sábado, 26 de dezembro de 2020

Pagos para dizer bem, ou porque há anticorpos contra a Formula E


O Natal é um para descansar, comer as doçuras da temporada e esperar pelo Novo Ano, porque logo a seguir vem provavelmente o Dakar e uma temporada que ainda sofrerá com os efeitos da pandemia. Como sabem, no WRC, o Rali de Monte Carlo não vai ter espectadores, e o da Suécia foi cancelado. Há rumores sobre o adiamento da temporada de Formula 1, que está marcada para março, na Austrália, e na Formula E, a ronda dupla de Santiago do Chile foi adiada para março, por causa da pandemia e de alegados pesadelos logisticos por causa de boa parte dos materiares virem da Grã-Bretanha, embora se ouviu que esses materiais já estariam no Chile quando o anuncio do adiamento foi feito.

E é um pouco sobre essa última categoria que quero falar. Num ano em que foi elevado a campeonato FIA, onde o campeão do mundo foi português, e foi votado como o terceiro melhor piloto de 2020, as noticias da saída da Audi e da BMW da competição abalaram um pouco as coisas, mais os avisos por parte de Porsche e Mercedes de que, apesar de manterem a aposta nos eletricos, há alternativas competitivas. Contudo, esta semana, uma entrevista feita a Loic Duval, veio colocar mais tinta sobre a competição. O piloto francês, que correu por três temporadas na Dragon Racing, antes de ir para o DTM, ao serviço da Audi, decidiu detonar a competição.

Na tal entrevista à Autosport britânica, afirmou:

"Não gosto da Fórmula E porque, para mim, os carros não são rápidos. E gostaria de dizer que gosto das localizações onde decorrem os eventos, do formato da coisa, gosto das corridas nas cidades. Mas eu pude correr, fazer alguns anos na Fórmula E atrás do volante. E atrás do volante, como piloto, não gostas tanto quanto gostas de outros carros com mais potência e aderência."

E continuou: "Quem quer que seja o piloto que diga hoje que a Fórmula E é ótimo de conduzir é porque está no campeonato e é pago para isso, para correr. Com certeza que não pode ser contra. Mas não pode ser tão agradável quanto um carro LMP, como um carro DTM ou um carro Super GT, com certeza".

Claro, a entrevista não passou despercebida. Alguns dos seus colegas reagiram "defendendo" a sua dama, e refutando as acusações de Duval, ora com ironia, ora afirmando que deve ser visto como uma classe à parte e não ser comparado com nada.

"Se recebes alguns milhões para conduzir carros de corrida pelas cidades mais incríveis do mundo, cara a cara com pilotos altamente talentosos... e promovendo tecnologia sustentável ao longo do caminho... Acho que há empregos piores por aí.", ironizou Lucas Di Grassi na sua conta do Twitter.

"É uma combinação muito boa de carros e pistas, proporciona um show muito porreiro, é um desafio conduzir em traçados citadinos. E mais do que isso, é um palco para os fabricantes apresentarem e desenvolverem os seus carros de estrada. O mais importante é empurrar o mundo da mobilidade na direção certa", defendeu António Félix da Costa, o campeão de 2020, também no Twitter.

Primeiro que tudo, vamos a ver o seu palmarés na competição. Dois terceiros lugares e duas voltas mais rápidas foi o que conseguiu em três temporadas na Dragon, entre 2014-15 e 2016-17. Pode-se ir por aí e dizer que o piloto de 38 anos não foi bem sucedido, logo, toca a dizer mal da competição. Mas há certas coisas no qual ele tocou na ferida, e também quis falar disso para atiçar aquela que é provavelmente uma das discussões mais presentes sobre isto. 


