sábado, 12 de novembro de 2016

CNR: José Pedro Fontes lidera o Rali Casinos do Algarve

José Pedro Fontes tem estado a dominar o Rali Casinos do Algarve, a última prova no campeonato nacional de ralis. No final do primeiro dia, o pilloto da Citroen tem um avanço de 52 segundos sobre João Barros, no seu Ford Fiesta R5, e de 53,9 sobre Pedro Meireles, demonstrando o seu domínio sobre o asfalto algarvio. Mas o rali ficou marcado por um incidente na primeira classificativa, onde deixou algumas pessoas feridas, sem gravidade.

Com vinte pilotos inscritos, o rali começou na primeira passagem pela classificativa de Chilrão, com 15 quilómetros, onde fintes conseguiu tirar 11,5 segundos a Carlos Vieira, noutro Citroen DS3 R5, e treze segundos a Pedro Meireles. A 13,2 segundos ficou João Barros, no quarto posto, enquanto que Miguel Barbosa era o quinto, a 13,5 segundos.

Contudo, a classificativa ficou interrompida quando alguns espectadores se assustaram com o carro de Elias Barros, que se despistou e fez com que alguns espectadores caissem numa ribanceira, ferindo-se. Um dos feridos foi o pai do piloto Carlos Martins. O rali foi interrompido por algum tempo, o que impediu os pilotos da Tala FPAK Rally Asfalto de o fazerem, indo de imediato para a segunda classificativa.

Na segunda especial, a primeira passagem por Alferce, Fontes voltou a vencer, conseguindo mais 16,3 segundos sobre Pedro Meireles, e 20,3 segundos sobre João Barros. Contudo, só dez carros completaram este especial, depois de novo despiste ter neutralizado a classificativa, e também numa altura em que Carlos Martins tinha abandonado o rali, devido a problemas mecânicos.

Na segunda passagem pelo Chilrão, Fontes volta a ser veloz, conseguindo dar 12,8 segundos sobre João Barros, 15 segundos sobre Pedro Meireles e 19,7 segundos sobre Carlos Vieira. Por esta altura, o avanço entre os dois pilotos - Fontes a Meireles - era de 44,3 enquanto que sobre o terceiro classificado, João Barros, era de 46,3 segundos. Carlos Vieira era o quarto, a 55,8 segundos, enquanto que Miguel Barbosa já tinha um minuto e 28 segundos de atraso sobre o primeiro.

A seguir, na segunda passagem por Alfrece, Fontes venceu de novo, desta vez a dar seis segundos de vantagem sobre João Barros, enquanto que Pedro Meireles teve um atraso de nove segundos, mais do que suficientes para que perdesse o segundo posto para o piloto da Ford neste rali. Carlos Vitreira foi o quarto, a 21,2 segundos, na frente de Diogo Gago, o melhor dos R2. Miguel Barbosa atrasou-se e perdeu 42 segundos para os primeiros, mas manteve o quinto lugar da geral.

Depois da superespecial de Lagos, à noite, onde Fontes venceu de novo, o segundo classificado foi Meireles, que conseguiu voltar ao segundo posto da geral, passando João Barros. O piloto da Citroen parece ter tudo controlado, com 49,9 segundos sobre Meireles e 50,7 segundos sobre João Barros. Carlos Veira é o quarto classificado, agora a um minuto e 12 segundos da liderança, enquanto quew Miguel Barbosa é o quinto, a dois minutos e seis segundos da liderança.

O Rali Casinos do Algarve termina amanhã com a realização de mais quatro classificativas - duas passagens por Monchique e Fóia - acabando o rali pelo meio dia e meia. 

Formula 1 2016 - Ronda 20, Brasil (Qualificação)

A Formula 1, quando chega ao Brasil, é o sitio onde as pessoas andam bem mais descontraídas em relação ao resto da temporada, apesar de ainda estar a acontecer uma disputa pelo título entre os pilotos da Mercedes. Na pista de Interlagos, e sempre perante uma multidão entusiasta, parece que toda a gente perde a concentração, de tão animadas ficam as bancadas. Uma tradição que já tem mais de 40 anos, diga-se de passagem...

O campeonato não estava decidido, apesar de Nico Rosberg ter já uma mão na taça. Lewis Hamilton fazia o possível para contrariar e brigar pelo quarto título mundial, mas parecia que este ano, as coisas estavam balançadas para o alemão, pois cometeu menos erros e tinha menos desistências do que o seu companheiro de equipa, mas no nebuloso circuito brasileiro - havia ameaça de chuva durante a qualificação - as coisas prometiam dar luta, com a Red Bull e a Ferrari a espreitar por uma oportunidade.

Com essa ameaça de chuva, os Mercedes foram os primeiros a sair para a pista, dispostos a marcar tempo de imediato. Conseguiram os dois primeiros tempos, com Max Verstappen a ser o terceiro, a 446 centésimos do melhor. Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel andavam a seguir, mostrando que os pilotos estavam dispostos a acelerar o mais depressa possível, com pneus moles. 

