre a ideia de regressar aos canais por cabo acessíveis para todos. Uma ideia que começa a ganhar algum terreno, mas numa altura em que a Liberty Media está a fazer um grande investimento nas redes sociais, com muito sucesso - e também não é alheio o sucesso da série "Drive to Survive", que passa na Netflix - o regresso ao sinal aberto não prece que esteja nos planos de ninguém, nem nas televisões, nem na própria Liberty Media.

Isto e muito mais podem ser lidos este mês no Nobres do Grid.  

A imagem do dia


Nelson Piquet tem 23 vitórias no seu currículo, em doze temporadas, mas provavelmente as suas três últimas da sua carreira, todas na Benetton, entre 1990 e 1991, foram as mais inesperadas. E a sua última, no GP do Canadá de 1991, deve ser certamente a mais engraçada. E se calhar, sempre que pensa nela, deve arrancar sorrisos. Também, com as circunstâncias do seu triunfo, quem não sorriria?

Isto porque ele não deveria ter vencido. Nigel Mansell tinha tudo para vencer e foi nessa posição que cruzou a meta no inicio da última volta, a bordo do seu Williams FW14, que depois dos problemas iniciais de juventude, parecia caminhado para a sua primeira vitória e ser o chassis mitico que acabou por ser. Mas isto acabou por ser o típico exemplo de "para vencer, tens de cruzar a meta no primeiro lugar". E também um pouco de "Mansell, o brutânico". 

As circunstâncias são simples: com um minuto de avanço sobre Piquet, Mansell começou a descontrair, talvez até demais. Num tempo onde as caixas eram semiautomáticas, o britânico resolveu tirar a mão da alavanca no gancho e saudar o público, um pouco para antecipar a vitória que pensava ser já sua. Mas no meio da euforia - sabe-se lá qual - ele largou o pedal da embraiagem e o queimou, acabando por deixar morrer o carro a pouco mais de um quilómetro da meta. Tinha feito cerca de dois terços dessa volta, e era só acelerar, passar a chicane e cruzar a meta no primeiro posto e conseguir a sua primeira vitória do ano, depois de quatro seguidas por parte de Ayrton Senna, que nessa corrida tinha desistido na volta 25 por causa do seu alternador avariado. Mas... ele deixou morrer o carro e ele ficou parado, perante a perplexidade de ele mesmo, da Williams, dos espectadores no circuito Gilles Villeneuve e do mundo.

Claro, Piquet, ao passar ali e ver Mansell parado tão perto da meta, teve um ataque de riso. Mais tarde afirmou ter tido "um orgasmo" quando viu o Williams parado, mas sabendo ele que não era apreciador das corridas do britânico, todos os maus dias dele eram bons para o brasileiro, embora tenha sempre dito que era leal em pista. Só dizia que era o pior inimigo de ele mesmo...

Mas a vitória caída do céu não foi só para ele. A paragem de Mansell deu alguns resultados inesperados para alguns pilotos. Não para Stefano Modena, que já tinha um pódio garantido no final daquela corrida - e bem merecida, depois do que tinha acontecido no Mónaco, a corrida anterior - mas mais para a Jordan, que ali conseguia cinco pontos de uma só vez. Com a equipa a fazer a pré-qualificação na primeira metade do campeonato, os carros entravam facilmente nos quatro primeiros tempos, e na qualificação também conseguiram facilmente posições no meio da grelha, como o 11º tempo para Andrea de Cesaris e o 14º para Bertrand Gachot. E com o passar da corrida, eles conseguiram resistir às armadilhas da pista e subir paulatinamente na classificação até chegar à zona pontuável. 

E para De Cesaris, o Canadá sempre foi um bom local para ele. Palco da sua primeira corrida na Formula 1, em 1980, conseguiu um pódio em 1989, com um terceiro lugar, e ali, voltava aos pontos... dois anos depois da sua última vez. Naquele circuito. E claro, para Gachot, era uma estreia absoluta, e bem merecida. 

Os cinco pontos foram a recompensa perfeita e a garantia de que não mais teriam de acordar cedo para arranjar um lugar na grelha. Mas aquele foi o primeiro grande dia de muitos da história da equipa fundada por Eddie Jordan.

Noticias: Reutemann regressa ao hospital


O ex-piloto e senador argentino Carlos Reutemann está de novo internado no hospital de Santa Fé depois de novo quadro de desidratação e hemorragia digestiva. Ele está neste momento em cuidados intensivos, dois dias depois de ter regressado devido à degradação do seu estado de saúde. 

