sábado, 12 de agosto de 2017

Formula 1: Chase Carey quer partes iguais para todos

É mais do que sabido que desde a chegada da Liberty Media à Formula 1, os seus líderes estão dispostos a conter os custos das equipas. É sabido que a Ferrari e Mercedes tem orçamentos de 300 milhões de dólares, enquanto que a Force India e Sauber andam a gerir um terço desse orçamento. E esta semana, Chase Carey revelou que anda`a procura de formas para conseguir reduzir essa diferença entre as equipas e dar mais chances de vitória, como por exemplo, padronizar certos componentes do carro.

"Há muitos caminhos para chegar lá, seja um limite orçamental, ou outras formas de fabricar os principais componentes do carro", começou por dizer Carey à motorsport.com.

"Nós não estamos a olhar para uma padronização do carro - nós pensamos que é muito importante continuar a ter um desporto que case competição com tecnologia de ponta. Nós não estamos olhar para [a ideia de] padronizar os carros, mas acho que podemos padronizar os seus componentes.

"Estamos certamente procurando maneiras de abordar naquilo que algumas das equipas gastam em particular, o que melhoraria a economia geral do negócio e permitir que todos se beneficiem, para além de melhorar a concorrência",

Carey revelou que teve "reuniões preliminares" com equipas para discutir os cortes de custos, embora o objetivo não fosse todas as equipas com o mesmo orçamento.

"Um dos desafios que temos hoje é que há um punhado de equipas que gastam claramente num nível bem acima dos outros, e você pode ver esses resultados na pista", afirmou Carey.

"Então, se podemos trazer os custos para uma área onde eles são mais comparáveis - não iguais - um para o outro, ele pode aumentar a concorrência e tornar a economia do negócio muito melhor. Começamos a falar disso com as equipas, mas foram reuniões preliminares", continuou.

"Existem alguns componentes importantes, como o motor, que provavelmente é a parte mais complicada do carro. É certamente nosso objetivo abordar esses custos e pensamos que o desporto se beneficiará disso em vários níveis", concluiu.

A ideia dos GT's elétricos

A ideia da Formula E é um sucesso tal que no final da década, arriscamos a ter quase todos os construtores de automóveis na competição. BMW, Audi, Porsche, Jaguar, DS Citroen, Faraday Future, Mercedes e Renault são algumas das marcas que estão (ou irão estar) na Formula E até ao final da década, mostrando ao mundo que os construtores de automóveis decidiram apostar a sério nos carros elétricos, especialmente numa altura em que a Tesla está a comercializar o seu Model 3, o tal carro que arrisca a "quebrar" a ideia de que estes carros - e esta marca - só se dedica ao luxo, e também se estabelecem recordes de distância com uma só carga. No mês passado, na California, um BMW Série 5 convertido para elétrico fez 1200 quilómetros com uma só carga nas baterias, e já há planos para alargar esse recorde para os 1500. 

Há umas semanas, Jean Todt, presidente da FIA, falou sobre o sucesso da Formula E e de como isto atraiu todos estes construtores que falei em cima. E no meio de outras competições paralelas - a Roborace vai aparecer no final do ano, lembro-vos - Todt pensa na ideia de ter uma competição de Turismos elétrica.

Queremos desenvolver as corridas elétricas. Estamos a discutir e a estudar carros elétricos noutras categorias do automobilismo e sinto que é uma boa ideia introduzir uma segunda prova durante os fins de semana de corridas da Fórmula E”, afirmou o presidente da FIA em Montreal, palco da última corrida da competição esta temporada. 

Embora sem adiantar quaisquer planos específicos, Todt admitiu que a existência de uma competição de suporte à Fórmula E já está em cima da mesa: “Penso que há espaço para introduzir uma disciplina diferente como corrida suporte. É algo em que estamos a pensar”.

Curiosamente, lembro que no ano passado houve uma prova de Volkswagen Golf elétricos como corrida de suporte na jornada inaugural da competição, em Hong Kong. Foi um "one-off", mas a ideia deve ter feito pensar algumas cabeças sobre essa chance.

E também já falei há uns tempos sobre o Electric GT, uma competição elaborada por dois espanhóis, com o objetivo de estabelecer uma competição elétrica. Vai arrancar em novembro e ao contrário da Formula E, querem usar os circuitos espalhados pelo mundo para mostrar a viabilidade deste tipo de competição. É monomarca - somente usam Teslas Model S - mas pensa-se que mais tarde poderão usar novos modelos que entretanto saem das marcas.

