Parece que até na Malásia, os muitos milhões que a Proton quer gastar para o seu projecto de transformar a Lotus numa potência automobilistica ao nivel da Porsche, Ferrari ou Mercedes e do qual nove em cada dez pessoas afirmam ser, no minimo, louco, está a ter dificuldade em arranjar financiamento. Pelo menos foi que li hoje no site arabe Yalla F1.
No site, é referida uma noticia no jornal malaio The Star onde se fala de um relatório do Maybank Investment Bank, que refere sobre o facto dos valores requeridos pela Proton, da ordem dos 750 milhões de dólares, serem bem superiores ao esperado e pedido pela construtora, e mostra o seu ceticismo em relação ao cumprimeiro dos objetivos.
"Não partilhamos a decisão da Proton de gastar largas somas para a Formula 1, numa altura em que as grandes construtoras de automóveis abandonaram a modalidade desde há algum tempo." começa por dizer o relatório.
"As elevadas somas investidas irão enfraquecer a sua capacidade financeira e afectar os fluxos de dinheiro, causando um impacto profundo nos seus planos de negócio. Apesar de não esperarmos dificuldades imediatas nas suas reservas, consideramos que o forte investimento nos projectos futuros da Lotus irá ter um impacto nos seus 'cash flows' nos próximos cinco anos e irá enfraquecer as suas reservas pelo mesmo periodo de tempo", adicionou.
"Não estamos particularmente contentes com o envolvimento da Lotus na Renault F1. Esse envolvimento irá causar fortes despesas em marketing, cujo retorno comercial será minimo, e em termos de volume de vendas, não existirá qualquer impacto real até meados de 2012", conclui o relatório.
No lado da Proton, o seu presidente Syed Zainal afirmou que "o Grupo Lotus não consegue juntar tamanha quantidade de dinheiro por si só, daí que a Proton tenha vindo na sua ajuda para financiar o seu plano a cinco anos".
"Contudo, estamos confiantes de que conseguiremos levar este projeto a bom porto, dado que temos planos para cinco novos modelos para a Lotus a partir de 2012. Toda a gente está dar o seu melhor para que o plano resulte. Foi um plano bem pensado e revisto vezes sem conta e concluimos que é desafiante, mas realizável", acrescentou.
Para quem ainda não está a par dos planos do Grupo Lotus para os próximos cinco anos, pode-se dizer que há planos para investir na Formula 1, através da Renault, na GP2 e GP3 em associação com a ART de Nicholas Todt, na Indy Car Racing, através da equipa KV, e apresentou no passado mês de Setembro no Salão do Automovel de Paris, cinco modelos de carros que entrarão em produção a partir de 2014, além da possibilidade de entrar na Le Mans Series, e de desenvolver motores V6 e V8, em conjunto com a Toyota. É muito dinheiro em jogo!