sábado, 1 de julho de 2017

WRC 2017 - Rali da Polónia (Dia 2)

As nove especiais que foram disputadas neste sábado no Rali da Polónia mostraram muita animação, mas no final do dia, Thierry Neuville ficou com a liderança, embora tendo 2,5 segundos de vantagem sobre Ott Tanak, no seu Ford. Hayden Paddon é o terceiro, mas está a quase 26 segundos do primeiro, e apenas os alcançará se eles tiveram um problema. A grande noticia deste segundos dia foram os problemas mecânicos sofridos por Jari-Matti Latvala, que o afastaram da luta pela vitória neste rali.

O dia de hoje começou com a batalha a três entre Neuville, Tanak e Latvala pelo comando do rali, com os três primeiros separados por menos de sete segundos. E o dia começou com Latvala ao ataque, vencendo na primeira passagem por Baranowo, tirando 0,8 segundos a Neuville e 2,1 a Tanak.  estónio partiu ao ataque, vencendo a 12ª especial, e conseguindo três segundos a Hayden Paddon, quatro a Jari-Matti Latvala, e 6,1 a Neuville, ficando com a liderança do rali. E nessa especial, Paddon ascendia ao quarto posto, passando Ogier.

Na 13ª especial, a primeira passagem por Gołdap, Paddon vence e Latvala perde quatro segundos, enquanto que Tanak e Neuville perdem muito pouco, mantendo o estónio da ford na frente. Contudo, no final da manhã, em Kruklanki, o belga atacou e venceu a especial, tirando 3,2 segundos a Latvala e 4,4 a Tanak, acabando a manhã na frente do rali, embora a meros 1,3 segundos de Tanak. A luta a três era dura, e ninguém queria ceder.

A parte da tarde - e a segunda passagem pelas classificativas da manhã - mostrou um pouco mais do mesmo. Neuville venceu na segunda passagem por Baranowo e alargou a liderança para três segundos, com Latvala a perder mais 3,8 segundos, para o total acumulado passar para treze. 

Contudo, a 16ª especial foi dura para os três primeiros. A segunda passagem por Pozezdrze eliminou as aspirações de triunfo por parte de Jari-Matti Latvala, pois teve problemas mecânucos e foi obrigado a desistir. Neuville perdeu tempo (22,9 segundos) devido a um furo a alta velocidade, e a liderança caiu para o colo de Tanak, que agora tinha 14,4 segundos sobre Neuville, e Hayden Paddon mais perto de ambos, pois agora estava a 39,3 segundos.

Contudo, Tanak perdeu 8,8 segundos na 17ª especial, e viu Neuville a aproximar-se bastante, embora ele não tenha sido o vencedor dessa especial (quem ganhou foi Paddon por meio segundo). A razão para essa perda foi a asa traseira, que foi arrancada, e isso o faz ir mais lento. De uma certa forma, parece que ninguém consegue aproveitar os erros uns dos outros para se distanciar... assim sendo, Neuville ficou com a liderança no final da 18ª especial, vencendo-a e tirando mais 8,6 segundos a Tanak.

No fim do dia, e depois da super-especial de Mikołajki Arena, Neuville tem agora 3,1 segundos de vantagem sobre Ott Tanak. Hayden Paddon está agora a 25,5 segundos dos dois primeiros e pode ter uma chance de os apanhar.

Ogier é o quarto, a um minutos e 32 segundos, com Dani Sordo não muito atrás, a onze segundos (mas a um minuto e 43 do líder). Teemu Suninen continua a surpreender, no sexto posto, no seu Ford, na frente de Stephane Lefebvre, o melhor dos Citroen. Mads Ostberg, noutro Ford, é o oitavo, na frente de Elfyn Evans e o outro Citroen de Andreas Mikkelsen.

O Rali da Polónia termina amanhã com a realização das últimas quatro especiais.

sexta-feira, 30 de junho de 2017

WRC 2017 - Rali da Polónia (Dia 1)

Foi um dia concorrido nesta sexta-feira, mas no seu final, é o belga Thierry Neuville é o líder deste rali da Polónia, a sétima prova do campeonato do mundo WRC. Contudo, o belga tem a concorrência a respirar atrás dele: Ott Tanak (Ford) e Jari-Matti Latvala (Toyota) estão a menos de dez segundos do piloto da Hyundai.

Depois de Elfyn Evans ter vencido a primeira especial, na noite de quinta-feira, na zona de Orlen, na Polónia, o dia de hoje começou com à chuva, com os troços a ficarem crescentemente escorregadios. Mas isso não impediu que Neuville entrasse ao ataque, vencendo a segunda especial e chegando à liderança, a 0,2 segundos de Jari-Matti Latvala. Sebastien Ogier foi o terceiro, a 1,4 segundos e Ott Tanak o quarto, a 1,6.

Na terceira especial, Latvala passou ao ataque e foi o melhor, 0,9 segundos à frente de Tanak, com Ogier em terceiro, a 1,3. O finlandês ficou com a liderança, 2,1 segundos na frente de Ogier, enquanto que Neuville era quarto na especial, perdendo 3.1 segundos e caía para o terceiro posto, a 2,4 segundos da liderança. Por esta altura, os pilotos queixavam-se de que os troços ficavam cada vez mais escorregadios. Craig Breen, entretanto, perdeu mais de três minutos depois da transmissão do seu Citroen ter cedido.