De uma certa forma, a ideia de uma competição de Turismos era esperada, apesar de algum ceticismo da parte de algumas pessoas. E também a FIA poderá pensar na ideia de que nem todas as marcas serão bem sucedidas na formula E. É assim desde o inicio da História do Automóvel: muitas marcas entusiasmam-se quando entram em determinada competição, mas depois acaba por haver uma marca dominadora, e as outras retiram-se, ou porque não há orçamento para isso ou simplesmente admitem a derrota.

E todas estas marcas têm experiência noutras competições, logo, poderão ajudar a FIA a montar o tal campeonato de carros elétricos. Aliás, a Mercedes vai largar o DTM para ir à Formula E, e todos os seus adversários nessa competição tem programas nessa competição. Uma DTM elétrica poderá ser algo do qual as marcas poderão pensar neste momento, e quem sabe, dentro de uns cinco ou dez anos, tal possa acontecer com os modelos de estrada que possam construir.

Em suma, o futuro vai acontecer mais depressa do que se julga. 

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

ERC: Magalhães vai ao Barum Zlin

Apesar de ter perdido a liderança do campeonato europeu de ralis na Polónia, Bruno Magalhães confirmou esta semana que estará presente no Barum Zlin, a próxima prova do Europeu, que se realiza na República Checa.

Em declarações ao site Autoracing, Magalhães disse que estará presente: “Embora seja um rali deveras complicado, queremos continuar a tentar lutar pela melhor classificação possível no Europeu, pelo que é mais uma prova dentro dessa lógica”.

Uma das provas mais importantes da Europa Central, o Barum Zlin vai acontecer entre os dias 25 e 27 de agosto, e terá 215 quilómetros de troços cronometrados, quase todos em asfalto e onde o tempo poderá ser um fator decisivo, caso chova. 

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Como vão ser as coisas no WRC 2018?

Com o campeonato a meio e com Sebastien Ogier e Thierry Neuville igualados em pontos, a temporada de 2018 começa a ser delineada e planeada, em principio, com quatro marcas oficiais presentes: Toyota, Ford (M-Sport), Hyundai e Citroen. Contudo, quando faltam duas semanas para o Rali da Alemanha, parece que o centro das atenções tem a ver com o próprio Sebastien Ogier. Isto porque ele ainda não sabe bem o que fazer para a próxima temporada, se ficar na Ford, ou tentar a sua sorte noutros lados, como por exemplo, a Citroen.

Contudo, a M-Sport está com um problema: ambos os seus pilotos se tornaram em alvos apetecíveis. Se Ogier tem as equipas acima referidas, já Ott Tanak está a ser seduzido pela Toyota para que corra com eles em 2018, provavelmente para lhe dar uma chance de lutar pelo título mundial ao lado dos finlandeses Jari-Matti Latvala, Juho Hanninen e Esapekka Lappi, o recente vencedor do Rali da Finlândia. Caso um deles saia (ou até os dois) um dos lugares será preenchido por outro finlandês, Teemu Suninen, que já mostrou potencial para ser um bom piloto. E provavelmente quem o acompanhará poderá ser o galês Elfyn Evans.

Já na Citroen, ter Ogier seria um sonho, mas por lá também está a tentar convencer outro piloto a voltar ao WRC: Sebastien Loeb. O nove vezes campeão mundial voltou a testar um carro de WRC esta semana, e aos 43 anos, há quem ainda vê que ele poderá mostrar algum coisa face aos pilotos mais jovens. Contudo, as coisas dentro da marca do "double chevron" são complicadas, e o que interessa no imediato é desenvolver o C3 WRC de forma a ser competitivo face à concorrência. Contudo, ainda há um terceiro "sebastien" a ser considerado: Sebastien Lefebvre, (na foto, à direita) que apesar de ter 25 anos, já mostrou potencial para andar a par dos primeiros, e só espera por uma boa chance para andar num bom carro, ao lado de Kris Meeke e Andreas Mikkelsen, do qual os franceses desejariam tê-lo por mais algum tempo, para ajudar a desenvolver o carro.

No meio disto tudo, reina a paz em Alzenau, a sede da Hyundai na Europa. Thierry Neuville, Dani Sordo e Hayden Paddon parecem ter tudo garantido para 2018, e a marca não deseja colocar um quarto carro na estrada, logo, está tudo tranquilo por aqueles lados, e mais ficará se conseguirem o tão esperado título mundial, no final da temporada.

