sábado, 19 de fevereiro de 2022

A imagem do dia


Este é o Felicity Ace, navio de carga (ou porta-automóveis, se quiserem) e desde quinta-feira que está a arder no meio do Atlântico, a sul dos Açores. Transporta mais de quatro mil automóveis, todos do Grupo Volkswagen. E entre eles estão 1100 Porsches, 189 Bentleys e 21 Lamborghinis. Todos, provavelmente estarão perdidos, independentemente do barco ser recuperado por rebocadores ou se afundar no Atlântico, a mais de 3500 metros de profundidade.

Também entre eles estarão centenas de Volkswagen ID.3 e ID.4, os novos carros elétricos da marca. O navio tinha saído de Emden, na Alemanha, e o seu destino era Davisville, no estado americano de Rhode Island. Quanto à tripulação de 22 elementos, foram todos resgatados pela Marinha portuguesa, que os levou até à cidade da Horta, na ilha do Faial, que faz parte do arquipélago açoriano.

O incêndio está fora de controle e muito provavelmente, todos aqueles carros serão irrecuperáveis. A razão é simples: aquele carro é um parque de estacionamento gigante. Os carros rolam para ali pelos seus próprios meios e saem da mesma forma, logo, tem um depósito de combustível, especialmente nos carros com motores a combustão. Com esses carros a arder, haverá uma reação em cadeia, que só apagará quando acabar o combustível, ou seja, quando arder o último automóvel. 

Quanto ao navio, esse poderá ser salvo, mas nem se sabe se poderá continuar a navegar. A companhia poderá fazer uma peritagem e se chegar à conclusão que a reparação custa mais que a recuperação ou o próprio valor do navio, poderá pedir à seguradora perda total e a embarcação poderá ser vendida como sucata e ser cortada em pedaços na Turquia ou na India. 

Os carros, por muito tentador que seja alugar um barco e tentar ir buscar algum dos Porsches, Lambos ou Bentleys, creio que a esta hora, já deva ser um pedaço de metal carbonizado... e como são novos, poderão ser substituidos por outros que estejam a ser construidos em Wolfsburgo ou noutros lugares na Alemanha. Apenas demorará mais um tempo a chegarem ao seu destino.

Noticias: Vai aparecer a Extreme H


No fim de semana em que começa a segunda temporada da Extreme E, a competição elétrica de todo o terreno, Alejandro Agag, o seu diretor, anunciou em Neom, na Arábia Saudita, que em 2024, aparecerá uma competição semelhante... mas a hidrogénio. Com um carro que manterá o mesmo powertrain e chassis Spark usado no Extreme E, a principal diferença no Extreme H será a presença de uma célula de combustível de hidrogénio que substituirá a bateria como principal fonte de energia.

O Extreme E foi projetado para ser um teste de inovação e soluções para mobilidade. Tornou-se cada vez mais claro para nós que criar uma série de corridas de hidrogénio é uma evolução natural de nossa missão de mostrar as possibilidades de novas tecnologias na corrida para combater os problemas climáticos”, disse o fundador da série, Alejandro Agag.

Juntamente com as atuais equipas Extreme E, decidiremos nos próximos meses a melhor maneira de integrar os carros movidos a hidrogénio no fim de semana de corridas. Duas categorias separadas, transição completa para o hidrogénio ou corrida conjunta são todas as opções na mesa", continuou, embora sem explicar como é que ambas as séries se encaixarão.

A Extreme E é uma Série Internacional da FIA e a nossa intenção é trabalhar novamente em estreita colaboração com a FIA e o Automobile Club de Monaco no desenvolvimento do Extreme H”, concluiu.

A organização do campeonato espera ter o protótipo para ser lançado no início de 2023, para fazer os testes necessários para que tudo fique pronto em 2024. 

Noticias: Andretti vai tentar a sua sorte na Formula 1


Michael Andretti irá tentar a sua sorte na Formula 1. O seu pai, Mário Andretti, anunciou na sua conta no Twitter na sexta-feira à noite que ele inscreveu a equipa "Andretti Global" para entrar na temporada de 2024. Essa declaração foi mais tarde confirmada pelo próprio Michael, não adiantando muito mais à declaração do seu pai.

Isto é a mais recente ação do ex-piloto - e agora diretor de equipa - para tentar a sua sorte na Formula 1, depois de no passado outono ter tentado comprar a Sauber, um acordo que estava prestes a ser assinado, mas que acabou por não acontecer devido a diversas razões, uma delas tinha a ver com os motores, do qual queria mudar da Ferrari para a Renault, já que tinha feito uma visita à sede da preparadora durante essas conversações.

Com as equipas, através do Acordo da Concórdia, a colocarem um limite nos seus orçamentos, e com todas as dez a terem balanços orçamentais relativamente saudáveis, graças à distribuição dos valores da parte da FOM, e algumas das equipas a terem acordos a superarem os cem milhões de euros, é a altura de gente como a Andretti tentar a sua sorte daqui a duas temporadas, caso a FIA aprove o seu projeto.

Contudo, Adam Cooper, através da motorsport.com, fala que o projeto Andretti pode não ser o único. Alguns elementos técnicos estão a ser contactados por alguém que está a ser "testa de ferro" de um outro projeto que também quererá entrar em 2024.

