No meio das noticias sobre o final dos campeonatos da Formula 1 e do WRC, ainda consigo ter tempo para falar sobre Armindo Araujo. No mesmo dia em que Sebastien Löeb conseguiu a sua 62ª vitória no WRC e consolidar o seu heptacampeonato, o Mitsubishi de Armindo Araujo cortava a meta no 18º lugar da geral e segundo na categoria de Produção, atrás do estónio Ott Tanak. Depois da desistência de Patrik Flodin, ontem ao final da tarde, a Armindo bastava-lhe ser igual a si mesmo e levar o carro até ao final do rali, para poder comemorar condignamente o bicampeonato do mundo, o seu segundo título consecutivo.
Armindo venceu porque foi o mais regular. Ganhou três ralis, os mesmos que Flodin, e nos restantes chegou sempre em lugares no pódio, demonstrando que, mais do que vencer, é preciso estar lá. Sabia que só seria batido por alguém que fosse ainda mais regular do que ele. Flodin tinha isso, mas ao desistir na Finlândia e ter acabado no quinto posto em Gales (voltou à estrada através do Superally), simplesmente abriu caminho ao bicampeonato do português.
Aos 33 anos, Armindo Araujo, de Santo Tirso, é um valor sólido. Está cada vez mais maduro, não comete excessos e leva o carro até ao fim. E até em certas ocasiões especiais, como aconteceu no México, consegue levar um ocasional ponto para o Mundial, algo que não acontecia a um piloto português há muito tempo, desde os tempos do Rui Madeira, talvez.
Agora vem aí a temporada de 2011. É certo que estamos a viver uma crise, mas adoraria ver os patrocinadores arriscarem um pouco mais e apostarem no Armindo para que este possa adquirir um carro WRC, seja ele um Citroen, um Ford ou um Mini, pois vão ser estes os carros que estarão presentes nas classificativas do ano que vêm. Gostaria de ver a regularidade e a maturidade de Armindo Araujo num carro de outro nível, pontuando regularmente no Mundial e quem sabe arriscando-se um pouco mais no campeonato. O potencial está lá, e acho que merece este "salto", porque vê-lo de novo num carro de Produção em 2011 para tentar o tricampeonato, acho que seria um desperdicio de tempo e algum talento. Acho que pelo palmarés e estilo de condução, merece dar o salto, digo eu.
De resto... Parabéns Armindo, mereces este título!
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