sábado, 24 de outubro de 2015

A imagem do dia

Semana que vêm, a Formula 1 volta ao México, após 23 anos de ausência. E num circuito que, com algumas modificações, acolheu a Formula 1 em dois períodos distintos, o primeiro entre 1963 e 1970, e o segundo, entre 1986 e 1992. Mas foi nesse primeiro periodo que aconteceu o momento do qual coloco aqui a foto, tirado por Bernard Cahier.

E vale a pena falar desse momento, pois é único: a única vitória de Richie Ginther, a primeira vitória da Goodyear e da Honda, na última corrida dos carros com motores de 1.5 litros.

A aventura da Honda tinha começado no ano anterior, com o desconhecido piloto americano Ronnie Bucknum, e onde os resultados foram modestos. Contudo, a contratação de Ginther, vindo da BRM, fez melhorar um pouco o modelo RA272, que tinha um motor V12 com cerca de 230 cavalos de potência. A temporada foi sofrida, mas o engenho de Ginther compensou quando acabou no sexto posto no GP da Bélgica, dando o primeiro ponto à marca japonesa. E repetiu a mesma posição em Zandvoort, no GP da Holanda.

Contudo, apesar destes resultados algo encorajadores, o motor era pesado e não muito fiável, e não se aproximavam muito da conquistadora Lotus, com o seu motor Coventry Climax de quatro cilindros em linha, e a marca japonesa sabia que teria de trabalhar muito para melhorarem a sua performance. Foi por causa disso que decidiram não ir a Nurburgring, palco do GP da Alemanha, onde se estrearam um ano antes. Mas no regresso, os progressos foram muitos, e havia expectativas quando chegaram à Cidade do México, palco da última corrida da temporada, com tudo resolvido.

Ali, Ginther conseguiu a melhor qualificação do ano, com um terceiro lugar, ao lado de Jim Clark e Dan Gurney, e na corrida, o americano ficou com liderança, perseguido por Clark, Hill e Jackie Stewart. Contudo, os três tiveram problemas e acabaram por desistir, com Gurney a persegui-lo até ao fim, no seu Brabham.

No final, Ginther era um piloto feliz por ter dado aos japoneses a sua primeira vitória na Formula 1, numa altura tão importante da modalidade. E mesmo Ronnie Bucknum não ficou esquecido, pois foi ali que alcançou os seus únicos pontos da sua carreira, qualdo levou o seu carro até ao quinto posto. Era o final de uma era, e os japoneses alcançaram aquilo que mais tarde chamaram de "o sonho impossivel". E eles nunca mais esqueceram desse momento.

Formula 1 2015 - Ronda 16, Estados Unidos (A qualificação... que não aconteceu)

A Formula 1 passa a ideia de que, faça sol ou chuva, o espectáculo tem de continuar. Existem muitos exemplos no passado que provam que desafia sempre os elementos e os avisos de maior prudência em relação ao tempo. Já enfrentou tufões e furacões e não se moveu, numa teimosia que quase roçou o bom senso. E por vezes - como sabemos o que aconteceu em Suzuka, há um ano - as consequências foram trágicas.

Este fim de semana, a Formula 1 está em paragens texanas, mas quando Bernie Ecclestone fez o calendário, não esperava que este fim de semana, existisse a ameaça de um furacão à vista. O "Patricia" atingiu a costa mexicana na sexta-feira à tarde, com uma força de Grau 5, tornando-se no segundo mais forte da história, superando apenas o tufão "Yip", que esteve ativo durante vinte dias no Pacifico central e Japão, em outubro de 1979. Contudo, apesar da força, este sábado, as montanhas mexicanas fizeram o seu papel e praticamente se transformou numa depressão tropical. Tão rapidamente se fez... quanto se desfez.

Mas a depressão tropical continua a sua marcha para o Texas, e este sofre com a chuva constante. Tão constante que as pessoas foram avisadas de inundações na zona e as autoridades evitaram deslocações inúteis ao Circuito das Americas, que fica a 30 quilómetros do centro da cidade de Austin. Mas apesar das más condições, houve o terceiro trino livres, onde Lewis Hamilton conseguiu ser mais veloz do que a concorrência, liderada por Sebastian Vettel e Nico Hulkenberg. E a partir dali, começou a surgir o rumor de que esse poderia ser a verdadeira qualificação, caso o tempo piorasse.

E à medida que a hora se aproximava, o tempo permanecia inalterado: céu cinzento e a chuva sem parar. Sabia-se que poderia haver um "plano B", ou seja, adiar a qualificação para mais tarde, até domingo de manhã. Mas já se sabia que a cada hora que passava, mais a depressão "patriciana" se aproximava, vertendo o que tinha a verter, e a chance do treino livre do inicio do dia de ser a qualificação real... era real, passe a redundância.

Menos de meia hora do começo da qualificação, veio o primeiro aviso: adiamento até às 14:15 locais (19:15 em Lisboa), e a chuva não parecia abrandar. Os delegados da FIA, entretanto, esclareciam que o critério era que a qualificação poderia ser adiada até ao dia seguinte, pelas nove da manhã locais. Mas à medida que passavam os minutos, o tempo parecia que piorava, e o seu começo adiado.

