sábado, 20 de novembro de 2010

Stefan Bellof, descrevendo a curva onde iria morrer



Não sei se já meti este video. Se não, o minimo que posso dizer que é uma ironia. Seria como se apanhassemos Ayrton Senna no fim de semana de Imola a descrever como fazer a Curva Tamburello e a Villeneuve, naqueles três dias de 1994. Mas também, a Eau Rouge não é uma curva qualquer, não é verdade?

Mas a ironia não foi só na descrição da curva em si. Subentende-se que fazê-lo de forma perfeita é um desafio, e aquilo que depois iria fazer no dia seguinte, na corrida, ia contra todas as regras do bom senso. Algum tempo depois da sua morte, Derek Bell, um dos seus companheiros na equipa oficial da Porsche, criticaria Stefan Bellof pela falta de disciplina tática e a falta de paciência para esperar pelo momento certo. O seu acidente mortal é uma combinação das duas coisas, para além do azar de ter batido em frente às barreiras de protecção.

Mas aparte as criticas, este é um bom dia para lembrar alguém que foi chamado de "rei do Nordschleife" e que caso tivesse vivido para além de 1985, poderia ter antecipado a onda alemã na Formula 1, que veio com Michael Schumacher, cuja carreira começou seis anos mais tarde, neste mesmo circuito.

GP Memória - Estados Unidos 1960

Passaram-se dois meses desde o GP de Itália, em Monza, e o campeonato já estava mais do que decidido, quando a Formula 1 rumou à pista californiana de Riverside, que seria palco do GP dos Estados Unidos, última prova do calendário de 1960. com tudo decidido, seria para cumprir calendário. Mas seria o palco do final simbólico dos carros de 2.5 litros, que dariam lugar em 1961 aos carros de 1.5 litros.

Concentrado no carro de 1961 e sem fazer um grande campeonato, a Ferrari não se deu ao trabalho de levar quaisquer carros para ir correr, mas Phil Hill queria correr em casa, e decidiu ir num Cooper inscrito pela Yeoman Racing Credit, devidamente autorizado pela Scuderia. Outro piloto da marca, Wolfgang Von Trips, fez o mesmo, mas num Cooper-Maserati da Scudeira Centro-Sud.

Mas ao contrário da Ferrari, Lotus, Cooper e BRM apareceram em força com as suas equipas oficiais. Na equipa de Colin Chapman, Innes Ireland, Jim Clark e John Surtees eram os pilotos oficiais, enquanto que Stirling Moss alinhava pela Rob Walker Racing e o americano Jim Hall alinhava um modelo 18 inscrito por ele mesmo. Na Cooper, Jack Brabham, o novo campeão, alinhava pela equipa oficial, ao lado de Bruce McLaren e Ron Flockhart, enquanto que Tony Brooks, Henry Taylor e Olivier Gendebien alinhavam, para além de Phil Hill, pela Yeoman Racing Credit.

Mais Coopers estavam presentes. Para além de Von Trips, a Scuderia Centro Sud tinha inscritos o veterano francês Maurice Trintignant e o britânico Ian Burgess, e ainda haviam as inscrições privadas de Roy Salvadori, Pete Loveley e Brian Naylor.

A BRM tinha a sua equipa oficial, com Dan Gurney, Graham Hill e Jo Bonnier, e a Scarab tinha Chuck Daigh. Ainda havia um datado Maserati 250F de motor à frente, inscrito pelo americano Robert Drake. Seria a última vez que esse carro faria uma aparição oficial num Grande Prémio de Formula 1.

Os treinos foram renhidos, mas o melhor foi Stirling Moss, agora que estava recuperado das mazelas sofridas cinco meses antes em Spa-Francochamps. Ao seu lado teria Jack Brabham, no Cooper, e Dan Gurney, no BRM. Na segunda fila estavam o segundo BRM de Jo Bonnier e o Lotus de Jim Clark, enquanto que na terceira fila estavam os Lotus oficiais de John Surtees e Innes Ireland e o Cooper de Olivier Gendebien, e a fechar o "top ten" estavam os Cooper de Tony Brooks e de Bruce McLaren.

A corrida atraiu cerca de 25 mil pessoas ao autódromo californiano, um numero abaixo das expectativas por parte do seu promotor, Alec Ullmann, que andava desde o ano anterior à procura de um bom pioso para o seu Grande Prémio. No ano anterior tinha estado em Sebring, sem sucesso, e neste ano tinha "comprado uma briga" com o Los Angeles Times, promotor do Grande Prémio da Califórina, que tinha atraido 70 mil pessoas. Ullman disse que "aquilo não era um verdadeiro Grande Prémio", e teve como resultado um boicote à corrida por parte dos meios de comunicação da região.

Na partida, Brabham foi melhor do que Gurney e Moss, com Phill Hill e Olivier Gendebien a ficarem parados na grelha, mas a arrancarem logo a seguir. Na quarta volta, Surtees despista-se e leva consigo o seu companheiro Jim Clark, com o inglês a desistir e o jovem escocês a levar uma extensiva reparação no seu carro, atrasando-se irremediavelmente.

Entretanto, Brabham tem problemas. Receando por uma repetição do ano anterior, onde ficou sem combustivel na última volta, tinha levado depósitos extra no seu Cooper, mas a gasolina fugia e caia nos seus escapes, provocando pequenos fogos. Por causa disso, teve de ir às boxes por duas vezes, atrasando-se e entregando a liderança a Stirling Moss, seguido de Dan Gurney. Mas quando o americano desiste, na volta 18, o britânico fica isolado no comando, distante do segundo classificado, o BRM de Jo Bonnier.

Algum tempos depois, Bonnier teve problemas e atrasa-se, deixando o segundo lugar para o Lotus oficial de Innes Ireland, enquanto que Jack Brabham fazia uma corrida de trás para a frente, fazendo a volta mais rápida por inumeras vezes, mas já estava uma volta atrás de Moss. No final, o britânico, no seu Lotus privado, vencia a sua segunda corrida do ano, com Ireland a conseguir o segundo lugar... num Lotus oficial. Bruce McLaren fechava o pódio no seu Cooper oficial, à frente de Jack Brabham, Jo Bonnier e Phil Hill.

