sábado, 11 de fevereiro de 2012

WRC 2012 - Rali da Suécia (Dia 2)

O segundo dia do Rali da Suécia está a ser basicamente uma luta entre finlandeses. Mikko Hirvonen e Jari-Matti Latvala lutam entre si pelo comando do rali nórdico, numa luta entre nórdicos e entre Ford e Citroen. Ao longo do dia, ambos os pilotos venceram classificativas entre si - excepto na 14ª, ganha pelo estónio Ott Tanak - mas Latvala conseguiu afastar-se apenas 21,1 segundos sobre Hirvonen, insuficiente para lidar as classificativas de amanhã com maior tranquilidade.

No terceiro posto está Petter Solberg, no segundo Ford, que está a 51,1 segundos da liderança, e ainda não se afastou o suficiente de Mads Ostberg, o quarto classificado no Ford da equipa secundária, pois está com uma desvantagem de 10,6 segundos sobre Solberg. O russo Evgueny Novikov está a fazer um excelente rali, na quinta posição, a 2.13 minutos da liderança, na frente de Henning Solberg.

Sebastien Löeb conseguoiu recuperar um lugar esta manhã, mas perdeu-o na 16ª especial, depois de perder mais de um minuto devido a um furo. Está agora empatado com Solberg, mas o rali para o piloto francês não vai ser mais do que isto. E é o melhor não-nórdico neste rali, o que diz muito sobre este tipo de piso e a adaptabilidade dos locais... Patrik Sandell é o oitavo, no Mini da Prodrive, após a desistência de Dani Sordo, e a fechar o "top ten" estão o checo Martin Prokop e o norueguês Eyvind Brynildsen

Armindo Araujo está a ter um dia para esquecer: depois de ter chegado ao final do dia na 14ª posição, e de ter subido um lugar no inicio da manhã, teve problemas com o tubo de escape após a 14ª especial, que o fez penalizar mais de um minuto e meio. Na classificativa seguinte, Araujo saiu de estrada... de propósito, para não prejudicar o andamento de Patrik Sandell, o Mini melhor classificado, na oitava posição. "Vi o carro de Araujo à distância, pensava que tinha saído de estrada, mas depois ele saiu de propósito, para que eu pudesse prosseguir sem problemas. Foi uma boa atitude por parte dele", comentou o piloto sueco. 

No final da 16ª especial, o piloto português confessou aos microfones do World Rally Radio que agora "estamos a tentar apenas sobreviver para chegar ao próximo Serviço de Assistência"

O rali da Suécia termina amanhã.

Youtube Rally Sweden: Como os suecos se divertem



Enquanto que os pilotos dão o seu melhor nas classificativas suecas, os habitantes locais também se divertem nos tempos mortos entre classificativas, nem que seja para afugentar os mais de 15 graus negativos que se sentem neste final de semana na zona de Karlstad.

E aparentemente, existem alguns divertimentos com quatro rodas que valem a pena ser vistos...

Youtube Music Weirdness: A-HA tocado por acordeonistas... coreanos



Descobri esta noite na BBC: imaginem um "hit" dos anos 80 tocado trinta anos depois noutro instrumento musical, como o acordeão. Até aqui tudo bem, mas mais impressionante ainda é que isto é tocado por mãos... norte-coreanas, o país mais fechado do mundo.

Isto acontece graças a Morten Traavik, um empresário musical norueguês que busca intercâmbios culturais entre a Europa e a Ásia. Traavik é também o organizador do Festival Musical de Kirkenes, a cidade mais a norte da Noruega, bem acima do Circulo Polar Ártico. Segundo Traavik, estes acordeanistas, encontrados Escola de Musica Kum Sung, em Pyongyang, são dos mais talentosos que jamais viu na sua carreira.

"Quando fui à Coreia do Norte, emprestei-lhes o CD dos A-HA com o 'Take On Me' numa segunda feira. Na quarta-feira de manhã, tinham aprendido a canção, sem erros e sem ajuda exterior. Isto demonstra que tem excelentes capacidades", comentou. Pouco depois, gravaram um video que está a ter um grande sucesso: mais de um milhão de visitas em dez dias.

"É mais do que óbvio que são estudantes brilhantes, com excelentes técnicas musicais. Estão interessadas em todas as formas de musica, especialmente as musicas da Noruega, compostas por Edvard Grieg". E em relação ao video, explica que é a típica reação de pessoas interessadas numa sociedade coletivizada, como a Coreia do Norte. "As pessoas [na Noruega] estão espantadas como é que eles se conseguem divertir na Coreia do Norte. E creio que isso faz quebrar uma série de preconceitos que as pessoas têm sobre eles", concluiu.

Os acordeonistas estão neste momento em Kirkenes, a participar no "Barents Spektakel", que termina este domingo. E garanto-vos que este não é a única música que ouvi desse tempo em mãos norte-coreanas. O "Brother Louie", dos "míticos" Modern Talking, é outra musica que já foi tratada por mãos norte-coreanas...

O último dia da vida de Gilles Villeneuve, no Facebook

Carlos Ghys é belga e um "petrolhead". Fã de outro Carlos, Reutemann de seu apelido, acompanha a Formula 1 como fã há mais de 40 anos, da mesma forma que acompanha o seu irmão e a sua mulher. Com tanto tempo a acompanhar o automobilismo, o seu arquivo deverá ser raro e valioso para se partilhar, especialmente de momentos unicos. E este é um deles: 8 de Maio de 1982, o último dia de vida de Gilles Villeneuve, no circuito de Zolder, na Belgica.

O álbum é grande, e aos poucos, ele acrescenta mais fotos desse dia fatídico. O antes e o depois do acidente, desde ele nas boxes, a falar com Niki Lauda, passando pelo carro, concentrado nas voltas que queria fazer para suplantar Didier Pironi até ao acidente e respectivo socorro. E nessa parte, pode-se ver Jochen Mass, Derek Warwick e René Arnoux à volta dos bombeiros e equipas de socorro, e os destroços do Ferrari. 

Um desses destroços, um pedaço do cinto de segurança do carro, ainda hoje é preservado por um colecionador. Como se fosse uma reliquia macabra.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Algo interessante na Williams...

Com o Williams FW34 a ser testado por Pastor Maldonado e Bruno Senna em Jerez de la Frontera, surgiram noticias interessantes sobre os seus patrocinadores, mais concretamente a PDVSA, a estatal venezuelana de petróleo. Segundo o jornalista britânico Joe Saward, surgiu ao público uma fatura a indicar que até ao dia 31 de outubro do ano passado, a petrolífera tinha pago 29,4 milhões de libras, ou 47,4 milhões de dólares de patrocínio à equipa de Grove, o que é um valor anormalmente alto para um lugar pago a um piloto.