Segundo conta num comunicado oficial, "o quadro atual é de febre, com repercussão no seu estado geral, e o seu prognóstico é reservado." Aos 79 anos, e senador desde 2003, depois de duas passagens pelo governo da provincia de Santa Fé, o ex-piloto já tinha afirmando que iria cumprir o seu último mandato, marcado a sua retirada para este ano.

Antes da sua carreira politica, Reutemann foi piloto da Brabham, Ferrari, Lotus e Williams entre 1972 e 1982, acabando por vencer em 12 corridas e conseguindo 45 pódios, tendo como melhor classificação o vice-campeonato em 1981. 

WRC: Hyundai só quer vencer


Depois do desaire dos seus carros no Rali de Portugal, a Hyundai quer se redimir na Sardenha, pretendendo nada menos que a vitória, para compensar as desistências de Ott Tanak e Thierry Neuville, que enquanto estiveram na estrada, tinham ritmo para andar mais velozmente que os Toyota, que aproveitaram as suas falhar para colher os louros, especialmente Elfyn Evans, que aproveitou a vitória para ser o novo líder do Mundial.

Andrea Adamo, o diretor desportivo da marca, diz que apenas a vitória compensará.

"Temos o claro objetivo de chegar à vitória no Rali da Sardenha," começou por afirmar. Um objetivo que serviria para "compensar as oportunidade perdidas em Portugal. O meu pessoal trabalhou muito nos últimos meses para preparar estes ralis, e para ter a certeza que o Hyundai i20 WRC consegue andar na frente.", continuou.

O responsável pela marca diz que esse não é nada descabido, e da cmo exemplo o andamento que demonstraram nas classificativas portuguesas. "Mostramos em Portugal que temos velocidade e ritmo, agora precisamos de um fim de semana em problemas para conseguir os resultados que sabemos ser capazes de obter. O campeonato está longe de estar terminado, por isso temos de continuar a escavar fundo e a lutar," concluiu.

O Rali da Sardenha começa nesta sexta-feira, em Olbia, e terá 20 especiais, no total de 303,10 km de classificativas cronometradas.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Noticias: Mercedes não acredita que Baku seja o palco ideal da sua recuperação


A corrida azeri, que vai acontecer em Baku no próximo fim de semana, poderá ser considerada como a prova ideal para a recuperação da Mercedes depois dos eventos no Mónaco, mas para Toto Wolff, não será aqui que acontecerá o contra-ataque aos energéticos, nem será ali que Lewis Hamilton voltará à liderança do campeonato.

Apesar de Baku ser um circuito muito diferente do do Mónaco, esperamos que seja outro complicado para nós, não se coaduna particularmente com as características e atributos do W12”, começou por afirmar o austríaco.

A Red Bull será novamente forte, ao passo que tanto a Ferrari como a McLaren realizaram progressos recentemente. O nosso foco-chave será explorar todas as oportunidades que nos serão oferecidas nestas pistas especiais, que não se adaptam bem ao nosso carro – quando os pontos estão em cima da mesa, temos de os agarrar. Esperamos outro desafio nas ruas da cidade e, depois dos resultados da última corrida, estamos mais determinados e mais entusiasmados para recuperar em Baku”, apontou Wolff.

A Mercedes chegará em Baku numa situação pouco vulgar: está atrás da Red Bull quer no campeonato de pilotos, com Lewis Hamilton quatro pontos atrás de Max Verstappen, e a equipa energética com um ponto de avanço sobre os Flechas de Prata. 

Noticias: GP da Holanda vai ter público


O GP da Holanda de 2021 terá público. A corrida, marcada para o próximo dia 5 de setembro, poderá ter até 105 mil espectadores durante o fim de semana em Zandvoort, naquela que vai marcar o regresso da competição aos Países Baixos em 36 anos. Segundo conta o seu diretor, Jan Lammers, o facto da doença e da vacinação estar a evoluir bem faz com que tenham números otimistas nesse campo.

Estamos rapidamente numa direção positiva, mas isso em si não é assim tão estranho, todos sabem agora como agir com o vírus por perto”, começou por explicar Lammers. “E depois temos as pessoas que já tiveram o vírus e as que já foram vacinadas. Se juntarmos todas essas coisas, já temos uma certa quantidade de espetadores que estão a salvo de serem infetadas por outros de qualquer maneira. Não temos uma ideia clara de quão grandes são esses números neste momento, mas está com bom aspeto e isso é bom”, concluiu.

A corrida deste ano poderá ser ainda mais marcante devido aos bons resultados que Max Verstappen está a ter no campeonato. Neste momento, o piloto holandês lidera a competição com 105 pontos, mais quatro que Lewis Hamilton.

segunda-feira, 31 de maio de 2021

A imagem do dia


Há 40 anos, Gilles Villeneuve conseguia uma inesperada vitória nas ruas do Mónaco. Inesperada porque ninguém esperava que uma máquina com motor Turbo pudesse ganhar ali, e também porque a Ferrari ainda não era vista como capaz de lutar pela vitória, também pelo chassis não ser a melhor coisa do mundo. Ou como dizia "il piccolo canadese": um Cadillac de cor vermelha e com um motor potente.