E enquanto passavam os minutos, e depois as horas, as equipas entretinham enquanto podiam. Eles sabiam que os espectadores tinham pago para lá estar, e claro, eles faziam o melhor que podiam. Até Daniel Ricciardo decidiu dançar, enquanto que a a Sauber presentava o seu novo barco... perdão, carro, para o seu 400º Grande Prémio da sua história. E a Force India aceitava o desafio, enquanto que Sainz e Verstappen entravam nos seus carros, preparando-se para a corrida. Isto é: os pais de Sainz e Verstappen!

No final, foi uma tarde divertida para toda a gente, pois o final era mais do que sabido: qualificação cancelada e adiada para as nove da manhã de domingo, hora local. O "Patricia" fazia das suas, mas há a esperança de que no domingo, a chuva desapareça e o sol faça a sua aparição, dando tempo para que a programação siga conforme planeado, mas vai ser tudo compactado, pois o espectáculo tem de continuar, e na semana que vêm, haverá mais, na Cidade do México.

As imagens do dia










Imagens desta tarde, em Austin. Mesmo com a chuva a cair de forma incessante, as coisas não andam aborrecidas no Circuito das Américas. Danças, barcos, autocarros... os pilotos e mecânicos fazem de tudo para entreter os heróis que enfrentaram uma tempestade para poder ver uma qualificação... que pode não acontecer.

São quase nove da noite, hora de Lisboa, e vamos a ver se haverá tempo para ainda correr esta qualificação. Se não, tenta-se amanhã. Mesmo com o (agora) a depressão "Patricia" a caminho...

Youtube Motorsport Electric Race: A corrida de Pequim na integra


Esta sábado de manhã começou com a etapa inaugural da Formula E. Para quem não viu a corrida por algum motivo, eis os videos da prova chinesa, caso queiram ver enquanto esperam para saber se teremos a qualificação do GP dos Estados Unidos...

Para quem já viu, recordo que Sebastien Buemi foi o grande vencedor desta corrida, na frente de Lucas di Grassi e Nick Heidfeld.

Youtube Motorsport Weirdness: O gato na pista de Pequim

Toda a gente fala que a Formula E é uma competição silenciosa, e claro, tem os seus apoiantes e detractores. E esse silêncio é uma novidade tão grande... que os animais ainda não se habituaram! Daí o aparecimento deste gato no meio da pista, esta manhã, durante a corrida de Pequim. Felizmente, nem o "ruivo", nem os pilotos saíram prejudicados deste incidente.

Formula E: Buemi domina em Pequim

A nova temporada da Formula E começou neste sábado de manhã em Pequim com o domínio do e.dams de Sebastien Buemi, que fez o "triplete" ao conseguir não só vencer, como também de fazer a pole-position e a volta mais rápida. Lucas di Grassi , no seu Abt, e Nick Heidfeld, no seu Mahindra, ficaram com os restantes lugares do pódio, enquanto que António Félix da Costa ficou pelo caminho, depois de bater em Jacques Villeneuve.

O fim de semana chinês começou com 18 dos vinte carros presentes, dado que a Trulli GP acabou por não alinhar por causa da burocracia. Alguns dos componentes ficaram retidos na alfândega chinesa, e apesar dos esforços para serem desbloqueados, este não foram a tmepo das verificações técnicas, logo, os carros guiados por Salvador Duran e Vitantonio Liuzzi viram a sua estreia adiada para a corrida seguinte, em Putrajaya.

Nos treinos livres, via-se que os e.dams vinham logo ao que iam fazer, e era logo o dominio: Sebastien Buemi ficou com a pole-position, e o seu companheiro de equipa, Nicolas Prost, ficou com o segundo posto, monopolizando a primeira linha da grelha de partida. E também foram os unicos a irem para a "superpole", para além de Lucas di Grassi e Nick Heidfeld, e o Virgin de Jean-Eric Vergne. António Félix da costa apenas conseguiu o 16º tempo no seu Aguri, na frente de Nathanel Berthon, enquanto que o atual campeão, Nelson Piquet Jr, era o último, a mais de três segundos do "poleman".

A corrida começou com Nicolas Prost a largar melhor, mas o suiço ganhou a posição na primeira curva, começando então a distanciar-se da concorrência. Heidfeld conseguiu ficar com o segundo posto, na frente de Prost qenquanto que atrás, Félix da Costa começou a recuperar posições, chegando depois ao nono posto.

Na volta 3 acontece a primeira desistência, quando a suiça Simona de Silvestro despistou-se com o seu Andretti, mas não se decidiu colocar as bandeiras amarelas. Com a troca de carros, a meio da corrida, Buemi não perdeu o comando, mas o português da Aguri perdeu quando demorou na troca de carros. Quando voltou à corrida, colidiu com Jacques Villeneuve, na volta 15, obrigando à entrada do Safety Car. 

Com o regresso da bandeira verde, Prost conseguiu passar Heidfeld para o terceiro posto, mas a duas voltas do fim, a sua asa traseira quebra-se e é obrigado a ir às boxes. No final, Heidfeld conseguiu segurar o terceiro posto face aos ataques de Loic Duval e Jerôme D'Ambrosio. Oliver Turvey foi o sexto, na frente de Sam Bird, Nathanel Berthon, Daniel Abt e o holandês da Andretti, Robin Frijns.

