sábado, 30 de junho de 2007

Noticias: Ingleses querem Ron Dennis como Cavaleiro

O ilustre desconhecido que escreve no Blogtorsport afirma hoje que corre uma petição em inglaterra para convencer o governo do sr. Gordon Brown e a Rainha Isabel II para que concedam a Ron Dennis o grau de Cavaleiro do Império Britânico, para que possa ser tratado de "Sir" Ron Dennis.


Dennis, que é CBE (Commander of the British Empire), e que recenetemente comemorou o seu 60º aniversário, tem fama de ser insuportável e arrogante (para além de ter a mania das limpezas e de ficar com os troféus todos), mas pelo facto de, sob a sua tutela, não só ter salvo a McLaren da falência, mas também de ter contribuido para que a equipa fosse aquilo que é agora.


E depois, como disse o meu ilustre desconhecido: "se até o Cliff Richard é chamado por "Sir" porque não o Dennis também?" Acho que sim, ele merece! E um dia destes, o David Beckham vai pelo mesmo caminho...

Renault comemora 30 anos de Formula 1

Na semana que vêm, a Renault comemora os 30 anos da sua entrada na Formula 1, com o seu motor Turbo de 1.5 Litros. Como sabem, foi um marco na altura, e confesso que quando vi a foto que serve de homenagem, fiquei contente.


Bela decoração, hein? Digo-vos já: se dependesse de mim, eu fazia com que aquela decoração ficasse nos carros até ao final da época. Sempre era melhor que aquela aberração amarelo-laranja...

GP 2: Aconteceu de tudo em Magny-Cours!

Confesso uma coisa: só vi a corrida a partir do momento em que a prtida foi interrompida, mas agora mesmo vi um videozinho no Youtube a relatar o primeiro minuto daquela corrida, e teve de tudo: o cómico e o dramatico.

O lado cómico: os dois carros da iSports, de Timo Glock e Andreas Zuber a eliminarem-se nos primeiros metros da corrida. Nem Ayrton Senna e Alain Prost fariam melhor! O que é que eles tinham na cabeça? Espero que Fernando Alonso e Lewis Hamilton tenham visto o que aconteceu, que é para ver se não imitam esta façanha no futuro...

O lado dramático: o acidente de Ernesto Viso na primeira volta. Foi de tudo igualzinho ao que matou Marco Campos há 11 anos e meio, na mesma pista. Se calhar, o facto do incidente não ter acontecido no final da recta anterior ao gancho Adelaide, pode ter evitado dramas maiores. Segundo as últimas noticias, o piloto venezuelano, que substituiu o brasileiro Sergio Jimenez, só tem um braço fracturado.


Para piorar as coisas, durante a troca de pneus obrigatória, o francês Nicolas Lapierre atropelou um mecânico, que se safou apenas com ligeiras escoriações. Sorte a dele!


De resto... uma hora à espera para que a partida fosse relançada, e quando isso aconteceu, o italiano ex-piloto de Formula 1 Giorgio Pantano levou a melhor sobre os brasileiros Lucas Di Grassi e Bruno Senna. Amanhã temos a segunda corrida, que se espera não ser tão dramática como a primeira...

GP França: Qualificação

Felipe Massa e Lewis Hamilton na primeira linha, Kimi Raikkonen e Robert Kubica na segunda, Alonso em décimo. São estes os assuntos em destaque na qualificação do GP de França, que se despede este ano do circuito de Magny-Cours.


Foi uma qulificação onde os Ferrari dominaram, mostrando que souberam responder ao domínio dos McLaren nas etapas americanas. o brasileiro levou a melhor sobre Kimi Rakikonnen, e o "rookie" inglês (a caminho de ser o melhor de sempre) evitou um monopólio Ferrari na primeira fila, 70 centésimos atrás de Felipe Massa, naquela que foi a sétima pole-position para o piloto brasileiro.

O quarto lugar de Robert Kubica mostrou não só que o polaco está completamente recuperado do seu acidente no Canadá, como aproveitou a debilidade de Nick Heidfeld para se mostrar à BMW (apesar disso, o piloto alemão foi sétimo) Os Renault aproveitaram o facto de "jogarem em casa" para ficarem na terceira linha (Giancarlo Fisichella à frente de Heiki Kovalainen), enquanto que Fernando Alonso, por causa de problemas na sua caixa de velocidades do seu McLaren, foi um pálido décimo, na sua pior qualificação da época.

Os Toro Rosso confirmaram que as prestações de sexta-feira foram um autêntico golpe publicitário, pois quando chegaram à qualificação "pura e dura", não conseguiram mais do que o 15º (Scott Speed) e o 17ª (Vitantonio Liuzzi) posto. Entre eles ficaram os Red Bull de Mark Webber (14º) e David Coulthard (17º)
Os Toyota estão melhorzinhos, mas Jarno Trulli continua a bater Ralf "half" Schumacher em toda a linha. O italiano foi nono, "Half" 11º. Mesmo assim, o alemão ficou á frente dos Honda, que puseram Jenson Button em 12º e Rubens Barrichello logo a seguir.


Sim senhora, é uma corrida que promete... será que amanhã vai mesmo chover na hora da partida?

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Alerta! Heidfeld pode ser substituido

O piloto alemão Nick Heidfeld, da BMW Sauber, sofre neste momento de algumas dores nas costas e pode ser substituido por Sebastian Vettel na corrida de França. O piloto alemão vai ser submetido a uma série de exames médicos antes dos treinos de amanhã, para saber se está em forma para o fim de semana francês.