WRC: Kalle Rovanpera vai se estrear em Gales

Há anos que se fala de Kalle Rovanpera, filho de Harri Rovanpera e do qual se fala que tem o talento para ser um futuro campeão do mundo de ralis. Aos 16 anos - fará 17 a 1 de outubro -  corre em ralis na Letónia e na Finlândia, países onde a idade mínima para participar num rali é baixa, e lá pode mostrar todo o seu talento. Assim sendo, Kalle vai participar no final de outubro no Rali de Gales a bordo de um Fiesta R5 da M-Sport, o seu primeiro rali no WRC.

Segundo conta a Autosport portuguesa, ele já guiou um Fiesta R5 nas florestas de Greystone, ma Grã-Bretanha, e há um acordo para participar em algumas provas do Campeonato do Mundo na classe WRC2, bem como no Campeonato Britânico de Ralis em 2018, sempre num Fiesta R5.

Temos várias opções para a próxima época e estamos a falar com determinadas pessoas, mas acho que o mais provável é Kalle estar num Fiesta na próxima temporada”, conta Timo Johuki, o manager de Rovanpera filho.

Nascido a 1 de outubro do ano 2000, Kalle é filho de Harri Rovanpera, vencedor do Rali da Suécia de 2001, a bordo de um Peugeot oficial. Para além disso, passou pelas equipas oficiais da Seat, Skoda e Mitsubishi, tendo alcançado 15 pódios e 77 vitórias em especiais, no total de 111 ralis, entre 1993 e 2006. 




quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Noticias: Paul Ricard a 340 km/hora

A Formula 1 vai regressar a Paul Ricard no próximo ano para o GP de França, mas os pilotos vão ter de lidar com uma chicane no meio da reta Mistral, algo do qual muitos não são fãs. Contudo, os carros continuarão a ser velozes na mesma. Uma simulação feita recentemente pela organização mostrou que os carros chegarão à Curva Signes a velocidades na ordem dos 340 km/hora, fazendo daquela parte uma das ais velozes do campeonato. 

A FIA fez algumas pesquisas e a velocidade antes da chicane será de 343 km/hora, então ela é útil”, começou por dizer o diretor do GP da França, Gilles Dufeigneux, ao site Motorsport.com.

A chicane foi acrescentada para evitar que os motores andem a plena velocidade, em subida, por 1800 metros. Também queremos facilitar com a criação de um ponto de ultrapassagem adicional”, continuou.

Teremos três retas onde os carros podem andar a toda velocidade antes de grandes desacelerações – curva 1, curva 8 e a curva Signes, com o pé em baixo”, concluiu.

Curiosamente, com a chicane, os carros vão ter velocidades semelhantes a aquelas que os carros Turbo alcançavam em 1985, quando a Formula 1 correu pela última vez em toda a extensão de Paul Ricard. Nesse ano, os carros faziam a curva Signes em média a 310 km/hora, com o topo a ser alcançado pelo Brabham-BMW de Marc Surer, que o fez a 338 km/hora num motor que já tinha cerca de mil cavalos.


terça-feira, 8 de agosto de 2017

Formula 1 em Cartoons - Hungria (Riko)

Na Hungria - como no Mónaco, diga-se - a Ferrari fez dobradinha, com Sebastian Vettel a ficar na frente de Kimi Raikkonen, apesar dos problemas sofridos pelo piloto alemão no meio da corrida, que fizeram com que alguns preferissem que o finlandês fosse para a frente, porque aparentemente estaria melhor do que o alemão. Mas Vettel conseguiu controlar as coisas e ambos os carros vermelhos não foram ameaçados por Lewis Hamilton.

Assim sendo, o "Riko" desenhou um cartoon sobre esta situação.

"Kimi, como andam as coisas atrás?" - pergunta Vettel.

"Max está a solo, a Mercedes enlouqueceu e o Nando faz a volta mais rápida", responde Kimi.

O Netflix desportivo

O Netflix revolucionou a maneira como vemos televisão. Através de um canal "on demand", poderemos ver a qualquer hora e em qualquer plataforma (telemóvel ou tablet, sem ser somente na televisão) as nossas séries favoritas. E até há séries que são feitas exclusivamente para aquele serviço, estando disponíveis todos os episódios de determinada temporada, sem termos de esperar uma semana até que apareça o episódio seguinte.