Buemi comanda o campeonato com 25 pontos, contra os 18 de Lucas di Grassi e os 15 de Nick Heidfeld. Agora, a Formula E volta a correr dali a duas semanas, desta vez em paragens malaias.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Noticias: Jolyon Palmer será piloto da Lotus-Renault em 2016

A Lotus-Renault anunciou esta noite em Austin que o britânico Jolyon Palmer, que nesta temporada é o terceiro piloto da marca, será seu piloto na temporada de 2016, em substituição de Romain Grosjean e ao lado do venezuelano Pastor Maldonado.

"Estou obviamente muito contente por correr na Fórmula 1 no próximo ano", começou por falar o filho de Jonathan Palmer. "A Lotus F1 Team deu-me uma tremenda oportunidade nesta temporada e agradeço-lhes por ajudar no meu desenvolvimento a um nível onde eles colocaram a sua confiança em mim para uma temporada crucial na minha evolução" continuou.

"Aprendi muito no meu ano como piloto de reserva e por isso estou ansioso para colocar tudo isso em prática como piloto de corridas em 2016", concluiu.

Gerard Lopez, o diretor da Lotus, mostrou-se feliz com a contratação e Palmer: "Nós vimos o esforço e talento de Jolyon nesta temporada e a maneira como se aproximou no seu papel, mostra que foi uma escolha muito popular para a equipa. Além de ter um grande futuro pela frente, Jolyon é um ativo inteligente e altamente comercializável para a equipa" afirmou Lopez.

"Ele merece essa oportunidade, e todos em Enstone estão animados para ver o que ele pode alcançar na próxima temporada", concluiu.

Filho de Jonathan Palmer, que correu entre 1983 e 1989 em equipas como Williams, RAM, Zakspeed e Tyrrell, Jolyon tem 24 anos de idade (nasceu a 20 de janeiro de 1991) e começou a correr em monolugares em 2005, na T Cars Series. antes de passar para a Formula Palmer Audi em 2007, onde foi terceiro classificado em 2008. Em 2009 passou para a Formula 2, onde se tornou vice-campeão em 2010, antes de passar para a GP2 Series em 2011, onde ficou por três temporadas até ser campeão em 2014.

Nessa temporada, Palmer tornou-se piloto de reserva da Force India, antes de passar este ano para a Lotus, como terceiro piloto.

A imagem do dia (II)

Na véspera da primeira corrida do ano, em Pequim, só a Formula E poderia juntar quatro sobrenomes famosos do automobilismo: Senna, Prost, Piquet e Villeneuve. Três filhos e um sobrinho, e um deles campeão do mundo.

Veremos o que farão nesta temporada.

As imagens do dia






Austin, esta sexta-feira à tarde. De facto, as condições não vão ser muito diferentes ao longo deste final de semana. E ainda por cima, há rumores de que o furacão Patrícia, considerado o mais poderoso de que há registo (e que está neste momento no México), poderá rumar para... norte.

Vamos a ver se haverá corrida neste domingo. 

A imagem do dia

No inicio de mais uma nova temporada da Formula E, amanhã em Pequim, eis o retrato de familia dos pilotos que vão participar nesta competição.

WRC 2015 - Rali da Catalunha (Dia 1)

Sebastien Ogier acabou este dia no lugar do costume: no comando do rali da Catalunha, mas para lá chegar, teve de penar um bocado, pois Jari-Matti Latvala e Ott Tanak não lhe facilitaram a sua vida, bem como Robert Kubica, que chegou a liderar o rali, mas foi mais uma vez vitima do azar, graças a dois furos.

Depois de Hayden Paddon ter feito o melhor tempo no "shakedown" (provavelmente para comemorar a renovação do seu contrato...), o rali começou com Sebastien Ogier a ser o melhor na Super-Especial de abertura, conseguindo bater Thierry Neuville por 2,1 segundos. Contudo, o facto do francês abrir a estrada nesta sexta-feira (onde todas as classificativas eram em terra) daria esperança aos que partiam atrás dele de atacar, e foi o que fizeram. 

Primeiro, foi um... empate entre Paddon e Mads Ostberg, com Ogier a perder três segundos para a concorrência. E depois, Robert Kubica foi o mais veloz na terceira classificativa e liderava o rali. Pelo meio, começavam a surgir as primeiras vitimas: o italiano Lorenzo Bertelli capotara o seu Ford na segunda especial, mas sem consequências fisicas e muitos estragos no seu carro.

O polaco manteve a liderança na classificativa seguinte, apesar desta ter sido vencida por Ott Tanak, e por esta altura, os Volkswagen estavam em lugares mais discretos, entre o sexto e o oitavo posto. Algo que Ogier não o deixava satisfeito: "Tenho de atacar mais mas estou a pensar demasiado na próxima prova, em Gales", confessava então.

Na classificativa mais longa do dia, a primeira passagem por Terra Alta (35,68 km), Latvala e Ogier responderam, conseguindo respectivamente o primeiro e segundo tempo, mas com o francês a liderar por meros 0,8 segundos. O unico que acompanhou os Volkswagen foi Ott Tanak, enquanto que Robert Kubica teve dois furos, que o fizeram perder quase cinco minutos e o fizeram cair para o 29º posto. Tanak voltou a atacar na classificativa seguinte, voltando a vencer (empatado com Kubica) e subiu para o segundo posto.