Quanto à corrida, Ullman esteve meses a pagar as contas e os prémios do seu próprio bolso, como os 7500 dólares a Moss pela vitória, e foi à procura de novo poiso para o Grande Prémio americano. Quando o encontrou, foi na outra costa, num pequeno lugar no estado de Nova Iorque nas margens do Lago Séneca chamado Watkins Glen. E lá ficaria nos dezanove anos seguintes.

Fontes:

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Formula 1 em Cartoons - Abu Dhabi II (GP Series)

E para fechar a sequência de Abu Dhabi, mais uma interpretação feita pelo Marcos Antônio, da GP Series. E ainda por cima é sobre a famoso gesto de Fernando Alonso após a corrida, lixado da vida por Vitaly Petrov não o ter "facilitado" a sua ultrapassagem. Deveria ter reclamado ao Stefano Domenicalli pela má estratégia que tiveram na corrida, porque o russo apenas fez o seu trabalho...

O dia em que a Formula 1 testou os Pirelli pela primeira vez

A Formula 1 ainda está em Abu Dhabi, quase uma semana depois do final da temporada. Depois de no inicio da semana ter "tirado a virgindade" a algumas jovens promessas, algumas menores de idade (o indonésio Rio Haryanto tem apenas 17 anos...) boa parte dos pilotos voltaram aos seus cockpits para experimentar os pneus Pirelli, que substituirão os Bridgestone a partir de 2011.

Foi engraçado ver no final desta sessão de testes que o melhor tempo tenha sido um Ferrari. Carro italiano, motor italiano e agora pneu italiano... Felipe Massa fez 1.40,170 segundos, batendo Sebastien Vettel, o novo campeão do mundo, por 330 centésimos de segundo. Mas Vettel rodou menos voltas e no final teve um dos pneus furados, o que levou a um final antecipado do seu dia.

Aliás, os pilotos andaram o dia todo a queixar-se dos novos pneus. Nico Rosberg disse serem piores do que os Bridgestone, e que se degradavam mais cedo do que o normal. "São iguais, ou piores, que os Bridgestone", observou Rosberg em declarações à britânica Autosport. "A meu ver não é nada bom, mas terei de lidar com essa situação da melhor forma. Além disso, a impressão geral é que são significativamente mais lentos."

Sejamos honestos: com os chassis e as suspensões adaptadas aos pneus da Bridgestone, nada nos garante que esse desgaste se deve a isso, à falta de adaptabilidade dos carros aos compostos italianos. Com os novos chassis, provavelmente a coisa piará mais fino. Mas até o próprio Rosberg, critico destes compostos, tem uma visão positiva desse "handicap": "Se for assim para todas as equipas então não há problema. Pois pneus assim tornam as corridas mais interessantes", concluiu.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Youtube Formula One 2010: O resumo da temporada



É um pouco para o espectáculo, mas confesso que gosto dele. O video que o canal holandês de televisão RTL 7 fez sobre a temporada 2010 de Formula 1 resume em pouco mais de três minutos aquilo que foi uma das temporadas mais equilibradas dos últimos anos, onde três pilotos lutaram até ao último metro pelo título mundial.

Tem todos os bons e maus momentos, as polémicas da Ferrari na Alemanha e o riso de Fernando Alonso na Coreia. As batidas da Red Bull na Turquia e a pirueta de Mark Webber em Spa-Francochamps. O fogo de Heikki Kovalainen em Singapura e as chuvas no Japão e Coreia do Sul. A pole espectacular de Nico Hulkenberg em Interlagos e o "apertão" do regressado Michael Schumacher a Rubens Barrichello no Hungaroring... tudo está lá.

Aproveitem agora para ver o video antes que o anãozinho tenebroso o tire do ar.

Formula 1 em Cartoons - Abu Dhabi (GP Series)

Agora é o Marcos Antônio, do GP Series, que decidiu interpretar à sua maneira a momento em que Michael Schumacher, o velho heptacampeão alemão, vai congratular Sebastien Vettel, alguém que no inicio da carreira, quando foi apelidado de "Baby Schumi" ripostou afirmando que era apenas ele mesmo...

5ª Coluna: O previsivel fim da Hispania e as novas da Lotus

Esta terça-feira, a Toyota deu-se ao trabalho de mandar um comunicado à imprensa para avisar que o acordo com a Hispania tinha ficado sem efeito, devido a atrasos no pagamento do acordo de chassis, no valor de 60 milhões de dólares. Pondo as coisas em português simples, simplesmente a Hispania deixou de pagar, se é que alguma vez pagou algo à empresa de Colónia pelos direitos intelectuais do que iria ser o Toyota TF110.

Esta noticia surgiu na pior altura possivel para a equipa de José Ramon Carabante e Colin Kolles, pois nesta altura precisam de ter um chassis para 2011, pois o de 2010, construido pela Dallara, é datado e lento. E ainda por cima, a partir do ano que vêm, volta a regra dos 107 por cento. E como a Hispania era o carro mais lento do pelotão...

Não sei se alguma vez a Hispania teve algum "plano B" na manga, porque é agora a altura ideal para o aplicar. Tendo motores Cosworth e caixas de velocidades da Williams, sem um chassis viável, temo que andará a sobreviver em 2011, tentando melhorar algo que nunca foi bom. E agora, voltam as noticias sobre a eventual sobrevivência da equipa, pois precisam desesperadamente de investidores, dinheiro fresco, para a equipa. Ou então um piloto pagante como Pastor Maldonado...

Em suma, voltaram as noticias sobre a eventual continuidade da Hispania para além de 2010. Podem até começar a próxima temporada, recebendo os dinheiros das transmissões televisivas - cerca de 30 milhões, creio eu - mas provavelmente não terão, ou não conseguirão, chegar ao final da temporada. Resta saber como é que Carabante e Kolles irão descalçar esta bota, porque se as coisas sempre foram dificeis, mais dificeis ficaram agora.