Latvala voltou a ganhar na quarta especial, na primeira passagem por Świętajno, conseguindo 1,3 segundos de vantagem sobre Tanak, enquanto que a manhã acaba com Neuville a conseguir a vitória na primeira passagem por Stare Juchy, com Jari-Matti Latvala a 1,9 segundos. No final da manhã, após cinco especiais, a diferença entre Latvala e Neuville é de 4,5 segundos, enquanto que na Citroen, o inferno continuava, com Andreas Mikkelsen a bater num toco de uma árvore e a danificar a suspensão traseira direita.

A tarde começa com polémica, quando a sexta especial é anulada devido ao excesso de espectadores. Assin sendo, prosseguiu-se para a segunda passagem por Wieliczki, onde o Ford de Teemu Sunninen conseguiu a sua vitória num carro WRC na sua carreira, batendo Hayden Paddon por 0,7 segundos. Neuville perdeu sete segundos e caiu para a terceira posição, beneficiando Ott Tanak. O belga reagiu vencendo a oitava especial, e aproveitando o atraso de Latvala (perdeu sete segundos) e de Tanak, chegou muito perto de ambos, ficando a 1,7 segundos do primeiro.

E claro, na nona especial, a segunda passagem por Stare Juchy, Neuville voltou a ganhar, conseguindo uma vantagem de 3,2 segundos sobre Tanak e 6,1 segundos sobre Latvala. Com isso, o belga deu o pulo e acabou o dia no primeiro lugar. Evans voltou a ganhar na super-especial de Mikołajki Arena, mas isso não afetou os primeiros lugares.

Assim, Neuville lidera com Tanak e Latvala atrás, dispostos a atacar amanhã. No quarto posto, a 35,1 segundos, está Sebastien Ogier, que tem Hayden Paddon atrás, a 39,6. Dani Sordo é o sétimo, a 51,7, no terceiro Hyundai, e a acabar o "top ten", a mais de um minuto do líder, está o Ford de Teemu Sunninen, o Toyota de Juho Hanninen e o Citroen de Staphane Lefebvre.

Amanhã prossegue o rali da Polónia, com mais nove especiais.

A história da Williams vai dar documentário

A Williams anunciou hoje que a vida e carreira de Frank Williams vai ser alvo de um documentário que será apresentado no próximo mês de agosto. O documentário, dirigido por Morgan Mathews, vai falar sobre os mais de 40 anos de envolvimento do inglês no automobilismo, bem como o seu acidente em 1986, que o paralisou do pescoço para baixo. O documentário vai ter depoimentos de ex-pilotos como Jackie Stewart, Alan Jones e Nelson Piquet, entre outros, e é uma adaptação da biografia de Williams escrita pela sua mulher, Virginia, em 1991, de seu nome "A Different Kind of Life". Ela morreu em 2013, aos 66 anos de idade, vitima de cancro.

Espero que os fãs aproveitem o filme como eu aproveitei fazendo parte do automobilismo. Estou feliz que tanto as pessoas por trás da equipa como minha família sejam os verdadeiros heróis da história”, afirmou o dirigente, na apresentação do documentário.

Hoje em dia, a Williams é dirigida pela sua filha, Claire. Ela afirma que o filme não fala apenas sobre a sua paixão pelas corridas, como também da familia que acabou por construir.

O filme narra os dois grandes amores na vida do meu pai. Todos conhecem sua paixão pelas corridas, mas nem todos conhecem a história do casamento dos meus pais e de como essas facetas conviveram juntas durante os altos e baixos da equipa. Estou feliz por trazer luz ao papel que minha mãe desempenhou no seu sucesso e de que incorporar sua valentia para manter a família unida e também os negócios”, começou por afirmar.

Estamos muito orgulhosos do documentário e da sua mensagem sobre o que a vontade humana é capaz de conseguir quando enfrenta a adversidade. Espero que inspire as pessoas da mesma forma que a história dos meus pais me inspira. Como diria meu pai, estamos orgulhosos do nosso passado, mas também estamos prontos para o futuro”, concluiu.

Williams começou a participar na Formula 1 em 1969, quando adquiriu um Brabham BT26 para correr com Piers Courage. Andou a tentar construir chassis com outras marcas (Iso Marlboro, por exemplo), antes de ser despedido em 1976 por Walter Wolf, após este ter adquirido a sua equipa. Sem baixar os braços, fez uma nova equipa no ano seguinte, a Williams Grand Prix Engineering, com Patrick Head ao seu lado, e começou a vencer corridas e campeonatos a partir de 1979, com pilotos como Alan Jones, Keke Rosberg, Nigel Mansell, Alain Prost, Damon Hill e Jacques Villeneuve, entre outros.