O estónio continuou ao ataque, mas Latvala respondeu na classificativa seguinte, apesar de ele não ter sido o vencedor (foi Ostberg quem venceu), e ambos ficaram separados por 1,6 segundos. Tanak venceu na oitava especial e encurtou as distâncias, mas na última classificativa do dia, a segunda passagem por Terra Alta, foi Ogier que marcou o ritmo e foi o grande vencedor, chegando com uma vantagem de 7,2 segundos sobre Latvala, e acabando por liderar o ralo com quatro segundos de avanço. Ott Tanak foi quarto na classificativa e ficou com o terceiro posto, agora a 11,3 segundos da liderança.

Dani Sordo é o quarto classificado, a 26 segundos da liderança, e o melhor dos Hyundais, na frente de Mads Ostberg, também o melhor, mas dos Citroen. Anders Mikkelsen é o sexto, na frente de Hayden Paddon, no segundo Hyundai, enquanto que Kris Meeke e o oitavo. A fechar o "top ten" estão o terceiro Hyundai de Thierry Neuville e o Ford de Elfyn Evans.

O rali da Catalunha volta amanhã, com as classificativas em asfalto.

Formula 1 em Cartoons - Austin pré-GP (Cire Box)

Com a história da penalização dos Ferrari para a corrida americana, parece que está tudo pronto para a festa do título de Lewis Hamilton em Austin. 

Mas... será? É que pelo guarda-chuva deixado de lado, vai ser cá uma carga de água para aquelas bandas...

Trulli não corre em Pequim... por causa da burocracia

A primeira corrida da Formula E, em Pequim, terá apenas 18 carros a alinhar na corrida chinesa. É que a Trulli GP, a equipa de Jarno Trulli, não alinhará no evento devido a... razões burocráticas. Os atrasos na alfandega chinesa de alguns dos seus componentes, como a unidade de energia, fizeram com que esta pedisse tempo à organização, para que pudessem desbloqueá-las, mas como não conseguiram fazer antes dos treinos livres de hoje, a organização da Formula E não teve outra chance senão excluir os carros guiado por Salvador Duran e Vitantonio Liuzzi.

Assim sendo, a estreia dos carros italianos acontecerá apenas na segunda corrida do ano, em Putrajaya, que acontecerá a 7 de novembro.

Este contratempo é o mais recente de uma equipa que teve uma pré-temporada caótica, pois devido a problemas nas suas unidades de potência, nos testes de Domington Park, durante o mês de agosto, não conseguiu marcar qualquer tempo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A imagem do dia

Romain Grosjean, piloto da Lotus e futuro piloto da Haas, esta quinta-feira, e começa a estar no espírito de Austin.

Vai chover no fim de semana... e muito

Lembram-se do video que coloquei esta tarde sobre a possibilidade de chuva em Austin? Pois bem, no sábado pode cair a chuvarada que viram no video. As autoridades locais disseram que há risco grande de inundações, pois poderão cair cerca de 70 mililitros de chuva, quase dez vez vezes mais do que a média para este mês.

E isso pode fazer com que a qualificação tenha de ser adiada para o dia seguinte, pois para além da chuva forte, haverá também vento, que poderá inviabilizar a competição para aquele dia. E assim sendo, a FIA tem um "plano B", que poderá fazer com que a qualificação aconteça pelas nove da manhã de domingo, algumas horas antes da corrida propriamente dita. E será por volta das 14 horas na Europa, o que seria um horário aceitável.

Por agora, mantêm-se tudo como está, mas tudo está preparado para lidar com algum imprevisto.

As pinturas de Ricardo D'Assis Cordeiro






No meio de todos os eventos do fim de semana do Algarve Classic Festival, o pintor Ricardo D'Assis Cordeiro vai estar presente com os seus quadros na boxe da Racing School, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, entre esta sexta-feira e domingo.

E coloco aqui alguns dos quadros que ele tem feito nos últimos tempos. E valem a pena!

Noticias: Ferrari troca de motor em Austin e quebra limite

A Ferrari confirmou esta quinta-feira que vai trocar de motor nos seus carros em Austin, e é provável que Sebastian Vettel (e Kimi Raikkonen) irão ter uma penalização de dez lugares e provavelmente facilitará imenso o tricampeonato de Lewis Hamilton, que pode ser alcançado este fim de semana. 

A decisão foi tomada pelo simples facto de eles terem chegado à conclusão de que os motores italianos não iriam chegar ao final do ano sem quebrar o limite de quatro por temporada. E a penalização tem a ver com a nova unidade de combustão interna, que será o quinto da temporada, ao contrário de outros componentes, como o MGU-K e as baterias, que ainda não alcançaram o seu limite. 

"Vamos receber essas dez posições de punição, mas este sempre foi o plano. Não é um grande segredo, não é surpresa para nós. A verdade é que este sempre foi o nosso plano ter o motor mais forte possível em cada momento da temporada. Acho que a nossa equipe de motores fez um trabalho excelente, então isso não deve ser entendido como um ponto baixo. Na verdade, é muito positivo", começou por dizer Vettel.

"Se você olhar só para esta corrida, não é uma boa notícia, mas é preciso olhar para todo o projeto, toda a temporada, e sempre foi o plano ter um motor novo daqui até o fim do ano. Obviamente, temos que cumprir essa punição, mas o positivo é que isso vai nos deixar dar grandes passos", completou o piloto alemão, atual segundo classificado no campeonato.