Contudo, eu sei que há muitos anticorpos em relação à Formula E. Há muitos fãs de automobilismo que odeiam por ela ser tudo aquilo que foram aducados a gostar. Não faz barulho, é lenta, só correm em cidades, não gostam dos carros, não gostam dos incentivos que os pilotos têm, desde o "Time Attack" atá ao "Fanboost", onde o publico interage com os seus pilotos favoritos afirmando que "não é desporto" etc e tal. Esquecemo-nos que os fãs vêm isto de forma apaixonada, que tem como ideal algo que só existe na cabeça deles. E há gente conservadora e classista, que odeia o futuro, e gostaria de que cristalizasse a sua ideia de automobilismo na cabeça para sempre.

E ao longo dos muitos anos, sei de gente que acha que o automobilismo só pode ser a Formula 1, só pode ter motores de combustão interna, desde V8 a V12, e tudo o resto deveria ser retirado. A ideia deles deveria ser como foi na sua infância, especialmente se for o que acontecia nos anos 70 e 80 do século XX. São as velhas ideias. Desejam o cheiro da gasolina, sangrar dos ouvidos pelo barulho e enjoar do cheiro a borracha queimada. E sei de gente que odeia ralis, odeia as provas de Endurance, porque acham que qualquer corrida de mais de uma hora é "chata", que não acham piada a eSports, corridas de simuladores, que a única coisa que querem ver é o real, quando se calhar, nunca foram a um autódromo na vida...

Mas também sei de gente que odeia tudo que é prova americana, como a NASCAR e a Indy. Ha quem jure que nunca verá provas de "drag racing", afirmando que isso não é "competição". Em suma, são facções, que tem uma reação emotiva a isto. E por vezes, essa discussão envenena a convivência saudável entre as pessoas que têm a paixão do automobilismo em comum.


Claro, a Formula E tem defeitos. É pouco potente? Claro, 275 cavalos não tem nada a ver com os mil dos V6 Turbo da Formula 1. Só correm em pistas citadinas? Verdade, mas a ideia é mesmo essa: pode-se assistir a isto sem ser incomodado pelo barulho. E essa gente ainda não entendeu que a maioria das pessoas, que não acompanha o automobilismo com paixão como acompanha esta gente, esqueceu-se que o mundo lá fora mudou bastante. Barulho e cheiro já não é uma coisa boa. O aquecimento global é um facto, quer queiram, quer não, e eles se tornaram numa minoria. Pior, a sua teimosia pode torná-los em maus da fita.

Podem também falar mal dos "Fanboost" e do "Attack Mode", mas a Formula 1 tem DRS e asa móvel, que também é um auxiliar para facilitar as ultrapassagens, logo, ao falar dos auxílios de um, não andam a ver os seus telhados de vidro. Pode-se falar de inveja, porque tem as marcas que eles gostariam de ver na Formula 1, por exemplo, mas no final é pura emoção. As paixões são assim.

Para mim, essas paixões podem ser irritantes. Considero que todos têm o seu lugar. Ninguém quer substituir um pelo outro. Eu, que sou adepto da tecnologia e das novas ideias, sei perfitamente que estamos num outro século, que as coisas tem de eoluir e há desafios enormes pela frente, do qual a tecnologia tem um papel para resolver esses problemas. Meter a cabeça na areia e fingir que está tudo bem não é a solução.

Agora, seria interessante se a Formula E divulgasse os salários dos seus pilotos, em nome da transparência. Tenho a certeza que ganham muito menos do que os 30 ou 35 milhões que ganha um Lewis Hamilton ou um Sebastian Vettel, mas seria ótimo se dissessem, por exemplo, quanto é que o António Félix da Costa conseguiu, ou se tinha algum prémio por alcançar o campeonato que acabou por conseguir.

Em suma, todas as competições tem os seus fãs e seus detratores. É preciso defender a sua dama, mas acima de tudo, respeitar os outros, mesmo não concordando. E que o mundo gira e avança.   

