Depois de duas semanas seguidas nas Arábias, uma longa passagem pela Ásia-Pacifico, com a Austrália a ser a primeira de três paragens, que incluirão a China o Japão, que encherão o mês de abril. Aqui entre nós, acho engraçado que agora, para as três corridas seguintes, estas aconteçam de madrugada. Primeiro aqui, em Melbourne, depois em Suzuka, palco do GP japonês (e por fim, mudaram a corrida para a primavera, para fugirem dos tufões!) e depois, na China, que cinco anos depois, esta de volta ao calendário.
O boletim meteorológico estava bom, e claro, tínhamos os milhares de espectadores que afluíram ao Albert Park, que, mais do que querer saber quem venceria - à partida, existe essa certeza de quem sairá dali vencedor - mas sobretudo, para apoiar os locais, como Oscar Piastri e Daniel Ricciardo.
Parecia que seria uma corrida normal para os padrões de 2024, mas no final... as coisas saíram de forma bem diferente.
Mas comecemos pela partida. Esta começou com Max a ir-se embora de Sainz Jr, Norris, Leclerc e do resto do pelotão. Pérez não conseguiu aguentar a investida inicial de Russell e perdeu o sexto lugar para o piloto da Mercedes. A maior parte dos pilotos começavam com médios, exceto Hamilton, que ia com moles.
Contudo, o sinal das coisas a mudarem aconteceu logo na segunda volta, quando Carlos Sainz Jr se aproximou velozmente de Max Verstappen... e o passou! Quem diria! Parecia existir uma razão para ter despertado a meio da noite!
Na quarta volta, fumo começou a sair da traseira do Red Bull de Verstappen e as pessoas começavam a pensar no impossível: que o carro era vulnerável. Desacelerou até às boxes e todos ficaram espantados: ele ia desistir! E claro, tudo baralhava e voltava a dar. Não muito tempo depois, as primeiras paragens, para trocar de pneus, com quase toda a gente a mudar para duros, ver se conseguiam ir mais longe possível. Com isso, os Ferrari estavam na frente, e entre eles estava o Aston Martin de Fernando Alonso, tentado aproveitar alguma coisa.
E na volta 17, a segunda desistência do dia. E não era qualquer um: era o Mercedes de Lewis Hamilton! O motor tinha falhado e o carro encostava-se à berma, causando um Safety Car Virtual. Com isso, Alonso foi às boxes, tentando aproveitar a ocasião, e os Ferrari iam para a frente, seguido pelos McLaren, com Piastri na frente de Norris. Pérez era... sétimo, mas a pressionar George Russell para focar com o seu lugar, que conseguiu. O mexicano lá recuperou terreno. Passou Alonso na 27ª volta, pouco antes da metade da corrida.
A partir desta altura, os pilotos trocavam novamente de pneus, com Leclerc a ir às boxes na volta 35, esperando que os McLaren fizessem a mesma coisa. À saída, apanhou Alonso e Pérez, que estavam a lutar por posição, e apesar das pressões de ambos, aguentou. Mais tarde, quando os McLaren foram às boxes, recuperou o segundo lugar, a caminho de uma dobradinha que já mereciam há muito.
O final foi... estranho. Começou com um acidente. George Russell acidentou-se e causou a amostragem das bandeiras amarelas no momento em que Sainz Jr cruzava a meta e todos comemoravam nas boxes. Os comissários acharam depois que Fernando Alonso, que ia na sua frente e defendia a posição dos ataques do piloto britânico, lhe fez "breaking test", com ele a ficar sem ar e sem capacidade de virar adequadamente, acabando por ir para a parede e depois, no meio da pista. No final, os comissários penalizaram o piloto em 20 segundos, acabando por cair de sexto para oitavo.
Mas claro, no meio disto tudo, os Ferrari comemoravam a dobradinha e mostravam ao mundo que existia vida e competição para além da Red Bull. Agora, mais duas semanas até Suzuka, e o resto do pelotão irá querer que haja mais problemas nos carros de Milton Keynes, para haver mais diversão no Mundial. E claro, todos sigam a formula de sucesso do filho de Carlos Sainz: tirarem os apêndices!