"Parei mais cedo porque queria poupar as minhas costas", afirmou Heidfeld ao Autosport inglês, justificando o seu modesto tempo nos treinos de hoje, onde foi 19º classificado. O piloto alemão sofre de problemas crónicos nas costas, que reapareceram nos testes da semana passada, em Silverstone, e que levaram a que acabasse os treinos mais cedo.


Caso se chegue à conclusão de que Heidfeld não pode competir neste fim de semana, Vettel pode correr pela segunda vez nesta época, depois de ter corrido em Indianápolis, em substituição de Robert Kubica, que sofreu um acidente no GP do Canadá.

As frases da semana, pelas F1 Girls

Como sempre, costumo visitar os blogues dos meus amigos, especialmente quando ando num dia como o de hoje, onde parece que a inspiração emigrou para a praia... razão tem o meu amigo Felipão quando disse ontem que as coisas andam sem sal. E também nesta altura largo o passado para estar atento ao presente, pois temos fim de semana de Formula 1...


Bom, hoje fiz a minha visitinha às F1 Girls (já viram meninas malucas por Formula 1? Se não, venham aqui), e leas também devem andar de seca, como eu (e a maior parte de nós). Então, decidiram fazer uma colecção das melhores frases da semana. Só faltou o Piquet Jr., mas não se pode ter tudo... Aqui vai:


Kubica, o sobrevivente: "Não sei quem me salvou. Aliás, não sei nem se fui salvo por alguém ou por algo. O que importa é que estou em um pedaço só". - Amém!




Fisichella, o indeciso: "Gostaríamos de lutar pelo pódio porque é um GP muito importante para nós, mas acho que McLaren e Ferrari talvez estejam um passo a frente... talvez dois. Mas acho que somos mais velozes que a BMW. Ou eu espero" - Ai, Fisichella... decida-se, por favor!


Hamilton, a estrela: "É algo (fama) com que você tem que se acostumar, mas eu definitivamente ainda não me acostumei" - Pois trate de se acostumar =)



Raikkonen, o envergonhado: "É uma vergonha que não tenha sido capaz de conseguir resultados melhores até agora na temporada, nós temos os melhores resultados como meta em todas as oportunidades com a equipe, mas já faz um tempo que não alcançamos essas metas". - *sem palavras*


Garotas... não digo que me salvaram o dia, mas quase...

GP França - Treinos de sexta-feira

Os Ferrari dominaram a primeira sessão de treinos do GP de França, em Magny-Cours. Os carros de Felipe Massa e Kimi Raikonnen dominaram em cadsa uma das sessões, com o finlandês a ser o melhor de manhã, enquanto que o brasileiro esperou pela tarde para dominar a tabela de tempos.


Mas o mais surpreendente disto tudo foram as prestações dos Toro Rosso. Scott Speed foi terceiro, enquanto que Vitantonio Liuzzi foi quinto, embora ache que esses tempos se deveram mais à pouca gasolina no depósito do que outra coisa. Manobras de marketing...


Quanto aos McLaren, Lewis Hamilton levou a melhor sobre Alonso, com o inglês a ser terceiro, enquanto que Alonso saiu de pista perto do final da sessão, não indo além do oitavo tempo. Nick Heidfeld teve um desempenho medíocre, sendo 19º classificado, mas tudo isso se deveu a diversos problemas no carro. Quanto ao regressado Robert Kubica, foi apenas 12º colocado.


Amanhã vamos a ver se a tendência ferrarista continua. Se for assim, não me admiraria, pois eles foram os grandes dominadores desta pista, especialmente quando seis das oito vitórias que Michael Schumacher conquistou foram a bordo de um Ferrari...

Noticias: Chuva em França é possibiidade


A hipótese de haver um Grande Prémio molhado pela primeira vez em quase um ano é quase certa. Segundo as previsões da Meteo France, existem 60 por cento de hipóteses de uma corrida molhada na tarde de Domingo.


Caso assim seja, a ideia de uma corrida emocionante no GP de despedida de Magny-Cours não seria mau de todo. Aliás, todos diziam antes que Hungaroring era aborrecido, mas a corrida do ano passado foi tudo menos aborrecida... enfim, cá por mim, eu sou daqueles que só acredita na hora de partida, OK?

Por esta não esperava!

A agência noticiosa polaca PAP noticiou na tarde de ontem que o Vaticano convidou o piloto Robert Kubica para que desse testemunho para um eventual milagre feito pelo antigo Sumo Pontífice, falecido há dois anos. A ideia está a ser apoiada por vários clérigos polacos, e caso isso seja real, João Paulo II (a.k.a. Karol Woytila) poderá ser elevado para santo.

Apesar da Igreja Católica ser rigorosa em relação a eventuais milagres, bastam apenas dois milagres comprovados para que determinada pessoa possa elevar-se ao grau de Santidade. E neste momento, João Paulo II já é beato.


Tenho que ser honesto: a coisa é um pouco risível. Como diz o meu colega do Blog F1 Grand Prix, "Robert Kubica não foi salvo por causa de uma interferência divina, vamos ser razoáveis. Mas João de Deus - por que não? - pode ter dado uma pequena mãozinha."