Youtube Motorsport Video: As 500 Milhas de Indianápolis de 1980

Neste sábado de Natal, eis algo que descobri agora, no canal oficial da IndyCar Series: as 500 Milhas de Indianápolis de 1980. Há 40 anos, numa altura em que já tinha sido criada a CART, Championship Auto Racing Teams, e andavam à briga com a USAC, esta prova não fazia parte da série (então) rebelde, mas todos queriam correr nela. Com uma grelha de partida com muitos consagrados e muitos "rookies", ela foi transmitida pela ABC, com Jim McKay e Jackie Stewart como comentadores.

Assim sendo, tirem duas horas do vosso tempo para ver algo interessante de um passado que começa a ficar distante.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Natal num ano anormal


Este foi um ano estranho, anormal. Daqueles que temos uma vez em cem anos, mas acontece. Um ano de pandemia que colocu tudo de pantanas e nos fez repensar a nossa vida, e de como acordar todos os dias saudável se tornou tão importante como ser rico. Essa foi outra riqueza tão importante quanto o de viajar, ter dinheiro no bolso, ter um emprego estável, fazer coisas por gosto e ganhar dinheiro com ele.

Chegamos ao Natal, e já é altura de fazer o balanço do ano. Curiosamente, foi uma altura em que aceitei um desafio diferente, do qual dará resultados a médio prazo, espero. E falo disto independentemente do que esta pandemia deu ou ainda poderá dar, antes de eu apanhar a vacina, se calhar daqui a três meses. Mas pessoalmente, como diz um amigo meu, andei a passar ao lado das balas. Ao que sempre respondo que andei sempre com o colete à prova de balas colocado, por outras palavras, com a máscara colocada e lavei constantemente as mãos. Ou seja, segui sempre as regras e não abusei da sorte. Tanto que há umas três semanas, houve um surto no meu local de trabalho e safei-me porque andava sempre de máscara colocada, sempre levei as precauções a sério e não simbólicamente, colocando máscara só para "freguês ver".

Em suma, quando se diz "o importante é ter saúde", temos de fazer a nossa parte para nos mantermos saudáveis. A nós, e aos outros.

Mas nestas coisas, também há outro ditado importante. A de que "quando se fecham portas, abrem-se janelas." E no automobilismo, abriram-se muitas janelas neste ano anormal. Nestas bandas, ver um piloto ser campeão da Formula E, outro a vencer uma classe no Mundial de Resistência, bem como as 24 Horas de Le Mans, entre outros, ver outro piloto a triunfar em duas corridas da MotoGP, uma delas em casa, e por fim, a Formula 1 de volta ao teu país, quase uma geração depois da última vez, e com público para abrilhantar, quase diria para que aconteçam muitos anos anormais para termos tudo isto. Porque foi por causa dessa porta fechada que tivemos um 2020 totalmente europeu, na Formula 1. Não houve Mónaco, Indianápolis e Le Mans foram noutas alturas, a Formula E decidiu-se em uma semana, em seis corridas no mesmo lugar, numa "bolha" construida para esse efeito, e os Jogos Olimpicos e o Europeu de futebol foram adiados para o ano que vêm.

E na maior parte das vezes, as corridas aconteciam sem público, com excepções. Portimão foi uma dessas raras excepções de um ano anormal.

Em suma, temos muitas coisas dos quais temos tudo para esquecer, mas tantas coisas dos quais temos de lembrar! 

Assim sendo, neste dia em especial - e soube há bocadinho que Frank Williams oltou a casa, depois de uns dias no hospital - desejo-vos um Feliz Natal, e que em 2021... voltemos ao normal. É só isso. 

Até mais!   

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

A imagem do dia


Grande Prémio da Bélgica de 1961, Spa-Francochamps. Wolfgang von Trips, que morava relatiamente perto dali, à conversa com Romolo Tavoni, o diretor desportivo da Scuderia. Nessa prova, os carros da marca ficaram... com os quatro primeiros lugares, embora tenha sido Phil Hill o vencedor. 

A estadia de Romolo Tavoni no automobilismo foi relutante. Na realidade, ele entrou porque o banco onde trabalhava tinha concedido um empréstimo e um dos seus clientes mais própseros, que tinha pedido um empréstimo para alargar a sua fábrica. E um certo dia, esse cliente fez uma oferta irrecusável... e ele não queria aceitar.