Com os pilotos da frente praticamente garantidos na Q2, tinha de se ver quem ficaria na cauda do pelotão. Jenson Button tentou a sua sorte, mas acabou por não conseguir, e iria acompanhar os Manor de Pascal Wehrlein e Esteban Ocon, os Sauber de Marcus Ericsson e Felipe Nasr, e o Renault de Kevin Magnussen.

A Q2 começou da mesma forma, com os Mercedes a entrarem na pista para marcar o tempo que os colocaria logo na Q3. Hamilton fez 1.11,238, contra os 1,11,373 de Nico Rosberg. Verstappen faz 1.11,874, aproveitando os excessos de Seabatian Vettel na sua volta rápida. Os Williams e o McLaren de Fernando Alonso vinham a seguir, e queriam também marcar presença na Q3.

Na parte final, a Force India conseguiu meter os seus carros no "top ten", conseguindo desalojar Felipe Massa, mas a parte final dessa qualificação, iria haver luta. Os sete primeiros ficavam nas boxes, com Alonso, Massa Hulkenberg e Perez na pista para tentar manter as suas chances para a parte final. E desses, um ficaria de fora. Outros também entraram na pista, como os Haas e o segundo Williams de Valterri Bottas.

No final, com o céu cada vez mais escuro, os Williams ficaram de fora, com Bottas na frente de Massa, separados pelo Haas de Esteban Gutierrez, enquanto que os Force India entraram na Q3, e o Haas de Romain Grosjean também, de forma algo surpreendente. Quem também entrou na Q3 foi Fernando Alonso. 

Para a última fase, os Flechas de Prata saíram em primeiro lugar, com Rosberg a ser o primeiro, seguido por Hamilton. O inglês faz 1.10,860, contra os 1.11.022 para o alemão. Raikkonen é o terceiro, mas foi depois passado por Vettel e Verstappen, que consegue ser mais veloz do que os Ferrari. Alonso e Hulkenberg eram sétimo e oitavo.

Após a passagem pelas boxes, para calçar o último jogo de pneus da qualificação, os Mercedes entraram na pista pela última vez. Hamilton faz 1.10,736, a mais de 138 centésimos de Nico Rosberg, dando assim a Hamilton a 60ª pole para o piloto inglês. Kimi Raikkonen conseguiu bater os Red Bull e Sebastian Vettel para ficar com o terceiro tempo, e Romain Grosjean fez a sua melhor qualificação de sempre para a Has, sendo sétimo na grelha, na frente do McLaren de Fernando Alonso, e dos Force India de Nico Hulkenberg e Sergio Perez.

Amanhã, todos os pilotos terão pela frente 71 voltas de uma corrida onde se prevê chuva - mas não se sabe se vêm da represa... - mas a acontecer, irá dar mais emoção à corrida, tão emocionante que veremos se calhar os pilotos a saírem atrás do Safety Car...   

Formula E: Rosenqvist é o "poleman" em Marrakesh

O sueco Felix Rosenqvist deu à Mahindra a sua primeira pole-position na Formula E, ao ser o melhor na qualificação no ePrix de Marrocos, conseguindo bater Sebastien Buemi e Sam Bird na SuperPole. O português António Félix da Costa largará da décima posição da grelha, um lugar atrás de Robin Frinjs.

O piloto sueco andou sempre forte ao longo da qualificação, conseguindo até bater um dos favoritos ao campeonato, o suíço Sebastien Buemi, e Nelson Piquet Jr, que confirmou aqui que o seu carro da NextEV está bem melhor do que na temporada passada. Não foi o "poleman", mas o quarto posto mostrou que eles tem de ser vistos em conta.

A qualificação começou debaixo de calor, nas ruas da cidade marroquina, o que fazia com que os pneus não funcionassem muito bem. No primeiro grupo, onde tinha Nicolas Prost, António Félix da Costa, Ma Qinghua, José Maria Lopez e Jerome D'Ambrosio, Prost foi o melhor, com Félix da costa logo a seguir, enquanto que "Pechito" Lopez estava a adaptar-se à Formula E, ficando bem mais para trás. Contudo, pior ficou D'Ambrosio, pois o piloto belga fez 1.22,681 e acabou por ficar com o 16º posto da grelha.

No segundo grupo, com Buemi, Stephane Sarrazin, Mitch Evans, Oliver Turvey e Nick Heidfeld, o suíço, campeão do mundo, mostrou ao que vinha e conseguiu fazer 1.21,350, com Turvey a dar o seu melhor, mas a conseguir apenas 1.21,853. Heidfeld lutou contra um carro algo desequilibrado, enquanto que Evans e Sarrazin tiveram tempos mais modestos.

Já no terceiro grupo, com Abt e Di Grassi, bem como Maro Engel, Jean-Eric Vergne e Loic Duval, o piloto da Techeetah "voou na pista e fez 1.20,993 e deixou Di Grassi em maus lençois, pois o seu companheiro de equipa fez 1.21,725 e colocou Di Grassi fora da "SuperPole", pois fez apenas 1.22,081.