Quanto a mim... aquilo não é milagre, é fruto de muito trabalho! A santidade (se tal coisa vale de muito) devia ser dada aos engenheiros da BMW Sauber que desenharam o seu habitáculo, e aos senhores da FIA por terem delineado as regras e elaborado os "crash-tests". Porque agora... temos um polaco vivinho da silva!

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Extra-Campeonato: aqui, homem não entra!

O Hemisfério Norte vive o inicio do Verão, com mais ou menos calor, com mais um menos chuva. Se os ingleses estão mais preocupados com a chuva do que com Mr.Brown, e os albaneses, gregos, romenos e bulgaros em abrigar-se em casa para não suportar temperaturas de 45 graus Celsius, há uma praia em Itália que decidiu ser sensível às mulheres, vedando-a aos homens.


A ideia partiu de um concessionário de Riccione, perto de Rimini, no Mar Adriático (terra natal de Fredreico Fellini) que quis, assim, proporcionar alguns momentos de traquilidade e de maior privacidade ao sexo feminino. As reacções não se fizeram esperar. Algumas mulheres elogiam a medida porque, dizem, permite fazer "topless" sem que tenham que se deparar com olhares curiosos.


Claro, o caricato da situação deixa ainda muitos de boca aberta. Hà quem considere tratar-se de uma estupidez, como diz um veraneante, que afirma "o que torna este planeta saudável é a mistura de homens e mulheres". Alheios a isto tudo estão os cães, os unicos que não se importam, pois podem entrar na praia sem problemas... mas vejamos: percebe-se que as mulheres querem tranqulidade e não dúzias de homens babados pelos seus seios (na Europa, o topless é habitual). Por outro, eu compreendo os homens: gostam de comparar aquilo que têm em casa com o que vê lá fora. Se não gostam do que têm, paguem-lhes uma operação para meter silicone nas mamas, se elas pedirem!


Por mim... é um pouco indiferente, pois neste momento não tenho namorada. Mas se ela quisesse fazer, eu não me importava. E não ia ser um bando de idiotas babados que ia mudar de opinião. Já ando habituado aos mirones...

A dinastia Fittipaldi continua!

Emerson Fittipaldi, actualmente com 60 anos, já não se têm que preocupar com a sucessão. Depois do seu sobrinho Christian, que teve uma carreira modesta na Formula 1, mas foi melhor sucedido na CART, agora um dos seus netos, Pietro Fittipaldi, de 10 anos, é crque nos karts.


De acordo com o jornal "Estado de São Paulo", o avô babado só diz maravilhas do neto: "Ele adora automobilismo e futebol. Corre em duas categorias nos Estados Unidos. Uma é a Easy Kart, do pai do Juan Pablo Montoya, outra é Mini Max, com motores de 125 de cilindrada, que são muito grandes. O Pietro é o unico que corre com chassis brasileiro e ganha a todos na temporada."


Este ano, Fittipaldi neto ganhou 12 das 14 provas que disputou. ele é filho da sua filha mais velha, Juliana, fruto com o relacionamento com a sua primeira mulher. Emerson ainda tem outro neto, Enzo, de apenas cinco anos, que já experimentou um kart. Fittipaldi avô, bi-campeão do mundo de Formula 1 em 1972 e 1974, e campeão da CART em 1989, disputa actualmente o GP Masters, para os veteranos com mais de 45 anos de idade.

Noticias: FIA deixa Kubica correr em França

O Comité Médico da FIA decidiu esta manhã que o polaco Robert Kubica está apto para correr este fim de semana no GP de França, a disputar no circuito de Magny-Cours, três semanas depois do seu violento acidente no GP do Canadá, disputado no circuito Gilles Villeneuve, em Montreal.

“Já estou 100% e muito ansioso por esta corrida. Fico feliz por ter perdido apenas o GP dos Estados Unidos”, declarou o piloto de 22 anos. Na prova americana, Kubica foi substituído pelo piloto de testes da BMW, o alemão Sebastian Vettel, que marcou um ponto ao terminar na oitava posição.


Fico feliz por saber que tudo está bem nele, sem sequelas de espécie nenhuma. Será que vai ser neste fim de semana que iremos ver no seu casco uma foto do sr. Karol Woytila?

O piloto do dia: Jean-Pierre Beltoise

Ainda na semana do GP de França, falo de outro dos grandes pilotos que andaram pela Formula 1 naquele período excitante de entre os fins dos anos 60 e o inicio dos anos 70, em que era a grande esperança francesa para alcançar o triunfo mundial, mas que somente ganhou por uma vez. Mas foi no Mónaco, o mais mítico de todos os Grandes Prémios! Foi também um exímio piloto do motos e de Sport-Protótipos, e aos 70 anos, continua atento ao automobilismo. Eis Jean-Pierre Beltoise.


Nasceu a 27 de Abril de 1937 em Paris, e iniciou a sua carreira nas motos. Entre 1961 e 1964, venceu 11 campeonatos de França em motociclismo, nas categorias de 50, 125 e 250 centímetros cúbicos. Participou em oito provas do campeonato do mundo da categoria, mas nunca ganhou. Em 1963, começou a correr em carros, mas um grave acidete durante as 12 Horas de Reims, onde fracturou gravemente um braço. Em 1965 torna-se no primeiro campeão francês de Formula 3, e no ano seguinte vai para a Formula 2, onde se estreia numa competição de Formula 1 no GP da Alemanha, onde normalmente se podiam correr carros de Formula 2. Terminou no oitavo lugar.