A altura em que Michael Andretti tenta a sua sorte na Formula 1 pela segunda vez não poderia ser a mais indicada. Com a série "Drive to Survive" a alcançar audiências inéditas nos Estados Unidos, com a competição a ter um segundo Grande Prémio em Miami em maio - Austin foi hoje confirmado que receberá a Formula 1 até 2026 - e a possibilidade de um regresso a Las Vegas em... 2024, 42 anos depois da última vez, ter uma segunda equipa americana na Formula 1 seria outro grande motivo de atração para esse país. E se acontecer, seria a primeira vez em 48 anos que a Formula 1 teria mais que uma equipa vinda de lá. Em 1976, a Formula 1 tinha a Shadow, a Penske e em algumas corridas, a Parnelli, que era pilotada por... Mário Andretti, o seu pai.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

WRC: Ypres confirmado no calendário


O WRC anunciou por fim o rali que preencherá a data que estava em aberto. Será o Rali de Ypres, na Bélgica, e será realizada entre os dias 18 a 22 de agosto, algum tempo antes do Grande Prémio local, que fica situada não longe dali, em Spa-Francochamps. A prova belga teve a forte concorrência de outro rali tradicional em asfalto, o Barum Zlin, na Chéquia. 

"Ficamos muito impressionados com o profissionalismo dos planos dos organizadores em Zlin. A prova mantém-se como uma dos principais no Ccampeonato Europeu e a porta para entrar do WRC mantém-se aberta", revelou Jona Siebel, o CEO do WRC promoter em relação à prova checa.

O rali Ypres, prova totalmente disputada em asfalto, entrou no calendário em 2021, depois de uma primeira tentativa em 2020 ter sido cancelada por conta da pandemia. Eles que tinham entrado no WRC para substituir um dos ralis que tinha sido cancelado por causa disso, o rali da Alemanha. 

O WRC de 2022 voltará à estrada no final do mês com o rali da Suécia, prova disputada em condições de neve. 

Apresentações 2022 (8): O Mercedes W13


Depois de um ano em que venceu o mundial de Construtores - mas não o de pilotos - a Mercedes apresentou o seu novo chassis, o W13, e regressou ao prateado, dois anos depois de ter trocado pelo preto. Com George Russell ao lado de Lewis Hamilton, a equipa quer regressar ao domínio da Formula 1, eles que estão no topo desde 2014. 

Contudo, apesar disso, Toto Wolff, chefe de equipa e CEO da Mercedes-AMG Petronas F1, ou seja, o homem que está no leme da equipa, afirmou que agora, tudo é novo, e não há referencias em que se agarrar. 

"Fizemos um bom trabalho durante a última grande mudança regulamentar para a era híbrida e tivemos um bom desempenho quando passámos dos carros estreitos para os largos em 2017. Embora tenhamos um bom historial, a minha mensagem é clara: não podemos confiar no sucesso do passado para o desempenho deste ano, mas podemos confiar nos nossos funcionários, na nossa cultura, na nossa estrutura, e na nossa mentalidade para fazer o melhor trabalho possível para 2022”, explicou.


Do lado mais técnico, Mike Elliot, o diretor técnico da equipa, afirmou que as alterações nos regulamentos foram enormes e representaram um desafio no sentido de redesenhar o chassis sem perder a mesma eficácia aerodinâmica que tinham antes.

Do lado do chassis, as mudanças são enormes. Penso que há três aspetos: primeiro, a forma como os regulamentos foram desenhados é muito diferente, particularmente para a aerodinâmica, e isso tem um grande impacto. Segundo, o que estão a tentar alcançar com a aerodinâmica significa que os carros têm uma forma fundamentalmente diferente. Em terceiro lugar, esta é a primeira vez que tentamos uma mudança tão grande sob um limite orçamental”, começou por dizer.

Isto é um reset. Todas as equipas começaram do zero com o modelo fornecido pela Formula 1 e não se consegue transferir os benefícios ou resolver os problemas do carro do ano passado, pelo que todos começaram esta viagem ao mesmo nível. Os engenheiros adoram um desafio e, portanto, é uma oportunidade fantástica de fazer algo novo. No mundo aerodinâmico, normalmente construímos pequenas peças, mas com tão grandes mudanças no regulamento, os ganhos vêm de grandes peças o que é bastante satisfatório”, explicou.

Outra das grandes mudanças são as novas jantes de 18 polegadas, que entrarão em vigor nesta temporada. Eliott afirmou que as diferenças são subtis e ainda é relativamente cedo para saber em que direção vão essas mudanças. Mas até agora, parece estar a gostar.

O que vimos nos testes, particularmente o teste de Abu Dhabi no final de 2021, é que existem diferenças subtis. Vai mudar o que queremos fazer com a afinação, mas é um passo na direção certa, pois penso que o pneu vai ajudar a melhorar a corrida, não vai sobreaquecer tanto e será mais fácil de gerir", explicou.


No lado dos pilotos, Lewis Hamilton, o heptacampeão do mundo, e do qual muito se especulou de que poderia ir embora do automobilismo depois dos eventos em Abu Dhabi, afirmou que precisava de umas férias depois do final da temporada e que aquele lugar era como se fosse uma família para ele. Logo, ir embora nunca esteve nos seus planos.