Contudo, este anuncio também significa que a nova evolução do motor, preparada para o final da temporada e como base para 2016, não será usado. É que em Maranello chegou-se à conclusão que essa unidade não teria as vantagens que esperavam ter, sem alterações profundas no chassis. Segundo conta Luis Vasconcelos, na Autosport portuguesa, qualquer alteração profunda teria de ser uma "versão B" desse chassis, e tal teria de passar nos testes de impacto da FIA. E faltam quatro corridas para o seu final...

Youtube Endurance Crash: Austin debaixo de chuva

Com as noticias a darem a possibilidade de chuva no fim de semana americano, não seria mau de todo recuar dois anos, mais concretamente a 2014, quando a Endurance visitou a pista de Austin para as Seis Horas no mesmo circuito. É que nessa tarde de setembro, os carros andaram a deslizar pela pista - literalmente! - devido à chuvada forte que caiu naquele sitio.

Espero que não seja assim no domingo. Mas ficam já avisados... 

GP Memória - Malásia 2000

Uma semana depois da Ferrari alcançar o seu primeiro título mundial em 21 anos, e o primeiro com Michael Schumacher ao volante, máquinas e pilotos deslocavam-se à Malásia, para a última corrida da temporada. Essa foi uma prova onde se assistiram a algumas despedidas, como a de Johnny Herbert, que depois de onze temporadas de bons serviços, na Benetton, Lotus, Ligier, Benetton, Sauber, Stewart e Jaguar, pendurava o capacete e iria tentar a sua sorte - segundo dizia - na IndyCar.

Quem andava com as coisas indecisas era Alexander Wurz, que terminava o contrato com a Benetton, mas não sabia o que iria fazer depois. Queria ficar como piloto titular, mas na realidade, a sua melhor oferta acabou por ser o da McLaren, que o contratou para ser piloto de testes, e lá ficou até 2006, quando rumou para a Williams. Quem também acabaria por fazer a sua última corrida seria Pedro Diniz, que no ano seguinte decidira ser acionista na Prost, que se livraria dos motores Peugeot e passaria para a ter motores Ferrari.

No final da qualificação, Michael Schumacher ficou mais uma vez com a pole-position, com Mika Hakkinen a seu lado, enquanto que na segunda fila, David Coulthard partilhava-a com Rubens Barrichello. Alexander Wurz era o quinto, com o seu Benetton, seguido pelo BAR de Jacques Villeneuve. Eddie Irvine era o sétimo, no seu Jaguar, seguido pelo Williams-BMW de Ralf Schumacher. A fechar o "top ten" estavam os Jordan de Jarno Trulli e Heinz-Harald Frentzen.

A corrida começou com Hakkinen a conseguir passar Schumacher na liderança e a ficar no primeiro posto no final da primeira volta. Atrás, Coulthard conseguiu também passar Schumacher e ficar com o segundo lugar, mas atrás, na primeira curva, houve confusão, quando o Arrows de Pedro de La Rosa, o Prost de Nick Heidfeld e o Sauber de Pedro Diniz bateram uns com os outros, arrastando também o outro Prost de Jean Alesi. Contudo, o francês foi capaz de continuar. O Safety Car teve de entrar na pista enquanto que eram retirados os destroços, e a corrida regressou ao ativo na terceira volta.

Na frente, Hakkinen foi passado por Coulthard e pelos dois Ferrari, caindo para o quarto posto, e pouco depois, os comissários viram as imagens da partida e determinaram que o piloto da McLaren tinha queimado a partida e ele foi obrigado a fazer um "stop and go", perdendo ainda mais tempo. Na frente, Coulthard tentava ganhar segundos até que na volta 10, sofreu um despiste e alguns dos destroços furaram um dos seus radiadores. Contudo, ele só foi às boxes na volta 17, regressando à pista no sexto posto.

Com isto, Schumacher era o líder, abrindo vantagem para Barrichello até ter uma diferença de 8.8 segundos na volta 24, altura em que fez a sua primeira paragem nas boxes. Barrichello fez a mesma coisa uma volta depois, e caiu para terceiro por causa de Coulthard, enquanto que Hakkinen era sétimo, atrás de Jacques Villeneuve. Pouco depois, este passou o canadiano, entrando nos pontos, mas não sem alguma luta.

Na frente, Coulthard aproximou-se de Schumacher, ficando a dois segundos na volta 38, altura em que o escocês foi para as boxes para fazer o segundo reabastecimento. Schumacher seguiu-o na volta seguinte, depois Barrichello na volta 40. O alemão manteve o comando, mas o escocês aproximou-se bastante, ficando a dois segundos dele a partir da volta 45. Três voltas depois, Johnny Herbert terminava a sua carreira na Formula 1 com um acidente contra as barreiras de proteção, acabando por ser tirado pelos comissários de pista, mas a corrida não foi interrompida.