Para finalizar, no quarto grupo, com Nelson Piquet Jr, Sam Bird, Felix Rosenqvist, Adam Carrol e Robin Frinjs, estes se tornaram nos mais rápidos. Rosenqvist mostrou toda a sua velocidade, conseguindo uma entrada fácil para a "SuperPole", com Piquet Jr a seguir e o piloto da DS Virgin a ser o terceiro melhor. Carrol fez um tempo desastroso e Frinjs até foi melhor, conseguindo depois o nono tempo e ficando na frente de Félix da Costa.

Para a parte final da qualificação, a "SuperPole", os cinco escolhidos - Piquet Jr, Rosenqvist, Bird, Buemi e Vergne - tinham a chance de conseguir a pole-position para esta corrida. Primeiro foi Piqet, que fez uma boa volta, de 1.21,879, julgando que seria mais do que suficiente para ser o "poleman", depois de Hong Kong. Mas Buemi melhorou, fazendo 1.21,546, e passou para a frente, com Bird a fazer um pouco pior, mas superando o piloto brasileiro. O último a sair foi Jean-Eric Vergne, mas um problema no seu carro fez com que ficasse parado na saída das boxes, dando por terminado o treino por ali e fazendo com que a Mahindra comemorasse a sua primeira pole-position da sua história.

A corrida vai acontecer pelas quatro da tarde, hora de Lisboa. 

Youtube Motorsport Testing: HKS V12, o motor japonês que nunca aconteceu

No inicio dos anos 90, a Formula 1 estava com os motores de 3.5 litros, não importava se eram V8, V10 ou V12. Essa variedade de motores acontecia desde os Ford V8, passando pelos Renault, que prosperaram com os V10, e claro, motores como os Ferrari, Lamborghini ou Honda, que passaram dos V10 para os V12 em 1991, antes de se retirarem no final de 1992.

Mas houve tentativas de outros fabricantes para fazer um V12 de 3.5 litros. Há uns tempos falei a Isuzu, que o fez por mero exercício de engenharia, mas que chegou a entrar num Lotus, no verão de 1991. Outra companhia, a HKS, também fez um V12, e o colocou num Lola T91 em 1992, e foi testado no circuito de Fuji. O modelo 300E tinha uma abertura de 75 graus, e produzia cerca de 650 cavalos ás 13.000 rotações por minuto. Contudo, nunca passou da fase de testes e acabou no museu da companhia.

A HKS é uma firma japonesa, fundada em 1973 e é o resultado das iniciais dos seus fundadores, Hiroyuki Hasegawa e Goichi Kitagawa, bem como a Sigma Automotive, que lhes deu o capital necessário para se assentarem. Antigo engenheiro da Yamaha, Hasegawa começou por fazer a afinação de motores para máquinas agrícolas, para depois começar a construir turbocompressores para a industria automóvel, especialmente carros preparados. E depois, passou para o automobilismo, especialmente nas séries japonesas, como o JPGT, Formula 3, Superbikes e a D1 Grand Prix, a série que toma conta dos "drifts" (ou dorifuto, em japonês)

Esta curiosidade acontece no dia em que se soube da morte de Hasegawa, aos 71 anos de idade, de causas naturais. Hoje em dia, com a marca a ser conhecida um pouco por todo o mundo, na Europa e nos Estados Unidos, seria bom homenagear um dos seus fundadores, mostrando esta curiosidade.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A imagem do dia

Fernando Alonso, esta sexta-feira, em Interlagos. Parece que quer repetir o meme de 2015 no mesmo circuito... 

Formula 1: Haas confirma Grosjean e Magnussen para 2017

A Haas anunciou esta sexta-feira em Interlagos que o francês Romain Grosjean e o dinamarquês Kevin Magnussen (na foto) serão os seus pilotos para a temporada de 2017. O piloto dinamarquês, filho de Jan Magnussen, resolveu escolher a equipa americana depois desta lhe ter oferecido um contrato de vários anos, em contraste com o contrato de um ano que a equipa francesa lhe tinha oferecido para 2017. Magnussen entra no lugar do mexicano Esteban Gutierrez, que agora procura por um lugar.

O piloto de 24 anos, com presenças na McLaren e Renault, estava óbviamente feliz com o resultado: “Esta é uma fantástica oportunidade e estou muito feliz por fazer parte da Haas F1 Team. Estou confiante nas minhas habilitações como piloto de Formula 1 e também confiante no que a Haas pode fazer nos próximos anos. Gene Haas veio para a Formula 1 com uma forma diferente de ver e fazer as coisas e está a fazer bem o seu trabalho” afirmou Magnussen.

No caso de Romain Grosjean, ele afirmou que escolher a Haas F1 há um ano foi a melhor decisão: “Há um ano escolhi a Haas e escolhi bem, foi a decisão certa, estou muito orgulhoso de fazer parte desta equipa e contente por continuarmos à procura de alcançar mais sucessos nos próximos anos”, afirmou o piloto francês.