O valor não é oficial, mas a fonte é. Se é da Williams ou da PDVSA, ainda não se sabe, mas são valores interessantes. Em teoria, isso seria mais do que suficiente para dispensar a procura de um segundo piloto pagante, mas a equipa perdeu mais de 15 milhões de euros de patrocinadores, nomeadamente da AT & T americana, o que fez com que arranjasse dinheiro do Brasil, nomeadamente, Bruno Senna. Provavelmente, a Embratel e a OGX, do Eike Batista, devem ter coberto esse buraco, e a Williams poderá estar agora mais aliviado em termos de contas, mas isso poderá fazer com que fique mais vulnerável.

Porquê? Bom, falamos da Venezuela, um pais latino-americano que depende de um homem. Um homem que é público, está doente. E cada vez mais surgem rumores de que ele poderá ter os seus dias contados. Há quem fale de um ano de vida, quem fale de meses, quem fale de mais algum tempo, mas o cancro de Hugo Chavez, detectado em Junho do ano passado, poderá ter-se espalhado por mais alguns lados. Pode-se mostrar mais "gordo" às pessoas, mas isso é o efeito secundário da cortisona. Digo isto porque durante um ano, devido aos meus problemas de saúde, andei a tomar uma dose diária de Medrol. E quando se corta no medicamento, os efeitos são tão prejudiciais do que quando se toma. Larguei isso à custa de três semanas no hospital, devido a uma recaída.

Mas voltando ao que interessa, é interessante ver o surgimento deste valor por esta altura. A Venezuela terá eleições no final do ano e Chavez quer fazer tudo para morrer agarrado ao cadeirão no Palácio de Miraflores. Típico de qualquer caudilho sul-americano, diga-se. E como se poderá imaginar, as implicações politicas de tal valor poderão ser usadas como arma politica por parte da oposição. E em Grove, eventualmente, Frank Williams e Adam Parr poderão estar a torcer para que Hugo Chavez viva o mais possivel e Pastor Maldonado comece a apresentar resultados... 

WRC 2012 - Rali da Suécia (após SS9)

O primeiro dia do Rali da Suécia está a ser marcado pela neve na pista e pelas constantes mudanças na liderança, com uma luta Ford-Citroen entre finlandeses: Jari-Matti Latvala e Mikko Hirvonen, curiosamente, ex-companheiros na Ford. Ao fim de nove classificativas, é o piloto da Ford que lidera o rali, com 17,2 segundos de vantagem sobre o seu compatriota, depois de ser beneficiado dos problemas de pneus que os Citroen tiveram na nona especial, a penúltima do dia.

O terceiro classificado é o norueguês Petter Solberg, o segundo piloto da Ford oficial, que está em duelo com o seu compatriota Mads Ostberg, da equipa secundária da Ford. Ostberg tem estado na frente de Solberg, mas fez um esforço adicional nesta última classificativa do dia para o passar e ficar com o lugar mais baixo do pódio. Contudo, apesar da ultrapassagem, este é um duelo que promete não arrefecer, pois é a juventude - Ostberg é um jovem de 25 anos - contra a experiência - os 38 de Solberg. 

Não muito longe, na quinta posição, está o russo Evgueny Novikov, que parece ter conseguido aliar a sua velocidade com o refrear dos seus impetos, e isso começar a dar resultados. Henning Solberg é o sexto, a mais de 1 minuto e 40 segundos da liderança, com Sebastien Löeb no sétimo posto. 

O campeão do mundo está numa toada de recuperação, depois de ter cometido um erro na sétima especial, onde bateu contra um banco de neve, perdendo mais de dois minutos, pois teve de o libertar com a ajuda dos espectadores presentes no local. Caiu para o 11º lugar, mas agora está numa toada de recuperação, tendo voltado aos lugares pontuáveis e também beneficiando dos problemas de Dani Sordo. O piloto espanhol da Prodrive andou nos lugares da frente durante as primeiras classificativas, tendo ficado no quinto lugar após a sétima especial. Mas na especial seguinte, um problema de motor do seu Mini o obrigou a desistir do rali.

Patrik Sandell, no segundo Mini, é o oitavo classificado posição, na frente do checo Martin Prokop e de Enyd Brynildsen, que está a ser acossado pelo Skoda Fabia S2000 de Sebastien Ogier. 

Quanto a Armindo Araujo, está em toada cautelosa ao longo do dia, estando agora a mais de três minutos dos da frente, no 13º lugar, a mais de um minuto e 40 segundos dos lugares pontuáveis.

O Rali da Suécia prossegue amanhã. 

Noticias: HRT falha no "crash test" da FIA

Já não faltam muitos chassis para serem mostrados: Marussia (ex-Virgin), Mercedes e a Hispania, ou HRT. Esta última está nas bocas do mundo devido às suas constantes mudanças - depois de Valencia, vão agora para Madrid - pela nova gerência e agora pelo seu "crash-test" para o seu novo F112, que aparentemente não passou nos testes da FIA.

Na sua conta de Twitter, pode-se ler: "14 crash tests passed. Chassis approved but the two that failed (by minor margin) prevent us to have the car ready for first Barcelona test.” (Aprovados em 14 dos 16 "crash-tests", mas falhamos os outros dois por muito pouco. Isso nos impede de o ter pronto a tempo para a sessão de testes de Barcelona).

Não se sabe ainda se irá ter o famoso "bico de ornitorrinco", mas nesta terça-feira em Jerez, Pedro de la Rosa pedira aos responsáveis que arranjassem um chassis com as novas soluções adoptadas por todas as equipas até agora... exceto a McLaren. Veremos se os desejos do veterano piloto espanhol serão cumpridos ou não... mas não será em Barcelona que o veremos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

5ª Coluna: a realidade não é o seu cheiro favorito

Na minha infância, o Brasil era governado por um general chamado João Batista Figueiredo. Apanhei a parte final do regime militar, aquele que promoveu uma amnistia e depois eleições livres para os vários cargos até 1984, quando se tentou fazer com que a próxima eleição para o presidente fosse feita pelo povo e não por um conjunto de deputados e senadores, as famosas "Diretas Já". Figueiredo, que era general e viveu entre 1918 e 1999, fazia lembrar-me o meu querido avô Tomás - e na confusão dos meus quatro anos, convenci-me que era mesmo o presidente - não gramava a politicagem e dizia estava ali por obrigação. Pelo menos era isso que dizia. Como qualquer militar obediente, lá cumpriu o seu dever, não sem algum enfado.

Tinha uma paixão, o hipísmo. Chamava-as de "mulheres" e dizia que "perferiria o cheiro de cavalo ao cheiro do povo" e afirmava que quando acabasse a sua presidência, a unica coisa que levaria dali eram os seus cavalos. Alegadamente, quando passou a pasta a José Sarney, em 1985, perguntado sobre como queria ser lembrado, respondeu, de modo direto e sem rodeios: "Sinceramernte, quero que me esqueçam."