Em 1967, vai para a Matra, onde faz um programa de Formula 2, mas com algumas provas na Formula 1, no sentido de desenvolver o motor Matra V12. Participa em três corridas, mas não pontua. No ano a seguir, com Jackie Stewart como companheiro de equipa, as coisas correm melhor: é segundo na Holanda, no seu único pódio da época, e termina o campeonato no nono lugar, com 11 pontos. Nesse mesmo ano, torna-se Campeão Europeu de Formula 2.


Em 1969, é o fiel escudeiro de Jackie Stewart na conquista do título mundial por parte do piloto escocês. Enquanto que ele ganha confortavelmente, Beltoise consegue três pódios, sendo o melhor um segundo lugar em França. Termina o campeonato no quinto lugar, com 21 pontos.


Em 1970, continuando na Matra, depois da saída de Jackie Stewart, Beltoise conseguiu dois terceiros lugares, na Belgica e Itália, alcançando o nono lugar na classificação, com 16 pontos. Por essa altura, os Matras V12 já não eram tão potentes como os Ford Cosworth, e para piorar as coisas, a Matra estava mais ocupada com o seu programa de Sport-Protótipos.

No inicio de 1971, Beltoise viu-se envolvido numa enorme polémica que prejudicou a sua carreira. Durante os 1000 Km de Buenos Aires, o seu carro ficou parado no meio da pista, devido à falta de combustível. Enquanto o empurrava na pista, o seu carro ficou na trajectória do Ferrari 312PB do italiano Ignazio Giunti, que bateu e incendiou-se, matando-o instantaneamente. A CSI (futura FIA) decidiu mais tarde retirar a sua licença temporariamente, fazendo com que falhasse algumas corridas dessa temporada. Resultado: um ponto e o 22º lugar do campeonato.


No ano seguinte, vai para a BRM. A equipa tinha recebido uma injecção enorme de dinheiro, vinda da Marlboro, e Beltoise torna-se no primeiro piloto da equipa. E foi aí que ele faz a corrida da sua vida, no GP do Mónaco. Partindo do quarto lugar na grelha de partida, passa logo para a liderança e aguenta a pessão dos adversários e o piso escorregadio, para conseguir finalmente ganhar o seu primeiro Grande Prémio.


Pensa-se que nesta altura, deve ter sido o primeiro francês a ganhar uma corrida de Formula 1 desde Maurice Trintignant, em 1958. Errado. O seu cunhado já tinha feito isso uns meses antes. Quem era? Francois Cevért!


Contudo, aquela vitória seria a unica vez que pontuaria naquele ano. No final, ficou com nove pontos e o 11º posto da classificação geral. Em 1973, continuou na BRM, onde conseguiu estar regularmente nos pontos, sem chegar ao pódio. No final voltou a acabar o campeonato com nove pontos, mas no 10º lugar.


Em 1974 já se notava o declínio final dos BRM, e vai ser Beltoise a dar à equipa o seu último grande momento, ao acabar em segundo no GP da Africa do Sul, o seu último pódio e o último da equipa, que acabará em 1977. No final da época, decide abandonar, aos 37 anos. A temporada acaba com 10 pontos e o 13º posto da classificação geral.


A sua carreira na Formula 1: 88 Grandes Prémios, em oito temporadas, uma vitória, oito pódios, quatro voltas mais rápidas, 77 pontos no total.


Depois da Formula 1, foi piloto de testes da Ligier, nos seus primeiros tempos, e dedicou-se ao campeonato francês de Turismos, onde foi bi-campeão nacional em 1976 e 1977, a bordo de um BMW. Mais tarde, fez uma incursão pelo rallycross, a bordo de um Renault Alpine, e na década de 1980, voltou aos Turismos franceses, correndo pela Peugeot. Hoje em dia encontra-se retirado da competição, vendo o seu filho Anthony Beltoise a correr nos Turismos franceses, tendo feito uma incursão este ano no WTCC na corrida de Pau, a bordo de um Seat.



Para finalizar, algo interessante: graças à sua amizade com Jean Graton, o criador da série Michel Vaillant, Beltoise participou em imensas histórias da série, sendo um fiel companheiro de equipa nas equipas Vaillante de Formula 1 e Sport-Protótipos, participando na Formula 1 e nas 24 Horas de Le Mans... na ficção.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Noticias: Prost solidário com Alonso

Era inevitável: com as crescentes comparações entre a situação actual e aquela vivida em 1988/1989 entre Ayrton Senna e Alain Prost, veio a terreno o unico sobrevivente dessa dupla explosiva, que terminou, como todos sabem, no "primeiro incidente de Suzuka", expressando a sua solidariedade ao piloto espanhol.


"Consigo entender na perfeição o que se está a passar. Para além das disputas em pista, tudo se passa bem para lá dos limites do asfalto, já que também se 'joga' com o factor psicológico. Como devem calcular, eu sei bem como se deve estar a sentir o Fernando Alonso. Geralmente, nesta situação, há dois pilotos de gerações diferentes, com o mais novo a contestar o aguardado domínio do mais velho e bicampeão em título, e a imprensa e quase toda a gente, colocam-se do lado do piloto mais novo. É assim mesmo, e eu sei-o melhor que ninguém, já que se passou comigo em duas fases distintas: Quando contestei o favoritismo do Niki (Lauda) e quando tive o Ayrton (Senna) na McLaren.", afirmou numa entrevista, citada pelo Autosport on-line.


