sábado, 5 de maio de 2018

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É só daqui a um mês, mas já saiu o cartaz do Rali do Vidreiro de 2018, que se disputará no fim de semana de 8 e 9 de junho nas estradas à volta da Marinha Grande. E claro, será o primeiro rali em asfalto na temporada. 

E claro, sendo um rali em asfalto, certamente andarão os RGT's como o Bentley do Mex Machado - isto é, se inscrever o carro - mas ver estes bólidos no que resta do Pinhal de Leiria vai ter a sua graça.

E como sei que isto vai ser organizado pelo Clube Automóvel da Marinha Grande, espero o melhor.

ERC 2018: Lukyanuk dominador nas Canárias

Como nos Açores, o russo Alexey Lukyanuk venceu de novo no Europeu de ralis, ao subir ao lugar mais alto do pódio no Islas Canárias, segunda prova do campeonato. Nikolai Gryazin ficou com o segundo posto, e o único a ficar abaixo do um minuto de diferença do vencedor, com Fabian Kreim a ser o terceiro, a um minuto e 29 segundos. Quanto a Bruno Magalhães, acabou o Rali com o sétimo posto da geral, a dois minutos e 21 segundos, depois de ganhar dois lugares na última especial.

No final do rali, o piloto português não escondeu a sua desilusão pelo resultado: “Foi uma pena o que nos aconteceu. Mas infelizmente não conseguimos resolver o problema da válvula ‘pop-off,’ e à excepção da última classificativa do dia, foi sempre a fazer frente a este problema e a perder tempo de forma sistemática. Fizemos o que podíamos dadas as circunstâncias”, começou por referir Bruno Magalhães.

Conseguimos pontos importantes para o campeonato e conseguimos o segundo lugar no que diz respeito ao Campeonato de Espanha, que é importante para os nossos patrocinadores locais. Queríamos e podíamos ter feito mais. Só na última classificativa é que conseguimos mostrar o nosso andamento sem problemas. Mas já era tarde demais para encetar qualquer recuperação. Tenho pena que este tenha sido o desfecho final”, rematou o piloto do Skoda Fabia R5.

Depois de Lukyanuk ter acabado o dia com uma vantagem de 21,3 segundos sobre Nikolai Gryazin, o dia de hoje começou como ontem: o russo do Ford Fiesta R5 a vencer, desta vez na primeira passagem por Arucas, com 3,7 segundos de vantagem por Lukas Habaj. Bruno Magalhães ainda tinha problemas e foi apenas 14º, perdendo 9,7 segundos.

Gryazin reagiu e venceu na especial seguinte, a primeira passagem por Moya, batendo Lukyanuk por... 0,1 segundos, enquanto Fabian Kreim foi o terceiro, a 7,8 segundos. Magalhães atrasava-se ainda mais, acabando apenas com o 19º melhor tempo, com um atraso de 17,8 segundos, e caindo na geral para o nono posto.

A manhã acabou com Lukyanuk a vencer em Galdar, batendo Gryazin por 5,8 segundos e Laurent Pellier a 6,8. Magalhães foi o décimo, a 18 segundos, mas subiu dois lugares, para sétimo, então a um minuto e 54 segundos.

Na parte da tarde, nas segundas passagens pela manhã, Lukyanuk voou e venceu em todos os especiais, conseguindo consolidar a sua liderança e acabando por ficar com a sua segunda vitória no ERC, e com uma dupla russa. Depois de Kreim ser o terceiro, José António Suarez é o quartom conseguindo levar a melhor sobre Laurent Pellier, no seu Hyundai, do Skoda de Gregorz Grzyb, a dois minutos e quatro segundos. Depois de Bruno Magalhães, Ivan Ares e Miguel Fuster focaram atrás dele, com o "top ten" a ser fechado com o norueguês Evenid Bernyildsen.

A próxima prova do ERC acontecerá entre os dias 1 e 3 de junho, em terras gregas. 