Desde que começámos a pensar em pilotos que o Kevin Magnussen está na nossa lista”, começou por dizer Gene Haas, o fundador e o presidente da Haas F1 Team. “Ele conquistou bastante num curto período de tempo e sentimos que pode alcançar ainda mais connosco. A nossa segunda temporada dar-nos-á diferentes desafios e sentimos que a dupla Kevin e Romain vai ajudar-nos-á a desenvolver o nosso carro e o nosso crescimento. Quero agradecer ao Esteban Gutiérrez por todos os seus esforços. Ele foi determinante para o nosso primeiro ano na Fórmula 1 e estamos ansiosos para que ele e Romain terminem a temporada em alta” continuou. 

Queríamos outro piloto experiente, capaz de desenvolver o nosso carro para que a nossa equipa pudesse marcar pontos e melhorar em cada Grande Prémio da temporada. O Romain realizou um excelente trabalho e foi preponderante para garantir o respeito e a legitimidade para a Haas F1 Team e com o Kevin apontamos para novos objetivos para a próxima temporada.” concluiu Haas.

Com uma nova equipa, com um novo carro e novos membros, foi incrivelmente importante ter um feedback detalhado e com autoridade do nosso carro e dos nossos métodos para que pudéssemos melhorar. O Romain trouxe-nos experiência à nossa equipa e foi instrumental para que chegássemos onde estamos hoje”, acrescentou Guenther Steiner, o chefe de equipa da Haas F1 Team. 

Este crédito tem também que ser assacado ao Esteban Gutiérrez, graças a todo o seu trabalho. O seu período com a Ferrari foi muito benéfico, dado que nos ajudou a adaptar-nos aos métodos e a tirar o máximo de partido da nossa parceria com a Ferrari. Ele e o Romain puxaram um pelo outro em pista e juntos são responsáveis pelo sucesso que a nossa equipa teve na sua primeira temporada”, concluiu o italiano ex-Red Bull e Toro Rosso.

A Haas F1 Team conseguiu 29 pontos na sua temporada de estreia, conseguindo o oitavo lugar no campeonato de Construtores, todos conquistados por Romain Grosjean. 

CNR: Barbosa quer terminar a temporada em alta

Para Miguel Barbosa, o Rali do Algarve é a última etapa neste seu ano de estreia no Campeonato Nacional de Ralis. O piloto do Skoda Fábia R5 é o atual terceiro classificado do campeonato, e este rali em asfalto é o ideal para que o piloto aprenda um pouco mais na sua evolução nos ralis.

"Vamos para a prova algarvia, a derradeira desta temporada de estreia, com a ambição de continuar a crescer e de fazer sempre um pouco melhor do que já fizemos até aqui. Estamos todos muito motivados, sendo que o principal objetivo é terminar a prova, sendo para isso é fundamental e imprescindível não cometer erros." começou por dizer. 

"Este será o meu quinto rali disputado em troços de asfalto, num ano que foi essencialmente de aprendizagem. A evolução tem sido notória e quero continuar a progredir, para ser cada vez mais rápido, mais eficaz, mais conhecedor e com isso ter mais capacidades para lutar pelas primeiras posições.", salienta.

Organizado pelo Clube Automóvel do Algarve (CAA), o rali do Algarve será este ano inteiramente disputada em estradas de asfalto, e terá nove especiais de classificação, que acontecerão sábado e domingo à volta da Serra de Monchique e na zona de Lagos, num total de 319,89 quilómetros, dos quais 120,74 quilómetros serão de troços cronometrados.

CNR: José Pedro Fontes quer fechar Rali do Algarve com chave de ouro

José Pedro Fontes já é campeão nacional, mas irá na mesma ao Rali do Algarve. Não só para cumprir calendário, mas para tentar colocar mais uma vitória no seu currículo. Na véspera do rali, o piloto falou sobre as suas aspirações, afirmando que a vitória seria o culminar da grande época que fez. 

"A conseguirmos será, de facto, a cereja no topo de um bolo que foi bastante doce este ano", começa por referir José Pedro Fontes. "Naturalmente que pelo facto de estar tudo decidido para o nosso lado, não temos à partida desta prova a pressão dos pontos, nem estamos preocupados com as posições dos nossos adversários, pelo que nos podemos apenas concentrar em fazer uma boa prova e conquistar uma nova vitória, no que seria um justo prémio para todos os patrocinadores envolvidos no projecto, bem como para todos os elementos da nossa equipa e, naturalmente, para a Inês e para mim próprio", acrescentou.

Organizado pelo Clube Automóvel do Algarve (CAA), o rali do Algarve será este ano inteiramente disputada em estradas de asfalto, e terá nove especiais de classificação que acontecerão sábado e domingo, num total de 319,89 quilómetros, dos quais 120,74 quilómetros serão de troços cronometrados.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Formula E: A antevisão da corrida marroquina por Félix da Costa

A Formula E vai voltar a correr este fim de semana, com mais uma estreia. Depois de Hong Kong, a competição de carros elétricos irá andar nas ruas de Marrakesh, em Marrocos, sendo a primeira corrida a acontecer no continente americano. A pista é conhecida do público, porque é ali que é disputado o WTCC, mas tirando "Pechito" Lopez, para todos, vai ser uma estreia a correr naquele circuito.