"Le Professeur" afirmou que ficou «fortemente surpreendido e impressionado com Lewis Hamilton» e afirma, com algum conhecimento de causa, que não acredita que haja favorecimento da equipa a favor de Hamilton: "Todos esperavam que (Alonso) fosse o Nº1 incontestado. Não é fácil lidar com isso. Eu senti-o, mesmo (sabendo) que não seja verdade que a McLaren favoreça o Lewis, e tenho a certeza que não favorece, isso não impede que o Alonso pense que não é assim, pois qualquer coisa, por mais pequena que seja que lhe corra mal, ele vai ficar com essa sensação." Fala quem sabe...

Capelli faz das suas... outra vez!

O Ivan Capelli está a ganhar a fama de "Terrivel"... depois da performance na semana passada de Lewis Hamilton como pianista do ultra-famoso grupo ABBA, agora foi a vez de Fernando Alonso como o condutor do simulador mais real do Mundo, feito numas obras em Espanha... e perante a imprensa convidada! Gozem a situação, pessoal...

Noticias: Murray Walker volta a comentar

O mais conhecido apresentador de corridas em lingua inglesa está de volta. Murray Walker, de 83 anos e comentador desportivo há mais de 50, vai voltar aos microfones da cadeia televisiva ITV no GP da Europa, a decorrer em Nurburgring, no final de Julho. Walker trabalhará na emissora como o substituto de David Croft, que acompanhará o nascimento de seu terceiro filho.


Esta não será a primeira vez que Murray fará uma aparição especial desde que se aposentou, em 2001. O britânico já trabalhou para o canal australiano Ten, em 2005, faz as transmissões da categoria GP Masters e esteve em vários GPs como embaixador da equipa Honda de Formula 1.

Se não sabem quem é Murray Walker e o que faz, digamos que... diz os mesmos disparates que o equivalente brasileiro Galvão Bueno, mas safa-se melhor! Alguns exemplos desses "murrayismos":


- "Está a chover e a pista está molhada"

- "Não há nada de errado com este carro, excepto que está a arder!"

- "Eis as luzes vermelhas, e... GO,GO,GO!!!"

- "Fogo, Fogo, Fogo!"

- "Há chamas a sair do carro do Prost e vai para a Piscina!" (no Mónaco, quando teve problemas de motor na Chicane da Piscina)


Estas são algumas das expressões que consegui traduzir. Certo dia, para descrever as bocas que mandava nas transmissões, respondeu da seguinte forma: "Eu não cometo erros. Eu faço profecias que se tornam imediatamente erradas." Grande Walker!

Noticias: Bourdais diz "agora ou nunca" para 2008

O actual tri-campeão da CART, o francês Sebastien Bourdais, afirmou ontem que a sua melhor chance para virar agulhas rumo à Formula 1 é agora, no final da época, caso contrário, já seria muito tarde para ele.


“Por enquanto, tenho três possibilidades: ficar, ir para a F-1 ou para a Nascar. Existem muitas variáveis”, comentou à Agência AFP, citada pelo site brasileiro Grande Prêmio. O francês já testou por duas vezes pela Toro Rosso, e tem marcado um teste final no próximo mês, no renovado circuito belga de Spa-Francochamps.


Testes estes que deixam o piloto um pouco frustrado: “Sei o que posso fazer. Estou neste caminho há muito tempo. Sei que em um bom carro e em boas condições, posso fazer o serviço. É tudo questão de oportunidade”. É por isso que deixa o aviso: “Se tiver que acontecer, tem de ser rápido. Você não consegue entrar na F-1 depois de completar 30 anos e eu já tenho 28. Está claro: se não for no ano que vem, não será nunca mais.”

GP Memória - França 1999

Numa altura em que nos despedimos de Magny-Cours como palco do GP de França, e quando surgem noticias de que o fim de semana francês pode ser chuvoso, o que pode baralhar as contas e estratégias das equipas, e animar os fãs. Sendo assim, a melhor coisa que se pode fazer, e juntar esses dois factores: Magny-Cours à chuva.


Ora, isso aconteceu no último ano do século XX, e os resultados foram surpreendentes. O meu amigo Felipão faz o resumo, mas eu dou mais pormenores!


Assim sendo... o campeonato do Mundo de 1999 estava a ser bem disputado entre o alemão Michael Schumacher e o finlandês Mika Hakkinen, com Eddie Irvine e David Coulthard a espreitarem qualquer deslize por parte dos seus companheiros de equipa. No grande prémio anterior, no Canadá, Hakkinen ganhou a corrida, beneficiando de um encontro de Michael Schumacher com o famoso "Wall of Champions"...

O fim de semana de 27 de Junho daquele ano prometia chuva. E assim aconteceu. Os treinos tiveram várias surpresas: Rubens Barrichello fez a primeira pole-position de sempre para a Stewart, e estava na melhor posição para alcançar a sua primeira vitória. Ao seu lado, largava... Jean Alesi, num Sauber-Petronas! E o terceiro classificado era Olivier Panis, num Prost-Peugeot. O que tinha acontecido nos treinos para que todas estas personagens alcançassem tais posições foi que aproveitaram os últimos minutos de treino, quando a pista começou a secar, para marcar melhores tempos. Algo que hoje em dia, seria impossível...


Dos contendores ao título, David Coulthard era quarto, Michael Schumacher era sexto, Mika Hakkinen era 14º, Eddie Irvine 17º. Heinz-Harald Frentzen ficou no sexto lugar da grelha.