Ouvi dizer que ele tinha um novo secretário a cada dois ou três meses e trabalhava das oito da manhã às dez da noite. Entramos no seu escritório e ele perguntou onde eu trabalhava antes de entrar para o banco. Eu disse a ele que havia trabalhado como contabilista para a Maserati, esperando que ele dissesse,‘Vá embora!’. Porque em Modena, se você trabalhou para a Maserati, nunca trabalhará para a Ferrari. Mas ele disse: ‘Tudo bem, acho que você é o secretário para mim, mas por que apenas dois meses - por que não 10 anos?’ Essa foi a minha apresentação ao Sr. Ferrari.”, afirmou, meio século mais tarde, numa entrevista à Motorsport britânica.

A pessoa em questão era Romolo Tavoni, que se tornou secretário para Enzo Ferrari durante 12 anos, ao longo dos anos 50. Um homem alto - cerca de 1.85 metros - descobriu uma pessoa para além da sua faceta temível. Generoso com os seus trabalhadores, era um "workaholic" que trabalhava de manhã até à noite, algo do qual faia confusão a alguém que trabalhava das nove às cinco, como um funcionário público. No escritório, tratava das cartas que chegavam à fábrica, encomendas, receber visitas, e fazer as contratações.

Um dos pilotos que gostou particularmente foi Mike Hawthorn, que o conheceu em 1952. Uma carta a Tony Vandervell o recomendou, e depois de uma conversa, acabou por ser contratado. Um relacionamento que durou até 1958, com altos e baixos, e nenhum deles não deixava nada por falar.

Ele era um grande piloto, muito inteligente e um cavalheiro. Também muito direto. O Sr. Ferrari disse-lhe uma vez: ‘Por que você tem dificuldade nesta corrida?’ Mike disse: ‘A caixa de velocidades está má, era impossível para mim mudar de marcha corretamente.' 

"Ferrari ficou furioso. 'Você diz que minha caixa de velocidades não é boa? Minha caixa é a melhor e se você disser que não adianta uma segunda vez, pode ir embora!

“‘Adeus!’, disse Mike, e ele deixou a Ferrari. Rapidamente o chamou de volta. Ele gostava de um motorista que pensava por ele mesmo. Se um piloto apenas reclamasse de seu carro, ele não chegaria a lugar nenhum com a Ferrari, mas depois de uma corrida Mike diria: 'Romolo, os travões não estavam bons', e quando estávamos de volta a Maranello ele dizia a Ferrari: 'O carro era fantástico, mas tivemos algumas dificuldades com os travões. Talvez devêssemos fazer alguns testes.' Ferrari gostou disso e ele ficava noite e dia no Departamento de Competições para tentar consertar as coisas. Ele sempre construía o melhor carro possível e os pilotos o admiravam porque primeiro ele próprio era piloto, depois gerente e depois proprietário. Ele era um homem fantástico.

Sobre outros pilotos, Tavoni dizia que alguns dos pilotos tinham relações contorbadas com o Commendatore porque, no caso de Juan Manuel Fangio, tinha a ver com dinheiro. O argentino queria um salário, algo do qual Ferrari nunca gostou muito. Depois do título mundial de 1956, foi logo para a Maserati. E por essa altura, a vida de Tavoni dá uma grande volta, quando Nello Ugolini, o diretor desportivo da marca, sai para a Maserati seguindo Fangio. Ferrari convida Tavoni para o lugar.

E foi uma introdução muuito brutal: nos primeiros meses do seu consulado, em 1957, viu Eugenio Castelloti e Alfonso de Portago morrerem em acidentes, o último dos quais nas Mille Miglia, matando mais sete espectadores. Tavoni hesitou e pediu para voltar ao cargo anterior, mas Ferrari insistiu. No ano seguinte, mais mortes, primeiro com Luigi Musso, em Reims, e Peter Collins, no Nurburgring. Nessa altura, Ferrari considerou parar o seu envolvimento na Formula 1, porque Collins era amigo de Dino Ferrari, seu filho morto tempos antes por causa de uma distrofia muscular, mas Hawthorn, que também era grande amigo de Collins, afirmou que queria correr com eles e ganhar o campeonato. E ganharam.