Confesso que não sei qual é o cheiro favorito de Bernie Ecclestone. Mas se fantasiarmos um pouquinho e queremos ser maldosos, direi que esse seria o cheiro das notas de dólar, de preferência aquele cheiro proveniente dos maços de cem dólares. O octogenário anãozinho parece ser movido a dinheiro - por muito que o negue - e não tem idade nem cabeça para olhar para os apelos ao bom senso ou ao politicamente correto. Aliás, até gosta de provocar. As tiradas elogiando Adolf Hitler e os politicos de direita como Margaret Thatcher só mostram o tipo de pessoa que é: perfere fazer negócios e ser direto do que aturar politicos.

O Tio Bernie faz-me lembrar esse general. Ao fazer orelhas moucas ao povo e os seus representantes eleitos demonstram o seu menosprezo à democracia. Já vimos isso no passado, quando mandou às malvas as pressões internacionais para que a Formula 1 se retirasse da Africa do Sul, em pleno regime do "Apartheid". Foi aí que aprendeu que qualquer governo que queira romper com o isolamento internacional é capaz de pagar o que for necessário para ter algo que demonstre uma cara de "normalidade". Quantos milhões de "kruger rands" não entraram nos cofres da FIA e em particular, do bolso de Bernie Ecclestone, até 1985?

E o Bahrein vai pelo mesmo caminho. Com crescentes apelos ao boicote, Ecclestone faz orelhas moucas - ou se perfereirem, entope-as de notas de dólar - porque aquele é um dos paises que tem petróleo no seu subsolo. E como os "sheiks", principalmente o principe herdeiro, um "petrolhead" que pagou mais de 150 milhões de dólares para construir o circuito de Shakir e 60 milhões para que a sua ilha fosse a primeira corrida do ano, Bernie sabe que esse dinheiro serve perfeitamente para acrescentar a sua fortuna e pagar uma parte às equipas, que também precisam desse dinheiro. Com isso tudo em jogo, eles não se movem perante apelos à humanidade das pessoas, infelizmente.

Assim sendo, não creio que Ecclestone não largue o Bahrein e abdique desses milhões "a bem". É certo que as equipas, mesmo que neste momento estejam em Jerez de la Frontera, concentrados nos seus esforços para desenvolverem os seus novos carros de "bicos de pato" para 2012, ouvem essa voz de fundo a crescer nas suas costas. Mesmo que no final do dia estejam demasiado cansados e demasiado ocupados a resolver os problemas técnicos, mecânicos, aerodinâmicos e algo mais, ligam a televisão, e no seu "zapping", procurando por distrações, chegam à BBC ou a CNN e vêem, por exemplo, o bombardeamento do exército sírio às suas populações civis em Homs, Hama ou Damasco, ou as discussões do FMI, o Banco Central Europeu e outros, sobre o novo plano de resgate à Grécia. 

Por muito que a Formula 1 tente ser um casulo insensível ao que se passa lá fora, mesmo isso pode perturbar os seus planos. E as semanas que aí vêm serão um teste para saber se Ecclestone e as equipas resistirão ao "mau cheiro" da realidade. 

Noticias: Bruno Magalhães provavel no Rali dis Açores

As coisas não andam bem no meu país, isso é verdade. Dinheiro para levantar projetos não existe, e tem de se fazer mais por menos. Bruno Magalhães e Bernardo Sousa irão ter uma temporada de 2012 complicada, mas o primeiro poderá ter esperanças, pelo menos, para participar no Rali dos Açores, a primeira prova do Intercontinental Rally Challenge, a bordo de um Peugeot 207 S2000. Isto se até amanhã à tarde conseguir os valores que pretende para a sua participação. 

"Estamos a realizar um forcing para estar presentes no Rali dos Açores e para já pensamos prova a prova. Falta algum dinheiro, mas as perspetivas são boas pelo que resta aguardar.", começou por referir numa entrevista à Autosport portuguesa. 

Nessa mesma entrevista, o piloto afirma que a hipótese de fazer novo campeonato está excluida à partida: "É complicado, e basta ver outros casos semelhantes ao meu, para perceber que esta é uma fase delicada para conseguir colocar de pé projetos grandes.", continuou. 

Contudo, o piloto de 31 anos não exclui participar no Rali de Portugal, e provavelmente num WRC: "Depois dos Açores vou pensar de imediato no Rali de Portugal, e apesar de nunca ter guiado um WRC, tenho em mente fazê-lo, e no Rali de Portugal seria ótimo. Sei que os valores para uma operação dessas são elevados, mas quem sabe, pelo menos vontade de o fazer tenho, e talvez surja alguém que conclua que seria uma boa aposta. Era fantástico, vamos aguardar!" prosseguiu. 

E com o segundo Mini da Prodrive disponivel à melhor oferta, provavelmente seria um bom carro para guiar nas classificativas do sul do país, ao lado de Armindo Araujo. 

Noticias: Politicos britânicos pedem à FIA para que não vá ao Bahrein

Como todos sabem, o calendário de Formula 1 de 2012 tem um grande escolho chamado "GP do Bahrein". E a cada dia que nos aproximamos do dia 22 de abril, o incómodo que isso causa devido à agitação social que ocorre nessa ilha no Golfo Pérsico começa a ser notado. E o mais recente capítulo desse incómodo ocorreu hoje, quando após mais um incidente na ilha onde a policia cortou os dedos a um cidadão com passaporte britânico, oito representantes da Câmara dos Lordes escreveram uma carta aberta ao jornal "The Times" de Londres, apelando à FIA para que abdique de ir ao Bahrein na data prevista.

"Caro Senhor, Notamos com preocupação a decisão da Formula 1 de ir correr no Bahrein no mês de abril", começaram por afirmar os subscritores dessa carta aberta, descrita também no Autosport britânico. "A crise no Bahrein está a ser uma fonte de instabilidade na região do Golfo, e a falta de acções em direção à reconciliação politica preocupa a todos os que desejam ver o país em direção de uma maior responsabilidade democrática".

"Nos últimos dois meses, temos visto um entrincheirar de posições por parte dos dois lados que arrisca a que vozes mais extremas comecem a ditar o progresso deste conflito. Nesta altura, com manifestações diárias e as motres de civis, não acreditamos que este é o tempo certo para o regresso da Formula 1 ao Bahrein", continua a carta. 