Rumor do Dia: Ron Dennis vai vender a sua parte na McLaren

Esta sexta-feira poderá ser anunciado o fim da última ligação de Ron Dennis à McLaren. Segundo a Sky britânica, Ron Dennis irá vender a sua parte na McLaren Technology Group, cerca de 25 por cento, por um valor a ronda as 275 milhões de libras. Ainda não se sabe a quem vai vender essa parte, se aos restantes accionistas - Mansour Ojjeh (à direita na foto) e a Mumtalakat, um fundo soberano do Bahrein - se a outro comprador.

Dennis - que comemorou recentemente o seu 70º aniversário - está fora da McLaren desde meados do ano passado, quando foi convidado a sair por parte dos restantes acionistas, depois de - alegadamente - ele ter tentado comprar a parte deles por cerca de 1,65 mil milhões de libras, graças a dinheiro de acionistas chineses.

A acontecer, é o fim da ligação à equipa, que lá está desde 1980, quando foi convidado a ajudar a equipa num momento dificil na Formula 1. Fundiu-a com a sua equipa de Formula 2, a Project Four, e lá ficou durante 36 anos, ajudando a equipa a vencer por dez vezes o título mundial de pilotos, com Niki Lauda, Alain Prost, Ayrton Senna e Mika Hakkinen, e por sete vezes o mundial de Construtores (1984-85, 1988-91 e 1998)

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Formula 1 em Cartoons - Baku (Cire Box)



A corrida de Baku foi, como todos sabemos, muito agitada. E o "Cire Box" achou que essa corrida é digna de aquilo que ele batizou de "fareste", com muitos "golpes baixos"... 

O regresso de um clássico?

O regresso em 2018 de um clássico à Formula 1, como é o circuito de Paul Ricard, no sul de França - depois de 28 anos anos de ausência - pode ter deixado muita gente feliz, mas alguns colocaram esse regresso em questão quando souberam da ideia de que eles poderiam ativar a chicane que existe no meio da mítica reta Mistral, que tem mais de 1800 metros de extensão. 

Contudo, a FIA pensa em deixar a Mistral tal qual como está, sem chicanes, para receber o Grande Prémio. Quem fala disso é o jornal L'Équipe, na edição de hoje. A decisão final está em "stand by", pois a entidade está a consultar pilotos e equipas nesse sentido, e refere declarações do local Esteban Ocon nesse sentido:

Seria bem melhor que chegássemos mais depressa à curva de Signes. Mas se (a chicane) se mantiver será também outra oportunidade para ultrapassar” disse o piloto da Force India.

Existe uma regra da FIA que estabelece um limite máximo de reta num circuito de automóveis, no intuito de limitar a velocidade máxima dos automóveis que ali rolam. É por isso que existem duas chicanes na Reta das Hunaudriéres, no circuito de La Sarthe, porque os carros começavam já a alcançar os 400 km/hora nesse lugar, ainda antes de chegaram a Mulsanne... 

Contudo, tem de haver sempre um equilíbrio entre velocidade e segurança, para não termos exageros. Houve sempre quem dissesse que ter aquela chicane no meio da Mistral era um exagero, para não dizer uma inutilidade. Contudo, saber que a FIA quer eliminar essa chicane para o Grande Prémio de França, até pode ser uma boa noticia para os fãs que sempre gostaram de velocidade, de ver os carros a chegarem aos 330 km/hora em Signes, a curva para a direita que existe no circuito.

Veremos se isso acontece... ou não. 

A FIA vai investigar de novo o incidente de Baku

A FIA decidiu esta quarta-feira que irá ordenar uma investigação ao sucedido no GP do Azerbaijão de Formula 1, no que se refere ao ‘desaguisado’ entre Sebastian Vettel e Lewis Hamilton. Jean Todt, o seu presidente, acha que a penalização de dez segundos do incidente foi demasiadamente branda e quer saber se há espaço para uma punição mais pesada. Qualquer que seja o resultado, este terá de acontecer ainda antes do GP da Áustria, no Red Bull Ring.

Há muito para se pensar sobre a sentença. A desclassificação pode acontecer, mas também uma corrida de suspensão, mas essa sentença poderá ter implicações no campeonato, já que há um duelo com Lewis Hamilton, e retirá-lo de uma corrida poderá dar a ideia de que a FIA favorece determinado piloto e isso poderá fazer com que o campeonato seja de novo entregue ao piloto britânico, apesar de ainda nem estarmos a meio da temporada. 

Uma coisa interessante é referida esta noite pelo Joe Saward, e é algo parecido com "mostrar serviço": é que vai haver eleições na FIA este ano - parece que não, mas vai acontecer, dado que é candidato único - e isto pode ser visto como algo que contraria a ideia principal da politica de Todt na entidade máxima do automobilismo, que é a segurança na estrada. E também os incidentes do México, no ano passado, onde insultou Charlie Whitting, depois de uma penalização na briga com os Red Bull de Daniel Ricciardo e Max Verstappen, poderão pesar de forma desfavorável no caso do tetracampeão alemão.

Logo, se Todt ver isto e não fazer nada, poderá passar a velha ideia do tempo de Max Mosley, onde a entidade ser vista de modo sarcástico como "Ferrari International Assistance", e isso poderá causar oposição às suas politicas. Logo, mais do que uma decisão sobre um incidente de corrida, também poderá haver politica por trás.