Três anos depois, em 1961, a Ferrari regressaa à linha da frente, com o 156 "Nariz de Tubarão" e os seus dois pilotos, o alemão Wolfgang on Trips e o americano Phil Hill, com Tavoni a comandar as coisas. Tavoni era amigo pessoal de Von Trips, e quando ele morreu em Monza, quis ir ao funeral, mas o Commendatore vetou, afirmando que era necessário na fábrica. “Ele insistiu que eu ficasse em Modena e mandou sua esposa, Laura, e Franco Gozzi. Fiquei muito infeliz com isso e coloquei incertezas sobre minha posição como gerente de equipa.”, comentou.

Um mês depois, Tavoni e outros oito responsáveis decidem sair da Scuderia, causando uma tempestade em Maranello. E ele foi um deles. Tudo devido a Laura, a esposa de Enzo. 

Ela estava a nos criticar para o Sr. Ferrari”, diz Tavoni. “E em outubro tivemos grandes dificuldades após seu retorno do funeral [de Von Trips] na Alemanha. Tivemos uma grande discussão e ficamos todos muito tristes por escrever uma carta ao Sr. Ferrari pedindo que a Sra. Ferrari ficasse fora da fábrica. Ele ficou muito ofendido e em nossa reunião semanal ele disse: `Se é assim que você se sente, aí está a porta, aqui está o seu dinheiro - SAIA!' Era uma Ferrari típica, que achava impossível admitir que estávamos certos.

Apesar da saída amargurada, Tavoni e Ferrari premaneceram amigos até ele norrer em 1988, e o Commendatore convidou-o por mais de uma vez para regressar, que recusou. Porque entretanto foi trabalhar para a organização dos 1000 km de Monza, a mitica prova de Endurance. Reformou-se em 1992 e teve tempo mais que suficiente para contar a sua vida e carreira às novas gerações.

Tavoni morreu no passado dia 20 de dezembro, aos 94 anos. Uma vida longa dedicada ao automobilismo, e o fechar de uma época já longinqua com cada vez menos sobreviventes. Ars lunga, vita brevis. 

Youtube Motoring Video: Como 2021 pode ser o grande ano dos elétricos

2020 é para esquecer, logo, 2021, só por existir, irá ser bem melhor, porque teremos as vacinas, por exemplo. E claro, entraremos numa nova década - nunca houve ano zero - e provavelmente poderá ser os "roaring twenties" do século XXI...

Mas mais do que isto, o Joe Scott, cujo canal alcançou esta semana o milhão de inscritos, fala que o ano de 2021 poderá ser aquele onde os carros elétricos ficarão definitiamente e começarão a destronar os de combustão interna. É verdade que nos Estados Unidos vai demorar mais do que noutros lugares, mas por exemplo, num lugar como Portugal, onde passamos de menos de mil carros para 50 mil numa só década, e tem uma quota de dez por cento de vendas de carros novos, não ficaria admirado se dentro de de anos, sejam a maioria.

É que em 2021, os carros, cujas marcas prometem que terão autonomias superiores a 500 quilómetros, serão mais, mais eficazes e mais baratos, como por exemplo, o Dacia Spring. E neste final de 2020, é interessante tirar meia hora do tempo para er este video sobre carros como o Rivian, a Lucid Air e outros.

Noticias: Alfa Romeo vai manter Kubica para 2021


Robert Kubica
continuara a ser piloto de testes para a temporada de 2021. Desconhece-se irá combinar o papel de pilotos reserva com um lugar noutra competição, como fez este ano com o DTM, mas quer Frederic Vasseur, quer a Orlan, a patrocinadora polaca que apoia o piloto, afirmam-se "muito satisfeitos" com a estadia do piloto de 36 anos na marca.