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A cada dia que passa, o assunto "Lotus" torna-se num duelo cada vez mais azedo entre duas partes, do qual ninguém quer perder a face. E a melhor maneira que eles têm para dizer que cada um deles tem razão é... a fuga para a frente. Rumores insistentes vindos de França afirmam que a Proton comprou 25 por cento da equipa de Formula 1 da Renault, e ela se chamará a partir de 2011 "Lotus-Renault". O acordo seria de quatro anos.

Para demonstrar que eles não brincam, ontem surgiu a noticia de que a Lotus irá entrar em força em 2012 na Indy, como fornecedora de chassis e de motores. O envolvimento na equipa KV, que em 2010 patrocinou o carro de Takuma Sato, se alargará para quatro carros, todos patrocinados pela Proton. E como em 2012 os chassis terão componentes novos e novos motores, a possivel entrada da Lotus poderia passar ou com um acordo com a Cosworth, como preparadora, ou com a Toyota, que fornece os motores dos carros de estrada.

Com esta posição de força, parece que Tony Fernandes está encurralado. Tem chassis, motores e pilotos, mas não pode usar o nome que ajudou a reavivar, mas que arrisca a ser entregue de mão beijada a uma pessoa demasiado ambiciosa, que tem o apoio da Proton e do governo malaio e quer espalhar o nome criado por Colin Chapman há mais de cinquenta anos aos quatro cantos do mundo. Terá dinheiro suficiente para aguentar todas as operações, ou confia plenamente na boa vontade do governo malaio, agora que os cenvenceu dos seus planos ultra-ambiciosos? A Proton é uma empresa deficitária...

Se o pior acontecer, Tony Fernandes perderá a sua face, mas salva o seu negócio. Continuará o seu trabalho, e provavelmente com bons resultados. Dany Bahar poderá rir-se agora por ter conseguido recuperar tudo sem pagar qualquer tostão. Perderá o respeito dos fãs do resto do mundo, mas aparentemente está demasiado cego pelos seus planos quem mais me fazem lembrar os de uma "conquista do mundo" de um mau da fita de um filme dos anos 50... espero que tenha um mar de dinheiro e bons contactos, pois vai precisar deles.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Extra-Campeonato: Foi a feijões. Mas que jogo!

Ao ver tudo aquilo na TV, os vinte mil nas bancadas (num estádio de 65 mil) e o facto do jogo ser a "feijões", não tinha grandes perspectivas. Contudo, resisti à tentação de sair de casa e fazer outra coisa, e fiz bem. Porque vi algo extraordinário, algo que nunca pensei ver dois meses antes, quando os vi deixarem-se empatar com o Chipre, em Guimarães, no apuramento para o Euro 2012.

Já agora, este particular estava marcado há eras, antes de jogarmos com eles em Junho, no campeonato do mundo da Africa do Sul. A ideia era celebrar o Centenário da República e ajudar a candidatura conjunta dos dois países ao Mundial de 2018. Se a ideia foi para convencer a FIFA de que deveriamos receber o Mundial, acho que foi uma boa ideia.

Só que quem jogou foi um dos lados, e no final, até os próprios espanhois reconheceram isso. Vejam só os títulos dos jornais no país vizinho:

Marca: "Portugal toureou-nos"
As: "Portugal deu-nos uma tareia ibérica"
Sport: "Espanha coloca um triste ponto final no seu ano de glória"
El País: "Espanha desperdiça prestígio".

No final, foi um "show", é certo. Não dá para vingar as goleadas de tempos idos, e isto foi um jogo a feijões, mas para os espanhois, que se julgavam invencíveis depois de ganhar os títulos europeu e mundial, acho que abalou um pouco a sua auto-estima, depois de terem sido goleados pelos argentinos há uns meses... Para nós, depois da entrada de Paulo Bento, estes resultados fazem esquecer as saudades de Luiz Filipe Scolari, de acalmar as hostes que vêm José Mourinho como "salvador da pátria" e colocam rapidamente Carlos Queiroz no caixote do lixo da história.

E fez recuperar a nossa auto-estima. Agora falta o resto, que é a qualificação para o Europeu.

Formula 1 em Cartoons - Abu Dhabi (Crazy Circus)

Acabado o campeonato, agora é altura do pessoal gozar com a situação. E foi o que fez Marcel Marchesi no seu "Crazy Circus", dando sequência ao seu "cartoon" da passada semana, quando colocou Sebastien Vettel e Mark Webber, os dois pilotos da Red Bull, à briga, com Fernando Alonso a assistir de longe, a saborear um refresco, julgando ele que tinha o caminho aberto para o título.

Segundo o cartoon, descansou cedo demais...

Youtube Motorsport Classic: Cada segundo conta



Cada segundo conta. Toda a gente dá tudo para ser um segundo melhor do que o seu adversário, onde se concentra o máximo que pode, para conseguir o seu grande objectivo: ser o melhor. E esta gente, os pilotos, vivem ao máximo o desporto que o escolheram por amor a ela, e do qual muitos se apaixonaram e ficaram viciados.

E em pouco mais de cinco minutos, o Antti Kalhola explica isso da melhor maneira possivel, no seu mais recente video. Para tal, juntou as declarações de Jackie Stewart, Martin Brundle, Ayrton Senna, Juan Manuel Fangio, Ari Vatanen, Henri Toivonen e Donald Campbell, pilotos que testaram os seus limites. E muitos deles pagaram o preço mais alto pelo seu amor pela velocidade, ou sofreram sequelas permanentes, como Frank Williams.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Aposta perdida, aposta cumprida

Tony Fernandes e Richard Branson tem carreiras paralelas. Fernandes até é chamado de "Branson da Ásia" pelo seu estilo semelhante, e este ano ambos se aventuraram na Formula 1. Sendo rivais, dão-se bem, e embora ambos não tivessem marcado pontos, foi a Lotus que ficou melhor classificada no campeonato dos novatos, conseguindo a almejada décima posição, logo, mais dinheiro da FOM e transporte de graça.