Curiosamente, dois dias antes, o mesmo Todt tinha afirmado que a briga entre os dois era "saudável" para a Formula 1: “As pessoas sempre reclamam de mim que nós sabíamos quem iria vencer antes da corrida. Com Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, ao menos agora nós temos uma batalha real entre dois homens. A Formula 1 precisa de ação e emoção, e os dois estão colocando isso neste momento", afirmou em declarações à Bild alemã.

A Ferrari fez um trabalho incrível e acho que eles podem ser competitivos durante o ano todo. O foco de Vettel me lembra um pouco o de Michael: o profissionalismo, a capacidade de unir toda a equipe e, como Vettel, Michael não gostava de perder”, concluiu.

Em suma, o "caso Baku" vai dar pano para mangas. E vá-se saber porque é que hoje, ele mudou de ideias...

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Conheçam Adamastor, o supercarro português

Não temos uma grande industria automóvel, embora se saiba que, de vez em quando, apareçam projetos de carros, uns mais avançados do que outros. Lembro-me nos últimos anos do Asterio e do Veeco, e hoje falram-me do Adamastor, um "spider" que referem no seu sitio da Net ter uma estrutura leve, de material compósito e chassis tubular, e o seu pouco peso serve para potenciar a sua performance.

O modelo P003RL (a sigla significa "road legal") tem várias motorizações, todos de combustão interna, mas garante que está preparado para tudo, mediante avaliação dos técnicos da marca. “Os parâmetros técnicos do modelo foram desenvolvidos para operar como um todo, valendo pelo seu conjunto – proporcionando uma experiência de condução excitante e poderosa”, disse Frederico Tomé Ribeiro, responsável do Departamento de Engenharia.

O design é interessante, pois mostra agressividade, mas a traseira parece ser um pouco datada, pelo menos em comparação com modelos mais recentes. O carro tinha sido visto em abril a caminho de Braga (e as imagens foram tiradas no circuito Vasco Sameiro), e resta saber até que ponto este projeto vai dar, se vai ser mais do que uma mera amostra da engenharia automóvel portuguesa, sem grandes chances de produção.

terça-feira, 27 de junho de 2017

O que poderá acontecer a seguir

Os eventos de Baku poderiam ter acabado de forma pior, é verdade. Poderia ter acabado numa desclassificação, mas também poderia ter acabado com os dois pilotos à briga. A Auto Motor und Sport fala que os comissários de pista estiveram perto de o desclassificar, mas decidiram-se por uma penalização de dez segundos, e que Maurizio Arrivabene aproveitou a situação de bandeira vermelha para acalmar Sebastian Vettel, que não esteve muito longe de ir à boxe da Mercedes para tirar satisfações a Lewis Hamilton pela sua manobra. E há muita gente que ainda defende que o Vettel deveria ser desclassificado só pela manobra.

Mas sobre isso, está tudo dito, tudo explicado. Contudo, temos de falar sobre as consequências de tudo o que aconteceu. Vamos a caminho da nona corrida do campeonato, o que significa que nem chegamos à sua metade e já temos tudo isto que faz as delicias doas adeptos e da imprensa. Um verão quente, quando mal entramos nele.

Começo por falar sobre o artigo que está na berra. De facto, o famoso artigo em questão - 37.13, para ser mais correto - diz, por alto, que o líder tem o controlo do ritmo depois da saída do Safety Car da pista, rumo às boxes e os pilotos atrás dele é que ditam o ritmo, impedindo ultrapassagens antes de cruzarem a meta. A ideia de o líder imprimir o ritmo é de controlar a concorrência e ter vantagem no momento em que acelera, tentando deixá-los o mais atrás possível. Ele, o líder, tem a faca e o queijo na mão, e normalmente, até corre bem.

Contudo, façamos um exercício teórico, mas radical. Suponhamos que estamos no Red Bull Ring, depois de uma entrada do Safety Car. Ele entra para as boxes e o líder abranda antes da última curva, a Jochen Rindt. De repente, para apanhar o segundo classificado distraído, faz um "brake test" de propósito do qual a telemetria capta. O segundo classificado topa a manobra e faz de forma a ficar de lado do líder, mas o suficiente para ficar atrás. Ele acelera, e o segundo classificado o tenta acompanhar, mas no inicio da meta, ele trava de novo, pedal a fundo, e coloca dois ou três carros na sua frente, sem querer, ainda antes da linha. Iria haver protestos, mas os pilotos que ficaram na frente, - sem querer, é preciso que se lhe diga - tem de ceder o lugar, sob pena de serem penalizados. 

Pode ser injusto? Pode.

Mas é legal? Exatamente. É perfeitamente legal. 

Podem gritar o que quiserem, mas é absolutamente legal. Em suma, um piloto poderá usar esta regra para subvertê-la a seu favor. É como a velha regra de trânsito onde, em caso de embate, quem tem culpa é quem bateu por trás. E eu posso pegar a regra e subvertê-la a meu favor. É por isso que na Rússia há todas aquelas câmaras estilo "Go Pro" nos tabeliers dos seus carros porque existe muita gente que se atira para a frente para serem atropelados de propósito e receberem uma chorida indemnização. É por isso que, no Código de Estrada, temos de manter uma distância segura em relação ao carro da frente. Mas isto é a Formula 1, e dar uma distância segura ao piloto da frente é praticamente entregar a vitória ao primeiro classificado.