No final, Schumacher controlou a aproximação de Coulthard e acabou com menos de um segundo de diferença entre os dois, mas com o piloto da Ferrari a ficar com a última vitória da temporada. Rubens Barrichello ficou com o lugar mais baixo do pódio, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficaram Mika Hakkinen, o BAR de Jacques Villeneuve e o Jaguar de Eddie Irvine.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A imagem do dia

Por incrível que pareça, já passaram 25 anos sobre este momento. E após estes anos todos, continua a ser uma das corridas mais marcantes que jamais assisti. E digo isto por muitas razões. A primeira foi que acabou por ser a primeira corrida que foi transmitida em direto pela televisão. Até então, todas as corridas aconteciam de manhã, horas após esta acontecer, e os eventos do ano anterior fizeram com que desta vez, todos fossem ver a corrida pelas cinco da manhã.

E depois, a atmosfera electrizante sobre aquele momento. Tal como em 1989, era Ayrton Senna contra Alain Prost, McLaren, contra Ferrari. O brasileiro tinha a vantagem, ao contrário do que acontecera no ano anterior, mas Prost tinha recuperado alguma coisa na corrida anterior, em Jerez. A ideia de adiar tudo para Adeleide, a última prova do ano, poderia apavorar Senna, mas sabia que tinha tudo controlado... se a FISA e Jean-Marie Balestre não interferissem.

E esse é que foi o problema: Balestre interferiu na história de mudar o lugar da pole-position. De uma certa maneira, quando vemos a figura da entidade suprema do automobilismo, entende-se que seria árbitro e não apoiasse nenhum lado. E com essa história, e sabendo que Balestre gostava dos franceses, não deixou escapar a ideia de que, se ajudasse Prost a ganhar a vantagem, as coisas seriam decididas na última corrida do ano, onde mais uma vez acordaríamos muito tarde (ou muito cedo) para ver um duelo de final imprevisível. Se não era levar ao colo, era muito perto disso.

Claro, Senna não deixou passar a afronta. Vingou-se. E mesmo depois de tudo acontecer, quando Balestre não sancionou o gesto do piloto brasileiro, deu a ideia de que tinha entendido a mensagem.

Mas o que se passou naquela primeira curva deu origem a um "bodo aos pobres". Gerhard Berger despistou-se na volta seguinte, porque... queria saber como ambos estavam, e Nigel Mansell teve uma das suas manobras "brutânicas", quando a sua embraiagem quebrou na saída das boxes, após ter feito uma troca de pneus. Restou Nelson Piquet e o seu novo companheiro de equipa, Roberto Moreno, que substituía o acidentado Alessandro Nannini, que levaram os Benetton até ao lugar mais alto do pódio e comemorar aquele que é até hoje a última dobradinha de brasileiros na Formula 1.

E para finalizar, o Japão teve o privilégio de ver pela primeira vez na sua história um dos seus pilotos no pódio, na figura de Aguri Suzuki e o seu Larrousse-Lamborghini, que 499 corridas após o começo do Mundial de Formula 1, a bandeira japonesa também apareceria no pódio. E foi o momento mais alto de um piloto que acabou por ser construtor, quer na Formula 1, quer na Formula E. E depois, dele, apenas Kamui Kobayashi repetiu o feito. 

Yuoutube Motorsport Drift: A nova máquina de Ken Block

Ken Block gosta de Fords, mas até agora não tinha tido a oportunidade de andar num dos carros mais memoráveis dos ralis nos anos 70: o Ford Escort MKII, um carro de tração traseira que andou nas mãos de centenas de pilotos e que deu o título mundial a Ari Vatanen, em 1981.

Pois bem, Block tem finalmente um MKII à sua disposição e modificou-o no sentido de o fazer uma máquina de "drift", para potencializar ainda mais a sua capacidade de "dançar", que fazia nas classificativas de todo o mundo há uns bons 40 anos...

Rumor do dia: Meeke e Neuville trocam de lugar?

Na véspera do Rali da Catalunha, os rumores sobre 2016 estão a voar e a mais recente fala de uma "troca de cadeiras" entre a Citroen e a Hyundai. O britânico Kris Meeke poderá estar de saída, rumo à Hyundai, em troca com o belga Thierry Neuville, que tem tido uma temporada decepcionante ao volante dos carros coreanos.


Segundo conta hoje a Autosport portuguesa, Meeke foi visto a sair recentemente das instalações da Hyundai, na Alemanha, o que poderá indicar que se tratou de mais do que uma mera visita de cortesia, pois o piloto britanico, vencedor este ano do Rali da Argentina, poderá estar interessado no lugar, pois o seu contrato com a marca francesa termina este ano. Por outro lado, Neuville só termina o seu vinculo à marca coreana em 2016, mas recentemente, foi "despromovido" para a equipa B, em troca com o neozelandês Hayden Paddon, que renovou recentemente o seu vinculo e recebeu fortes elogios de Michel Nanadan, o diretor da marca no WRC. 

Curiosamente, ambos estão juntos no campeonato, separados por... três pontos (86 para Neuville contra 83 de Meeke) mas em termos de regularidade, o inglês perde para o norueguês Mads Ostberg, que tem mais 15 pontos do que o inglês. E para a marca francesa, seria interessante ter alguém a falar francês no meio da equipa para ver se continuaria o vinculo da marca do "double chevron" no WRC, que ameaça não continuar a partir de 2016.

Veremos até que ponto isto tem pernas para andar.

Youtube Motorsport Ad: O futuro, segundo a Mercedes


Hoje é 21 de outubro de 2015, o dia em que Marty McFly e "Doc" Emmet Brown aparecerão vindos do passado, com o seu DeLorean, para ver o que nos tornamos. O filme "Regreso ao Futuro" tornou-se no clássico de uma geração e hoje comemora-se essa data com diversas iniciativas.