Aquela parecia ser uma corrida desenhada para Nelson Piquet. Tinha feito a pole- position e o carro estava perfeito ao longo daquele fim de semana. Aliás, o único defeito parecia ter sido aquela peça entre o chassis e o volante: Piquet tinha estado ausente durante umas horas, e a razão maior, segundo contavam as más línguas, tinha acontecido debaixo dos lençóis...

Piquet, o poleman, tinha companhia inesperada de Villeneuve na primeira linha, e na segunda, um jovem Nigel Mansell, no seu Lotus, e o Williams do seu rival no campeonato, Carlos Reutemann. Alan Jones estava num distante sétimo posto, numa grelha que teve pré-qualificação e 20 pilotos a participarem, que deixaram gente como Hector Rebaque (Brabham), Jean-Pierre Jabouille (Ligier) e Keke Rosberg (Fittipaldi) na bancada a ver os bólidos a passar no domingo.

Parecia que Piquet tinha tudo na mão até à volta 52. Tinha Jones atrás de si, Reutemann tinha desistido com problemas na caixa de velocidades, e Villeneuve parecia estar feliz na terceira posição. Mas de repente, o brasileiro distrai-se na Tabac e bate no guard-rail, acabando por desistir, e deixando a corrida nas mãos de Jones, que poderia aproximar-se dos dois primeiros, e vencer num sitio onde nunca tinha vencido. Contudo, a menos de cinco voltas do fim, com a vitória à vista, a bomba de combustível do seu Williams cedeu e começou a baixar o ritmo. E quem aproveitou fortemente foi Gilles Villeneuve, que acelerou e a três voltas do fim, ficou com o comando da corrida, só o largando na bandeira de xadrez.

Foi uma vitória popular, e também uma vitória "caseira" - Gilles já vivia há muito em Monte Carlo - mas sobretudo, foi o provar de que a transição da Scuderia para os V6 Turbo, depois de anos com o flat-12 ou o V12, foi uma bem sucedida e do qual valeu a pena ter "deitado fora" a temporada de 1980, depois dos triunfos de 1979. Contudo, não havia ilusões: sem um bom chassis, não poderiam ser candidatos ao título. Mas isso já começava a ser tratado. Agora, era a hora de colher os louros. 

Dakar: Audi apresenta trio para 2022


A Audi Sport apresentou este final de semana três ilustres equipas de pilotos para o ambicioso projeto do Dakar, a começar em 2022. As duplas constituídas por Mattias Ekström/Emil Bergkvist (Suécia), Stéphane Peterhansel/Edouard Boulanger (França) e Carlos Sainz/Lucas Cruz (Espanha) competirão pela equipa das quatro argolas no rali mais difícil do mundo, que acontecerá nas areias sauditas entre os dias 2 a 14 de janeiro do ano que vêm.

A máquina, ainda por apresentar, terá um powertrain eletrico para encarar as areias do deserto, uma grande novidade neste tipo de competição e do qual pretendem revolucionar este tipo de provas. A direção da marca afirma esperar que estes pilotos, com um rico palmarés na competição, façam a diferença a favor das suas cores.

Não é exagero falar num dream team”, começou por dizer Julius Seebach, Diretor Geral da Audi Sport GmbH e responsável pelo automobilismo. “O Stéphane é o piloto do Dakar de maior sucesso de todos os tempos. O Carlos é um múltiplo vencedor do Dakar e campeão mundial de ralis. Com Mattias, já comemoramos muitos sucessos na Audi no passado. É um dos pilotos mais versáteis do mundo. Além de muita velocidade, todos eles agregam uma quantidade extrema de conhecimento e motivação à nossa equipa. O mesmo vale para os seus respectivos co-pilotos, que desempenham um papel cada vez mais importante no Dakar.”, concluiu.

No Rally Dakar, o trabalho em equipa e a fiabilidade são cruciais”, disse Sven Quandt, chefe de equipa da Q Motorsport. “Precisas de uma equipa bem unida, um carro super fiável e equipas de pilotos de confiança. Não podes conduzir permanentemente no limite no Rally Dakar. A estratégia certa é crucial. Estou muito feliz que teremos três equipas de renome e fortes competindo por nós. Conhecemos muito bem as suas qualidades.