E já agora, o caso que falei já aconteceu no passado, mas com más consequências: Michael Schumacher deu uma de "Dick Dastardly" ao querer apanhar Juan Pablo Montoya com as calças na mão no GP do Mónaco de 2004, dentro do túnel, só que o colombiano da Williams encostou-o e ambos acabaram com danos no carro. E foi mais explicito, com marcas de travagem, fumo a sair dos pneus e tudo! 

Mas independentemente de tudo isto, estou a pensar que dentro de algumas semanas acontecerá o GP da Grã-Bretanha, na casa do automobilismo inglês, em Silverstone. E Baku teve consequências, especialmente para a sedenta imprensa sensacionalista inglesa: acabaram de arranjar um inimigo e vão manipular a opinião pública no sentido de aplaudir o "seu" piloto contra o "perfido alemão" Vettel. Lembram-se de 2012, quando ele foi assobiado em todos os circuitos europeus, a partir de Silverstone? Pois é, eu acho que isso vai voltar. Há uma certa imprensa que tem saudades de uma briga dos tempos Senna-Prost ou Schumacher-Hill, e se vê sangue, vai querer abrir ainda mais a ferida.

Aliás, descobri hoje que há uma casa de apostas que deseja que Hamilton e Vettel se degladiem... num combate de boxe. Pode ser beneficente, mas é para ver até que ponto é que isto já vai.

E agora que descobriram que o alemão tem pavio curto, vão querer aproveitar isso. Imaginem as provocações que ele vai sofrer durante todo o fim de semana britânico. Não acham que vão fazer de tudo para que Hamilton ganhe e saia de Silverstone com a liderança? São 14 pontos de diferença, a diferença entre primeiro e quinto... e não sabemos ainda como será no GP da Áustria. E vai ser nessa altura que o Vettel vai ter de ser santo e não responder às provocações. Há muita gente que quer ver Vettel derrotado, apesar de algumas ironias que vemos aí: o inglês que corre por uma equipa alemã (mas com sede em Brackley) e o alemão que corre por uma equipa italiana.

A Formula 1 é assim... e ainda faltam doze corridas para acabar a temporada. 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Youtube Formula 1 Ad: Renault Formula 1 1992

Quando tinha 16 anos, esta publicidade passava frequentemente na televisão, e basicamente era a marca a publicitar os seus feitos num campo altamente avançado que era a Formula 1. E a ideia era simples: de que os seus motores V10 de 3.5 litros eram melhores do que a concorrência. E tinha sido filmado no Estoril.

Hoje, soube de mais pormenores desse video (cuja versão francesa coloco aqui), graças ao pessoal do grupo F1 Lado B. As filmagens foram feitas na pista portuguesa, em 1992, com um FW13B de 1990 desenhado com o "carro desafiador" contra um FW14 com o que aparenta ser Nigel Mansell ao volante. Só que na realidade... não era. No papel de Mansell estava Tiff Needell, piloto de automóveis com carreira distinta, antes de ser apresentador de programas como o Top Gear e o Fifth Gear. 

Quanto ao desafiador, era outro piloto inglês, Johnny Robinson, que andou em competições como a Saab Pro Series, em 1991.

Caso ainda não tenham visto, é agora. E quem se lembra dele nesse passado já distante, pode voltar a recordá-lo.

Amores e ódios (sobre Hamilton e Vettel em Baku)

O GP do Azerbeijão de Formula 1 pode ter sido a melhor corrida da temporada. A corrida foi agitada, tivemos bandeira vermelha e toques entre pilotos, e muita treta, digamos assim. Mas a grande polémica do Grande Prémio foi aquela que aconteceu na volta 22, depois da saída do Safety Car (SC). Na curva 10, Lewis Hamilton decidiu abrandar o suficiente para dar espaço ao Mercedes. Mas atrás dele, Sebastian Vettel acabou por tocar na traseira do Mercedes, e ele reagiu, tocando no carro do britânico. Os comissários decidiram que Vettel fez de propósito e foi penalizado em dez segundos, mas mesmo assim, o alemão acabou na frente de Hamilton porque ele teve problemas com o protetor do carro, que o levaram a uma paragem extra.

A discussão apareceu logo de imediato, especialmente na "twitterlândia". Houve quem quisesse a desclassificação imediata de Vettel, e o alemão irritou-se com as manobras do inglês, cujos detratores logo vieram a terreiro dizer que era "mimimimi do alemão", chamando-o de menino mimado para baixo.

Comecemos por uma declaração de interesses: torço por Sebastian Vettel desde os tempos da Toro Rosso, e considero que é um dos melhores pilotos do pelotão, tão bom quanto Lewis Hamilton ou Fernando Alonso

Dito isto, direi logo a seguir que, neste incidente, ambos são culpados. Hamilton pela ação, Vettel pela reação. E ambos deveriam ter sido penalizados. Esta é a resposta mais curta. Mas há a resposta mais longa, e essa eu falo nas linhas seguintes.    