Mas a Mercedes também se associou a esse dia, colocando o seu carro automático - leia-se, o carro sem condutor - numa série de curtos anuncios para homenagear o filme e claro, Doc Brown. 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

A imagem do dia


Desde há algum tempo que Juan Pablo Montoya andava a namorar a ideia. E não é algo completamente virgem: já venceu por duas vezes as 24 Horas de Daytona. E o seu rico palmarés, aliado ao seu carisma de uma pessoas politicamente incorreta, alia-se a isso. Aos 40 anos de idade, e depois de ter vencido este ano as 500 Milhas de Indianápolis - e ter perdido o campeonato porque o adversário tinha mais vitórias do que ele... - o piloto colombiano poderá estar à procura de um novo desafio, e este poderá ser Le Mans.

Ao contrário da Formula 1, a IndyCar tem uma maior flexibilidade e com a hipótese desta compatibilizar, ao contrário da primeira, que vai ter um "GP da Europa" em... Baku, no mesmo fim de semana das 24 Horas de Le Mans, poderá colocar o colombiano ao volante de um dos seus Porsches, provavelmente no lugar de Nico Hulkenberg, que não poderá defender a sua vitória na clássica de La Sarthe devido aos seus compromissos com a Force India.

A foto de hoje - que vi no sitio do Rodrigo Mattar - mostra o piloto sorridente a fazer o seu banco, provavelmente com vista a um teste, provavelmente após as Seis Horas do Bahrein. E caso tudo aconteça, a ideia nem é fazer só as 24 Horas, mas também as Seis Horas de Spa-Francochamps, que são uma antecâmara da corrida francesa. E a acontecer, seria a perseguição de algo raro: conseguir uma "tripla coroa", juntando La Sarthe à vitória no GP do Mónaco, nas 500 Milhas de Indianápolis, algo que apenas Graham Hill têm. E Montoya tem vitórias nas outras duas clássicas.

Vamos a ver no que isto poderá dar. Pelo sorriso, é bom sinal.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

WRC: Hayden Paddon fica mais três anos na Hyundai

A boa temporada de Hayden Paddon foi recompensada pelos responsáveis da Hyundai com a renovação do seu contrato por mais três anos. O anuncio foi feito esta segunda-feira de forma oficial, a poucos dias do Rali da Catalunha. 

"As duas últimas temporadas tem sido incríveis e temos crescido muito. A equipa me ajudou na nossa progressão e no nosso ritmo. Eu não tenho nenhuma dúvida de que vamos alcançar vitórias em breve. Estamos a trabalhar para tornar-nos campeões do mundo e eu acho que a Hyundai vai oferecer a melhor oportunidade. A primeira meta pessoal para 2016 é rumar para a nossa primeira vitória", afirmou Paddon ao site WRC.com.

A renovação do contrato de Paddon satisfez Michel Nandan, o diretor desportivo da marca, que aposta no talento do piloto neozelandês. "Desde o início do nosso programa WRC que queríamos apoiar novos talentos e Hayden mostrou o quão bem sucedido isso pode ser. Pessoalmente, eu quero ver o que ele pode fazer nos próximos três anos com a Hyundai Motorsport", comentou Nandan.

Aos 28 anos de idade (nascido a 20 de abril de 1987), Hayden Paddon é o tricampeão neozelandês de ralis, e anda no WRC desde 2007, quando participou na categoria de Produção no Pirelli World Challenge, ode se tornou campeão em 2011, alcançando também os seus primeiros pontos. No ano seguinte passou para o SWRC, a bordo de um Skoda Fabia S2000, acabando no quarto lugar da classificação geral, continuando em 2013. Em 2014, foi escolhido como o terceiro piloto da Hyundai, ao lado de Dani Sordo e Thierry Neuville, onde alcançou um sexto lugar na Austrália como o melhor resultado.
Em 2015, Paddon está a ter a sua melhor temporada de sempre, alcançando o seu primeiro pódio na Sardenha, e andando muitas das vezes mais rápido que Neuville e Sordo, sendo o melhor dos pilotos da equipa coreana. Neste momento, é o oitavo classificado do Mundial, com 66 pontos.

A imagem do dia

Passam hoje 30 anos sobre um dos momentos mais controversos da Formula 1, e de como ela, em termos de direitos humanos e de democracia, tem um registo absolutamente execrável. Para quem seja mais novo, e não viveu isto, quero dizer que estas visitas do calendário a países com um registo democrático duvidoso não é de agora. Não é de agora a Formula 1 visite sítios como o Golfo Pérsico ou a Rússia, e ter a intenção de visitar o Azerbeijão, que gastam dezenas de milhões de dólares das receitas petrolíferas (enquanto que a cotação do ouro negro esteve bem alta) para fazerem "elefantes brancos" dos quais, passada uma Formula 1 que nestes dias que passam vive cada vez mais no alto da sua bolha, vire um deserto. Vemos isso agora com a Coreia do Sul, Turquia e India, por exemplo.

Mas na geração anterior, Bernie Ecclestone arranjava os seus lugares exóticos e de reputação duvidosa, fora da Europa, em sitios como a Argentina, o Brasil e a África do Sul. E o caso sul-africano era o mais flagrante, especialmente a partir de meados da década de 80.