Nunca disse que ia embora. Este grande grupo de pessoas são como uma família para mim”, começou por dizer o piloto britânico. “Obviamente foi uma altura difícil e precisei de me afastar e ter a minha família comigo e passar bons momentos. Depois claro, decidi ‘atacar’ de novo e regressar para uma nova época com o Toto [Wolff] e o George [Russell]”. 

E quanto a George Russell, que primeiro cresceu a admirar Hamilton, e agora é seu companheiro de equipa, espera poder aprender algo com ele a seu lado.

Todos viram a fotografia de mim com Lewis quando tinha 10 anos. Mudamos muito desde aí. É incrível, eu era um miúdo que queria ser piloto de Fórmula 1 e Lewis, que era campeão do mundo, era um super herói para mim. Vemos estas pessoas incríveis e pensamos que não são humanos e obviamente, agora que tenho a oportunidade de pilotar ao lado dele, é um privilégio e uma boa oportunidade para aprender”, afirmou.


Sobre a dupla de pilotos, Wolff disse que espera uma parceria saudável entre os melhores pilotos do atual pelotão. 

Nunca o vi tão determinado”, começou por dizer. “Lewis [Hamilton] é o melhor piloto do mundo e junta-se a um dos mais brilhantes e promissores pilotos da sua geração: George [Russell]. Não tenho dúvidas de que podemos criar um ambiente de parceria entre os dois, de produtividade para desenvolver este novo carro que será essencial, mantendo ao mesmo tempo uma competição saudável que os motivará e à equipa”.

O carro já fez o seu "shakedown" esta tarde em Silverstone e na semana que vêm, fará parte dos testes coletivos em Barcelona.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Youtube Motorsport Video: Será que Jamie Chadwick tem estofo para a Formula 1?

Está agora a fazer 30 anos que a Formula 1 viu uma mulher pela última vez. Giovanna Amati preencheu um lugar numa Brabham que estava nas últimas, tentou por três vezes e não conseguiu no seu BT60. Ela tornou-se na quinta piloto a tentar qualificar-se para um Grande Prémio. E desde então, não houve nada, apesar de terem aparecido gente decente como Katherine Legge, Simona de Silvestro, Tatiana Calderon, Sophia Florsch e outras.

Hoje, o Josh Revell fala de Jamie Chadwick, a bicampeã da W Series, e que anda nas competições de formação para tentar conseguir os pontos suficientes para ir à formula 1, sendo agora piloto de desenvolvimento da Williams. Mas apesar do palmarés e da velocidade, terá qualidade para lá chegar? 

É isso que trata esse video.

Binotto: "Estou orgulhoso do trabalho que foi feito no design do F1-75"


Depois de apresentado o SF-75 para o mundo, onde todos puderam ver um carro que eles afirmaram ser "radical" por causa do seu bico e das suas entradas de ar laterais, bem como o redesenhar do seu motor, Mattia Binotto, o diretor desportivo da Scuderia, afirmou que este carro foi uma maneira da equipa ter saído fora da caixa e desenhado um carro radical, no sentido de encurtar distâncias para a Red Bull e a Mercedes, que foram as duas primeiras na classificação geral em 2021. 

E espera que nesta temporada, todos os esforços da equipa sejam recompensados com o regresso aos triunfos, do qual estão arredados desde 2019. 

“Devo dizer que definitivamente colocamos a nossa alma neste carro. Estou orgulhoso do trabalho que foi feito no design do F1-75. Invocou todo o nosso know-how, a nossa criatividade e sobretudo o nosso empenho. Isso é o que eu chamaria de uma Ferrari ‘corajosa’, porque interpretamos as regras pensando fora da caixa”, começou por dizer.

Nós seguimos uma nova direção em 2019 e mesmo que tenha havido alguns momentos difíceis ao longo do caminho, ele trouxe uma equipe mais forte e unificada e este carro é a expressão perfeita de todos os nossos esforços”, continuou.

Agora é a hora de enfrentar a concorrência. Esse é o melhor desafio e é o que o torna mais apaixonante. Eu gostaria que o F1-75 estivesse pronto para a luta na pista em todos os GPs para enfrentar nossos rivais, com o objetivo de ser o melhor. Temos uma responsabilidade com nossa empresa e nossos parceiros, mas acima de tudo, gostaria que este carro fosse capaz de funcionar de tal maneira que nossos fãs pudessem mais uma vez se orgulhar da Ferrari”, concluiu. 

Já nas reações dos pilotos, Charles Leclerc ficou muito entusiasmado com a aparência do novo carro e espera que seja competitivo em pista. “É uma grande oportunidade, as expectativas de todos são muito altas”, disse o monegasco na apresentação do F1-75. “Acho ótimo. Vou adorar ainda mais se for rápido na pista, mas adoro o visual”.

Já Carlos Sainz Jr. afirma que que o carro parece ser radical e agressivo. “Acho que parece agressivo, radical e também bonito. Só espero que seja rápido. É diferente, é pensar fora da caixa”.

O carro fará um "shakedown" amanhã, antes dos testes de pré-temporada, que começarão em Barcelona dentro de uma semana.