"O Bahrein é um ponto de comércio e de negócios no Médio Oriente, e isto tras maior responsabilidade. Direitos Humanos e estabilidade económica são dois fatores indissociáveis e o governo barenita tem de fazer mais para persuadir organizações internacionais que o seu local é suficientemente estável para os negócios. Até que o governo tome medidas para reformar os sistemas eleitoral, penal e judicial, quer os obsrrvadores internacionais, quero os cidadãos comuns não tem a confiança suficiente de que o Bahrein está no caminho da estabilidade politica. Assim sendo, pedimos à FIA para que reconsidere a decisão de ir correr no Bahrein", conclui a missiva, assinada por membos do Partido Conservador como Lord Ahmad of Wimbledon and Lord Boswell, que como membro do parlamento tinha sido eleito pela circunscrição onde se situa o circuito de Silverstone, mais o Lord Ahmed of Rotherham, o primeiro nobre de origem muçulmana, e os Liberais-Democratas Lords Alton, Avebury and Baronesa Falkner of Margravine.  

E à medida que o dia do calendario se aproximar do tal dia 22 de abril, mais vozes irão certamente se levantar, com cada vez mais apelos ao boicote, algo que provavelmente só terá paralelo com os eventos de outubro de 1985, quando o mundo tentou convencer - sem grande sucesso, diga-se - de que a Formula 1 boicotasse o GP da Africa do Sul, devido ao regime do "apartheid". 

E tal como em 1985, a pessoa que mandava na Formula 1 é a mesma: Bernie Ecclestone. Que disse no mês anterior no jornal austriaco Salzburger Nachtirchten que está pouco preocupado. "Toda a gente fala muito dessa parte do mundo, mas o Bahrein é o país com menos problemas na região", afirmou na altura. E isto não vai ficar por aqui...

O que é que vai ser agora a Mini?

A decisão desta terça-feira da BMW, na sua sede em Munique, era algo esperada, após o surgimento no final do ano das noticias sobre as tensões existentes entre a casa-mãe e a Prodrive. Murmuradas desde o final do ano, começaram a ser ditas de forma mais aberta na semana do Rali de Monte Carlo. A casa-mãe, a principio demasiado ocupada com o seu regresso ao DTM, decidiu depois que a melhor maneira de controlar os aspectos do desenvolvimento do carro seria de terminar o contrato com a Prodrive, depois desta ter falhado em alguns aspectos, como por exemplo, a questão do patrocinador, e depois, a saga da inscrição da marca na categoria M1, como construtora.

Contudo, a decisão de entregar o desenvolvimento à Motorsport Itália surpreendeu muita gente. Aliás, vendo as coisas no papel, parece um "samba do crioulo doido": A Motorsport Itália é rebatizada de Mini Team Portugal, e os seus pilotos oficiais são Armindo Araujo e o brasileiro Paulo Nobre. Um, bicampeão da Produção em 2009 e 2010, e com uma limitada experiência com o WRC, e o segundo, um apaixonado pelos ralis, com 43 anos de idade e que na Suécia vai fazer o seu terceiro rali da sua carreira na categoria principal.

A equipa fica agora com estatuto de M1, ou seja, vão a todos os treze ralis do campeonato, tem quilometragem ilimitada e igualdade de tratamento com a Prodrive e Dani Sordo. E então, porque é que a BMW não ficou com Sordo e o britânico Chris Meeke? Simples, os contratos que estes pilotos assinaram foi com a Prodrive e não com a casa-mãe. E como a Prodrive está a alugar o segundo carro à melhor oferta - Patrik Sandell guiará o segundo carro na neve sueca - muito provavelmente Meeke ficará apeado esta temporada, para seu natural desgosto.

E o que é que isto significa para o futuro da BMW, e da Mini? Bom, primeiro que tudo, o carro estará homologado até 2018, o que pode dizer que eles poderão, à partida ficar no WRC até lá, ou então, como alguns adoram vaticinar, ir embora no final do ano, "com o rabo entre as pernas". Não acredito muito nisso pelo simples fato da Volkswagen ir entrar "com tudo" em 2013, o pode significar também que a BMW queira ter o assunto entre mãos para poder combater com a VW nas classificativas um pouco por todo o mundo. E como a Prodrive tinha uma autonomia quase total no projeto, talvez eles queiram ter agora um maior controlo nas fases de desenvolvimento do modelo. E a Motorsport Itália seria o parceiro ideal para isso.

A não ser que a "Chairman of the Board" de Munique seja toda mentecapta... não acredito numa retirada de cena no fim de 2012.

No meu caso, acho que deveria ter ouvido melhor os sinais vindos desde o final do ano, especialmente quando Armindo Araujo, numa entrevista que deu à RTP, ter dito que em 2012 iria ter o apoio da Mini alemã... e falando no piloto de Santo Tirso, muitos nas minhas bandas dizem que agora ele não tem desculpas para dar vinte segundos ao Sebastien Löeb em cada classificativa. Francamente, o Armindo tem uma excelente oportunidade para mostrar o que vale. Terá um carro igual, com peças de última geração e dias e dias para testar o bólido... mas não andará na frente na Suécia, porque aquela não é a sua superfície. 

E quanto ao Paulo Nobre, digamos que este palmeirense do coração (é um dos vice-presidentes do clube) deve estar feliz da vida por ter aparecido uma oportunidade destas. Esteve no lugar certo, na hora certa, e vai gozar o momento. E mais logo, o WRC arranca nas frias paragens suecas, o primeiro rali da nova roupagem da Mini. 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O maior espectáculo desportivo à face da Terra

"Esbarrei" com isto no Facebook, porque normalmente não folheio as páginas ou o "site" da National Geographic, mas ao descobrir as dez melhores manifestações desportivas, fiquei curioso. Ver por lá Polo, Ténis, ou Golfe não me admira, e descobrir que dois dos três integrantes do pódio serem os Jogos Olimpicos e o Mundial de Futebol também não me surpreendeu, mas o primeiro classificado, esse, foi uma completa surpresa. Haveria algo mais poderoso que dois dos mais emblemáticos espectáculos à face da Terra? Sim. 

É uma corrida de automóveis. E não é uma qualquer, são as 24 horas de Le Mans. Eis a descrição feita pela revista: 

"Destreza, Velocidade e Resistência marcam a melhor corrida de automóveis do mundo, as 24 Horas de Le Mans. A corrida, organizada pelo Automobile Club de L'Ouest, é uma ponte entre o passado e o presente do automobilismo.

A competição decorre no traçado semi-permanente do Circuit de la Sarthe, nas margens do rio com o mesmo nome, perto da cidade de Le Mans. Cerca de 46 carros participam nessa corrida em várias classes, incluindo Protótipos de alta performance, carros de corrida e carros de Turismo devidamente modificados. O vencedor é o carro, guiado por três pilotos, que cobre a maior distância em 24 horas.

A primeira corrida teve lugar em maio de 1923, hoje em dia acontece em junho, a corrida começa pelas 16 horas locais e durante 24 horas, o som dos motores enche os 13 quilómetros do circuito no ambiente rural francês."