No inicio do ano, Branson desafiou Fernandes a uma aposta. Quem ficasse melhor classificado, o perdedor disfarçar-se-ia de... hospedeira da sua companhia rival. Fernandes ganhou, Branson perdeu, e assim, vai ser o inglês que se irá disfarçar num vôo da Air Asia entre Kuala Lumpur a Londres, com fins solidários, em data a determinar.

Vai ser algo divertido de se ver, confesso...

Rookie Tests de Abu Dhabi: Ricciardo o melhor, Felix da Costa dá nas vistas

Hoje foi o primeiro dia dos "rookie test" em Abu Dhabi. Neste aborrecido circuito árabe, mais de uma dezena de pilotos tiveram o seu primeiro contacto com os carros de Formula 1... Bom, nem todos. O Paul Di Resta, por exemplo, é o terceiro piloto da Force India e já experimentou estes carros por mais do que uma vez, por exemplo.

Nesta lista de jovens pilotos, estão ali um grupo de jovens esperanças, algumas delas com títulos no bolso. O francês Jean-Eric Vergne é o campeão britânico de Formula 3, o mexicano Esteban Gutierrez é o campeão da GP3, o britânico Dean Stoneman foi o campeão da Formula 2, e claro, Pastor Maldonado é o campeão da GP2. E claro, temos um piloto português no meio: António Felix da Costa, o "Formiga". Com 19 anos, foi o "rookie do ano" na Formula 3 Euroseries, vencendo três corridas em 2010 e causando boa impressão na GP3, correndo em quatro provas pela Carlin. Contudo, Felix da Costa não é o mais jovem a sentar o rabo num Formula 1 nestes testes. O indonésio Rio Haryanto, por exemplo, tem 17 anos e compete actualmente na GP3 com algum sucesso, diga-se.

Mas foi engraçado ver como é que esta jovem gente iria se comportar a bordo destes carros. O australiano Daniel Ricciardo, por exemplo, é um excelente piloto, e provou, a bordo do seu Red Bull, que sabe adaptar-se bem, fazendo o melhor tempo. Depois veio o McLaren de Oliver Turvey, que fez a GP2 e acabou a temporada na sexta posição. E depois veio Felix da Costa, no seu Force India, que fez um tempo que foi 0,5 segundos mais rápido que Vitantonio Liuzzi e 0,4 segundos mais rápido do que Adrian Sutil.

Claro, o piloto português no final do dia afirmava que estava a viver "o dia mais feliz da minha vida como piloto profissional. Adorei o carro a equipa, senti-me muito confortável e bem recebido desde o primeiro minuto e ao longo do dia tudo isso se foi refletindo. A equipa Force Índia é fantástica, revelando uma grande ambição numa disciplina que conta com formações muito fortes e bem apetrechadas. Espero que este tenha sido apenas o primeiro de muitos dias na Fórmula 1. Foi, de facto um dia perfeito e inesquecível."

Contudo, há ressalvas a serem feitas: o circuito está cheio de borracha, que faz com que os carros sejam mais 1 a 1,5 segundos mais rápidos do que sem borracha, e não sabemos bem se correram com o depósito cheio, a meio ou vazio. E no caso da Hispania, o que me garante que o Colin Kolles não lhe arranjou um carro um pouco abaixo do peso? Se não for assim, então o Pastor Maldonado convenceu muita gente que é um predestinado "salvador da pátria"... Mesmo fazendo o devido desconto de 1 a 1,5 segundos, pode-se dizer que para primeira vez num carro de Formula 1, o "Formiga" conseguiu não ficar muito atrás dos pilotos titulares. E deu um segundo ao Paul di Resta, o terceiro piloto da equipa.

Amanhã há mais "rookie tests" para ver, e na Force India, Felix da Costa vai dar mais umas voltas, desta vez em companhia do holandês Yelmer Buurman.

Noticias: Mads Ostberg vai de Ford Fiesta em 2011

Mal terminou o Mundial de 2010, o de 2011 de ralis promete ser revolucionário. Entre os insistentes rumores de que o espanhol Dani Sordo pode estar a caminho da Prodrive para correr ao lado de Chris Meeke na Mini, outros pretendem adaptar os seus carros para o campeonato do ano que vêm, especialmente dpeois da FIA ter dito que as máquinas que correm no S2000 poderão ser adaptadas aos novos regulamentos, levando o novo motor 1.6 Turbo. E os pilotos que usaram os Ford Fiesta são os que estão dispostos a fazer tal configuração.

Contudo, este não é o caso de Mads Ostberg. O piloto norueguês correu nos últimos anos com um Subaru Impreza de 2007, preparado pela Adapta Motorsport, e agora em 2011 irá correr no mundial com um Ford Fiesta adaptado para o efeito. Isso acontecerá em colaboração com a M-Sport, a preparadora oficial da marca americana no WRC.

Para Ostberg, isto não será inédito, pois já tinha experimentado o carro nos Ralis da Alemanha e de França deste ano. "Estou muito feliz por darem a oportunidade de guiar o novo Fiesta em 2011. Tenho consciência de que a competição será dura e sinto afortunado por ter acontecido este acordo de colaboração entre a Adapta e a M-Sport. Apesar de não ter grande experiência para trabalhar com eles, considero a estrutura como competente e muito profissional", disse o piloto norueguês de 23 anos, feitos no passado dia 11 de Outubro.

Malcom Wilson, o director da M-Sport, afirmou: "É otimo recebermos no nosso seio Mads, Jonas [Jonas Andersson, o navegador sueco de Ostberg] e a Adapta na Familia da M-Sport na temporada de 2011. Mads e Jonas adaptaram-se bem ao ambiente de equipa na Alemanha e com o novos regulamentos em 2011, achamos que era a altura certa para eles darem o passo em frente na sua carreira".

O primeiro rali de 2011 começará no inicio de Fevereiro na Suécia.