Mas o mais engraçado é que... não é a primeira vez que Hamilton faz manobras destas. Não é a primeira vez nesta temporada. Fez algo semelhante no GP do Bahrein, quando fez "brake test" na entrada das boxes, segurando Daniel Ricciardo, enquanto que Valtteri Bottas saía das boxes para fazer a sua troca de pneus durante a corrida.

Eu creio que depois, pagou uma penalização de cinco segundos por isso, mas não tenho a certeza.

 E nem falo das muitas vezes que fez ao longo da sua carreira. O inglês sempre fez essa manobra, que é frequente no karting, e que é para ver até que ponto estão os reflexos do adversário, mas também serve para afastá-los, e assim ganhar o espaço que precisa quando recomeça a prova.

Contudo, Vettel reage mal quando é provocado. Mesmo que ali, as pessoas possam dizer que Hamilton não provocou, com a telemetria a mostrar isso, reduzir a velocidade a cerca de 50 km/hora, à saída de uma curva, depois do afastamento do Safety Car, não é muito normal (apesar de no artigo 39.13 dos regulamentos, o piloto que vai na frente é aquele que dita o ritmo), mas o toque que Vettel sofreu, ele entendeu como sendo um "brake test", do qual foi pedir satisfações. Eu entendo que naquela manobra, ambos deveriam ter sido penalizados, e não apenas Vettel, que reagiu a algo que tende a ser provocatório.  

E esse é um grande defeito dele. Mas no passado, pilotos do qual idolatramos reagiram a provocações, e de forma bem pior. Recordo-vos de Ayrton Senna, que no final do GP do Japão de 1993, que tinha ganho, foi tirar satisfações das manobras no limite de Eddie Irvine, que fazia ali o seu primeiro Grande Prémio na Formula 1. Depois de uma discussão, ambos os pilotos envolveram-se numa briga. Mas claro, se chamam "chiquilento" a Vettel, esquecem-se dos defeitos e incidentes de "Deus" Senna. Mas aconteceram. 

E claro, este é o mais recente incidente na carreira de Vettel. Posso falar de alguns que já passou na sua carreira. Primeiro, em 2007, no GP do Japão, quando acabou com a corrida de Mark Webber, da Red Bull (Vettel estava ainda na Toro Rosso) e o futuro companheiro de equipa disse "cobras e lagartos" dele. E claro, outros incidentes entre ambos (Turquia 2010 e Malásia 2013, o famoso "Multi21") nos quais o alemão mostrou que é tão competitivo que ficar atrás do seu companheiro de equipa não está no seu sangue. Quer ganhar, quer ser o melhor, não liga alguma a ordens de equipa.

Mas o que por vezes me revolta é o "mimimimi" sobre as suas declarações no rádio, e do qual as pessoas lhe dizem coisas como "cresce e aparece". Se as pessoas se calam quando são prejudicadas no trânsito, problema delas. Sim, por vezes ele exagera, mas quando vejo a reação das pessoas quando é o Kimi Raikkonen ou o Lewis Hamilton a terem o mesmo tipo de queixas, eu reparo que no final é porque detestam o alemão do que não gostam de queixinhas. E se calhar esse deve ser o problema.

E se esse for o problema, vamos por partes: ele têm quatro títulos mundiais, conseguidos entre 2010 e 2013, todos pela Red Bull, numa altura em que os chassis eram os melhores do pelotão. Vettel dominava, mostrava ser tão veloz como era Michael Schumacher, no seu auge na Ferrari... excepto as trapaças do alemão mais velho. Quem eram os seus rivais nesse tempo? Fernando Alonso e Lewis Hamilton. O espanhol era piloto da Ferrari, e certo dia, no GP da India de 2012, disse que "o campeonato era do Adrian Newey", menorizando os feitos de Vettel. E é por aí: a maior parte dos seus desafetos vêm de "alonsistas", que acham que o piloto alemão deveria ter menos dois títulos, que deveriam ter caído nos braços do espanhol. E isso, eles nunca o perdoarão, e é por isso que o atacam sempre que abre a boca.

Mas agora pergunto: e se fosse no passado? Vocês fazem ideia de quantos ídolos do passado tinham fama de "queixinhas"? Desbocados que hoje em dia, aplaudem? Olhem para Nelson Piquet e Niki Lauda, afamados desbocados? Aposto a quantidade de "piiis" que teria acontecido durante as provas com esses dois, se os microfones estivessem instalados nos seus carros e transmitissem em direto pela televisão. E os australianos, que tem fama de não levar desaforo para casa? Se calhar, ainda os aplaudiriam!

E imaginem a quantidade de pilotos que detestavam ver o Gilles Villeneuve quando aparecia pela frente e não os deixava ultrapassar? Eis a citação de um deles, depois de lidar com o canadiano:

"Aquela horrorosa Ferrari esteve sempre no nosso caminho - nas últimas 15 voltas bloqueou-nos. Ridículo."