Este ano, Le Mans comemora a sua 80ª edição. Não terá os Peugeot, que alegando a crise, decidiu abandonar de repente a Endurance, mas tem Audi e Toyota na categoria LMP1, e terá mais três categorias, a LMP2 e os GT's. Quando leio aquilo que diz a revista, entendo aquilo que ela quer dizer, apesar de ainda não ter colocado os pés em La Sarthe: é o ambiente que conta. Os que vão lá falam num "Le Mans dentro de outro Le Mans". São os adeptos que vêm um pouco de toda a Europa para ver as máquinas a rolarem. É a roda gigante, são as barracas de "comes e bebes", é o convivio entre "petrolheads", é o espírito campista. Onde é que tens esse espírito na Formula 1, hoje em dia? Não existe.

Não existe pelas razões óbvias: demasiado elitista, onde a FOM colocou o "povo" longe, em redes, cobrando preços absurdamente altos, em boxes e instalações que mais fazem lembrar enfermarias, desenhadas pela mesma pessoa. Os carros são rigorosamente planeados, com regras demasiado detalhadas, que em nome da legalidade, matam a criatividade. Já pensaram se estas regras existissem em 1950, o primeiro ano do Mundial de Formula 1, como seriam os carros agora? Muito provavelmente, ainda teriam os motores à frente e nunca teriam asas...

E quanto ao "ambiente do paddock", digamos que quando vejo as imagens disponibilizadas por uma FOM, reparo que está mais preocupada em mostrar "pit-babes" de cabeça vazia a festejarem sei lá o quê num telhado de Valência, ou o Puff Daddy a exibir-se nas ruas do Mónaco. Enfim, nesse aspecto, estamos conversados. Bernie Ecclestone não gosta do povo "porque não tem o cheiro do seu cavalo favorito", como disse certo dia o general e ex-presidente brasileiro, João Batista Figueiredo.

A essência do automobilismo está nas pessoas que gostam dela, é a seiva que faz alimentar a árvore. Se cortas a seiva, a árvore definha e morre. Há muito tempo que tenho a ideia de que a Formula 1 começa a caminhar para aí, com idas às petro-monarquias do Golfo e do Extremo Oriente, só para que o Bernie Ecclestone saque 200 milhões do ano, dos quais metade vão para o seu bolso. E mesmo os ralis, quando se começou a regulamentar em relação às distâncias e quantas pessoas é que podiam estar nas classificativas, também começou a definhar. Jean Todt está a tentar recuperar algum dos prestígio perdido, alargando as classificativas e o tempo dos ralis, mas é um longo caminho.

A ACO, contudo, viu à distância o que estava a passar e decidiu manter tudo. Afinal de contas, tinham uma formula de sucesso e decidiram mantê-la, sem pressões. Tem a televisão, claro, e conseguem fazer um bom trabalho. Eu, que vejo a Eurosport ou a Motors TV no final de semana da corrida, fico sempre satisfeito com o trabalho que fazem. E não é preciso mostrar toda a corrida na íntegra.

É por estes e outras coisas que digo com orgulho que sou "petrolhead". Porque adoro automóveis e automobilismo. Ver os carros a acelererem na Mulsanne, a saltarem em Ouninpohja ou em Fafe-Lameirinha, a passarem pela Curva 4 de Indianápolis ou a saltarem nas dunas do Atacama e aplaudirem... isso sim, são fãs de automobilismo. Os que gostam de Formula 1 e só de Formula 1, francamente... não sabem o que perdem. Não direi que não sejam fãs de automobilismo, mas fico com a ideia de que não fazem ideia do que se trata.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Noticias: Governo local despede promotor que geria Nurburgring

Enquanto que a Formula 1 faz os seus testes em Jerez de la Frontera, na Alemanha, apreciam noticias interessantes sobre o circuito de Nurburgring. O governo do "lander" da Renânia-Palatinado decidiu rescindir unilateralmente o seu contrato com a promotora do circuito de Nurburgring, a NAG (Nurburgring Automotive GmbH), por alegadamente esta ter feito fraude com as suas contas.

Segundo a imprensa local, a NAG apresentou contas falsas na construção de um complexo na área do circuito, que incluiu um centro de convenções e hotéis, esperando com isso um maior fluxo de turistas, o que não aconteceu. Aliás, desde há muito que um grupo de ativistas, o "Save the Ring", era crítico desta administração, por afrimar que as suas ações tinham arruinado a gestão do circuito e pedia há muito que o governo local a demitisse.

O governo decidiu então tomar conta da gestão do circuito de forma provisória até encontrar um novo promotor. “Vocês ficariam surpresos com a quantidade de propostas que recebemos de interessados”, começou por dizer Roger Lewentz, Ministro do Interior. “Se for aceitável para a região, a porta continuará aberta”, completou. 

Outra das questões que estão por cima da mesa é o contrato da Formula 1. Desde 2007 que Nurburgring e Hockenheim alternam o GP da Alemanha nos seus circuitos e foi com a NAG que Ecclestone negociou o atual contrato, que terminará no ano que vêm. Não se sabe se o compromisso será honrado até lá ou se a nova entidade negociará a extensão do acordo com a FOM. Até prova em contrário, a Formula 1 voltará lá no ano que vêm.    

Apresentações 2012 (9): O Williams FW34

A Williams apresentou esta manhã no circuito de Jerez o seu carro de 2012, o FW34, primeiro pós-Patrick Head, e o primeiro chassis com motor Renault. De arquitectura simples e com o "bico de pato" introduzido graças aos regulamentos da FIA, terá como pilotos o brasileiro Bruno Senna e o venezuelano Pastor Maldonado. O novo chassis vem numa altura em que a Williams está a passar por mudanças profundas, depois de na temporada passada ter acabado na nona posição dos construtores, apenas com cinco pontos, e da substituição de Rubens Barrichello por Bruno Senna.

Frank Williams, o mítico fundador e dono da equipa,acredita que 2012 representa um novo começo para a escuderia britânica. “Alguém poderia dizer que, olhando para a Williams hoje, temos um novo começo”, começou por dizer. “Temos um novo carro, uma nova dupla de pilotos, um novo motor e um novo pessoal no comando”, explicou. “Também temos outros novos parceiros que se juntaram ao time nos últimos meses. Eu gostaria de aproveitar essa oportunidade para formalmente dar a eles as boas-vindas e, sinceramente, desejar uma agradável e, mais importante, valiosa experiência conosco”, continuou.  

Após a apresentação, Maldonado, que será o primeiro a rodar com o novo carro, afirmou confiante: “Estou feliz por correr novamente com a Williams. Tenho fé no FW34 e no motor Renault, então eu tenho grandes esperanças nas corridas que virão. Será muito importante para nós desenvolvê-lo desde o começo até o fim da temporada. Agora eu já tenho um ano de experiência, posso ajudar nessa área muito mais”, ressaltou.