Fazendo de "advogado do Diabo"

Esta semana não deverá haver nenhuma publicação que coloque em grande plano Sebastian Vettel, a Red Bull ou um carro de Formula 1 na capa. As razões são simples: era o final de uma longa temporada, era um duelo a três entre Vettel, Mark Webber e Fernando Alonso, e a própria Formula 1 é um desporto de massas, ao contrário de, por exemplo, o Mundial WRC de Ralis, que também terminava este final de semana, com o final de uma era no WRC, mas ali, o campeão Mundial estava decidido desde há muito tempo, e era o do costume: Sebastien Löeb.

Contudo, esta tarde, quando via a capa do Autosport desta semana, não deixava de ver os comentários que se começavam a escrever sobre a escolha que a revista tinha feito. A grande maioria das pessoas contestava-a, afirmando que deveriam ter colocado, por exemplo, o Armindo Araujo, que tinha vencido pela segunda vez consecutiva o Mundial na categoria de Produção. E à medida que as horas passavam, a coisa agigantava-se, com a esmagadora maioria dos comentários a serem de cariz negativo.

Vou ser honesto: há muito tempo que larguei os Fóruns automobilisticos, sejam eles de revistas, jornais ou outros. Acho que isso não é mais do que palcos para meia dúzia de pessoas mandarem bocas idiotas, e quando vais ler, descobrimos de 90 por cento daquilo que se escreve por ali é lixo. Aliás, confesso já nem saber quando é que alguém sensato escreveu por ali.

Então, porque é que estou a gastar o meu querido Latim a falar sobre este caso? Porque não consegui ficar calado. Acho que algo com bom senso, feito por profissionais, está a ser atacado por um bando de pessoas que não sabem do que dizem. Pessoas que cospem para o ar sem saberem do que falam, atacando a capa de uma revista só porque queriam que aprecessem em grande plano o carro de Armindo Araujo ou o António Felix da Costa e menosprezando o facto que este Domingo houve a decisão do mundial de Formula 1. E como se alguém quisesse um título do género "Armindo bicampeão" e em letras pequenas ou quase inexistentes, "Vettel campeão do Mundo"... com todos o devido respeito, essas pessoas não dizem nada de jeito. Aliás, tenho a sensação que tais pessoas não devem ter cérebro nenhum.

Se fosse editor da revista mantinha a capa tal qual como estava. Porquê? Por causa da sua importância: era a decisão do Mundial de Formula 1, um duelo disputado a três com um "joker" chamado Lewis Hamilton, algo que seria decidido este Domingo. Se colocasse o Armindo na capa, em grande plano, a comemorar o seu bicampeonato, podeia ser bonito e maravilhoso para os corações nacionalistas, mas para o geral, ninguém racional compreenderia a razão de tamanho "tiro no pé" na escolha da capa. Sejamos honestos: a Formula 1 é superior aos ralis, e o título do Armindo é, infelizmente, de uma categoria menor. E para mais, o ano passado, o Autosport deu o devido destaque quando ele alcançou o seu primeiro título.

Agora, pergunto eu, e é para o geral: para quê a existência de caixas de comentários nas revistas e jornais? Se a ideia é querer fazer "ouvir o povo", diga-se desde já que nunca verão as pessoas mais educadas por ali. Se a ideia é fomentar o debate, conseguiram, mas para o pior: o nivel é muito baixo, os ataques sob anonimato são frequentes, e afastam mais as pessoas do que aproximam. Aliás, noventa por cento que se lê por aqui é lixo! As posições politicas, morais, clubisticas e automobilisticas fizeram-me desde há muito chegar à conclusão que isto nada acrescenta ao nosso conhecimento e nosso esclarecimento, antes pelo contrário.

Portanto, fazendo de "advogado do Diabo", eu digo "bravo" ao Autosport, pois eles é que estão certos e os adeptos estão errados. Mais do que não ceder a nacionalismos bacocos, é uma questão de perioridade. Remando contra a maré, eu digo que a Autosport fez uma boa escolha. E se não gostam de Formula 1, problema deles. Aliás, porque não compram as outras revistas como a Testdrive, por exemplo? Decerto que deverão trazer as capas que andam a reclamar...

Troféu Blogueiros - Abu Dhabi

E pronto, terminou a época, termina o Troféu Blogueiros. Aqui coloco a tabela com os resultados que nós demos aos pilotos que correram este Domingo no circuito de Abu Dhabi. Claro, com as devidas correcções, acho que é o melhor espelho do que foi o fim de semana por lá, embora confesse não ter dado nota dez ao Vitaly Petrov. Sim, estou a ser mauzinho...

Mais logo, espero fazer um post para analisar a temporada em si.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Noticias: Hispania não vai ter o chassis da Toyota

A Toyota anunciou esta tarde que o seu acordo com a Hispania ficou sem efeito. Alegando falta de pagamento, a equipa japonesa decidiu denunciar o acordo assinado há algumas semanas que envolvia, entre outros, a aquisição da propriedade intelectual do chassis Toyota TF110, projectado pela equipa antes da última temporada, antes da retirada da marca japonesa da competição.

A Hispania aparentemente foi totalmente apanhada de surpresa pela decisão da Toyota. Tanto que o seu director técnico, Geoff Willis, disse que "não faremos qualquer comentario até que que o sr. Carabante ou o sr. Kolles comentarem sobre esse assunto". Isto acontece no mesmo dia em que Hispania anunciou que dois jovens pilotos, o checo Josef Kral e o italiano Davide Valsecchi, se juntariam a Pastor Maldonado no "rookie test" que as equipas irão fazer em Abu Dhabi a partir de amanhã.

Após uma primeira temporada dificil, a Hispania aparentemente poderia estar no trilho certo. Para além da aquisição do chassis projectado pela empresa de Colónia, na Alemanha a equipa de José Ramon Carabante e Colin Kolles tinha também assegurado as caixas de velocidades fabricadas pela Williams, que aparentemente seriam mais eficazes do que as XTrac usadas este ano pelas novatas. Agora com esta aparente má noticia, provavelmente as coisas voltam a ficar um pouco mais negras nos lados de Murcia. Veremos...