Noticias: FIA afasta Masi da direção de corrida


A FIA divulgou esta tarde, quase ao mesmo tempo que a Ferrari apresentava o seu SF-75, as suas conclusões sobre as decisões tomadas no GP de Abu Dhabi, e afastar Michael Masi do seu posto, substituindo por duas pessoas: o alemão Niels Wittich e o português Eduardo Freitas. Para além disso, a FIA criará uma sala de controlo, que assistirá o diretor de corrida de uma forma semelhante ao sistema VAR no futebol, e removerá as comunicações rádio entre diretor de corrida e diretores de equipa durante os Grandes Prémios.

Freitas é atualmente o diretor do WEC, o Mundial de Resistência, logo, também o das 24 Horas de Le Mans, enquanto Wittich cumpre a mesma função no DTM, o campeonato de turismos alemão.

Para além disso, a FIA voltou a pedir a Herbie Blash que ocupe o cargo de adjunto, como fazia no tempo de Charlie Whitting

Falando sobre as decisões, Mohhamed bin Sulayem, o presidente da FIA, referiu que este plano é o resultado de um consenso entre ele, o presidente da Formula 1, Stefano Domenicalli, e os patrões das equipas de Formula 1, que incluiem Toto Wolff, da Mercedes, e Christian Horner, da Red Bull.

Niels Wittich e Eduardo Freitas atuarão alternadamente como diretor de prova, auxiliado por Herbie Blash como conselheiro sénior permanente. Michael Masi, que realizou um trabalho muito desafiador por três anos como diretor de corridas de F1 após Charlie Whiting, receberá uma nova posição na FIA.", começou por dizer. 

"Apresentei este plano completo aos membros do Conselho Mundial de Automobilismo e ao Senado, que deram total apoio. Com este plano, a FIA abre caminho para um novo passo na arbitragem da Formula 1. Sem os árbitros, não há desporto. Respeito e apoio dos árbitros é a essência da FIA. É por isso que essas mudanças estruturais são cruciais em um contexto de forte desenvolvimento e expectativas legítimas de pilotos, equipes, fabricantes, organizadores e, claro, os fãs.”. concluiu.

Apresentções 2022 (7): O Ferrari SF-75


A Ferrari apresentou esta tarde o seu SF-75, o carro no qual correrá a temporada de 2022 sob os novos regulamentos. Com uma imagem divulgada no dia anterior - hoje soube-se o porquê: a FIA divulgou as conclusões do GP de Abu Dhabi - o carro mostra um bico fino, mostrando que a aerodinâmica foi muito repensada e trabalhada ao longo da pré-temporada, a suspensão é do tipo “push rod”,  ou seja, montada no topo do chassis, as entradas de ar frontais são alongadas e os flancos quase verticais nos lados. Destacam-se também as “guelras” nas laterais, semelhantes ao chassis da Aston Martin. 

Contudo, apesar de tudo, não há imagens da parte traseira do carro, indicando que poderá haver coisas dos quais poderão ter escondido à vista de todos e só quererem revelar nos testes de pré-temporada. 

Pra além disso, a sua unidade motriz foi repensada e espera-se que seja tão competitiva quando o das Mercedes, esperando melhorar o segundo lugar alcançado na temporada de 2019, antes de serem passados pela Red Bull.

Tudo isso e algo mais foi muito referido na apresentação feita por Mattia Binotto, ladeado pelos seus pilotos, o monegasco Charles Leclerc e o espanhol Carlos Sainz Jr.

Depois da apresentação, o carro fará amanhã um "shakedown" na pista de Fiorano, para saber se todos os sistemas estão a funcionar, antes dos testes de pré-temporada, em Barcelona.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

A imagem do dia


Pela primeira vez desde 1995, o S de Senna não está nos bicos o Williams. Muitas pessoas ficaram impressionadas com esta decisão, especialmente no Brasil, mas Jost Capito justificou esta decisão da seguinte forma:

"Penso que temos de olhar para o futuro e não mostrar aos pilotos o “S” cada vez que entram no carro e serem recordados do que aconteceu. Penso que é altura de a equipa seguir em frente e honrar o Senna dedicando-lhe um espaço no museu para o homenagear.

Percebe-se que a Williams queira seguir em frente com um evento que foi traumático na sua história. E poderiam fazer algo do qual a McLaren tem há algum tempo, com a estátua que tem em Woking, ao lado da do seu fundador, Bruce McLaren. Mas também há uma outra razão pelo qual isto aconteceu: a equipa mudou de mãos, e depois, este é o primeiro chassis pós-Frank, que morreu no final de novembro, aos 78 anos. E creio que ninguém queria tirar isso enquanto fosse vivo.

Quem viu a história de Frank Williams, naquele documentário de 2018, sabe que ele foi alguém persistente que lutou para chegar ao topo. E que teve dois momentos traumáticos, dos quais nunca esqueceu: os acidentes mortais de Piers Courage, em 1970, em Zandvoort, e o Senna, 24 anos depois, em Imola. E ainda por cima, no caso do brasileiro, foi ele que lhe deu o seu primeiro teste e sempre o quis na sua equipa, quando desse um chassis digno desse nome. Só que entre 1991 e 1993, outros ficaram na frente dele, como Nigel Mansell e Alain Prost, e quando foi a altura, precisamente aconteceu na alteração dos regulamentos, com prejuízo da equipa, que dominava o campeonato.

