O fim de semana britânico acontece no rescaldo de um momento histórico neste inicio de século XXI britânico, quando os eleitores decidiram dar um valente pontapé no traseiro a um Partido Conservador esclerosado e deram aos seus rivais, os Trabalhistas, uma maioria absoluta para mudar a politica no Reino Unido, com um novo primeiro-ministro que, não estando de graça, tem autoridade para dar aquilo que o povo quer, uma nova politica, um novo rumo.
Não é algo que aconteça na Formula 1. Esta está mais interessada em saber sobre o filme que Hollywood está a faxer e do qual já sabemos o nome e quando é que se estreará nos cinemas, com filmagens em IMAX e tudo. Só que o título é tão... neutro (e chato) e daquilo que, alegadamente, já foi gasto, todos torcerão que seja um sucesso enorme e que tenha das maiores receitas da história do cinema, porque caso contrário, será aquilo que no meio se chama uma "bomba". E suspeito que a Formula 1 ainda não entendeu isso.
Num sábado bem húmido - tem momentos de chuva e o sol não consegue romper as nuvens para tentar secar a pista de forma a que os pilotos possam andar sem problemas. E para piorar as coisas, perto da hora da qualificação... mais chuva. Tipicamente um verão britânico!
Antes da qualificação, soube-se que Pierre Gasly sofreu uma penalização bem forte. Daquelas que já não se liam desde há algum tempo: 50 lugares! Pelos vistos, largará de Brands Hatch ou algo assim...
A qualificação começou com intermédios, para que os pilotos pudessem andar sem grandes problemas na pista, marcando um tempo de referência antes de arriscar mais, com pneus slick, já que a pista estava húmida, mas ainda não estava totalmente seca. Mas isso não impediu os primeiros incidentes, especialmente nos Red Bull.
Por exemplo, no meio da sua tentativa, na Copse, Max Verstappen saiu de pista e o seu assoalho arrasta-se na gravilha, até sair dali. Esse poderá ter sido o momento do neerlandês, porque depois de queixou de danos no assoalho, logo, as suas chances de marcar tempo para ficar entre os da frente ficaram prejudicados.
Mas ele nem foi o pior da Red Bull. Pior, pior, ficou Sérgio Pérez, que saiu de pista e acabou com o carro na gravilha, sem ele poder tirá-lo do lugar. E com isso, tínhamos bandeira vermelha por alguns minutos.
Entre os não-qualificados, estão os Alpine de Ocon e Gasly, o Red Bull de "Checo" Pérez, o Haas de Kevin Magnussen e o Sauber de Valtteri Bottas.
Pouco depois, com a posta a secar mais um bocado, iamos para a Q2. Com os pilotos a arriscar e colocar moles, porque poderia haver mais chuva pelo caminho, eles começaram a marcar os seus tempos. Norris foi o melhor a marcar, com 1.27,432, antes de Fernando Alonso conseguir 1.27,279. Mais alguns minutos e o melhor passava a ser Oscar Piastri, com 1.26,945.
A partir final mostrava um asfalto que secava cada vez mais depressa e alguns pilotos começavam a marcar tempos cada vez melhores com os moles. Um exemplo? Nico Hulkenberg fazia 1.26,847, antes de Lando Norris melhorar para 1.26,559. Piastri fax um tempo 174 centésimos pior, Norris e Alonso melhoram os seus tempos, mas não o primeiro posto da tabela de tempos, tal como Max, e se temos McLarens, Mercedes, Aston Martins, o Ferrari de Carlos Sainz Jr, o Red Bull de Max e até o Haas de Nico Hulkenberg, do outro lado, o Ferrari de Charles Leclerc, o Williams de Logan Sargent, os Racing Bulls de Yuki Tsunoda e Daniel Ricciardo, e o Sauber de Zhou Guanyou ficavam de fora para a última parte.
E assim, caminhamos para a Q3.
O boletim meteorológico era melhor para as condições de pista, fazer baixar os tempos, e isso, de certeza, iria ser benéfico para os carros da McLaren e da Mercedes. E se calhar, da Red Bull, caso o assoalho do Ma não tivesse ficado danificado.
Max começou com 1.26,350, seguido por Norris, com 1.26,030, e Piastri entre eles. Hulkenberg consegue 1.26,401, antes de George Russell conseguir 1.26,024 e ir para a frente da tabela de tempos. Depois disto, passagem pelas boxes para um novo jogo de pneus e as voltas finais. As expectativas eram grandes.
Ali, Max consegue 1.26, depois de ter corrigido a sua trajetória na Copse, par evitar ficar de fora, antes de Hamilton conseguir 1.25,990, e Russell melhorar para 1.25,819. Norris acabou por ir às boxes e ficar apenas com o terceiro melhor tempo, dando à Mercedes o monopólio da primeira fila, algo que não se vê desde... 2021. Quem diria!
No final, os britânicos estavam felizes. Sentem-se sempre no topo do mundo, pensando que eles são o centro do universo, a lembrar um pouco o império que já desapareceu há muito. Com a Formula 1 a ser o seu brinquedo do momento, agora, para a cereja no topo do bolo, só querem que a sua equipa de futebol siga em frente e tente ganhar o Europeu de futebol, para pensarem que são os escolhidos ou algo assim.
Amanhã, veremos se continuam a sonhar, ou acabam com uma ressaca gigante.