WRC: Fittipaldi recupera de cirurgia

Pietro Fittipaldi recupera da cirurgia que foi submetido às pernas após o acidente sofrido ontem durante a qualificação para as Seis Horas de Spa-Francochaps. O piloto brasileiro, neto de Emerson Fittipaldi, sofreu fraturas em ambas as pernas e esteve no Hospital Universitário de Liége para fazer reduzir as feridas depois do seu acidente no Radillon a bordo do seu DragonSpeed. 

"Pietro Fittipaldi está bem e sua condição é estável", disse a nota da FIA. "Ele foi operado ontem à noite por fraturas em ambas as pernas e a cirurgia correu bem. Ele permanece sob observação no Centro Hospitalar Universitário de Liege", completou.

"A perna esquerda, que sofreu uma fratura complexa, foi satisfatoriamente operada. Pietro estava completamente consciente ao sair da sala de cirurgia e foi capaz de descrever o que aconteceu com ele. Às 10h30 da manhã [deste sábado], hora local, ele deixou o centro de cuidados intensivos", acrescentou.

Segundo o seu pai, Gugu da Cruz, falou que a provável causa do acidente terá sido uma fala na eletrónica no seu carro. ~"O carro já tinha dado algum problema similar nos testes. Agora na classificação, ele vinha muito rápido. A equipe pediu 'full' naquela volta para fazer o mais rápido possível, mas alguma coisa aconteceu que o freio não funcionou e ele foi reto. Foi uma pane elétrica, uma falha mecânica", contou ao site Grande Prêmio.

E o seu pai revelou depois que Pietro iria fazer um teste pela Haas este mês, o que seria a sua primeira experiência na Formula 1.

Para Fittipaldi, vai ser uma longa recuperação pela frente. Ele, que tinha uma temporada cheia, dividida entre a SuperFormula japonesa, o WEC e a IndyCar Series - iria correr as 500 Milhas de Indianápolis no final do mês, irá ficar agora a recuperar do seu acidente, pelo menos até ao final do ano.

E o acidente causou uma onde de solidariedade por parte de outros pilotos, a começar pelo seu avô, Emerson Fittipaldi: "Pietro, você é campeão. Vai voltar logo, mais forte. Eu quero agradecer a todos vocês de todo o mundo pelas mensagens lindas, muito obrigado, muito obrigado, muito obrigado", disse o bicampeão do mundo na sua página do Instagram.

"Acabei de ver esta notícia terrível, @PiFitti seja forte, companheiro, estamos todos aqui para apoiá-lo e eu sei que você estará de volta mais forte do que nunca!!" - postou Billy Monger na sua página do Twitter. Monger, atualmente na Formula 3 britânica, perdeu ambas as pernas após um acidente no ano passado em Donington Park, quando corria na Formula 4.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

ERC: Lukyanuk lidera nas Canárias, Magalhães sétimo

O russo Alexey Lukyanuk lidera o Rali Islas Canárias ao fim de oito classificativas. O piloto do Ford Fiesta tem um avanço de 21,3 segundo sobre o seu compatriota Nikolay Gryazin, com o alemão Fabian Kreim a ser o terceiro. Já Bruno Magalhães acabou o dia na sexta posição, num rali onde lutou contra problemas na sua válvula de turbo, que o fez perder alguns quilómetros por hora em linha reta.

"Continuamos com a ambição de terminar a prova nos lugares do pódio. O dia de hoje foi difícil. Tivemos problemas na válvula do turbo que abria muitas vezes, fazia perder pressão e como consequência, o rendimento do carro. Enfrentámos este problema em todas as classificativas e isso, condicionou os nossos tempos”, começou por dizer o piloto do Skoda Fabia R5.

Magalhães espera resolver os problemas e recuperar nas seis especiais que faltam disputar amanhã, para ver se acaba de novo no pódio deste rali. 

A equipa vai procurar resolver o problema e acredito que em condições normais poderei impor um ritmo mais forte e recuperar o tempo perdido. É difícil, mas não é impossível. Não baixamos os braços, vamos à luta e esperar para ver”, concluiu.