A frase foi dita por John Watson depois do GP de Espanha de 1981, onde o canadiano venceu na sinuosa pista de Jarama, aguentando quatro carros atrás dele. Hoje em dia, todos o aplaudem, mas se fosse o seu "desafeto", aposto que tinham dito para que fosse penalizado, desclassificado ou pior. Portanto, podem ver até que ponto existem estas irritabilidades. É a velha história de estar do lado errado da História: ninguém gosta, logo, menoriza-se o vencedor e as conquistas alcançadas.

No final, a irritabilidade das pessoas por Vettel é porque está no lugar que deveria ser de Alonso, Hamilton ou Ricciardo. Conseguiu os campeonatos que os seus ídolos deveriam ter, e isso irrita-os. E estão tão cansados dele que chegaram ao ponto de se irritarem sempre que ele abre a boca. Pena que não falam desse ódio na cara dele...

E já que estão fartos dele e desejam-no ver derrotado... acho que o Vettel deveria refletir sobre o que faz por ali. No próximo dia 3, ele fará 30 anos de idade. É rico, famoso e vencedor. Tem onze temporadas na Formula 1, ao serviço de equipas como BMW Sauber, Toro Rosso, Red Bull e Ferrari. Tem quatro títulos mundiais. E poderá vencer o quinto título neste ano, pela Scuderia, algo que gostaria de fazer imitando o seu compatriota Schumacher. Tenho a certeza disso. Mas também está a chegar a uma encruzilhada. Já tem tudo. Eu, se fosse a ele, eis o que fazia: concentrava-me para tentar alcançar o pentacampeonato. E no momento imediatamente a seguir a alcançar esse feito, seja em Interlagos ou Abu Dhabi, ou até antes disso, anunciava a retirada, com efeito imediato, ao melhor estilo Nico Rosberg. Mais do que esfregar na cara dos detratores, era para dizer que já alcançou tudo o que queria e agora, teria tempo suficiente para fazer outra coisa na vida. É suficientemente jovem, tem garantido o seu lugar na História, mas ao mesmo tempo, suficientemente veterano para fazer isso. 

Se ele se sentisse que não é mais bem-vindo, então iria gozar a reforma, como embaixador da merca ou algo assim. E como vive discreto, com a sua familia e filhas, ter todos esses títulos em onze temporadas seria algo de génio, ao nível dos melhores da história do automobilismo. Mas há quem ache que outros é que deveriam estar no lugar. Nesse campo, o problema é dessas pessoas, e não dele.

Contudo, independentemente de todas estas coisas, o campeonato tornou-se mais intenso dentro e fora da pista. Disso, ninguém têm dúvida. E muitos agradecem por isso.

domingo, 25 de junho de 2017

Formula 1 2017: Ronda 8, Azerbeijão (Corrida)

A história da ronda azeri poderia começar com a ideia de que esta poderia ser uma corrida aborrecida, numa pista relativamente aborrecida e demasiado longa para este campeonato - tem seis mil metros, a segunda mais longa do campeonato. Contudo, os eventos que aconteceram fizeram com que essa ideia caísse por terra. Toques, acidentes, entradas constantes do Safety Car e uma polémica entre os dois primeiros classificados, foi o "prato do dia" desta corrida de Baku, uma das mais agitadas do ano e com um final invulgar, com Daniel Ricciardo a ser o vencedor, e Lance Stroll a conseguir o seu primeiro pódio, ao fim de oito corridas, sendo o mais novo de sempre.

E tudo isto começou logo na partida. Quando as luzes se apagaram, Lewis Hamilton ficou na frente, seguido por Sebastian Vettel - mantiveram as posições na grelha - mas atrás, houve toques e acidentes. Primeiro, Carlos Sainz Jr. fez um pião que o faz ir para o final do pelotão, e depois, Valtteri Bottas e Kimi Raikkonen tocaram-se na Curva 2, com o finlandês da Ferrari a tocar no muro, enquanto que o da Mercedes sofria um furo e danos na asa dianteira. Quem beneficiou disto tudo foi Sergio Perez, que agora era terceiro, no seu Force India. Bottas arrastou-se até às boxes e perdeu uma volta, enquanto que Raikkonen continuou, aparentemente, sem danos.

Pouco depois, Daniel Ricciardo também teve de parar para trocar de pneus, provavelmente por causa de um furo lento, e fez cair até ao final do pelotão. Na frente, Hamilton estava na frente de Vettel, enquanto que Joylon Palmer acabou por ser a primeira desistência da corrida, na volta 8, arrastando-se até às boxes.

Nas voltas seguintes, outros pilotos tiveram problemas. Na volta 10, Kvyat ficou sem travões, e duas voltas depois, foi a vez de Verstappen voltar a ter problemas de motor, que o fez arrastar-se na pista e perder posições. E foi na altura em que entrou na pista o Safety Car. Foi a melhor altura para que trocassem pneus. Foi o que fizeram quase toda a gente do pelotão, incluindo Verstappen, que aproveitou para parar de vez.