Para nós, compensou", começou por dizer o presidente da empresa petrolífera polaca PKN Orlen, Daniel Obajtek. "Só o equivalente em publicidade ascende a 400 milhões de zlotys (cerca de 100 milhões de dólares). Isto também afeta as nossas vendas a retalho. O Robert é muito bem recebido pelos polacos e no estrangeiro, com cerca de 70% dos inquiridos a associá-lo à nossa marca”, acrescentou.

Para Vasseur, a associação foi boa. “[Eles] ficaram satisfeitos com todas as nossas atividades num ano muito difícil, o que é uma grande notícia”, comentou. 

E para Kubica, tudo isto é uma chance de andar num Formula 1, depois de anos de afastamento deido ao seu acidente no inicio de 2011, no rali Ronda di Andora, em Itália. “Cada oportunidade de guiar um Formula 1 é algo especial. Estou contente por podermos continuar esta cooperação, mas também é muito possível que eu esteja a correr noutras arenas em algo diferente. A prática faz a perfeição”, disse Kubica.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

A imagem do dia


Atores com paixão pelo automobilismo há alguns. Todos conhecem Steve McQueen, morto há 40 anos e que correu algumas provas em 1970, até querendo correr as 24 Horas ao lado de Jackie Stewart, antes da produção vetar a sua participação. E claro, Paul Newman, segundo classificado nas 24 Horas de Le Mans de 1979, num Porsche 935. Mas Claude Brasseur é menos conhecido. Primeiro, porque é francês. Mas daquilo que ele fez, merece que seja contada a sua história. Pelo menos uma parte dela.

Recuemos até 1979. É Ano Novo, e ele está a assistir à partida do Paris-Dakar, que está na sua primeira edição. Entre os convidados está o belga Jacky Ickx, um dos seus amigos pessoais. Ao assistir à partida de toda aquela gente para as areias argelinas, na competição organizada por Thierry Sabine, Ickx disse, em jeito de provocação: Vamos lá? 

Contudo, poucos dias depois, a piada se tornou séria, e ambos se prepararam para a aventura. Em 1981, levaram um Citroen com eles, Ickx a correr e Brasseur a navegar. Não chegaram ao fim, mas no ano a seguir, trocaram por um Mercedes 280, acabando por triunfar em 1983, quando o belga já era piloto da Porsche na Endurance. A itória bastou para conencer a marca alemã a colocar os seus 911 e depois os 959, nas estradas do deserto, onde René Metge acabou por triunfar em 1984...

Nascido a 15 de junho de 1936, o seu padinho de batismo foi... Ernst Hemingway. Mas ele era filho de Pierre Brasseur, ator, neto de Georges Epinasse, também ator, e bisneto de Jules Brasseur. Seu filho, Alexandre Brasseur, também acabou a atuar, o que faz a sexta geração neste oficio. Atuou em mais de 150 filmes, boa parte deles em França, o que faz uma personagen reconhecível no hexágono, mas par além disso, adorava desporto. Foi membro da equipa de bobsleigh, e queria participar nos Jogos Olimpicos de 1964, em Innsbruck, mas não conseguiu a qualificação. Nos anos 70, Brasseur faia ralis com Simcas e tornou-se amigo de gente como Jacques Laffite e Guy Ligier.

A sua vida privada foi bem interessante. Fez o serviço militar na Argélia, a sua primeira mulher, Peggy Roche, trocou-o... pela escritora Francoise Sagan, e o seu filho Alexandre, para além da carreira cinematográfica, também tem um fraquinho pelo automobilismo, especialmente nas corridas históricas.

Claude Brasseur morreu hoje, aos 84 anos. De qualquer maneira, marcou um tempo pelas suas paixões. Ars lunga, vita brevis.