Seguir em frente, apesar da justificação ser um pouco atabalhoada, é algo do qual tem de se tirar o chapéu, mas isso tem de ser compensado. Eles dizem que sim, mas num mundo onde há gente que recorda todos os dias os ídolos caídos, e os quer ver todos os dias em toda a parte, tentando crescer o mito em detrimento do ser humano, causa mais anticorpos e não ajuda ao objetivo. Logo, enquanto a equipa não criar esse espaço no museu e esse lugar não foi tão grandioso como em Woking, por exemplo, nunca ficará satisfeito. Mas também, alguma vez ficarão?

E existe outra coisa que é preciso afirmar. O nome "Senna" já é grande por si mesmo. E volto à McLaren, lugar onde ele correu de 1988 e 1993, e lá conseguiu os seus três títulos mundiais. Hoje em dia, há um modelo de estrada com o seu nome, que conseguiu graças a um acordo com a fundação que é gerida pela sua irmã. O nome, só por si, rende milhões, em tudo que é "merchandising". E com a procura nunca diminuir porque há uma nova geração que se rendeu aos seus feitos, apesar de nunca o ter visto correr ao vivo - ao contrário de este que vos escreve - manter um simbolo pequeno, colocado na zona do bico, do qual se quisessem ver, quase tinha de ser com uma lupa... é evidente que com estas mudanças na equipa, esta homenagem teria de mudar. Com o tio Frank morto e a equipa a mudar de mãos, era inevitável.

De qualquer forma, o que a Williams precisa de fazer, sobretudo, é de melhorar os seus resultados, e espera-se que o FW44 dê seguimento ao que foi feito na temporada que passou.

Noticias: Red Bull faz acordo de patrocínio de 150 milhões de dólares com forma de criptomoedas


A Red Bull pode ter dinheiro do seu próprio bolso para pagar à sua equipa, mas acordos com outros que tragam dinheiro são bem-vindos. Com um acordo com a Oracle anunciado no dia da sua apresentação, a valer cem milhões de euros para as próximas quatro temporadas, agora foi hoje conhecido novo acordo da equipa energética com a Bybit, uma firma de criptomoedas baseada em Singapura, no valor de 150 milhões de dólares. O acordo terá a duração de três temporadas. Estes 250 milhões de acordos que a marca conseguiu servirão para financiar a Red Bull Powertrains, formada para cuidar e desenvolver os motores Honda, cuja marca abandonou a Formula 1 no final do ano passado.

Sobre o acordo, Christian Horner afirmou: “Eles partilham a paixão da equipa em estar na vanguarda da inovação tecnológica, estabelecer o ritmo competitivo e romper o status quo. Aliado a isso está o compromisso da Bybit em animar a experiência dos fãs na F1 por meio da inovação digital. Esta também é uma missão fundamental para a equipe e a assistência de Bybit nos ajudará a construir uma conexão mais profunda, mais imersiva e única com a equipe para fãs de todo o mundo”.

Como é sabido, a Bybit é a mais recente de uma quantidade crescente de empresas do campo de criptomoedas a usar a Formula 1 como plataforma de marketing, com várias equipas já tendo acordos entre eles, como já tinha referido ontem. A Crypto.com, por exemplo, tornou-se num dos patrocinadores principais da Formula 1, vai ser o patrocinador principal da edição inaugural do GP de Miami, em maio, bem como um dos principais patrocinadores da Aston Martin.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

A imagem do dia


Há mais de 50 anos que a Formula 1 aceita patrocinadores para além das gasolineiras e fornecedoras de pneus. Mas se nos primeiros tempos, os principais financiadores eram marcas de tabaco. Philip Morris (Marlboro), R.J. Reynolds (Camel), Imperial Tobacco (Gold Leaf e John Player Special), Benson & Hedges, Embassy, Gitanes e diversos outros, dominavam as carenagens das equipas desde os anos 70 até ao inicio deste século, quando foram obrigados a irem embora por causa das leis ati-tabágicas que foram implementadas um pouco por todo o mundo.

Contudo, hoje em dia, parece que estão a aparecer um conjunto de patrocinadores que parecem a andar em paralelo com as tabaqueiras. São as firas de criptomoedas, que apareceram nos últimos 12 anos, desde a crise mundial de 2008, e o surgimento da Bitcoin. FTX, Crypto.com, socios.com, Binance, entre outros, patrocinam, em maior ou menor grau, equipas de Formula 1. A Tezos patrocina Red Bull e McLaren, e a crypto.com até é um dos patrocinadores principais da Formula 1.

E sendo as criptomoedas ainda serem algo duvidoso em termos de credibilidade - um BTC poderá custar mais de 45 mil dólares - os outros servem para fazer trocas por moedas mais reais como o dólar e o euro, entre outros. Logo, quem se mete nisto é para ganhar dinheiro... dependendo do bom dia de determinada moeda. E com milhões a investirem por causa do famoso FOMO (Fear of Missing Out), o que se deve saber é que toda esta gente... não existia há mais de uma década. É a industria de crescimento mais veloz no mundo, sem sinal de bolhas a rebentar nos próximos tempos.