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana traz efectivamente como destaque o novo campeão do mundo de Formula 1, Sebastian Vettel, celebrando em Abu Dhabi o campeonato que venceu com uns precoces 23 anos pela Red Bull, o mais jovem piloto da história a conseguir tal feito. "Vettel nas asas da Red Bull" é o título escolhido pela revista, com uma foto do piloto alemão a comemorar o seu feito.

Nos subtítulos, a revista questiona a razão pelo qual o "erro de calculo da Ferrari dá título a Vettel", ao 'marcar' o carro de Mark Webber em vez do carro de Sebastien Vettel. "Porque é que Alonso 'marcou' o Red Bull errado?". E claro, não deixa de escapar a ajuda involuntária que a Renault teve nesta corrida, nomeadamente o carro de Vitaly Petrov: "Renault decisiva no título de Vettel".

Numa pequena janela à direita aparece uma janela com a cara de Armindo Araujo, que este fim de semana conseguiu o bicampeonato na categoria de Produção, ao terminar na segunda posição o Rali de Gales. "Armindo campeão do mundo" com um subtítulo a questionar o seu futuro próximo: "Futuro passa pelo WRC?"

Na parte de cima da revista, as habituais três referências: uma sobre o Rali de Gales ("Löeb vence na despedida dos WRC") do Campeonato de Portugal de GT ("Campaniço e Figueiredo campeões no Algarve") e do teste que Antonio Felix da Costa fará em Abu Dhabi ("Felix da Costa testa amanhã com a Force India").

Noticias: Williams anuncia a saída de Nico Hulkenberg

O final da época em Abu Dhabi confirmou as noticias que vinham circulando desde há algum tempo na Williams: que Nico Hulkenberg não continuara na equipa de Frank Williams em 2010. O seu provável substituto será será o venezuelano Pastor Maldonado, campeão da GP2 e com um enorme saco de dinheiro vindo da PVDSA, a petrolífera estatal venezuelana. Quem continua, qual Matusalém, é Rubens Barrichello, que vai agora a caminho da sua 19ª temporada consecutiva na Formula 1.

"A equipa agradece a Nico pela sua dedicação e trabalho em equipa durante esta temporada e por nos dar uma pole-position memorável após cinco temporadas", disse a Williams, em comunicado oficial.

"Realmente lamento a decisão, porque gostaria de ter permanecido na Williams", respondeu o piloto no seu sitio oficial. "Gostaria de agradecer a equipa pelos bons momentos passados e desejo à Williams tudo de melhor para o futuro.", concluiu.

O destino de Hulkenberg, que curiosamente, é campeão da GP2... de 2009, é um pouco incógnito, mas não ficaria admirado se ele acabasse na Hispania em 2011, ao lado de Pedro de la Rosa. Porquê? o Tio Frank gosta de Hulkenberg e gostaria de o voltar a ter na sua equipa mais tarde, mais maduro. Mas como precisa do dinheiro, vai ceder ao seu pragmatismo e colocar outro "rookie", mas este com um saco cheio de "bolivares"... e como a Hispania vai ter a caixa de velocidades fabricada pela Williams, que provavelmente vai ter de se adaptar ao carro ex-Toyota TF110, colocar Hulkenberg nessa equipa seria uma forma de o fazer rodar. Se assim for, ficariamos com a ideia de que a equipa de José Ramon Carabante e Colin Kolles seria uma espécie de "Williams B"...

Veremos. Teremos o Inverno todo para saber como é que isto irá acabar.

domingo, 14 de novembro de 2010

Mais uma razão para gostar do Sebastian...

Já repararam num pormenor interessante na fotografia que coloco aqui? Ele tem um autocolante no ombro em que diz "Red Bull, breakfast of the champions". A maneira como aquilo está desenhado é exactamente igual ao autocolocante que James Hunt trazia no seu fato de competição nos tempos da Hesketh, em que dizia "Sex, breakfast of champions". James Hunt foi um dos seres mais coloridos da história da Formula 1, do qual se fizeram livros, e partilha duas coisas com Sebastian Vettel: é campeão do mundo, mas só alcançou a liderança na última prova do ano. Uma coincidência com 34 anos de diferença...

É nestes pequenos pormenores que se vê o estilo da pessoa. E cada vez mais tenho razões para gostar do Sebastien Vettel: não é carrancudo, não se arma em "Principe das Asturias", e vejo-o que goza a vida no automobilismo, com consciência que há vida dela. Lembro-me de uma história contada há dois anos, creio eu. Depois do GP do Japão, que nesse ano tinha sido no Monte Fuji, ele e o veterano alemão Alexander Wurz decidiram escalar o vulcão, o mais alto do Japão, partido muito cedo, pois parecia que a escalada iria durar o dia todo. O facto de ainda ter tempo para gozar a vida e não ficar fechado num motorhome ou entre aeroportos, ou então a aparecer nas revistas cor de rosa, como Lewis Hamilton, faz dele uma pessoa diferente dos outros.

O título mundial conquistado hoje foi talvez o seu primeiro ponto alto, ainda nos seus 23 precoces anos. Foi o culminar de uma ascensão impressionante, pois a sua estreia tinha sido no GP dos Estados Unidos de 2007, na BMW, com provecta idade de 19 anos. Semanas antes tinha o visto no Mónaco, na corrida da World Series by Renault, num duelo à distância com o português Alvaro Parente, ganho por este último. Aliás, foi a sua partida da World Series para disputar o resto daquela época na Toro Rosso, em substituição do americano Scott Speed (já agora, por onde andará esse rapaz?) que permitiu ao português vencer esse campeonato. Um ano mais tarde, vencia em Monza, numa corrida absolutamente anormal (chovera nesse dia, lembram-se?) e no ano seguinte, chegava à Red Bull no momento em que esta começava a entrar a senda vencedora do qual hoje alcançou o seu ponto mais alto.