Pois bem, parece que vai aparecer outra coisa ainda mais interessante: uma plataforma digital dedicada ao desporto. A Sportflix, o "spinoff" do Netflix, promete transmitir "95 por cento" dos eventos desportivos mais importantes do mundo, a um preço que vai dos 17 até aos 25 euros por mês, e claro, vai transmitir partidas de futebol, basket, basebol, golfe, Formula 1 e os Jogos Olímpicos.

O método é explicado por Matías Said, o criador do Sportflix. "Somos uma plataforma de retransmissão. Isto quer dizer que nós não montamos toda a produção em cada lugar onde acontece um evento. Nós apenas retransmitimos as cadeias televisivas que o fazem", explicou ao portal todotvnews.

A plataforma vai ter uma diferença em relação à Netflix, que vai transmitir jogos em direto. 

A sua estreia vai acontecer a 30 de agosto e será colocado à venda no Brasil, México, Argentina, Estados Unidos, Espanha, Itália, Alemanha, França e Reino Unido.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Noticias: Stewart defende a introdução do "Halo"

Jackie Stewart sempre foi um defensor da segurança, quer ao longo da sua carreira de piloto, quer depois de ter pendurado o capacete, em 1973. E o tricampeão escocês disse recentemente que a introdução do Halo é uma boa medida para aumentar a segurança na Formula 1 e no automobilismo em geral. 

Falando recentemente durante um encontro dos Great British Racing Drivers, Stewart sublinhou a sua crença de que o halo é um ‘preço’ que vale a pena pagar para manter os pilotos seguros: “Do meu ponto de vista salvar uma vida, e algumas dessas pessoas – estive em muitos funerais – podiam ter sido salvas, como as de alguns amigos meus. E isso aconteceu porque não tínhamos tecnologia para o evitar”.

Lamento mas não tenho uma impressão negativa do halo. Li vários artigos em que diziam ‘este é o fim da Fórmula 1 para mim’. Bem, é como as pessoas dizerem ‘Jackie Stewart vai matar o automobilismo’ por causa da segurança em pista. Penso que se deve ter o máximo de segurança que se possa conseguir e pensar que se está a destruir a Fórmula 1 ao fazer isto é o mesmo que criticar o capacete integral dizendo que não se deve usar porque a visibilidade não é muito boa”, enfatizou Stewart.

O tricampeão do Mundo (1969,71 e 73) referiu ainda que na sua opinião é melhor ser pró-ativo do que reativo: “A medicina preventiva é consideravelmente mais importante do que a corretiva, que é consideravelmente mais cara que a preventiva. O halo, na minha opinião, é necessário, e teria evitado, no meu tempo, a morte de Henry Surtees – atingido pela roda do carro de um outro piloto. Foi apenas azar. Mas será que vale depender apenas da sorte?”.

Como levar as coisas... à letra!

Ou será ao saco? É que depois da polémica entre Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen por causa de uma ultrapassagem mais "musculada" durante o GP da Hungria, o dinamarquês da Haas respondeu às reclamações do alemão da Renault com um "suck my balls, honey". Claro, Hulkenberg ouviu o "conselho" Magnussen e aplicou-o... à letra.

Pelo menos, é o que se pode depreender de uma foto que foi tirado no final da semana passada numa demonstração em Assen, na Holanda. Hulkenberg andou a fazer algumas voltas num E20 de 2012 e outro ex-piloto, Robert Doornbos (que hoje em dia é fundador e proprietário de... uma firma de brinquedos sexuais) tirou umas fotos onde se vê um retrato de Kevin Magnussen a um nivel... escrotal.

Bem saber que todos andam confortáveis com isso...

A pneumonia de Jeremy Clarkson

Parece que o The Grand Tour está a ser atribulado este ano. Já não bastava os acidentes de Richard Hammond durante a gravação do programa (um em Moçambique, outro na Suíça, quando se espalhou com um Rimac elétrico), agora a BBC conta este domingo que Jeremy Clarkson está internado num hospital em Maiorca, a batalhar contra uma pneumonia. Aos 57 anos de idade, Clarkson (ou o Grande Macaco, nas palavras de Hammond...) teve de tirar uns dias para recuperar da doença, algo do qual foi forçado a fazer, apesar de ter dito que "nunca teve de largar o trabalho por um dia desde que comecei, em 1978", segundo conta na sua conta do Drivetribe.