Para António Félix da Costa, piloto da Andretti, vai ser uma pista desafiante, com muitas ultrapassagens, e acredita que irá ter o mesmo resultado que teve em Hong Kong, onde foi sexto classificado.

É a pista mais longa do campeonato, ao contrário de Hong Kong que era a mais curta e onde fomos bem sucedidos. Possivelmente este circuito não será a melhor para o nosso carro, com muitas curvas longas, um misto de rápidas e lentas com um asfalto bastante irregular mas é a pista de todo o calendário da Fórmula E mais aproximada a um autódromo tradicional. De qualquer forma fizemos bem o trabalho de casa, efetuámos muitos quilómetros no simulador e acredito que vamos dar mais um passo rumo ao nosso objetivo que é lutar pelas vitórias a curto prazo!”, referiu o piloto de Cascais.

O fim de semana da Formula E em Marrakesh começa esta sexta-feira com os treinos livres, e com o resto a acontecer no sábado, primeiro com a segunda sessão de treinos livres, seguido pela qualificação, pelas 11.45, hora portuguesa, e a corrida, às 15:30. 


TCR: Vai haver campeonato ibérico em 2017

Em 2017 acontecerá um campeonato ibérico de velocidade. O calendário foi hoje anunciado, e terá sete provas, quatro delas em Portugal e as outras três em Espanha. Serão provas de Sprint e não vão interferir com os campeonatos nacionais de velocidade portugueses e espanhóis.

Nuno Couceiro, da Full Eventos, que promove o Campeonato Nacional de Velocidade, afirmou que “o campeonato tem pernas para andar” e a habitual dificuldade de unir competições em Portugal e Espanha, “já está acertada, [os concorrentes andarão de] pneus Hankook”.

Sobre ambos os campeonatos, Couceiro disse que o campeonato Nacional de velocidade (CNV) terá cinco provas, uma delas em Espanha, enquanto que o espanhol terá também cinco provas, duas delas em Portugal. E quanto aos pilotos, todos poderão alinhar nos três campeonatos desde que alinhem em pelo menos sete fins de semana de corridas.

O TCR será a principal categoria, mas haverá carros de troféu que se dividirão em duas ou três categorias, ainda por saber. 

Eis o calendário completo:

9 de abril - Barcelona
30 de abril - Estoril
28 de maio - Jarama
2 de julho - Vila Real
10 de setembro - Jerez
1 de outubro - Braga
22 de outubro - Portimão

Formula 1: Ocon na Force India, Sauber mantêm dupla

Não, não é uma montagem - porque ele já testou pela Force India - mas hoje foi tudo confirmado: o francês Esteban Ocon será piloto da Force India em 2017, ocupando o lugar deixado vago por Nico Hulkenberg.

O anuncio foi feito um dia depois da Renault ter confirmado que Joylon Palmer continuará na Renault na temporada de 2017, e as coisas provavelmente poder-se-ão ter precipitado nesse sentido.

No comunicado oficial, o piloto francês mostra-se muito “excitado por rumar à Force India. Já os conheço dos testes e estou ansioso por voltar a trabalhar com eles. Sou ainda novo na Formula 1, mas depois de meia época na Manor Racing, adquiri experiência valiosa e sinto-me preparado para agarrar esta oportunidade. Há muito trabalho para isto, e quero agarrar esta oportunidade com as duas mãos. Agradeço a todos na Manor e especialmente na Mercedes-Benz pelo seu apoio e espero por 2017 com ansiedade, pela minha primeira época completa na Formula 1” disse.

Apesar de Ocon ter chegado apenas no GP da Bélgica deste ano, em substituição do indonésio Rio Haryanto, ele fez com que conseguisse superar o seu companheiro de equipa na Manor, o alemão Pascal Wehrlein, apesar deste já ter um ponto, resultado do décimo posto no GP da Áustria, em Zeltweg. Para além disso, o piloto de 20 anos tem um currículo interessante nas formulas de acesso,  onde foi campeão da Formula 3 Europeia em 2014, campeão da GP3 em 2015, e conseguiu superar Max Verstappen, agora piloto da Red Bull.

Entretanto, a Sauber também anunciou esta tarde que irá manter a dupla de pilotos para 2017, constituída pelo sueco Marcus Ericsson e pelo brasileiro Felipe Nasr. Apesar de não estar a ter uma boa temporada - ainda não pontuou - a equipa de Hinwill tem garantido o seu futuro em termos financeiros, e está a contratar um grupo de engenheiros e aerodinamistas vindos da Audi, agora que eles encerraram as suas atividades na Endurance.

"Não há muitas opções lá fora agora, então é mais provável [ficar na Sauber] por agora", começou por dizer Ericsson. "Nada está certo ainda, antes de falar qualquer coisa, eu não posso dizer. Mas como não há muitas outras opções, e como eu disse antes, a Sauber está se a mover na direção certa com um monte de boas contratações, não só para este ano, mas também para o próximo ano", continuou.

"Então, definitivamente, é uma opção atraente para mim, eu não sei qual é a situação ainda, mas espero que eu saiba logo. Antes de qualquer anuncio, você nunca pode ter certezas de nada", concluiu.