No dia da corrida, apesar da chuva, o asfalto estava seco para a largada. Na largada, Barrichello segurou a liderança dos ataques de Coulthard. Mas na sexta volta, o escocês salta para a liderança, e aí fica até à volta nove, altura em que fica parado por problemas electricos. Sendo assim, o brasileiro da Stewart recupera a liderança.


Entretanto, Schumacher, Irvine e Hakkinen faziam a sua corrida de trrás para a frente, e na volta 20, Hakkinen tinha ultrapassado Frentzen e Alesi para chegar à segunda posição, bem atrás de Barrichello. Mas na volta 21, a chuva volta a fazer das suas, fazendo com que entrasse o "safety-car" na volta 25. Nessa altura, Frentzen já tinha feito o seu primeiro reabastecimento.


O "safety-car" esteve por lá durante dez voltas, ao que foi-se embora. Na relargada, Hakkinen tenta ultrapassar Barrichello no gancho Adelaide, mas despista-se e cai para o sétimo lugar. Agora, era a vez de Michael Schumacher atacar a liderança do piloto brasileiro, ultrapassando Frentzen. Na volta 43, Schumi passa Barrichello, seu futuro companheiro de equipa, e distancia-se. Só que na volta 50, perde duas marchas na sua caixa de velocidades, tendo de trocar o volante. Volta à pista na quinta posição.
Entretanto, Hakkinen faz uma corrida de recuperação, e passa Barrichello no volta 58. Mas perto do fim, tem que ir às boxes para reabastecimento, e Barrichello tem que fazer o mesmo. Quem ganha com isto tudo? O jordan de Heinz-Harald Frentzen, que da à Jordan a sua segunda vitória da carreira. Hakkinen é segundo e Barrichello é terceiro, no segundo pódio que dá à Stewart naquele ano. Schumacher termina em quinto, à frente do seu companheiro Eddie Irvine.


Terminada aquela corrida, Hakkinen liderava com 40 pontos, mais oito que Michael Schumacher. Eddie Irvine tinha 26 pontos, mais três que Frentzen. Era assim que estava o campeonato quando o Grande Circo chegou a Silverstone, uma semana mais tarde, onde os acontecimentos deram um rumo radical a aquele campeonato...

terça-feira, 26 de junho de 2007

Noticias: Spyker promete novo carro em Istambul

O chefe da equipa Spyker, Colin Kolles, confirmou nesta terça-feira que a escuderia holandesa planeia estrear um novo carro no GP da Turquia, 12ª de 17 etapas da temporada 2007 da F-1.

Em declarações ao site brasileiro Grande Prêmio, Kolles disse que a meta é somar pontos. E aproveitou a deixa para alfinetar os pilotos da equipa mais fraca do pelotão, Christijan Albers e Adrian Sutil: "Nossa meta é ter um novo carro pronto para a Turquia e esperamos ser competitivos. Claro, nossa meta é marcar pontos. Poderíamos ter saído com alguns do Canadá, mas os erros dos pilotos custaram caro.”


O diretor-técnico da Spyker, James Key, resumiu as novidades do novo carro: “É uma grande mudança. Uma nova caixa de velocidades, uma suspensão traseira completamente nova – um novo conceito –, além de um novo pacote aerodinâmico”.


O Grande Prémio da Turquia vai acontecer no fim de semana de 25 e 26 de Agosto.

O piloto do dia: Philippe Streiff

O piloto que falo hoje é alguém que nunca teve uma grande carreira na Formula 1, mas que um dia, devido a um azar e à má assistência, vê a sua vida mudar para sempre. Depois disso, torna-se no criador do maior evento de karting indoor do mundo e num campeão da causa dos deficientes motores. Falo-vos hoje de Philippe Streiff.


Nasceu a 26 de Junho de 1955 (faz agora 52 anos) em La Tronche, na região de Grenoble, França. Começa a sua carreira em 1977, ao ganhar o Volante Motul, em Nogaro, e no ano seguinte passa para a Formula Renault. Depois de uma passagem pela Formula 3 europeia, durante dois anos, volta para o campeonato francês em 1981, onde se torna vencedor.



Em 1982, vai para a Formula 2 europeia, a bordo da equipa AGS, que o vai acompanhar ao longo da sua carreira. Fica lá até 1984, onde consegue ganhar uma vez, tendo sido quarto classificado no campeonato por duas vezes. No final desse mesmo ano, começa os seus primeiros passos na Formula 1, quando a Renault inscreve um terceiro carro para Streiff. Abandona a corrida com problemas de transmissão.


Em 1985, Streiff disputa a Formula 3000, substituta da Formula 2, de novo pela AGS, mas a meio da época, a Ligier chama-o para a sua equipa, como substituto de Andrea de Cesaris, despedido depois do GP da Austria. Corre pela equipa no resto da época, excepto no GP da Africa do Sul, onde corre pela Tyrrell, já que a Ligier não vai ao pais, devido ao boicote feito pelas equipas francesas.


É na Australia que Streiff consegue a sua melhor posição de sempre: um terceiro lugar. Mas isso esteve em risco na última volta da corrida, quando teve um incidente com... Jacques Laffitte, seu companheiro na Ligier! Ambos lutavam pelo segundo lugar, quando se desentenderam a poucas centenas de metros da meta. Laffitte acabou em segundo, enquanto que Streiff cortou a meta em três rodas, mas em terceiro! No final da época, os quatro pontos deram-lhe o 15º lugar da classificação geral.