Mas vamos ao resumo do dia. Debaixo de algum nevoeiro e com alguns troços húmidos, Lukyanuk começou ao ataque, vencendo na primeira especial, com 1,3 segundos de vantagem sobre José António Suarez. Grzergorz Grzyb foi o terceiro, a 3,9 segundos, na frente do surpreendente Porsche RGT de Enrique Cruz, quarto a 4,3 segundos. Bruno Magalhães não tinha feito uma grande escolha de pneus e acabou por fazer o décimo melhor tempo.

Na primeira passagem por San Mateo, Cruz voou com o seu Porsche, deixando Miguel Fuster a 4,3 segundos e Laurent Pellier a 5,4. Lukyanuk era quinto, a seis segundos, e Magalhães fora apenas 13º, perdendo 17,3 segundos. E a seguir, a "normalidade" voltou, com Lukyanuk a vencer, 8,4 segundos adiante de Gryazin, e Suarez era o terceiro, a 10,7. Magalhães era o quinto, a 11,8. No final da manhã, Lukyanuk liderava com 15,3 segundos de vantagem sobre Gryazin.

Da parte da tarde, com as segundas passagens pelas classificativas da manhã, mais as duas superespeciais em Las Palmas, Lukyanuk venceu as todas, acabando por ter uma vantagem de 21,9 segundos sobre Gryazin e 49,8 sobre o espanhol da Skoda. Fabien Kreim não andava longe, a 51,8 segundos, com Pierre LOubet a dar um pulo de oitavo para quinto, numa luta com Laurent Pellier e Bruno Magalhães.

No final da dupla passagem por Las Palmas, Kreim e Suarez trocaram de lugares, enquanto Magalhães passava Pellier. E era assim que todos se preparavam para o dia de amanhã, quando iriam percorrer mais seis especiais de classificação.

Formula E: Agag quer comprar a categoria!

O patrão da Formula E, Alejandro Agag, revelou hoje que pretende comprar a categoria por seiscentos milhões de euros. Numa carta dirigida aos accionistas, o espanhol de 47 anos pretende ter o controlo total da categoria.

Como empresário, gostaria de aumentar meu interesse pelo negócio e influenciar sua direção futura. Acredito fortemente no futuro da Fórmula E e esta oferta é uma expressão dessa confiança. Por esse motivo, gostaria de fazer uma proposta para comprar todas as ações da empresa no valor de € 600 milhões”, escreveu.

A oferta de Agag para ficar com a competição vem numa altura onde a competição está a aumentar. Na quarta temporada, tem mais marcas do que a concorrência, pois estão BMW, Jaguar, DS, Renault - que vai ser subsituida pela Nissan - e no futuro, aparecerão Mercedes e Porsche. Em 2019, para além do carro Gen2, estarão vinte e quatro carros na grelha de partida, num calendário espalhado um pouco por todos os continentes, excepto África.

Para além disso, atraiu parceiros como a gigante suíça de eletrónicos ABB e empresas como Allianz e Hugo Boss - ambas tinham investido anteriormente na Fórmula 1.

Comentando sobre a decisão da Agag, Toto Wolff, o chefe da Mercedes na Formula 1, Toto Wolff, afirmou: “Na minha opinião, por trás de toda grande história de sucesso há uma visão empreendedora e contra todas as probabilidades. Alejandro criou esta série que ninguém dava nada quando foi lançada. Agora todos os principais fabricantes se juntaram à Fórmula E e uma parte muito grande disso está ligada a Alejandro.

Marco Parroni, diretor administrativo do primeiro patrocinador da Formula E, o banco Julius Bar, disse que foi persuadido dos méritos das corridas de rua elétricas pela Agag e que o crescimento contínuo da série foi prova de sua visão.

A Fórmula E teve muitas dificuldades financeiras no começo. E é por isso que a série precisava de investidores. Mas, definitivamente, sem o Alejandro o projeto não existiria hoje”, concluiu Parroni.

A Formula E volta à ação na semana que vêm, nas ruas de Berlim.