Formula E: Adiado o ePrix de Santiago


O ePrix de Santiago, prova de abertura do campeonato de Formula E, foi adiado para o final do inverno, de acordo com noticias vindas esta tarde. A razão apontada tem a ver com as restrições de viagens vindas do Reino Unido devido à nova estirpe do CoVid-19 que foi detectada por estes dias e que levantou diversas restrições de viagem em mais de 40 países. 

A prova, uma jornada dupla, estava prevista para o fim de semana de 16 e 17 de janeiro nas ruas da capital chilena.

Depois de consultas com o município de Santiago, o ePrix foi adiado,” começou por dizer a organização da Fórmula E. “As corridas não serão mais disputadas nos dias 16 e 17 de janeiro e estamos trabalhando com a cidade para finalizar as datas nas quais as corridas serão realizadas no [primeiro trimestre] de 2021.

Assim sendo, agora o inicio da temporada está marcada para o fim de semana de 26 e 27 de fevereiro de 2021, na pista de Ad Diriyah, na Arábia Saudita. 

Este adiamento mostra que, apesar da chegada de vacinas e lugares como o Reino Unido e o começo da vacinação em massa, ainda há complicações que impedem o desenrolar em harmonia das competições. Isso aconteceu durante a última temporada, onde depois de cinco provas, o final acabou com seus proas concentradas em Berlim, onde o português António Félix da Costa acabou por ser campeão do mundo.

Youtube Motoring Ad: Que Paródia de Natal, com Mustang Mach-E

O pessoal da minha idade deve-se lembrar do "Que Paródia de Férias", um filme de 1983, com duas continuações, e que tinha Chevy Chase como Clark Griswold, um destrambelhado pai de familia, que atravessa o continente para ir a um parque temático. E depois de mil e uma aventuras, chega ao portão do dito parque temático, para ver as poertas fechadas, e o guarda, interpretado pelo John Candy, a dizer, muito simpáticamente, que naquele dia, eles encerravam para manutenção, creio eu.

O filme foi um grande sucesso, e os Griswolds ficaram na memória de muita gente da minha geração. E agora, mais de 35 anos depois, eles estão de volta para uma publicidade do Ford Mustang Mach-E, o carro elétrico da marca da oval. Está engraçado.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Youtube Formula 1 Video: Yuki Tsunoda, o novo piloto japonês na Formula 1

Depois de seis anos de ausencia, o Japão volta a ter um piloto na Formula 1. O novo recruta é Yuki Tsunoda, que aos 20 anos - sim, nasceu no ano 2000, ou seja, tinha meses quando Fernando Alonso e Kimi Raikkonen se estrearam na categoria máxima do automobilismo! - e foi escolhido para correr na Alpha Tauri, a segunda equipa da Red Bull.

Mas Tsunoda-san não foi para lá por causa dos seus bontiso olhos. Na realidade, ele tem um palmarés competitivo nas formulas de promoção, com resultados muito bons, de tal forma que ele chega à Formula 1 depois de... um ano na Formula 2. E é sobre isso tudo que o Josh Revell decidiu falar sobre ele, para ficarmos a saber quem é ele e o que pode fazer entre a elite. 

Noticias: Zanardi conseguiu "progressos significativos"


Alex Zanardi
conseguiu progressos significativos na sua recuperação, cinco meses depois do seu acidente nos arredores de Siena. De acordo com o jornal Corriere della Sera, o ex-piloto e paraciclista recuperaou a sua audição e visão, e responde com movimentos das mãos às perguntas feitas pela sua mulher, Daniela. Zanardi consegue apertar as mãos. Só não conseque falar devido ao buraco colocado na sua traqueia, colocado por precaução, segundo conta o periódico.

Depois do seu acidente, em junho, onde colidiu contra um camião, enquanto fazia uma estafeta caritativa,  Zanardi foi sujeito a cinco cirurgias, primeiro em Siena, e depois no Hospital San Raffaele, em Milão, ele foi transferido no passado mês de novembro para Pádua, perto da sua morada, para prosseguir a sua reabilitação. 