Desde 1948 que a África do Sul vivia um regime de segregação racial, num governo de minoria branca (cerca de dez por cento da população) de um partido "afrikans", ou seja, uma minoria de descendentes de holandeses numa antiga colónia britânica. E nesse regime, aos negros, a grande maioria (cerca de 75 por cento), eram-lhes negado tudo: o direito a uma habitação condigna, a uma educação, a oportunidades de emprego, até de casar com brancos! E se achariam que só eles é que eram discriminados pela cor da pele, diremos que isso era aplicado a todos que não fossem brancos: mestiços, indianos, asiáticos. E como seria de esperar, nenhuma dessas etnias tinha direito ao voto. Num país de 30 milhões de pessoas, cerca de três milhões de pessoas tinham todos os direitos.

Nos anos 60, a descolonização faz valer a ideia de que viviam num regime anacrónico, do quak até a Grã-Bretanha achava que tinha de ser mudado. Mas eles não mudaram, tanto que quando os britânicos encostaram-os à parede, eles simplesmente decidiram declarar a independência e sair da Commonwealth. Isso foi em 1961, altura em que o Congresso Nacional Africano, liderado por Nelson Mandela, decidiu desobedecer ao governo racista, com as consequências que conhecemos.

A Formula 1 já estava na África do Sul desde 1962, primeiro em East London e depois em Kyalami, nos arredores de Joanesburgo. Mas nos anos 70, decidiu-se criar um movimento para isolar a Africa do Sul de forma internacional - e a Rodésia, que tinha seguido o mesmo caminho em 1965 - com vários boicotes, sendo o mais significativo o desportivo. Sem equipas multiraciais, os sul-africanos estavam barrados de competir. E aos poucos, tinham sido expulsos do futebol, dos Jogos Olimpicos, e até dos desportos dos quais eram bons, como o cricket e o rugby. Mas havia uma notória excepção: o automobilismo.

Bernie, como sabem, odeia a democracia. E todos que tentam contrariá-lo são fortemente rejeitados. E em 1985, a Formula 1 era a unica modalidade que visitava uma África do Sul mais isolada do que nunca. Os apelos à libertação de Nelson Mandela, por exemplo, eram diários, e o governo do Partido Nacional - o tal que estava no poder desde 1948 - era praticamente excluido do concerto internacional das nações. Ter um passaporte sul-africano "queimava".

E em 1985, aquela corrida era incontornável. Os americanos e os britânicos já tinham pedido às suas multinacionais para que parassem de ter negócios por lá, e já havia pressões politicas junto da FIA para que cancelasse a ida da Formula 1 à Africa do Sul, mas numa entidade presidida então por Jean-Marie Balestre, a sua decisão era a melhor decisão, decidiu-se ir contra a corrente. E isso causou indignação internacional.

Para piorar as coisas, o regime tinha condenado à morte cinco pessoas, cuja execução estava marcada para essa altura. Havia também pressão internacional para que isso não acontecesse, e isso tudo combinou para aquela altura. A França impediu as suas equipas - Renault e Ligier - se deslocassem para Kyalami, mas pilotos como Philippe Streiff, por exemplo, decidiram correr pela Tyrrell, que ainda lambia as feridas pela morte de Stefan Bellof. Alguns países como o Brasil, pressionavam os seus pilotos para que não participassem, mas eles acabariam por aparecer na mesma. Na corrida - a última vez que aconteceu num sábado - alinharam 21 carros, mas apenas sete chegaram ao fim.

O grande vencedor foi Nigel Mansell, que conseguiria ali a sua segunda vitória da carreira, com um Keke Rosberg que conseguiu uma recuperação notável, depois de problemas no inicio da corrida. Alain Prost, o campeão do mundo, acabou no terceiro posto, mas o seu McLaren não tinha qualquer patrocínio, pois estes decidiram juntar-se ao boicote.

Quando o material chegou à Austrália, poucos dias depois, os trabalhadores do aeroporto de Adelaide decidiram que não iriam tocar nesse material, em solidariedade com os que apoiaram o isolamento internacional do regime racista sul-africano. Mas Bernie Ecclestone, desafiante, ainda dizia que pretendia lá ir em 1986. Contudo, o bom senso falou mais alto e a Formula 1 só voltou a paragens sul-africanas em 1992, quando o regime tinha abolido as odiosas leias raciais e libertado Nelson Mandela. E tal como acontecera em 1985, em 1992, Nigel Mansell voltou a ser vencedor da corrida, no começo da caminhada para o seu título mundial, no dominante Williams FW14. 

Ah, a Internet!





A famosa foto do "homem de Sochi", que tirou um retrato no preciso momento em que Valtteri Bottas e Kimi Raikkonen colidiam um com o outro tornou-se viral, inevitavelmente. Passaram-se meros oito dias desde que tivemos conhecimento, mas neste mundo que vivemos, isso é tempo suficiente para que possamos ver a história da Formula 1 aos olhos... do homem de Sochi!

Eis os exemplos que foram vistos no sitio WTF1.co.uk, e volto a colocá-los aqui, mais o original.

A propósito: quem fez RT ao original foi o ex-piloto Vitaly Petrov. Interessante!