A imagem do dia

Errar em Eau Rouge é "a morte do artista", e errar no LMP2 da DragonSpeed foi, para Pietro Fittipaldi, provavelmente o final da temporada para o neto de Emerson Fittipaldi. O seu acidente, esta tarde - de causas ainda desconhecidas à hora em que isto está a ser escrito - destruiu a frente do seu carro e provocou fraturas em ambas as pernas. E pelo que me contam o da direita está em mau estado.

Isto poderia significar que a sua temporada quer na WRC, quer na IndyCar, quer noutras categorias, poderá estar comprometida, fazendo com que fique o resto de 2018 a convalescer deste acidente. Veremos se isso não estragará o resto da sua carreira.

Agora, há que por bom e voltar a correr em 2019. As melhoras para ele!

Rumor do Dia: A Alfa Romeo a ficar com cada vez mais da Sauber?

A semana acaba com rumores de, na Sauber, a Alfa Romeo começar a ter cada vez mais influência na equipa de Hinwill, podendo até transformar a equipa fundada por Peter Sauber numa afiliada da Ferrari, ou seja, outra Toro Rosso. 

Como é sabido, a marca de Varese, controlada pela FCA - Fiat Chrysler Automobili - é patroconadora este ano da Sauber, tendo o motor Ferrari de última geração. Por agora, teve bons resultados, sendo o melhor o sexto lugar de Charles Leclerc em Baku, mas no dia seguinte a esse resultado, a equipa dispensou os serviços de Jorg Zander. Ele, que apareceu na marca em 2017, vindo do projeto da Audi em Le Mans, vai ser substituido por Jan Monchaux, que passou pela Toyota, Ferrari e Audi, tornando-se o líder do departamento de aerodinâmica da formação.

Claro, Frédéric Vasseur, por agora, tem a área técnica sob sua alçada.

Contudo, soube-se da constituição da Islero Investements AG, uma empresa situada precisamente no mesmo endereço que a Sauber. Essa empresa tem como diretores Frederic Vasseur, Pascal Picci, o responsável pela Longbow (e actual proprietária da Sauber) e Finn Rausing, o bilionário por detrás da Longbow. E também Shelby du Pasquier, um homem da finança com forte ligação a Sérgio Marchionne, o responsável máximo da FCA e da Ferrari. Alessandro Alunni Bravi, ex-chefe de equipa da Trident Racing, também está integrado nessa estrutura.

Toda esta gente envolvida na estrutura da Islero Investments poderá querer passar a ideia de que a Alfa Romeo poderá ficar com a equipa, mais cedo ou mais tarde, e poderá estar dependente do que vai ser a Formula 1 a partir de 2021 para a marca de Varese tentar a sua sorte para ficar com ela e retomar uma tradição que teve dois periodos. A primeira, em 1950 e 51, cheia de sucessos, com Nino Farina e Juan Manuel Fangio, e a segunda, mais desastrosa, com a Autodelta envolvida e pilotos como Mario Andretti, Andrea de Cesaris, Patrick Depailler, Bruno Giacomelli e Riccardo Patrese, entre outros.

GP Memória - Espanha 2003

Duas semanas depois de terem corrido em Imola, a Formula 1 chegava para a quinta prova do ano, que iria acontecer no autódromo de Barcelona, na Catalunha. A grande novidade desta prova era o facto de a Ferrari estrear o seu chassis, o F2003-GA, em tributo a Giovanni Agnelli, o dirigente da Fiat morto no incio do ano.

No final da qualificação, os Ferrari dominaram com o novo chassis. Michael Schumacher a ser melhor que Rubens Barrichello, enquanto na segunda fila estavam os Renault de Fernando Alonso e Jarno Trulli, com Jenson Button à frente de Olivier Panis na terceira fila. Ralf Schumacher era o sétimo, seguido do McLaren de David Coulthard, e a chegar o "top ten" estavam o segundo Williams-BMW de Juan Pablo Montoya e o Sauber-Petronas de Heinz-Harald Frentzen.

Kimi Raikkonen acabou por abortar a volta e iria largar do último lugar. 