É o sinal dos tempos. Graças a bancos de dados, que mineram "virtualmente" um pouco por todo o mundo, consumindo crescentes quantidades de energia, pois há milhões que pretendem enriquecer através desta forma. E com esta gente a ganhar milhares de milhões de dinheiro real, e com as equipas a baterem a porta, pedindo um pedaço desses lucros para se manterem competitivo. Ainda não chegamos ao ponto do que havia nos anos 70 e 80, quando gente como John Hogan, o homem da Marlboro, sustentava carreiras desde James Hunt a Mika Hakkinen, desde os seus tempos iniciais até chegarem à categoria máxima do automobilismo.

Poderá chegar o dia em que haja alguém que calce os sapatos de Hogan e vá buscar talentos, como faz hoje a Red Bull, e os sustente até chegar à Formula 1 e se consolidarem. Mas até lá, até que este parte da economia valha o que valha - provavelmente, com a entrada das versões eletrónicas das moedas reais, e que mudarão a maneira como faremos os pagamentos. E se calhar, dará algum sentido a este tipo de moedas, para além de ser bens especulativos. 

Noticias: Sauber-Alfa C42 dá as suas primeiras voltas


A apresentação será apenas no dia 27, mas o Sauber-Alfa C42 deu esta terça-feira as suas primeiras voltas na pista de Fiorano, casa da Ferrari, por causa do seu motor ser de lá. Por agora, é um camuflado, e as cores definitivas serão mostradas mais tarde, mas alguns dos pormenores do chassis podem ser vistos, como o seu flanco lateral, e a maneira como as entradas de ar laterais serão desenhadas. 

Este "shakedown" está incluido nos 100 km que as equipas tem direito a dar para efeitos publicitários, fora dos testes de pré-temporada, que acontecerão em Barcelona e no Bahrein, antes da primeira corrida do ano, em Shakir. Quanto aos pilotos de 2022, será uma dupla totalmente nova, constituida pelo finlandês Vatteri Bottas e pelo chinês Guangyou Zhou.

Apresentações 2022 (6): O Williams FW44


A pintura do que irá ser o Williams FW44 foi apresentada nesta terça-feira para o mundo, e é muito azulada. O carro, que mais parece um Vaillante, poderá ter recorrido à mesma tática da Red Bull, o de se camuflar até mostrar as suas verdadeiras formas nos testes que fará antes da nova temporada. Os pilotos são o anglo-tailandês Alexander Albon e o canadiano Nicholas Latifi, e a equipa espera que tenha um salto na evolução que teve na temporada passada, que resultou no primeiro pódio desde 2018, na Bélgica.  

Ao longo da sua história como uma equipa icónica de Fórmula 1, a Williams Racing demonstrou grande força e sofisticação”, começou por dizer Jost Capito, o CEO e Team Principal da equipa. “A nova identidade visual do carro de 2022 reúne perfeitamente estas características que o pessoal, pilotos e fãs têm demonstrado repetidamente. À medida que avançamos para a nova era do nosso desporto, o FW44 destaca a transição para o futuro, bem como o reconhecimento das qualidades intemporais que fazem de nós o que somos." continuou.

"Na época passada, ficámos entusiasmados e orgulhosos de fazer progressos tão fortes como uma equipa, com uma série de resultados merecidos em termos de pontuação, para além de um pódio. Olhando para o futuro, queremos construir sobre este sucesso, e o FW44 encarna perfeitamente estas ambições para regressar à frente da grelha. Anseio por testemunhar esta progressão com Nicholas e Alex ao leme”, concluiu.

E outra grande novidade é a ausência do S de Senna no bico dos seus carros, algo que já lá estava desde 1995. Jost Capito justificou esta decisão com o seguinte: "Penso que temos de olhar para o futuro e não mostrar aos pilotos o “S” cada vez que entram no carro e serem recordados do que aconteceu. Penso que é altura de a equipa seguir em frente e honrar o Senna dedicando-lhe um espaço no museu para o homenagear.


Os pilotos elogiaram... as novas cores.

Sou um fã da nova decoração”, disse Latifi. “Manter o azul foi importante porque é sinónimo de Williams, mas é um padrão que nunca vimos antes e o vermelho fluorescente vai destacar-se o que eu realmente gosto. É um novo visual para começar a nova era de Formula 1”.

Alex Albon, que regressa este ano para aquela que será a sua primeira temporada com a equipa de Grove, acrescentou: “A decoração do FW44 é limpa e simples. Gosto que tenhamos optado por mais azul com o acabamento dinâmico e um pouco de vermelho; tem um bom aspeto e estou ansioso por vê-lo no bom caminho”.

O carro fará o seu "shakedown" ainda nesta tarde, em Silverstone, antes dos testes de pré-temporada.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Noticias: Mexidas no sistema de pontuação para corridas encurtadas


Depois dos eventos do GP da Bélgica do ano passado, onde os pilotos andaram três voltas atrás do Safety Car e acabaram por dar metade dos pontos, para escândalo de muita gente, a FIA decidiu agora que esse critério será abolido a favor de um progressivo, onde a partir de agora, as provas contarão se tiver um mínimo de duas voltas sem Safety Car.