Maldonado afirmou também que em 2012 poderá dar mais alegrias ao seu povo e conquistar muito mais do que um ponto somado no GP da Bélgica. “Este começo de ano é um momento animador para meu país, Venezuela, e espero que possamos dar alguns bons resultados como forma de agradecimento por todo o apoio”, comentou.

Já Bruno Senna mostra-se empolgado com esta sua experiência na Williams, dezoito anos depois do seu tio. “Estou muito animado por voltar com a Williams em Jerez. Esta é a minha primeira pré-temporada desde que eu estreei na Formula 1 há dois anos”, começou por comentar Bruno. “Estou muito motivado e ansioso para trabalhar muito com todos na equipa. Espero que nós tenhamos um mês bem-sucedido e possamos desenvolver o carro para chegarmos a Melbourne bem preparados”, afirmou o piloto de 27 anos. 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Robert Kubica: Um Ano Depois

No meio de tantas apresentações e novidades, houve uma efeméride que nos ia escapando, mas uns, mais avisados, lembraram-se. hoje faz um ano que Robert Kubica teve o seu grave acidente, no Rali Ronda di Andora, em Itália, quando embateu num guard-rail com o seu Skoda Fabia S2000 e este entrou carro adentro, causando ferimentos horriveis em todo o seu lado direito, destruindo a sua mão, cotovelo, braço, perna, joelho e tornozelo.

Foram ferimentos horríveis, que o colocaram no limiar da vida. Muitos temeram que não sobrevivesse, outros disseram logo, sonelemente, naquele dia, que a sua carreira automobilistica tinha acabado. Não iria guiar mais um Formula 1, não iria guiar mais nada competitivo, nada. Foi operado várias vezes, para reduzir as fraturas, para reparar ossos e nervos danificados, tendões, etc, numa reconstituição complexa, mas o mais completa possivel. Lentamente, Robert Kubica foi se reconstituindo e reaprendendo a andar, a correr, a conduzir um carro do dia-a-dia.

Após um ano de muita terapia e algum retrocesso - escorregou no gelo há cerca de três semanas e fraturou a tíbia - Kubica está quase curado. Muitos continuam a jurar que a sua carreira na Formula 1 acabou, apesar de aplaudirem a sua recuperação como ser humano. Não sei se essa gente vê o Robert Kubica todos os dias, falam com ele para saber como andam os seus parafusos, se o cotovelo já voltou ao seu lugar. Francamente, para falar dessa maneira, tem de ter conhecimento de causa, e se não têm, valem tanto como uma nota de um euro (não existe, só há moedas)

Francamente, quero vê-lo dentro de um carro, num simulador, e ao vivo. Quero ver do que é capaz, se consegue voltar a ser competitivo, após este tempo todo. Não sou cirugião, mas sei que a medicina evolui e seu que evoluiu bastante nos últimos 20 anos, desde o acidente de Alessandro Nannini, onde ficou com um braço decepado e sucessivamente reimplantado. Recuperado parcialmente dos seus movimentos, pode não ter mais regressado à Formula 1, mas continuou a ter uma carreira competitiva nos anos a seguir, nos Turismos. Se no final disso tudo Robert Kubica não for capaz de regressar à Formula 1, então muito bem. "Colocar o caixão à porta" da sua carreira e tratá-lo como um coitadinho, acho que é demasiado cedo, para não afirmar que é uma tremenda falta de bom gosto.

Pelo que me contam de Robert Kubica, ele é uma pessoa determinada. E só por aí vale metade da recuperação, dizem muitos dos entendidos. Sendo um homem de muita fé, vindo do país de Karol Woytila - que o resto do mundo conheceu como Papa João Paulo II - para além de ele já ter passado por Formula 3, para não esquecer os eventos de Montreal em 2007, onde podemos dizer que, mais do que um espectacular acidente, é o triunfo da engenharia moderna, temos de ter esperança no melhor em Robert Kubica. E se - espero eu e todos os que gostam do piloto - ele poder voltar a um carro competitivo e vencer, então diria que seria o completar de um circulo. De como foi ao Inferno e voltou como novo.

Eu tenho de acreditar nisso, mesmo que todos digam que é irrealista.

Apresentações 2012 (8): Toro Rosso STR7

Pelas 17:30, hora local, a Toro Rosso apresentou no circuito de Jerez o seu novo carro para 2012, o Toro Rosso STR7, na presença dos seus pilotos, o australiano Daniel Ricciardo e o francês Jean-Eric Vergne. Num carro que é desenhado autonomamente pela terceira vez, é interessante verificar que eles não foram de acordo com a filosofia vigente e desenharam um nariz mais baixo e afilado, com um degrau muito mais suave que é visto nas outras equipas, exceptuando o McLaren MP4-27.

Franz Tost, chefe da equipa, afirmou: “O STR7 é o terceiro carro desenhado, projetado e montado totalmente pela Toro Rosso. Investimos muito dinheiro para construir a infraestrutura, e espero que os resultados sejam bons já no começo dos testes. Este investimento foi possível apenas porque nós temos parceiros fortes”, começou por dizer o austríaco, deixando evidente a ambição por melhores dias em Faenza. “No ano passado nós terminamos em oitavo no [Mundial de] Construtores, e neste ano esperamos fazer melhor, sétimo ou até mais", concluiu. 

Amanhã será a primeira vez com o novo carro, e isso é sempre algo muito especial. Nós temos dois pilotos altamente talentosos e estou convencido que ambos farão um trabalho muito bom”, acrescentou. O STR7 será amanhã conduzido por Daniel Ricciardo.  

Noticias: BMW e Prodrive terminam acordo, Motorsport Itália é a nova equipa oficial

A BMW, que constroi o Mini, anunciou esta tarde o final da sua associação com a Prodrive, algo que se estava à espera desde há algumas semanas, apesar das vozes em contrário vindas de Banburry, a sede da preparadora. Contudo, a marca não só anunciou que estará presente no Mundial de ralis para os próximas sete temporadas, como também anunciou algo que se murmurava desde há muito: a Motorsport Itália será a equipa oficial da marca, sob o nome "WRC Team Mini Portugal" e isto significa que o português Armindo Araujo e o brasileiro Paulo Nobre, o "Palmeirinha", serão pilotos oficiais M1 até ao final de 2012, com a Prodrive a recuar para o estatuto de equipa privada, em M2, com Dani Sordo e eventualmente, Chris Meeke.