Questionado sobre se tinha algum contrato pronto para assinar, Nasr disse: "Há pessoas que estão a cuidar disso, eu não estou plenamente a par, mas como eu disse, eu nunca descartei este lugar". começou por comentar.

"Eu sempre disse que Sauber é uma opção, ainda é um lugar atrativo para estar, e acho que a equipa tem recebido um monte de novas pessoas a bordo, foi reestruturada, e vai melhorar", concluiu.

Caso esta seja a dupla para 2017, resta saber quem ficará com o segundo lugar na Manor, pois na Haas, tudo indica que Kevin Magnussen será seu piloto até à temporada de 2018, no lugar de Esteban Gutierrez.

Perez e uma publicidade de mau gosto

Não sei até que ponto esta história é verdadeira, mas a acontecer, é um pouco aquilo que vivemos por estes dias. Dito isto numa frase, é isto: Sérgio Perez cortou relações com um patrocinador por via do Twitter. A razão? O novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A história vem no site Motorsport. Um patrocinador, a marca de óculos Hawkers, escreveu na sua conta do Twitter (na realidade, a versão mexicana do patrocinador), afirmando, entre outras coisas que os cidadãos mexicanos "podem usar os nossos óculos amanhã para não mostrar os seus olhos lacrimejantes enquanto se constrói o muro".

Deveria ser uma piada (de mau gosto), mas Perez respondeu de imediato, dizendo isso mesmo, para depois dizer: "A partir de hoje corto a minha relação com @HawkersMX. Não vou deixar ninguém gozar com o meu país".

A relação entre o piloto da Force India e o patrocinador era curta, tinha algumas semanas. O suficiente para que a marca tenha lançado uma versão especial com o nome do piloto. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

WRC: Volkswagen Polo homologado para 2017

Pouco mais de uma semana depois da Volkswagen ter anunciado que iria abandonar o WRC, foi anunciado que o Polo WRC de 2017, a máquina que foi desenvolvida ao longo desta temporada, irá ser homologada pela FIA no final deste mês. É uma decisão algo invulgar, mas deixa a porta aberta à hipótese do carro ser pegado e desenvolvido por uma entidade que não a própria Volkswagen, como a Red Bull, a sua patrocinadora.

O carro vai ser apresentado à FIA para que ele tenha o seu selo de aprovação e comece a ser usado a partir de 1 de janeiro de 2017. A ideia pode ser também por causa de um programa cliente, que se fala, mas para a sua versão R5, mas isso não faz sentido, pois tal processo é autónomo e tem de ser com um carro feito para tal.

Mas esta noticia poderá colocar mais acha para a fogueira da especulação sobre não só o carro em si, mas também para a equipa e para os pilotos que correram até agora pela marca de Wolfsburgo, ou seja, Sebastien Ogier, Jari-Matti Latvala e Anders Mikkelsen. E até agora, desde que foi feito o anuncio da retirada oficial, nada se ouviu deles sobre o seu futuro no WRC.

Renault: Joylon Palmer fica para 2017

A Renault anunciou esta tarde que o britânico Joylon Palmer irá permanecer na equipa na temporada de 2017, correndo ao lado do alemão Nico Hulkenberg na equipa francesa. Isso significa que decidiu ficar com o piloto britânico em detrimento de Kevin Magnussen, que poderá estar agora a caminho da Haas, que deseja alguém ao lado do francês Romain Grosjean

E se no lado da Force India, tudo indica que o francês Esteban Ocon será seu piloto, isso poderá até fechar de vez as movimentações em termos de lugares. A Sauber poderá ter a mesma dupla de 2016, com Marcus Ericsson e Felipe Nasr (e com reforço na área técnica, com muitos engenheiros e mecânicos vindos da Audi) e Pascal Wehrlein na Manor por mais uma temporada, e claro, com novo companheiro de equipa.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O carro autónomo português

Tão ou mais interessante quanto os carros elétricos, é também o tema dos carros autónomos. É algo do qual existe muita pesquisa e testes nesse sentido nos Estados Unidos - a Google está nesse caminho, bem como a Tesla, e até a Apple namorou a ideia, antes de a abandonar, mas aqui em Portugal, a ideia anda bem avançada. Na semana em que recebemos a Web Summit, o maior evento do mundo em termos de tecnologia e de "startups", hoje foi apresentado o projeto do BE, o carro autónomo português.

O carro será propulsionado por energia elétrica, será um veículo on demand e com conectividade em tempo real. Espera-se que esteja pronto a circular em 2019, e será um carro feito em parceria com a CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto em parceria com a TMG e várias universidades e empresas portuguesas e brasileiras.

O BE será o primeiro carro autónomo desenhado para ser um veículo on-demand de uso partilhado, podendo ser conduzido de forma automática ou manual. Qualquer utilizador poderá chamar um BE através de uma aplicação no seu telemóvel e este irá busca-lo ou utilizá-lo como estafeta e seguir o percurso de entrega da sua encomenda”, afirmou Helena Silva, a Diretora Executiva da CEiiA, “com ou sem as mãos no volante, com ou sem motorista”, continuou.