Os médicos estão confiantes que ele irá recuperar a quase totalidade das suas funções cerebrais, desconhecendo-se por agora se voltará a praticar paraciclismo.

Em 2001, o italiano sofreu um grave acidente durante a corrida da IndyCar em Lausitzring, perdendo ambas as pernas devido à colisão com o carro do canadiano Alex Tagliani.  

domingo, 20 de dezembro de 2020

Youtube Formula 1 Testing: As imagens do teste de Alain Prost pela Ligier

No final de 1991, Alain Prost foi despedido pela Ferrari, depois do pessoal em Maranello se ter fartado dele. A história do "camião", dito por ele após o GP do Japão desse ano, numa proa onde chegou ao quarto posto, foi mais um pretexto para o tirar dali do que um problema verdadeiro em termos de manobrabilidade. É verdade que o carro do ano seguinte foi uma asneira completa, um dos piores de sempre, do qual provavelmente, este despedimento até foi uma bênção para o francês...

No inverno de 1991-92, Prost pensou sériamente em ou fazer um ano sabático, ou correr pela Ligier. Esses testes foram secretos - quer em Paul Ricard, quer no Estoril - porque a equipa iria ter motores Renault V10 semelhantes a aqueles que a Williams tinha e preparava-se para dominar a competição. 

Estas filmagens são pouco conhecidas - os testes foram secretos. Prost tentou disfarçar a sua passagem por lá, andando com um capacete de Eric Comas, mas ele acabou por fazer. Neste filme, vê-se toda a gente importante: Guy Ligier, Gerard Ducarouge, os pilotos, Prost sentado no "cockpit" preparando-se para dar as suas voltas na pista, para ver como é o carro.

No final, a história é conhecida: Prost decidiu por uma sabática antes de ir para a Williams, em 1993. E a razão para a sabática até era simples: logo no inicio de 92, a equipa de Grove tomara a decisão de ficar com o francês na temporada seguinte, secretamente. E quando foi anunciado, em Monza, Nigel Mansell, o piloto que corria por eles e acabara de ser campeão do mundo, ficou tão zangado que decidira ali mesmo abandonar a equipa e a Formula 1, para correr na CART.

Até lá, vejam ests imagens bem raras.

Noticias: Albon magoado com a decisão da Red Bull


Dois dias depois do anuncio da nova dupla da Red Bull, Alex Albon não ficou feliz com a decisão da marca dos energéticos o colocar de lado como piloto de testes e reserva para 2021, enquanto o seu lugar ficará nas mãos de Sergio Perez na próxima temporada. 

Numa declaração colocada hoje na rede social Instagram, o piloto anglo-tailandês afirmou: 

Não posso mentir, dói. Dei tudo o que tinha, mas não foi o suficiente. Tenho de agradecer a todos os que me ajudaram este ano, especialmente aos adeptos tailandeses. Com todas as opiniões existentes, eu sempre tentei dar o meu melhor. Não vou desistir porque coloquei tudo nisto e não vou deixar que acabe por aqui. Tenho mais para dar e o meu foco será voltar em 2022 para poder agitar a bandeira tailandesa novamente”.

Albon, de 24 anos, conseguiu dois pódios em 2020, mas o facto de ter acabado na sétima posição do campeonato, mais de trinta pontos de diferença sobre Sergio Perez, que a bordo do seu Racing Point conseguiu uma vitória, e também pelo facto de não ter sido ameaça para Max Verstappen na batalha interna, pesou na decisão. 

Youtube Formula 1 Video: Como foi a temporada de 2020

Uma temporada a não esquecer. Cancelada à última da hora, com um calendário desenhado pelo caminho, foi emocionante, apesar do campeão previsivel, mas esse campeão, Lewis Hamilton, igualou os recordes de Michael Schumacher e tornou-se no piloto com mais vitórias da história da Formula 1. 

E é isso que este video quer mostrar ao mundo.