Depois, descobrimos os seus tiques: dar nomes de mulheres aos seus carros, divertir-se num ambiente ainda mais descontraído da Red Bull... a sua simpatia era contagiante, e dele só se fala bem. Tirando talvez os atritos que deva ter agora com Mark Webber, e provavelmente os seus excessos em pista, como aconteceu na Turquia, parece não ter adversários, criticos ou anticorpos, como tem agora Fernando Alonso (arrogante para muitos), Felipe Massa (cobarde para outros) ou Lewis Hamilton (demasiado agressivo), para não falar de Michael Schumacher, não é?

Pessoalmente, acho que Sebastien Vettel tem tudo para ser multi-campeão. A concorrência não é pêra doce, mas enquanto tiver todos os instrumentos que o permitam vencer, a ele bastará sentar-se no "cockpit" e guiar. E se ganhar, festejar "red Bull style". Francamente, adoraria que dentro de dez anos ou no dia em voltar a ler este post, não o olhar com nostalgia ou tristeza. Gostaria que fosse assim para sempre, pois esta Formula 1 precisa de algo que nos faça sentir orgulhosos e que suportemos melhor as intrigas politicas, os anões tenebrosos, os aborrecidos tilkódromos, as arrogâncias asturianas e as trapacerias schumacherianas.

Pessoalmente, esses são os meus votos para o ano de 2011 e seguintes.

Armindo Araujo, o nosso campeão

No meio das noticias sobre o final dos campeonatos da Formula 1 e do WRC, ainda consigo ter tempo para falar sobre Armindo Araujo. No mesmo dia em que Sebastien Löeb conseguiu a sua 62ª vitória no WRC e consolidar o seu heptacampeonato, o Mitsubishi de Armindo Araujo cortava a meta no 18º lugar da geral e segundo na categoria de Produção, atrás do estónio Ott Tanak. Depois da desistência de Patrik Flodin, ontem ao final da tarde, a Armindo bastava-lhe ser igual a si mesmo e levar o carro até ao final do rali, para poder comemorar condignamente o bicampeonato do mundo, o seu segundo título consecutivo.

Armindo venceu porque foi o mais regular. Ganhou três ralis, os mesmos que Flodin, e nos restantes chegou sempre em lugares no pódio, demonstrando que, mais do que vencer, é preciso estar lá. Sabia que só seria batido por alguém que fosse ainda mais regular do que ele. Flodin tinha isso, mas ao desistir na Finlândia e ter acabado no quinto posto em Gales (voltou à estrada através do Superally), simplesmente abriu caminho ao bicampeonato do português.

Aos 33 anos, Armindo Araujo, de Santo Tirso, é um valor sólido. Está cada vez mais maduro, não comete excessos e leva o carro até ao fim. E até em certas ocasiões especiais, como aconteceu no México, consegue levar um ocasional ponto para o Mundial, algo que não acontecia a um piloto português há muito tempo, desde os tempos do Rui Madeira, talvez.

Agora vem aí a temporada de 2011. É certo que estamos a viver uma crise, mas adoraria ver os patrocinadores arriscarem um pouco mais e apostarem no Armindo para que este possa adquirir um carro WRC, seja ele um Citroen, um Ford ou um Mini, pois vão ser estes os carros que estarão presentes nas classificativas do ano que vêm. Gostaria de ver a regularidade e a maturidade de Armindo Araujo num carro de outro nível, pontuando regularmente no Mundial e quem sabe arriscando-se um pouco mais no campeonato. O potencial está lá, e acho que merece este "salto", porque vê-lo de novo num carro de Produção em 2011 para tentar o tricampeonato, acho que seria um desperdicio de tempo e algum talento. Acho que pelo palmarés e estilo de condução, merece dar o salto, digo eu.

De resto... Parabéns Armindo, mereces este título!

WRC 2010 - Rali da Grã-Bretanha (final)

E no mesmo dia em que acaba o Mundial de Formula 1, o Mundial de WRC também chega ao fim en Cardiff, no país de Gales, e com isso, fecha-se uma era, a dos motores de 2 litros, já que no ano que vêm os carros terão motores 1.6 Turbo. Com o vencedor do costume, Sebastien Löeb, a ouvir o hino francês pela 62ª vez na sua carreira, o pódio foi preenchido pelo norueguês Petter Solberg, que mais uma vez subiu ao pódio, e pelo Ford Focus de Jari-Matti Latvala. Com estes resultados, os dois conseguiram passar Sebastien Ogier na classificação geral, com Latvala a ficar com o segundo lugar. Ou se perferirem, o melhor dos pilotos batidos por Löeb...

O último dia não teve grande história, apesar do mau tempo e das classificativas escorredgadias nas paisagens do Pais de Gales, pois Löeb limitou-se a gerir a vantagem perante Petter Solberg, alargando-a até aos 19,3 segundos, resultado esse que ficou após a última classificativa. Já Jari-Matti Latvala, que conseguiu chegar ao terceiro posto depois de conseguir passar Miko Hirvonen. Mas os dosi pilotos oficiais da Ford ficaram muito distantes de Löeb e Hirvonen: Latvala ficou a 1 minuto de 35,3 segundos do vencedor, Hirvonen a 1 minuto e 53 segundos.

Atrás de Hirvonen, ficaram Dani Sordo, num apagado final de um campeonato que pode até ter visto a perder o seu lugar na equipa oficial para Sebastien Ogier; Henning Solberg, o irmão de Petter; o sempre regular Matthew Wilson, num Ford Focus da Stobart; o finlandês Kimi Raikonnen, com um final digno de uma primeira temporada na sua nova vida nos ralis; o norueguês Mads Ostberg, no seu datado Subaru Impreza da Adapta; e Andreas Mikkelsen, o melhor dos S2000, no seu Skoda Fabia.

Quanto a Armindo Araujo, apesar de ter perdido a vitória na categoria de Produção para o estónio Ott Tanak, o segundo lugar no rali foi mais do que suficiente para se sagrar bicampeão do mundo na categoria de Produção, já que o seu maior rival, o sueco Patrik Flodin, teve um acidente no final do segundo dia e regressou no modo Super Rally, terminando a prova na quinta posição.

