Depois dos eventos de ontem, muitos julgavam que a corrida iria ser aborrecida, pois com Sebastien Vettel na pole-position, as pessoas já se convenceram de que o quarto título mundial por parte do piloto alemão é uma inevitabilidade. É certo que isso existe, mas Singapura é uma corrida diferente: acontece de noite, é uma pista citadina e a sua extensão - quase seis quilómetros - faz com que muitas das vezes as corridas alcancem o limite das duas horas. Basta uma colisão e a respectiva entrada do Safety Car para mudar tudo, por exemplo.
Vettel só tinha de se preocupar com os Mercedes, pois Fernando Alonso estava num distante sétimo posto, até atrás do seu companheiro de equipa, Felipe Massa. Mas os pilotos, e principalmente os espectadores, tinham de se preocupar com a presença de Romain Grosjean, o piloto francês da Lotus que agora têm a reputação de "troublemaker", encarregado de estragar as partidas dos outros, como fez frequentemente no ano passado.
A partida começou com uma boa largada de Nico Rosberg, que passou Sebastian Vettel na primeira curva, mas na curva seguinte, o alemão respondeu ao seu compatriota da Mercedes e retomou a liderança. Atrás, Alonso seu mais um dos seus pulos da largada, saltando para o terceiro posto. Com o passar das voltas, Vettel começou a distanciar-se de Rosberg e Alonso, apesar dos avisos do seu engenheiro.
As primeiras paragens acontecem na 12ª volta, primeiro com Kimi Raikkonen, depois com Esteban Gutierrez, mas na frente, não havia alterações significativas. A grande polemica nas primeiras voltas foi o de uma ultrapassagem entre Sergio Perez e Nico Hulkenberg, no qual os comissários obrigaram o piloto da Sauber a devolver a posição.
E na volta 25, o primeiro grande momento da corrida: o Toro Rosso de Daniel Ricciardo embateu fortemente no muro de proteção, provavelmente devido a um problema nos travões. Com isso, o Safety Car teve de entrar na pista para neutralizar a corrida. Muitos aproveitaram para colocar um novo jogo de pneus, alguns até pela segunda vez, como Fernando Alonso e Kimi Raikkonen. O Safety Car esteve na pista durante seis voltas, fazendo com que se começasse a falar sobre se a corrida iria acabar no limite das duas horas.
Quando a corrida recomeçou, Vettel continuou com a liderança, sem grandes problemas nas primeiras curvas. Mais uma vez, o alemão da Red Bull afastou-se da concorrência, parecendo que o seu carro era de outro mundo, outro campeonato. Na volta 35, a diferença já era de dez segundos, e o aborrecimento já se instalava. O único grande motivo de conversa foram os problemas de Romain Grosjean com o seu motor, que o obrigaram a parar de vez na 40ª volta.
Nas voltas finais, as atenções viraram-se para algumas lutas entre pilotos, especialmente entre o terceiro colocado. Jenson Button e Kimi Raikkonen desejavam esse lugar, numa boa estratégia quer para a McLaren, quer para a Lotus. E tudo, com Sergio Perez a espreitar. Depois de muito lutar, Kimi acabou por passar na volta 55, para chegar ao lugar mais baixo do pódio. Mas logo depois, houve um grande susto quando se viu o Force India de Paul di Resta no muro. Apesar das bandeiras amarelas, não houve Safety Car, e logo a seguir, Webber passou Button e ficou com o quarto posto.
Contudo, foi sol de pouca dura. A caixa de velocidades do piloto australiano começou a falhar e cedo teve de abdicar da luta pelo terceiro posto para levar o seu carro até ao fim. E assim sendo, foi superado pelos Mercedes e pelo Ferrari de Felipe Massa. Pensava que iria salvar alguma coisa em termos de pontos, mas o motor do australiano explodiu na última volta.
Em claro contraste, Sebastian Vettel não tinha nada. Dominador, vencia a corrida de Singapura, cortando a meta no primeiro posto pela 33ª vez na sua carreira, após quase duas horas de duração e mais de 30 segundos de vantagem sobre Fernando Alonso. E cada vez mais se mostrava que o seu quarto título mundial não iria escapar mais, pois tinha conseguido mais sete pontos de avanço em relação ao seu mais direto rival. No total, o piloto alemão já têm 60 pontos de avanço.