Nas novas regras, caso haja um mínimo de 25 por cento de proba disputada, apenas os seus primeiros é que pontuarão com um sistema que irá dos seis pontos para o vencedor até ao um para o sexto classificado.  Entre os 25 e os 50 por cento, os nove primeiros marcam pontos, da seguinte forma:

1º – 13 pontos

2º – 10

3º – 8

4º – 6

5º – 5

6º – 4

7º – 3

8º – 2

9º – 1

Entre os 50 e os 75 por cento da prova realizada no momento da interrupção, o sistema de pontuação será atribuído da seguinte forma:

1º – 19 pontos

2º – 14

3º – 12

4º – 9

5º – 8

6º – 6

7º – 5

8º – 3

9º – 2

10º – 1

Estas novas regras ainda terão de passar pelo crivo do Conselho Mundial da FIA, mas de uma certa forma, é mais para confirmar do que outra coisa. 

De uma certa forma, a partir de agora, algo como o resultado do campeonato de 1984 não se repetirá mais, porque caíram os meios pontos no sistema de pontuação. E também estas alterações farão com que as pessoas que irão a certas corridas com tempos instábeis façam ver que valerá a pena gastar o bilhete para assistir a um Grande Prémio, apesar das condições do tempo que poderão ter de encarar durante o final de semana da corrida. 

Noticias: Três corridas "sprint" em 2022


Depois de promessas de aumentarem as corridas sprint em 2022, as equipas e a FOM decidiram que, por causa de constrangimentos orçamentais, o melhor seria manter as três corridas de 2021, com algumas modificações. Se no ano passado foram Silverstone, Monza e Interlagos a acolherem as corridas, este ano serão Imola, Red Bull Ring e Interlagos a ficarem com essas provas. 

As decisões foram tomadas esta tarde, na reunião que a Comissão da Formula 1 está a ter em Londres.

Para além disso, os oito primeiros nas corridas sprint pontuarão, com o primeiro a receber oito pontos, o segundo sete, até chegarmos ao oitavo lugar. No entanto a "pole position" será atribuída ao mais rápido da sessão de qualificação de sexta-feira, uma mudança que é vista com bons olhos por toda a gente.

Apresentações 2022 (5): O Alpha Tauri AT03


Depois da pausa do fim de semana, as apresentações da Formula 1 continuam em bom ritmo com a Alpha Tauri, que mostrou hoje o AT03 para o mundo. Com entradas de ar semelhantes aos da Aston Martin AMR22, e uma solução agressiva no design dos sidepods, espera-se que o carro seja um que se distinga em relação ao resto do pelotão. 

Quanto aos pilotos, tudo na mesma: o francês Pierre Gasly e o japonês Yuki Tsunoda fazem dupla pelo segunda temporada seguida, esperando que o carro continue a ser competitivo, agora que já não tem mais a Honda... pelo menos oficialmente. 


Para Franz Tost, chefe de equipa da AlphaTauri, o AT03 poderá ser mostra de que mesmo com as novas regras, o carro pode continuar a ser tão bom como foi na temporada passada. “Estou muito entusiasmado por finalmente revelar como vai ser o nosso carro de 2022. É uma nova era para a Fórmula 1 e esperamos que este pacote seja muito forte depois do bom desempenho do ano passado. Mais uma vez, trabalhámos em estreita colaboração para apresentar este novo carro e creio que conseguimos fazer algo muito especial”, disse Tost na declaração oficial da equipa.

Embora tudo seja bastante restrito pelos regulamentos, é possível que uma equipa tenha encontrado uma solução muito especial e tenha, portanto, uma vantagem de desempenho. Não é fácil estimar onde as equipas estarão porque tudo é novo, desde o lado mecânico ao aerodinâmico, mas eu pessoalmente espero que os carros estejam mais próximos uns dos outros. Realisticamente, só teremos uma ideia do desempenho da Scuderia AlphaTauri após os primeiros testes, e teremos de esperar até depois das duas ou três primeiras corridas para ter uma imagem melhor”.


Quanto aos seus pilotos, o francês Pierre Gasly, que conseguiu um pódio em 2021, espera que, apesar do seu novo carro tenha potencial para grandes feitos, tem consciência de que está a partir do zero.

Penso que teremos de enfrentar o ano com uma mente aberta, estando prontos para qualquer eventualidade. É um novo começo para todas as equipas, começando praticamente do zero. Será um grande desafio para as equipas trabalharem na forma de construir o melhor carro possível para cumprir os novos regulamentos. Espero que funcione bem para nós. Não tenho dúvidas sobre as capacidades da nossa equipa e eles estão bastante satisfeitos com o trabalho que realizaram. Como toda a gente, têm estado a trabalhar neste carro há muitos meses, mas é difícil ter uma ideia do que podemos esperar até que o carro saia para a pista em Barcelona pela primeira vez. Depois teremos uma ideia de como o carro se comporta e de como nos parecemos em comparação com os outros. Tenho a certeza de que esta época será cheia de surpresas.", afirmou.

"A minha abordagem será a mesma que adotei no ano passado. Tentarei continuar com base nos bons resultados que tenho conseguido para estar no topo da minha forma com o carro que tenho. Espero realmente que este seja um ano em que possa lutar na frente, para terminar regularmente nos cinco primeiros lugares e ainda mais alto se o carro for suficientemente bom para isso. Temos de estar preparados para lidar com quaisquer situações que surjam. Assim, mentalmente, preparei-me para lidar com qualquer cenário possível e, pessoalmente, irei pressionar a equipa para fazer sempre o seu melhor. No ano passado, chegámos muito perto do quinto lugar nos Construtores e seria excelente consegui-lo este ano. É demasiado cedo para dizer se isso será possível, mas darei sempre o meu melhor e tirar o máximo partido do nosso carro.“, concluiu o piloto francês.