E assim termina uma era dos ralis. Em 2011, os DS3 e os Fiesta estarão nas classificativas mundiais, colocando os Ford Focus e os Citroen C4 WRC nos museus um pouco por todo o mundo, passando a circular nos ralis históricos. E no ano que vêm, todos estes homens tentarão impedir que Sebastien Löeb alcance o oitavo título mundial. Cá estaremos para ver.

Formula 1 2010 - Ronda 19, Abu Dhabi (Corrida)

Todos nós sabiamos que não podia passar de hoje a decisão do título de 2010. Sebastien Vettel, Fernando Alonso e Mark Webber estavam de olho para o título, com Lewis Hamilton a fazer o papel de "joker" nessa luta pelo campeonato, pois o piloto da McLaren até poderia ser campeão, se vencesse e os outros desistissem, por exemplo. E quando se viu a performance dos carros de Woking no Sábado, meti-me na cabeça de que esta gente iria ter uma palavra a dizer na corrida. Não me enganei, mas não sabia que o verdadeiro decisor seria uma equipa de cor amarela... e um heptacampeão do mundo.

Quando os carros partiram, Vettel foi para a frente para não mais ser visto, seguido pelos dois McLaren e por Fernando Alonso, que apesar de ter Mark Webber imediatamente atrás, nunca foi ameaçado por ele. Mas um pouco atrás, uns metros mais à frente, Michael Schumacher perdeu o controle do seu carro, fez um pião e por pouco não perdia a cabeça quando viu o Force India de Vitantonio Liuzzi a bater forte no seu chassis. Resultado: seis voltas de Safety Car e muitos pilotos que tinham partido com pneus moles a irem às boxes. Entre eles, o Renault de Vitaly Petrov.

Quando a corrida recomeçou, Vettel continuava na frente, mas no meio do pelotão, os ferrari começaram a trocar de pneus mais ou menos na primeira parte da corrida. Primeiro Felipe Massa, depois Webber e por fim Alonso. E as coisas mostraram o tipo de carros que são: incapazes de apanhar o seu adversário e ultrapassá-lo, Massa não conseguia apanhar Webber, esta não apanhava Alonso e este ficava "entalado" atrás de Petrov. No duelo directo entre motores, nenhum deles era suficientemente rápido, e o russo, que fazia o seu melhor para conservar o seu lugar para 2011, conseguia ser um involuntário protagonista da decisão do título mundial. A ideia de um "joker", levantada ontem, estava a concretizar-se.

Com isso, a corrida tornou-se depois tensa. A falta de ultrapassagens numa pista como Abu Dhabi, para além dos duelos entre os carros, onde há um "chove não molha", mostrou que os pit-stops foram decisivos nesta corrida, tal como era no ano passado, quando os reabastecimentos eram permitidos. E os pilotos bem tentavam se superar, com as várias saídas de pista protagonizadas por Webber e depois por Alonso. O espanhol dava tudo, mas via-se que estava a ver escapar entre os seus dedos as hipóteses do tricampeonato.

Na frente, Hamilton dava o seu melhor, espacialmente depois de ficar bloqueado atrás de Robert Kubica. Até ficou com um pneu "quadrado", graças ao seu estilo agressivo, mas não estragou a corrida de ninguém e acabou no segundo posto, à frente do seu companheiro Jenson Button, que foi conservador, conseguiu fazer render os pneus o mais que pode e venceu a medalha de bronze. Pelo conjunto, o grande vencedor de hoje foi a McLaren. E se não fosse o estilo demasiado agressivo de Hamilton, que lhe causou duas desistências seguidas, poderia ter chegado a Abu Dhabi com hipóteses para lutar pelo seu bicampeonato.

No final, fez-se história. Viu-se Sebastien Vettel, o piloto que sempre acreditou até ao último metro, até à última hipótese possivel, que podia ser campeão, a conseguir o título, sem ordens de corrida, sem ultrpassagens "fabricadas", dando uma bofetada de luva branca à Ferrari e a aqueles que achavam que a Red Bull deveria ter dado prioridade a Mark Webber. Dietrich Mateschitz e Christian Horner disseram "não", não cederam ás pressões e aí está a recompensa: conseguiram os dois títulos.

E para finalizar: ao ver o mau perder de Alonso, reclamando a Vitaly Petrov de que ele o tinha bloqueado, reparei que não só não tinha a cabeça no seu lugar, como demonstrou que não sabe e nunca saberá perder. O Principe das Asturias no seu pior veio ao de cima, descobrindo da pior maneira possivel, na pior altura possivel e no pior lugar posivel de que nem toda a gente "abre as pernas" como fez o seu companheiro de equipa na Alemanha. Em suma, Fernando Alonso é o Alain Prost dos nossos dias.

Quanto a Abu Dhabi... como disse atrás, esta corrida teve mais de tensão do que de emoção. A pista, como acontece em quase todos os tilkódromos, é aborrecida, quase faz adormecer elefantes. Ainda bem que no ano que vêm, a temporada acabará em Interlagos e não em Abu Dhabi, porque se o título de 2011 for jogado nos mesmos moldes deste ano, ao menos que acabe num local mais tradicional.

2010 acabou, agora teremos mais quatro meses de espera até ao Bahrein, de novo o local do arranque da próxima temporada, que será definitivamente a mais longa de sempre na história da Formula 1.

A fonte da Formula 1



De facto, este lugar foi construido exclusivamente para acolher a Formula 1. Pode ser bonito, vistoso, maravilhoso para a vista. Mas o chato disto tudo é que o cenário pode ser maravilhoso, mas a pista é aborrecida. Enfim... um exemplo que vi agora no Youtube de até que ponto é que os petrodólares foram gastos para receber a categoria máxima do automobilismo e até que ponto é que isto está desenhado para os receber, é esta fonte, cujo video descobri no sitio da RTP dedicado á Formula 1. É original e unico, sem dúvida, mas só serve visualmente para arregalar os olhos, porque o conteúdo...

Enfim, pelo menos é uma fonte original.