Estamos convencidos que o espírito dos ralis serve perfeitamente para a nossa marca", começou por dizer Kay Segler, um dos vice-presidentes da marca, que aproveitou para agradecer à Prodrive por todo o trabalho feito até aqui. “Com o seu entusiasmo e trabalho duro, a Prodrive jogou um grande papel no sucesso desportivo da marca nestes últimos ralis, com o Mini John Cooper Works WRC. Em nome da Mini Motorsport, Queremos agradecer a todos na Prodrive pelos seus esforços e estamos desejosos para trabalhar com eles no sentido de ajudar os nossos clientes no futuro", concluiu.

Quanto a Armindo Araújo, que neste momento está em paragens suecas a testar o seu carro para o rali, que arrancará no final da semana, este é, sem dúvida, um grande momento da sua carreira: “A excelente ligação que criamos durante a temporada passada e o trabalho que efectuamos até aqui permitiu garantir um programa completo no Campeonato do Mundo de Ralis e a criação do WRC Team Mini Portugal. Estou muito satisfeito com a confiança que me foi depositada e preparado para dar o máximo neste novo desafio. Não posso deixar de agradecer em primeiro lugar à Mini Portugal pelo empenho na criação da equipa e também à GALP e MCA que continuam a apoiar-me neste grande projecto”, afirmou na sua página oficial do Facebook.

Conheça o Veeco, o protótipo elétrico português

O que não falta por estes dias são protótipos eletricos, vindos de todos os cantos do mundo. E Portugal, claro, não foge à regra. Isto aconteceu na passada sexta-feira, no Casino de Lisboa, com a apresentação do projeto Veeco, um carro de três rodas, em jeito "reverse trike" (duas rodas na frente e um atrás), que terá duas baterias com autonomia suficiente para 400 quilómetros, segundo dizem.

O Veeco é o culminar de um projeto iniciado em 2005, numa associação entre a companhia VE - Veículos de Tração Elétrica - e o ISEL, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. O RT, cuja frente faz lembrar um Mazda RX8, tem espaço para duas pessoas e o seu formato de gota tem como objetivo reduzir os consumos. Com uma velocidade máxima de 160 km/hora, e uma aceleração dos 0 aos 100 em oito segundos exatos, tem um peso de 800 quilogramas. As baterias estão por baixo do compartimento da mala, que está na parte dianteira do carro.

O carro apresentado é um protótipo, mas a marca conta ter no final do ano uma segunda versão, pronta para os testes na estrada. E querem ter unidades prontas a serem comercializadas no próximo ano, esperando vender cerca de 200 veículos.

Vou torcer para que o projeto seja bem sucedido. Numa altura como esta, precisam-se de alternativas para se libertar da enorme dependência petrolifera, no sentido de dar ao consumidor algo que não doa tanto na carteira, como acontece agora.

Apresentações 2012 (7): Red Bull RB8

Pelo meio-dia de hoje, a Red Bull apresentou no seu canal do Youtube o seu ERB8, e era certo que toda a gente tinha altas expectativas sobre este carro, para saber que truque teria Adrian Newey na manga para interpretar os novos regulamentos em relação à altura da frente do carro: se faria como os outros, se faria como na McLaren ou faria uma abordagem original? Pois bem, foi esta última versão que apareceu perante os olhos do mundo inteiro, com o RB8 a ter uma pequena ranhura, interpretando de uma forma vantajosa o "bico de pato" que os regulamentos desenharam este ano.

Sebastian Vettel, o bicampeão do mundo, ficou empolgado com o novo carro e traçou os seus onbetivos para 2012: ”Esperamos fazer o mesmo novamente. Tivemos um grande ano e acho que nós sempre vamos olhar para 2011 e pensar no quão especial esse ano foi”, começou por comentar, sem deixar de ser cauteloso com a temporada que aí vem.

Para ser sincero, você não começa uma temporada esperando ter uma temporada semelhante novamente. Nós sabemos o quanto especial e o quanto nós curtimos [2011], mas sabemos que agora será difícil ser consistente para estar em quase todas as corridas no pódio”, concluiu.

Mark Webber diz que a equipa estabeleceu um padrão muito alto para defender ambos os títulos em 2012, mas que não há motivos de preocupação para esta temporada. "Nós estabelecemos um padrão alto. Vencemos bastante nos últimos anos e o campeonato de 2011 foi muito dominado. Os dois pilotos estão indo bem, a equipe é muito confiável, sabemos que temos que continuar trabalhando duro. A continuidade tem sido um ator chave nisso", afirmou Webber. "Não há motivos para que em 2012 não briguemos pelo topo novamente", assegurou. 

O piloto australiano, de 35 anos, e terceiro classificado em 2011, afirma que este é um carro que corresponde às exigências de todos os que o guiam: "As características do RB8 que nós estamos procurando são de um carro que seja fácil de guiar, o que significa não só no lado do motor, onde a Renault tem feio um bom trabalho, mas também no aerodinâmico. Precisamos que seja funcional em todos os circuitos, em todas as temperaturas", relatou Webber.

O diretor desportivo, Christian Horner, afirou que o objetivo de 2012 continua a ser o mesmo, que é o de manter ambos os títulos de Pilotos e Construtores, e que o RB8 é uma continuidade do projeto vencedor de Adrian Newey. “O carro deste ano é fantasticamente bom, e eu acho que é a síntese de continuidade, continuidade em todas as áreas. Acho que projetamos e construímos este carro em um tempo recorde, um tempo ridiculamente curto.", começou por afirmar. "Adrian nunca foi famoso por projetar seus carros cedo, mas os times de design, produção e todos os departamentos envolvidos, o entregaram, e entregaram de uma forma fantástica. Atingimos nossa meta de estar no primeiro teste, então, apesar da neve no final da semana, acho que estamos em uma ótima forma para o primeiro compromisso”, continuou.

Horner aproveitou a ocasião para afirmar as metas para 2012 e criticar o pouco tempo de testes que as equipas têm até ao inicio da temporada: “As metas são bastante simples: é tentar defender os dois títulos da maneira como os conquistamos”, contou. “É claro, quando você conquista o que nós conquistamos, particularmente em 2011, estabelecemos um padrão muito alto para nós mesmos. Mas nós sempre estamos procurando melhorar, estamos sempre olhando para todas as áreas para tentar melhorar. Temos um tempo muito curto este ano – apenas três testes com um carro dividido entre os dois pilotos. É um curto tempo que oferece apenas alguns dias para cada piloto, antes do início da temporada em Melbourne”, declarou.

Os primeiros quilómetros do RB8 serão dados a partir de manhã em Jerez. 

Apresentações 2012 (6): Sauber C31

Numa altura em que perdem o seu diretor tecnico, James Key, a Sauber apresentou esta manhã o seu carro para 2012, o C31. Na pista de Jerez de la Frontera, local onde acontecerão os primeiros testes da temporada, pode-se ver que o carro não é nada de muito fora do vulgar, excepto o "bico de pato" com o seu belo degrau que está a fazer dividir as opiniões de toda a gente. O objetivo da marca é o de entrar mais vezes no "top ten" nas qualificações e conseguir manter-se nos pontos por mais vezes, como aconteceu no inicio da temporada passada, com o modelo C30.