Em 1986 volta para a Tyrrell, onde consegue alguns bons resultados. Fica com três pontos, o que lhe dá o 14º lugar da classificação. Continua no ano seguinte, onde consegue mais quatro pontos e o 15º lugar na classificação geral. Pelo meio, sobrevive incólume a um acidente terrível em Spa-Francochamps, onde se envolve... com Jonathan Palmer, o seu companheiro de equipa!



Em 1988, a equipa onde correu nas camadas inferiores, a AGS, decide aventurar-se na Formula 1, e Streiff torna-se no seu único piloto. Apesar de ser um piloto que termina regularmente as corridas, e de dar nas vistas (chegou a lutar pelo quarto lugar no GP do Canadá, numa batalha contra... Nelson Piquet, num Lotus-Honda Turbo, antes de desistir com problemas mecânicos) não consegue chegar aos pontos, a primeira época completa em que isso acontece.


Renova o contrato para 1989, e tem até uma boa máquina, mas quando a sua equipa está no Rio de Janeiro para á série final de testes rumo à nova temporada, um grave acidente veio pôr termo à sua carreira de uma forma brutal. O seu carro despista-se numa curva e sai para fora da cerca, destruindo o arco de protecção que o protegia de um impacto na cabeça. Para piorar as coisas, a assistência médica no circuito foi deficiente, o que veio agravar a fractura no pescoço, deixando-o tetraplégico.


A sua carreira na Formula 1: 54 Grandes Prémios, em cinco temporadas, um pódio, 11 pontos.


Depois de uma longa convalescença e de muita terapia, abre um kart indoor em 1991. Dois anos mais tarde, decide organizar uma competição de "karting indoor" no Pavilhão de Bercy, em Paris, cuja primeira edição fica famosa pelo facto de ser a última vez em que Alain Prost e Ayrton Senna se defrontaram juntos, em pista.


Nos últimos anos, tornou-se num paladino da causa dos deficientes fisícos, torando-se conselheiro técnico junto do governo francês, especialmente nos ministérios dos Transportes e da Juventude e Deporto. Nas últimas eleições presidenciais, foi apoiante de Nicolas Sarkozy, e aceitou dar a cara num video acerca das dificuldades que os deficientes como ele têm no dia-a-dia.

GP Memória - O verdadeiro "Grand Prix"

Na semana do Grande Prémio de França, vou um pouquinho mais atrás na história para falar de uma corrida excepcional, vinda de um tempo pioneiro, e que mostrou aqui a rivalidade entre as duas maiores potências do seu tempo: França e Alemanha. E paradoxalmente, esta foi a corrida mais épica e a última na Europa em seis anos, pois poucas semanas depois, começava a I Guerra Mundial


Isto começa algum tempos antes. Em 1906, o Automobile Club de France decide criar o primeiro “Grand Prix” do mundo, na cidade de Le Mans. Essa corrida foi ganha pelo Renault do húngaro naturalizado francês Frenc Szisz (1873-1944), e o sucesso do Grand Prix fez com que existissem mais edições. Porém, em 1908, no circuito de Dieppe, a França entrou em choque quando a Mercedes ganhou a corrida. Ver a “sua” corrida ser ganha contra o inimigo alemão, numa altura em que a recuperação da Alsácia e da Lorena era um desígnio nacional, foi uma humilhação no orgulho nacional. E a partir de então, os construtores franceses queriam evitar que tal coisa voltasse a acontecer.


Em 1914, a Peugeot era rei e senhor nas pistas mundiais. No ano anterior, tinham dominado a competição, tendo até sido o primeiro construtor estrangeiro a ganhar as 500 Milhas de Indianápolis, através do francês Jules Goux. Para além dele, a equipa tinha outro francês: Georges Boillot. Os carros eram desenhados por uma equipa que incluía um Ettore Bugatti, no início da sua carreira. Em Maio, tinham ido de novo a Indianápolis, para tentar repetir a proeza, e conseguiram, batendo a concorrência americana. Mas o vencedor não foi Jules Goux, mas sim outro francês, René Thomas, num Peugeot não oficial…

Nesse ano, o Automobile Club de France procurava um lugar para realizar o seu Grande Prémio. Das dezenas de cidades candidatas, escolheu a de Lyon, pois estes concederam mais de 10 mil libras de subsídios, uma fortuna na época. A data da corrida: 4 de Julho.


Houve 36 inscrições, de várias equipas francesas e estrangeiras: Opel, Sumbeam, Fiat, Delage, Schneider, Vauxhall… A Peugeot ia correr com Boillot, Goux e Victor Rigal. Mas o maior perigo vinha da alemã Mercedes. Investiram tudo nesta corrida, decididos a repetir o feito de seis anos antes. Inscreveram cinco carros, quatro oficiais, para Max Sailer, Christian Lautenschlager, Louis Wagner e Otto Salzer, e um para Theodore Pilette, um piloto belga, que era o representante da marca no seu país. Durante a Primavera visitaram em detalhe o circuito, montaram o seu quartel-general na cidade e usaram profusamente os dois dias de treinos para afinar a melhor estratégia possível. Chegou-se até a noticiar que a Mercedes colocou este aviso na ordem do dia: “Por razões de propaganda, a Mercedes decidiu ganhar este ano o Grande Prémio”

Como já foi dito, o “Grand Prix” estava marcado para o dia 4 de Julho. Mas alguns dias antes, a 28 de Junho, a politica entra em cena: o Arquiduque herdeiro Francisco Fernando é morto na cidade de Sarajevo pelo anarquista sérvio Gavrilo Princip. A Europa estava à beira da guerra e todos sabiam que caso o sistema de alianças então vigente entrasse em vigor, milhões de pessoas pegariam em armas numa questão de dias… Agora, já não era um corrida. Era a primeira batalha de uma futura guerra europeia!