Aparentemente, o seu interior tem um design à prova de sujidade, esquecimento e de vandalismo, pois inclui um sistema de auto-limpeza depois de cada utilização. 

Tudo isto numa altura em que o governo português prepara-se para aprovar legislação que permite o teste de carros autónomos nas ruas portuguesas em 2017. A iniciativa é do Ministério da Economia, mais concretamente do secretário de Estado da Industria, João Vasconcelos. "Nós estamos muito focados em alterar regulação e em que isso sirva para atrair start-ups e centros de investigação e ciência nesses sectores", explica João Vasconcelos no programa Conversa Capital, da radio Antena 1.

Pelos vistos, as coisas andam aqui muito velozes, mas resta saber até que ponto é que irá resultar, e quanto disto é que se consolidará. 

O efeito Sroll

Lance Stroll (e os 72 milhões que o seu pai gastou até agora) causaram consequências no Canadá. Para além de terem o seu primeiro piloto na Formula 1 em onze anos, depois de Jacques Villeneuve, os organizadores do GP do Canadá disseram que a Formula 1 andará por ali não só em 2017, mas também nos anos seguintes. Apesar de ser uma corrida popular, num circuito popular como é o Gilles Villeneuve, em Montreal, a sua realização sempre esteve na corda bamba por causa do (muito) dinheiro que Bernie Ecclestone exige aos organizadores.

Contudo, a entrada de Stroll fez com que as empresas locais começassem a investir no Grande Prémio e os organizadores estão mais confiantes de que a corrida ficará no lugar por muitos e bons anos.  “A única coisa que posso dizer é que está iminente o anúncio [da permanência em 2017] e neste momento já falamos sobre a permanência a longo prazo”, afirmou o promotor François Dumontier.

Quem também anda a elogiar Stroll é o próprio Jacques Villeneuve. Apesar das cautelas que ele tem sobre ele acerca do facto de ser filho de milionário, ele não tem culpa por ser quem é. “Eu disse que o dinheiro não compra talento e mantenho essa afirmação”, disse Villeneuve ao Journal de Montreal. “Mas o dinheiro não significa que não tenhas talento", continuou.

Analisando a sua carreira, Villeneuve disse que a sua vitória na Formula 3 não é curriculo que chegue para dizer que tem talento, e o seu sucesso pode não ser imediato, pois em 2017, ele irá mais para aprender alguma coisa. 

Existem tantos pilotos que venceram a Formula 3, mas nada daí em diante. E outros que nada fizeram na Fórmula 1 e foram lá bater. Resta saber como o Lance irá evoluir psicologicamente na Fórmula 1. Ele já não vai ser protegido pelo pai e terá antes que lidar com as situações sozinho. Ele é muito rápido e talentoso, mas ainda não aprendeu a sofrer. O Lance lutou para vencer corridas, mas ainda não lutou para sobreviver no desporto motorizado. Ainda não terminou a sua aprendizagem, e estou ansioso por ver como irá reagir”.

E no final, elogiou o seu pai Lawrence, pelas suas escolhas: “Ele fez as opções corretas e foi capaz de preparar o seu filho, que em troca correspondeu”.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Como um BMW blindado salvou um bando de pessoas do Daesh

Por estes dias, há uma grande batalha em Mossul, no norte do Iraque, entre os regulares iraquianos, acompanhados pelos Pschesmerga curdos, contra o Daesh (ou Isis), para o controlo da cidade, que está nas mãos deles há dois anos. Mas no meio dos combates, surgiu hoje uma história que merece ser contada por estas bandas, porque aqui, falamos de automóveis e automobilismo.

Um combatente curdo, Ako Duzi de seu nome, conseguiu salvar cerca de 70 combatentes graças ao seu... BMW Série 5 blindado. Tudo isto aconteceu há umas duas semanas, quando o Daesh atacou em Kirkuk, para distarir os curdos da pressão que estavam a fazer sobre Mossul. Ele não estava na zona quando os combates aconteceram, mas ele chegou com o seu carro blindado (por ele mesmo, diz ele) e conseguiu socorrê-los, mesmo com os vidros estilhaçados pelas balas que o atingiam por snipers do Daesh, sem contudo o ferir. E claro, o seu temperamento à prova de bala também ajudou.


No final, o carro não aguentou muito - atingido por mais de 60 vezes, o seu motor quebrou devido aos estragos feitos pelas balas. Mas ele estava satisfeito por ter cumprido a sua missão. "As balas do Daesh vinham na minha direção. Vi a morte com os meus próprios olhos. Mas não podia deixar os feridos naquele limbo. A única coisa que importava era metê-los no meu carro e levá-los para o hospital", disse a um sitio local.

A BMW soube da história e quis ficar com o carro, dando-lhe em troca um Série 5 novinho em folha, mas ele preferiu doar o carro a um museu local. Coisas como estas não aparecem todos os dias, é um facto.