O Safety Car ficou o tempo suficiente para tirarem o Toro Rosso da pista, o que aconteceu na volta 16.... e por algumas centenas de metros. Saíram destroços do carro de Kimi Raikkonen e ficaram no meio da pista, logo, tiveram de os limpar para que voltem à pista. Na volta 20, o Safety Car voltou às boxes, mas antes disso, Hamilton baixou demasiado a velocidade (um aparente brake test) para que Vettel tocasse por duas vezes no carro do piloto inglês. Mas o pior veio depois, quando na Curva 3, os Force India de Esteban Ocon e Sergio Perez se auto-destruem, acabando com as excelentes corridas que estavam a fazer até então. Perez caiu para o último lugar, Ocon ficou sem asa dianteira, trocou e continuou.

Atrás, Kimi Raikkonen ficou sem pneu traseiro direito e tentou voltar às boxes ao melhor estilo "Gilles Villeneuve em Zandvoort 79". Lá chegou, mas os mecânicos optaram por retirar. Contudo, aconteceu no preciso momento em que, por causa os destroços espalhados por todo o lado, depois de algumas voltas, a bandeira vermelha foi mostrada. 

Com o passar dos minutos, os carros foram reparados, a pista foi limpa, e pelas 18:15 locais (15:15 por estas bandas) e alguns dos pilotos que tinham parado, como Raikkonen e Perez, conseguiram reparar os seus carros e voltarem à corrida. 

Quando voltaram, na volta 24 (!), Ricciardo conseguiu passar os Williams para ser terceiro, enquanto que Hulkenberg era sexto. Massa, que estava com problemas na sua suspensão, arrastava-se, ao mesmo tempo qie Hulkenberg sofria um toque e ficava de fora. E só estávamos na volta 25...

Depois disto, a bizarria continua. Na volta 29, o apoio da cabeça de Hamilton começou a soltar-se e apesar das tentativas, o inglês teve de ir às boxes para trocar e entregar o comando para Vettel. Mas ao mesmo tempo que isso acontecia... Vettel tinha dez segundos de penalização, que a Ferrari decidiu que teria de o cumprir nas boxes, na volta 33. Ele acabaria por sair na frente de Hamilton, que era o que interessava. 

E na frente da corrida... estava Daniel Ricciardo, com Lance Stroll em segundo e Kevin Magnussen em terceiro!

Vettel e Hamilton começaram a subir posições, passando Alonso e Magnussen, com Bottas e Ocon pela frente. O finlandês era terceiro na volta 40, conseguindo passar o francês da Force India, e parecia que queria mais livrar-se dos outros pilotos do que fazer de "tampão". Lá conseguiu distanciar-se o mais que podia, mas na parte final da corrida, parecia que tudo estava decidido em termos dos três primeiros.

Parecia... até a duas voltas do fim. Bottas esforçou-se para apanhar Stroll, enquanto que Vettel tentava aguentar Hamilton. Houve suspense no momento da meta, quando Ricciardo ficou com o lugar mais alto, e Bottas conseguiu "in extremis", ficar com o segundo lugar de Lance Stroll. Mas Vettel ficou em quarto, na frente de Hamilton, o suficiente para ganhar mais alguns pontos na luta pelo campeonato.

E atrás, mais algumas novidades: Fernando Alonso chegou ao fim na nona posição, dando por fim os primeiros pontos do ano à McLaren, e Pascal Wehrlein ficou com o décimo posto, mais um ponto para a Sauber, a equipa que nesta semana viu Monisha Kalternborn sair de cena.

No final, a corrida azeri tornou-se mais interessante do que aparentava. Mas já se esperava, dada a estreiteza da pista. Contudo, as tretas que aconteceram depois, com o "caldo entornado", vai parecer que a luta pelo título mundial não só se tornou mais dura na pista, como também nos bastidores. Veremos como isto vai acabar...  

Formula 1: Abiteboul nega o regresso de Kubica

A ideia de que Robert Kubica poderia voltar a correr num Formula 1 em Monza fez soar o alarme sobre Joylon Palmer, que poderia ter os seus dias contados na Formula 1, pois de uma certa forma é um dos pilotos mais lentos do pelotão, a par de Marcus Ericsson. Contudo, a ideia de uma substituição pelo piloto polaco não passam de falsidades, como disse Cyril Abiteboul, o diretor desportivo da Renault, neste fim de semana, em Baku.

Não, absolutamente não. Não sei de onde isto veio, mas é falso”, disse o responsável da Renault, Cyril Abiteboul. “Não há mais nada planeado para ele tirando um evento de marketing em Goodwood, onde vai pilotar o mesmo monolugar, E20, em frente à casa de Lord March”, começou por explicar.

Sobre Joylon Palmer, Abiteboul afirmou que não há um prazo para ele demonstrar o seu valor, afirmando que tem de trabalhar como os outros no sentido de melhorar as performances da equipa.

Ele tem contrato connosco e estamos totalmente focados em ajudá-lo a superar este período, que é difícil, como é óbvio. Ele não tem nenhum ultimato, mas foi-lhe dito que tem de dar tudo, como todos os membros da equipa. Estamos a dar o nosso melhor para o proteger, mas ao mesmo tempo para lhe dar o nosso melhor em equipa”, disse.

Palmer partirá amanhã da penultima fila do GP do Azerbeijão, já que ambos os McLaren vão cumprir uma penalização por terem trocado de motor e caixa de velocidades.