No final, os pilotos e co-pilotos fazem a diferença no Rally Dakar”, complementou Andreas Roos, que é responsável pelos compromissos de fábrica do automobilismo da Audi Sport. “O facto de termos três equipas de pilotos do mais alto nível é tranquilizador. Podemos colocar uma marca de seleção por trás deste ponto. Agora cabe-nos concluir o desenvolvimento de nosso carro inovador e dar início à revolução energética nos ralis cross-country em janeiro.”, acabou por concluir.

Se Peterhansel e Sainz dispensam apresentações - o primeiro é o piloto mais triunfador no Dakar, e o segundo, para além das vitórias nesta competição, também tem triunfos no WRC - já Ekstrom é praticamente uma novidade. Aos 42, ele têm uma carreira totalmente versátil, que passou pelo DTM - campeão em 2004 e 2007 - para além de ter vencido o Mundial de Rallycross em 2016. Este ano está na Extreme E com uma máquina Cupra, depois de se ter estreado no Rally Dakar.  

domingo, 30 de maio de 2021

Noticias: McLaren admite que o seu chassis não é bom pra Ricciardo


A McLaren já sabe a razão da baixa performance de Daniel Ricciardo no GP do Mónaco, no qual terminou na 13ª posição e fora dos pontos. Andreas Seidl afirma que o facto do chassis estar mais afinado para a condução de Lando Norris naquele circuito foi uma grande razão pelo qual as suas performances terem sido abaixo do esperado. Afinal de contas, Lando Norris conseguiu ali o seu segundo pódio da temporada...

Quando analisamos os dados, temos uma ideia clara da razão pela qual Daniel não conseguiu produzir o tempo de volta no Q2 para avançar para a Q3”, confirmou Seidl. “O nosso carro precisa de uma pilotagem específica, a fim de extrair o desempenho que Lando pode extrair. Isto não é natural para Daniel. E isso é obviamente um problema e leva tempo até que se possa recalibrar. Mas ao mesmo tempo é também a tarefa de vermos o que podemos fazer no carro, mudá-lo, de modo a torná-lo mais natural para ele, para que ele possa ter de novo o desempenho a que estamos todos habituados, com um objetivo claro de não perder o desempenho global do carro com isso.”, prosseguiu.

É esse o processo em que nos encontramos neste momento. Estou impressionado com a forma como tanto a equipa como o Daniel estão a lidar com esta situação desafiante. Precisamos simplesmente de mais tempo e depois, em algumas corridas, não falaremos mais sobre esta questão”, concluiu.

É verdade que Ricciardo chegou apenas nesta temporada à McLaren, vindo da Renault, mas nesta temporada, ele já conseguiu 24 pontos, estando agora na oitava posição do campeonato. 

The End: Jason Dupasquier (2001-2021)


O suíço Jason Dupasquier, de 19 anos, não resistiu aos ferimentos depois da sua queda na tarde de ontem no circuito de Mugello, durante a qualificação da Moto3. O anuncio foi feito esta manhã pela organização, depois do final da prova. 

Após um grave incidente na sessão de qualificação de Moto3 2 no Grande Prémio d’Italia Oakley, é com grande tristeza que comunicamos o falecimento do piloto de Moto3 Jason Dupasquier.", começou por dizer o comunicado oficial da Moto GP.

Apesar dos melhores esforços da equipa médica do circuito e de todos os que assistiram posteriormente ao piloto suíço, o hospital anunciou que Dupasquier infelizmente sucumbiu aos ferimentos. Dupasquier teve um início impressionante para sua segunda temporada na classe 3 do Moto GP, marcando pontos de forma consistente e entre os dez primeiros na classificação. A FIM, IRTA, MSMA e Dorna Sports transmitem nossas mais profundas condolências à família, amigos, equipa e entes queridos de Dupasquier.”, concluiu. 


Antes da corrida principal, todo o pelotão da MotoGP esteve presente numa homenagem ao piloto, que se tornava na primeira morte desde Lluis Salom, que caiu em Barcelona, também numa sessão de qualificação, mas da Moto2, em 2016.

Nascido a 7 de setembro de 2001 em Bulle, na Suíça, era filho de Phillip Dupasquier, piloto de motocross, e de uma portuguesa, tinha começado a andar em motos aos dez anos de idade. Vencedor de diversos campeonatos de Supermoto na Suíça, em 2018 ia passar para a Red Bull Rookies Cup quando sofreu uma lesão no femur que o deixou parado por algum tempo. Acabou por participar no ano seguinte, acabando na oitava posição da geral, e conseguindo um contrato para correr na Moto3 pela CarXpert Prüstel GP. Depois de uma primeira temporada bem discreta em 2020, em 2021, tinha tido um bom arranque, tendo pontuado em todas as corridas, com um sétimo posto em Jerez como melhor resultado.