Nesse dia, mas de 200 mil espectadores assistiram à partida da corrida, às oito da manhã. O primeiro a passar foi Boillot, mas quando se somaram os tempos, verificou-se que o líder era Max Sailer, da Mercedes. A táctica começava a funcionar: Iam lançar um Mercedes para a frente, como isco para que os Peugeot pudessem morder, já que eles iriam jogar com o orgulho nacional. E morderam!

O carro de Sailer durou apenas cinco voltas, até que os rolamentos da cambota griparam. Goux e Boillot ficaram então na frente, mas os outros Mercedes, de Lautenschlager e de Wagner, que estavam melhor conservados, ficavam perto dos Peugeot. Na sexta volta, Boillot estava na frente, mas o segundo, Lautenschlager, estava a menos de um minuto. Jules Goux era terceiro, mas Otto Saltzer e Louis Wagner não estavam atrás.

Nas 11 voltas seguintes, Georges Boillot fez a corrida da sua vida. Tinha que ser: a honra da França estava em jogo. Nessa altura, a Mercedes due ordem a Lautenschlager para pressioná-lo. A diferença caiu para 23 segundos, no início da última volta.

Na altura, as pistas eram enormes, não eram as pistinhas que vemos agora, de três ou quatro mil metros. Estamos a falar de pistas com dezenas de quilómetros de extensão, com curvas apertadas e rectas longas e perigosas. Voltando à corrida: Boillot tinha levado o carro ao limite, e para além dele. Toda a França torcia por ele: era ele ou os alemães, e todos queriam que 1908 não se repetisse. Mas isso não aconteceu: a 23 quilómetros da meta, uma das válvulas do motor Peugeot partiu-se e um Boillot inconsolável teve que abandonar. A estratégia da Mercedes resultou plenamente: os carros ficaram com os três primeiros lugares. Jules Goux foi o melhor francês, no quarto lugar.
Os vencedores foram recebidos com um silêncio gelado no pódio da corrida, e voltaram para Estugarda para serem recebidos como heróis. Quatro semanas depois, a guerra começava, e as corridas de automóveis ficaram suspensas até 1919.

Quanto aos participantes desta grandiosa corrida, tiveram sortes diferentes: Georges Boillot tornou-se um ás da aviação e foi abatido em Verdun, dois anos mais tarde. Hoje em dia, não há cidade ou vila francesa que não tenha uma "Rue Georges Boillot". Jules Goux retomou a carreira depois da guerra. Retirou-se em 1926 e morreu em 1965, aos 79 anos, o que é considerado muito bom, dado que muitos dos seus concorrentes morreram cedo na vida, em pista…

Do lado alemão, o vencedor, Christian Lautenschlager, também voltou a correr depois da I Guerra, chegando até a competir em Indianápolis. Trabalhou para a marca até à reforma e morreu em 1954, aos 76 anos. Max Sailer também trabalhou para a Mercedes, tornando-se no chefe do departamento desportivo da marca nos anos 30, altura das “Flechas de Prata”. Morreu em 1964, aos 81 anos.

Para terminar, conto-vos a história de um dos Mercedes que esteve na corrida de Lyon: poucas semanas depois, estava em exposição em Londres. Contudo, a 4 de Agosto, a Inglaterra entra em guerra com a Alemanha e o carro foi apreendido pelas autoridades. Deveria ter ficado em Inglaterra até o final da guerra, e depois seria devolvido à Alemanha. Isso é verdade, mas… a devolução aconteceu em 1950, depois da II Guerra Mundial! Hoje em dia, é um dos orgulhos do museu da Mercedes, em Estugarda, e participa regularmente em eventos históricos.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

GP Memória: a tentativa de regresso

De quando em quando, recebo por correio algumas belas surpresas. E hoje recebi uma: o meu amigo Paulo Marques (F1PAM para os amigos do Fórum Autosport) mandou-se umas fotos de um teste, em fins de 1986 ou inicio de 1987, no circuito de Paul Ricard, de um teste com a então novata AGS. Quem dirigia o carro? Ora, nada mais, nada menos do que... Didier Pironi!

Isto explica-se em algumas linhas: depois de três anos de operações e de fisioterapias intensivas, Pironi queria voltar à Formula 1, frustrado por não ter sido o primeiro campeão francês, algo que Alain Prost (o piloto que ele abalroou em Hockenheim) iria conseguir pela McLaren, em 1985.

Pironi testou a convite da AGS, e provou que tinha recuperado a forma, o que lhe dava esperanças de voltar a correr em 1987. Mais tarde, teve outro teste com a Ligier, mas também não deu em nada. Sendo assim, decidiu que o melhor era correr em "powerboats", especialmente no seu "Colibri". E foi assim que ele perdeu a vida, alguns meses depois, numa corrida na Ilha de Wight... são os vários caminhos que a vida nos traz.