Na apresentação, Peter Sauber, o fundador e dono da equipa, afirmou sobre o carro: “Nosso objetivo é de terminar regularmente nos pontos e melhorar a nossa posição no campeonato. Estamos ansiosos em começar a temporada trabalhando ao lado dos nossos jovens e talentosos pilotos. Kamui [Kobayashi] fará a sua terceira temporada na Formula 1. Nós no ano pasado pedimos para que assumisse a responsabilidade de liderar a equipa e cumpriu maravilhosamente bem esse papel”.

Quanto ao mexicano Sérgio Perez, Sauber afirmou esperar que ele cumpra o seu papel: “Com sua temporada de estreia para trás, Sergio se aproxima de sua segunda temporada, que muitas vezes é a mais difícil na carreira de um piloto de Formula 1. Nossos pilotos têm potencial enorme e vamos trabalhar com os mesmos engenheiros de 2011 para seguir desenvolvendo essas promessas”, acrescentou.

O projetista-chefe da Sauber, Matt Morris, afirmou que a grande novidade do carro está na sua traseira. “O C31 é revolucionário, onde tivemos novas ideias, sobretudo na traseira do carro, e é uma evolução do que sabíamos que poderia nos levar a várias abordagens. Tivemos de melhorar os pontos fracos que encontramos no C30, mas ao mesmo tempo tivemos de manter os nossos pontos fortes. Tínhamos estabelecido um bom rumo no fim do ano passado com o C30 e queríamos seguir nisso, principalmente sobre o desenvolvimento da nossa asa móvel, e estamos optando por um carro que possa melhorar o acerto e desempenho na classificação sem comprometer nosso ritmo de corrida”, afirmou o engenheiro. 

Kamui Kobayashi, piloto principal da Sauber, declarou que o objetivo desta temporada é ficar no "top ten" tantas vezes quanto possivel: "2012 não será apenas a minha terceira temporada na Formula 1, mas também será a minha terceira com a Sauber", começou por dizer o piloto japonês. "Nós já passamos por muita coisa juntos e acho que podemos tirar proveito de toda essa experiência. No meu primeiro ano com a equipa, não tivemos um bom começo, mas conseguimos completar a segunda metade do campeonato mais fortes. Já no ano passado, foi exatamente o contrário", explicou. 

"Portanto, acho que, para 2012, o objetivo é permanecer constantemente dentro da zona de pontos. Estou realmente ansioso para o início de mais uma temporada", acrescentou. 

O outro piloto da equipa, o mexicano Sergio Perez, declarou que este segundo ano tentará chegar mais regularmente aos lugares da frente, depois de um ano de aprendizagem: “Meu primeiro ano na Formula 1 pareceu três anos, tiveram tantas coisas novas para levar”, começou por dizer o piloto mexicano. “Mas agora sinto que cheguei na Formula 1 e estou determinado a dar um passo à frente em 2012 e alcançar um melhor resultado para o time regularmente”, completou. 

O carro fará o seu shakedown no final desta tarde, em Jerez, com Kobayashi ao volante.

Youtube Music: "Bad Girls", M.I.A




Não sou ultra-fã da M.I.A, mas achei interessante este video por causa das acrobacias que o pessoal faz no video. Estas demonstrações, que muitos de nós acham um pouco idiotas - ou não - é nornal por aquelas bandas, seja em Marrocos (onde este video foi rodado) ou na Arábia Saudita (onde já vi muitos videos destes drifts) passando pelo Egito (onde vi algumas destas acrobacias ao vivo).

O video é realizado pelo realizador franco-grego Romain Gavras, o mesmo de "Civilization", dos Justice, e já realizou outros videos de M.I.A, como "Born Free", e desde que se estreou no Youtube, na quinta-feira, já foi visto por mais de 3,2 milhões de vezes.

Gosto particularmente daquele Peugeot 404 carrinha... o pessoal é criativo, naquelas bandas.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O novo logotipo da HRT

Esta vi no blog Guard Rail: quem esteve hoje em Jerez descobriu hoje que a Hispania, ou HRT, mostra hoje o seu novo logótipo nos seus camiões. Estilizado e interessante, com o dourado e o amarelo como cores dominantes.

Agora resta saber se o novo carro será apresentado no dia indicado. Eles afirmam que será na segunda sessão de testes, em Barcelona. Veremos...

Apresentações 2012 (5): Lotus E20

Num dia anormal para a apresentação de um carro - um domingo - a Lotus, que este ano é o novo nome da Renault, mostrou na sua sede em Enstone o seu novo carro para 2012. Classificado como E20 - para comemorar o 20º aniversário do primeiro carro construido nessa localidade. Primeiro como Benetton, depois Renault e agora como Lotus. Assim sendo, Kimi Raikkonen e Romain Grosjean mostraram o carro que segue de alguma maneira a tendência de Ferrari e Force India, mas o degrau é mais suave, ou seja, o carro não ficou tão feio como os outros.

Na apresentação, o finlandês Kimi Raikkonen, que regressa à Formula 1 após duas temporadas no WRC, afirmou que é uma pessoa motivada no regresso à competição: "Sempre há rumores sobre a minha motivação, escritos por pessoas que não me conhecem e que não fazem ideia do quanto a minha motivação está forte", começou por afirmar Raikkonen. "Se eu não me sentisse motivado, eu pararia. A impressão que eu tenho é que provavelmente meu último ano na Formula 1 foi o que eu tive as minhas melhores performances", relembrou o finlandês de 32 anos.

O segundo piloto da equipa, Romain Groisjean, é outro regresso à Formula 1, após duas temporadas onde andou pela Auto GP e pela GP2, onde foi campeão em ambas as vezes. Feliz por ter uma segunda opotunidade, declarou que quer aprender com Raikkonen. "Posso dizer que 2011 foi uma temporada fantástica para mim, com o título na GP2 e, logo em seguida, com a oportunidade de guiar o carro nos treinos livres", começou por dizer. "Estou sentindo muito bem neste início de ano. E estou realmente feliz de estar aqui e orgulhoso de fazer parte desta equipa", completou.

Quanto aos objetivos imediatos da equipa para esta temporada, afirma que o mais importante é darem-se bem para fazer crescer a equipa em pista: "Precisamos trabalhar em conjunto e fazer crescer a equipa, que é o nosso principal objetivo. Como eu já disse, estou muito feliz de estar aqui e de dividir a equipa com ele [Kimi Raikkonen]. Será bom para mim e também para toda a equipa, por isso espero possamos conseguir algo grande", concluiu.