Já agora, vi isto no Jalopnik

A equipa menos preocupada do pelotão

No meio de todas as especulações sobre a temporada de 2017, uma equipa que tem estado totalmente calma a assistir a todas as suas movimentações è a Manor. Com motores Mercedes, não é tanto a última equipa do pelotão, especialmente quando conseguiu já um ponto, graças ao décimo posto de Pascal Wehrlein no GP da Áustria, em Zeltweg. E ainda por cima, os seus pilotos são tão cobiçados que eles poderão vê-los ir embora para outras paragens no final desta temporada.

Dave Ryan, o diretor de corrida, não se mostra preocupado com esta situação: “Estamos a adorar o facto de termos o Pascal Wehrlein e o Esteban Ocon na nossa equipa, no entanto se tiverem de abandonar a equipa no final da temporada a vida é mesmo assim. Não iremos ficar frustrados. Vamos de certeza encontrar dois pilotos, que vão trabalhar muito bem com toda a equipa”, considerou.

Ryan também explicou que o trabalho desenvolvido por ambos os pilotos esta época tem sido “brilhante. Ambos têm muito talento e estou a prever que tenham um grande futuro na Fórmula 1. Tenho a certeza que vão continuar nesta modalidade por muito tempo", concluiu.

Contudo, a ideia de perder um - ou ambos os pilotos - para outras equipas é uma possibilidade, e resta saber quem ficariam com os seus lugares, dado que esta é uma equipa que tem motores Mercedes. Pascal Wehrlein seria uma hipótese de ficar, caso se confirme que Esteban Ocon vai para a Force India, pois é um piloto Mercedes e um desconto nos motores é algo que a equipa de Banburry vê sempre de bom grado. Para o outro lugar, as hipóteses são interessantes, desde o brasileiro Felipe Nasr até ao britânico Jordan King, passando pelo indonésio Rio Haryanto, que esteve na equipa na primeira metade desta temporada. Quem está excluido nesta equação é Alexander Rossi, que por causa da vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, arranjou um belo lugar na IndyCar.

Nasr queria a Force India - e até tinha Bernie Ecclestone a fazer "lobby" por ele - mas parece que Vijay Mallya pode ter decidido por Ocon. Nasr poderá ter outra chance na Renault - fala-se disso há semanas - e até poderia ser uma boa chance na Manor, por uma temporada, dado que ele é querido na Williams, caso Valteri Bottas não fique por lá para além de 2017. Quem também tem uma boa chance é Kevin Magnussen, mas a Manor é uma chance tão boa como a Sauber, a Haas (do qual se fala que tem uma proposta) e a própria Renault. E fala-se que até tem uma boa proposta para correr na IndyCar...

Claro, isto não está fechado, mas parece que esta equipa não é tão do fundo do pelotão quanto julgam...

domingo, 6 de novembro de 2016

A foto do dia

"Mon Ami Mate", era o nome que dava Mike Hawthorn a ele. Peter Collins era um bom piloto, muito jovem e com potencial para ser campeão. Tanto que um dia, em 1956, passou a oportunidade de o ser porque achava que era "demasiado jovem". Se soubesse quanto tempo é que teria de vida, teria pensado duas vezes. Hoje, Peter Collins teria feito 85 anos de idade.

No GP de Itália desse ano, em Monza, Collins (nesta foto tirada por Bernard Cahier) era um dos candidatos ao título, a bordo de um Ferrari, contra Stirling Moss, num Maserati, e Juan Manuel Fangio, seu companheiro de equipa. Fangio não era muito fã de Ferrari, mas era a equipa que lhe dava a chance de ganhar, e sendo pragmático que era, aceitou. 

Parecia que iria ser um duelo Moss-Fangio, mas Collins venceu duas corridas, em Spa-Francocamps e Reims, dando-lhe uma boa chance de alcançar o título mundial. Depois do argentino ganhar no Nurburgring, Collins estava a oito pontos de Fangio, com chances de vitória, e mesmo Moss poderia ser matematicamente campeão, por causa dos pontos deitados fora.

No circuito italiano, o combinado seria o seguinte: se Fangio desistisse por algum problema, seria Luigi Musso a dar o carro a ele para poder guiar até à meta (nesses dias, a troca de pilotos era permitida, e os pontos eram divididos entre eles). E na volta 30, Fangio encostou às boxes com problemas na direção do seu carro. Fez-se sinal para que Musso encostasse à boxe, mas este recusou. Na volta 35, Collins parou para reabastecer, e quando soube da situação, ele deu generosamente o carro para que o argentino pudesse guiar até ao fim. E foi, até ao segundo posto, numa corrida ganha por... Moss.

Quando questionado pela razão pelo qual entregou o carro a Fangio, quando tinha uma chance matemática de vencer, contou depois que era demasiado novo para alcançar um campeonato. E a lógica era simples: Collins tinha 24 anos quando corria, contra os 45 do argentino, e com a quantidade de pilotos mais velhos do que ele, pensava que teria mais do que tempo para ser campeão.

Infelizmente, a partir desse dia, ele não iria ter mais do que ano e meio de vida: iria morrer a 3 de agosto de 1958, aos 26 anos, sendo mais uma das vitimas do Nordschleife.