Quanto a Yuki Tsunoda, que chega agora à sua segunda temporada na Formula 1, o piloto japonês saber que 2022 é um ano crucial para mostrar o que pode e deve fazer. Com tantos jovens talentos no programa de jovens da Red Bull, este ano pode ser decisivo para o seu futuro.

Estou realmente ansioso por voltar a correr. Sinto que tenho uma compreensão muito melhor do que há um ano, sei como me preparar para ter um bom desempenho. Sei quais são os meus pontos fracos, tenho toda a experiência do ano passado para continuar e tenho trabalhado arduamente para estar pronto. No ano passado não consegui adaptar-me suficientemente depressa para lidar com situações inesperadas, razão pela qual tive dificuldades em muitas corridas. Terminei bem o ano passado, com um quarto lugar em Abu Dhabi, por isso quero levar esse impulso para esta nova temporada. Sinto mais pressão agora do que no ano passado, mas é uma boa pressão, o que é motivação para mim quando estou a treinar.", começou por dizer.

"Quero melhorar o meu ritmo e a consistência na forma como conduzo. Sei o que tenho de fazer para o conseguir. Se conseguir trabalhar da forma como o fiz nas últimas três ou quatro corridas do ano passado, essa será uma boa maneira de começar. Não vai ser fácil, mas estou confiante de que posso conseguir isso.”, concluiu.

O carro rodará durante a semana, num "shakedown", antes dos testes de pré-temporada em Barcelona, na próxima semana, e no Bahrein, no inicio do mês seguinte. 

Quinze anos depois


E não é que pela primeira ocasião em muito tempo, esqueci-me do aniversário deste espaço?

Não importa muito. Calhou no final de semana, e estava ocupado com os eventos do ePrix do México. Ao menos, houve competição neste dia, algo que muito raramente - acho que até é a primeira ocasião! - em que teve competição no aniversário deste pequeno espaço automobilístico. Todos os anos, contudo, há sempre um bom motivo para comemorar. Como calha este ano a meio das apresentações da Formula 1, há sempre outro bom motivo para celebrar. 

Contudo, é importante falar sobre os tempos que correm por aqui. Em 2022, passamos por mais um período de mudança de regulamentos, a terceira importante, depois de 2008-09, com os difusores, o DRS e as novas asas, e 2013-14, com os motores Turbo. Estes carros serão fortemente modificados, a primeira grande em 40 anos, com o regresso do efeito-solo, carros mais pesados, mexidas nas asas dianteiras e traseiras, e isto acontece no final de uma temporada onde houve um duelo pelo campeonato digno de entrar na história, apesar de um final controverso... 

Não sabemos o que isto dará, mas muitos desejam que a Mercedes não saia daqui a dominar, como tem acontecido desde 2014.

Mas também temos os ralis, que tem carros novos, por causa de um tempo que estamos a passar, e do qual quinze anos antes, pensávamos que seria uma fantasia, ou que aconteceria muito mais tarde. A eletrificação - e antes, a hibridificação - era um sinal das coisas que vinham aí, e apesar de muitos ainda hoje não querem aceitar o que se passa, chegou e irá mudar as coisas, tal como as conhecemos. Recentemente consultei um gráfico e reparei que no ano passado, ainda em plena pandemia, 20 por cento dos carros novos vendidos em Portugal foram elétricos, e a tendência é para aumentar, à medida que a oferta aumenta, os carros tem maiores autonomias, maiores até dos carros com motor a combustão. E a Noruega poderá este ano ser o primeiro país do mundo a deixar de vender carros com motor a gasolina ou a Diesel. Irónico, num país produtor de petróleo...  

De qualquer maneira, neste dia em que se comemora mais um aniversário, estes são os tempos que passamos. O passado não regressa e o futuro é este, quer queiramos, quer não. 

Assim sendo, só posso desejar um Feliz Aniversário - atrasado, é certo - e desejo que este espaço tenha muitos mais anos de vida. E claro, obrigado a todos os que seguem este espaço!

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Noticias: Apresentada nova categoria de monopostos elétrica


As competições elétricas parecem que estão a expandir-se. Depois da Formula E, do ETCR e outras menores, foi agora anunciada a criação da ERA Series Europe, uma competição de desenvolvimento que estará ligada à FIA ETCR, a competição de Turismos.  Baseado num chassis Dome 110, teriam uma bateria de 24 kWh, que produziria 130kw - ou 175 cavalos -   alcançaria uma velocidade máxima de 210 km/hora. 

O carro será apresentado em Pau, no inicio de maio, antes que aconteça uma serie de corridas, que começarão em Istambul, a 21 e 22 do mesmo mês, para depois correrem em Hungaroring, Jarama, Zolder e Vallelunga, todos em jornadas duplas, pelo menos até julho.

Ao todo, competirão 10 pilotos e o formato terá duas sessões de qualificação de 15 minutos cada um, para depois haver corridas de 20 minutos cada. Não haverá carregamento dos carros entre ambas as sessões de treinos. O carro será, de uma certa forma, o equivalente a um Formula 4 e a saída poderá ser outras categorias, como a própria ETCR.