Depois de um dia a conhecer Texas e o seu circuito novo em folha, desenhado por Hermann Tilke e fazendo o melhor "mash up" de circuitos espalhados pelo mundo fora - sendo o mais óbvio de todos o da primeira curva, que não é mais do que Zeltewg ao contrário -, maquinas e pilotos preparavam-se para esta sessão de qualificação, onde após três sessões de adaptação a um circuito que ainda estava sujo fora das trajetórias ideais da pista, Sebastian Vettel parecia ser o "The Lone Star" deste pelotão da Formula 1. E o receio de que, caso fosse, ele poderia dominar a qualificação e ficar com uma mão e nove dedos com o ceptro mundial de 2012, era bem real.
Claro, os treinos livres são uma coisa e a qualificação outra. Pode-se esperar o inesperado, pode-se pensar que um despiste poderá alterar tudo, mas se isso se pode pensar de Sebastian Vettel, também se poderá pensar de Fernando Alonso, por exemplo. Mas a grande novidade vinha da boxe da Lotus-Renault, onde Romain Grosjean iria trocar de caixa de velocidades e perderia cinco lugares na grelha de partida.
E quando máquinas e pilotos foram para a pista, na Q1, debaixo do sol texano, havia outro foco de atenção: na boxe da HRT, equipa que desde o inicio da semana se encontra à venda, havia um sério risco dos seus pilotos não se qualificarem para a competição, pois ao longo do fim de semana, tiveram dificuldades em aquecer os seus pneus e andaram a roçar os 107 por cento, o que os colocaria a ver a corrida nas boxes pela segunda vez nesta temporada, depois da Austrália.
Mas no final da Q1, apesar de Narain Karyhikeyan ter ficado parado na gravilha na parte final dessa sessão, devido a problemas de motor, os HRT conseguiram os tempos necessários para correrem amanhã. Ali, os Marussia conseguiram ser melhores do que os Caterham, mostrando que são cada vez mais a décima melhor equipa do pelotão. Mas o piloto que ficou com a "fava", ou seja, que ficou na Q1 sem ser as três mais novas, foi o Toro Rosso de Daniel Ricciardo.
Chegados à Q2, o grande momento foi quando Michael Schumacher bloqueou Fernando Alonso em duas curvas, prejudicando a volta do piloto espanhol - mas curiosamente, ambos passaram para a Q3... Outro grande momento foi Jenson Button, que ficou com problemas no acelerador no seu McLaren e teve de ir às boxes, na pior altura possível. A sua não-qualificação para a Q3 era mais do que inevitável e os seus problemas eram o melhor exemplo da temporada que teve a McLaren.
Com a Q3, toda a gente sabia que o primeiro lugar já tinha dono, mas queriam saber com que diferença é que Sebastian Vettel daria à concorrência. E se Mark Webber iria ser o segundo classificado. A realidade foi um pouco mais dura. É que Lewis Hamilton deu o seu melhor, como ele costuma fazer nas qualificações, e deu luta a Sebastian Vettel, para conseguir a pole-position. Não conseguiu, mas a diferença foi de pouco mais de uma centena de centésimas de segundo sobre o piloto alemão, e conseguiu intrometer-se entre os Red Bull.
Atrás, Fernando Alonso lutava contra o grip e o aquecimento dos seus pneus e tinha apenas conseguido o nono posto na grelha, bem atrás de toda a gente, incluindo Felipe Massa. A sua sorte era que Romain Grosjean, que ficara com o quarto tempo, entre Webber e o seu companheiro de equipa, Kimi Raikkonen, iria cumprir a penalização devido à troca da sua caixa de velocidades, e o colocaria no oitavo lugar.
Só que... numa pista nova, os lugares pares são normalmente lugares "sujos" por não ficarem na trajetória habitual da corrida. E Alonso está num lugar sujo, o que pode complicar um pouco as coisas, que quer recuperar posições suficientes para levar a decisão do campeonato para Interlagos.
Amanhã veremos.