Já ando por aqui há muito tempo e confesso que nunca tinha visto esta imagem. E é arrepiante. Trata-se do corpo agonizante de Mike Parkes, com ambas as pernas quebradas, jogado fora do seu Ferrari 312/67, que jaz inerte, de pernas para o ar, na berma da curva Blanchimont, em Spa-Francochamps, um pouco distante do piloto britânico, certamente ejectado do carro de Maranello.
Se olhar com mais atenção, verão um pormenor a acentuar o horror: uma das suas pernas, a direita, abaixo do joelho, esta revirada, indicando que houve uma grave fratura. Parkes está conscidente e as dores deverão ser absolutamente infernais.
Felizmente, não é um memento mori, mas é o símbolo de um momento infernal que a Ferrari passava naquela primavera de 1967. Um mês e meio antes, a 7 de maio, o seu antecessor, Lorenzo Bandini, sofria queimaduras letais depois de bater fortemente contra um dos pilaretes no Porto do Mónaco. Bandini agonizou durante três dias, numa cama de hospital, antes de entregar a sua alma ao Criador. Parkes substituiu Bandini e na corrida seguinte, na Holanda, onde terminou a corrida no quinto lugar.
Parkes tinha feito uma excelente temporada em 1966, conseguindo dois pódios e uma "pole-position" em apenas quatro corridas com a marca de Maranello, após a saída abrupta de John Surtees. Parecia que iria ficar na equipa de Formula 1 em 1967, deixando um pouco mais de lado a Endurance, lugar onde tinha ido correr inicialmente, a par de Ludovico Scarfiotti. Mas Enzo Ferrari preferiu apostar em Chris Amon e Lorenzo Bandini. Com o piloto italiano morto, Parkes foi chamado e ele lá foi, até à tarde daquele 21 de junho, nas Ardenas belgas.
No final, Parkes demorou dois anos para voltar à competição, mas não mais se sentou num carro de Formula 1. Quando terminou a sua carreira, foi para a Lancia, ajudando a desenvolver o Stratos, com um motor Ferrari, graças aos seus contactos em Maranello. Acabaria por morrer em 1977, um banal acidente de estrada.
Parkes tinha feito uma excelente temporada em 1966, conseguindo dois pódios e uma "pole-position" em apenas quatro corridas com a marca de Maranello, após a saída abrupta de John Surtees. Parecia que iria ficar na equipa de Formula 1 em 1967, deixando um pouco mais de lado a Endurance, lugar onde tinha ido correr inicialmente, a par de Ludovico Scarfiotti. Mas Enzo Ferrari preferiu apostar em Chris Amon e Lorenzo Bandini. Com o piloto italiano morto, Parkes foi chamado e ele lá foi, até à tarde daquele 21 de junho, nas Ardenas belgas.
No final, Parkes demorou dois anos para voltar à competição, mas não mais se sentou num carro de Formula 1. Quando terminou a sua carreira, foi para a Lancia, ajudando a desenvolver o Stratos, com um motor Ferrari, graças aos seus contactos em Maranello. Acabaria por morrer em 1977, um banal acidente de estrada.
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