Clarkson falou sobre isso na rede social Drivetribe, agradecendo os desejos de melhoras, e disse que a partir de agora, "o único membro funcional do The Grand Tour é James May. Deus nos ajude".

O The Grand Tour estreia em novembro, e só se espera que os três sobrevivam até lá.

domingo, 6 de agosto de 2017

Youtube Motorsport Racing: A segunda corirda da TCR Alemã em Nurburgring

A segunda corrida em Nurburgring do ADAC TCR Germany foi esta tarde, e aqui, o melhor foi o finlandês Antti Buri, que levou a melhor sobre o sul-africano Sheldon Van der Linde e o alemão Harald Proczyk

Quanto a José Rodrigues, a sua corrida acabou... na primeira curva.  Como na primeira corrida, Rodrigues sofreu um toque de um adversário, que o atrasou, mais tarde uma disputa intensa com outro adversário deixou-o fora da corrida.

Arrancar em 28º não é fácil e sofri mais um toque que me fez perder muito tempo. Depois foi ir na tentativa de recuperar o que pudesse, mas na acesa disputa acesa que se trava no meio do pelotão, houve uma com um adversário mais intensa que me deixou fora da corrida”, contou Rodrigues, o piloto da Target Racing apoiado pelo Benfica. 

O piloto português referiu também que “neste campeonato a qualificação é decisiva, e por isso os resultados não foram os esperados”.

Eis a corrida na íntegra.

Uma confissão de Alan Jones

Aos 70 anos, Alan Jones goza a reforma na Austrália, fazendo também de comentador na televisão local, quer para a Formula 1, quer para o V8 Supercars. Mas de vez em quando lá conta uma historieta dos seus tempos na Formula 1, onde foi o primeiro campeão pela Williams, em 1980. 

Recentemente, Jones escreveu - e publicou - a sua biografia, com o sugestivo título de "How Alan Jones Climbed to the Top of Formula One" (Como Alan Jones Subiu ao Topo da Formula 1, numa tradução à letra), onde escreve umas linhas sobre o seu segundo regresso à Formula 1, em 1985, ajudando no projeto da americana Lola-Haas.

No final dessa temporada, o pelotão da Formula 1 foi a Kyalami, ao polémico GP da África do Sul, numa altura em que a comunidade internacional fazia fortes pressões para boicotar o país, que estava na altura submetida ao regime do "apartheid", de minoria branca. A Formula 1 era a única competição que visitava aquele país, e algumas equipas, nomeadamente os franceses da Renault e da Ligier, decidiram não ir lá competir. E Jones também decidiu não competir nesse dia, apesar de ter corrido por ali na qualificação. Apesar de ter alegado um virus, sempre se desconfiou que a razão tinha sido outra. E ele conta ali o que aconteceu, afirmando que não correu... por sugestão de Bernie Ecclestone.

Jones fala que isto aconteceu no sábado à noite, depois da qualificação, quando foi convocado para o quarto onde estava Bernie. "Não tinha a certeza do que tinha feito desta vez, fui lá ter com ele. Quando bati à porta, Bernie perguntou-me: 'Como você se sente?'", recorda.

"'Que chances tens de ganhar a corrida amanhã?' perguntou Ecclestone. Jones disse: 'Se eu começar agora, provavelmente são boas'".

De acordo com Jones, Ecclestone continuou: "Bem, eu tenho uma idéia. Se você der baixa e não puder correr neste fim de semana, nós lhe daremos o prémio do primeiro lugar. Vá para casa e visite Austrália", concluiu.

Jones saiu do hotel no dia seguinte, algo do qual apenas Carl Haas e Teddy Mayer sabiam, e o resto do mundo soube que o australiano estava doente. A razão para todo este esquema foi que a Haas era patrocinada pela Beatrice Foods, uma importante corporação americana, e tinha sido ameaçada de um boicote por parte do movimento dos Direitos Cívicos, então liderada por Jesse Jackson. E para evitar isso, arranjou-se um motivo de "força maior", logo, uma doença inesperada que o impedisse de correr, e tirando um pouco a razão dos protestos na América.

Duas semanas depois, na Austrália, Jones alinhou na corrida sem problemas. "Fiz uma recuperação milagrosa para o Grande Prêmio da Austrália, que também andei bem", recorda, em jeito de conclusão.