A corrida começou debaixo de um sol primaveril com Schumacher a defender-se de Alonso, enquanto Barrichello ia à berma, mas mantendo o terceiro posto. Atrás, Couthard toca em Trulli e o italiano acaba na berma, mas a corrida é interrompida quando Raikkonen bateu fortemente na traseira do Jaguar de Antônio Pizzonia. Resultado final: Safety Car na pista.

A corrida recomeçou na volta seis, com Montoya a passar Button no final da reta da meta, mas a partir dali e até aos primeiros reabastecimentos, nada de especial acontece na corrida. Button é o primeiro a parar, na volta 14, enquanto Schumacher só parou na volta 21 depois de Alonso parar, quatro voltas antes. Na volta 20, Coulthard tenta ultrapassar Button, mas acaba na gravilha, fazendo com que os McLaren não acabem a corrida. E quem não tinha parado, aproveitou para fazê-lo, altura em que os Ferrari pararam nas boxes.

No regresso, Alonso era segundo, entre os Ferrari, mostrando que parar cedo compensou, apesar de Barrichelo ter tentado chegar-se a ele.

Na volta 34, Schumacher parou uma segunda vez antes de Alonso e Barrichello, tentando antecipar-se a ambos, caindo para atrás do seu irmão Ralf. Demorou tempo para se livrar do piloto da Williams, e quando o fez, Barrichello parava para reabastecer, deixando Alonso na frente. O espanhol só parou na volta 37, mantendo o segundo posto, ensanduichado entre os Ferrari, mas os Williams ainda não tinham parado. Ralf era segundo e atrasava Alonso, para Schumacher se afastar. Somente quando Ralf cometeu um erro e acabou na gravilha é que o espanhol ficou com o segundo posto.

Schumacher reabasteceu uma terceira e última vez na volta 49, dando de novo o comando a Alonso, que parou na volta seguinte, ao mesmo tempo que Barrichello.

Os três mantiveram as posições até ao final da prova, o que dava a Michael a sua segunda vitória do ano e a Alonso o seu primeiro pódio em casa, com o piloto brasileiro da Ferrari a ficar com o lugar mais baixo do pódio. Juan Pablo Montoya e Ralf Scghumacher ficaram com os lugares seguintes, nos seus Williams, seguido pelo Toyota de Christiano da Matta, que conseguia ali os seus primeiros pontos da sua carreira. E a fechar os lugares pontuáveis ficaram o Jaguar de Mark Webber e o Joedan de Ralph Firman, o seu único ponto na sua carreira.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

A velhice de Jacques Laffite e Patrick Tambay

Na velhice, a decadência é uma inevitabilidade. e os nossos heróis sofrerão dela, até ao seu inevitável fim. No passado domingo, numa entrevista à France 2, Jacques Laffite, atualmente com 74 anos, revelou que sofre de Parkinson desde há algum tempo. Atualmente comentador de Formula 1 na TF1, Laffite revela que não está doente, mas os sintomas estão todos por lá.

"De vez em quando tenho pequenos tremores. A perna endurece um pouco, mas ainda não estou lá", começou por dizer. "Mas continuo praticando certos desportos como golfe ténis, faço esqui, faço [um pouco de] tudo. Mas isso me irrita às vezes. Não podemos ter feito tudo o que fizemos, sofremos batidas, 250 pulsações [por minuto] por anos deixam vestígios."

"Mas você tem que lutar na vida, sempre. Eu estou lutando", concluiu.

Laffite não é o único: também Patrick Tambay, atualmente com 68 anos, vive com os sintomas de Parkinson e refere-se que poderá ser operado dentro em breve para amenizá-las numa clinica especializada em Grenoble.

Laffite, que correu entre 1974 e 1986, esteve na Ligier e Williams, conseguindo seis vitórias, sete pole-positons e sete voltas mais rápidas em 176 Grandes Prémios. Foi quarto classificado em 1979, 80 e 81, quando corria pela Ligier, e conseguiu pódios até 1986, quando sofreu um acidente grave no inicio do GP britânico, lesionando-se e, ambas as pernas.

Para além disso, foi campeão europeu de Formula 2 em 1975, e depois da Formula 1, correu no DTM e nas 24 Horas de Le Mans. Nos vinte anos seguintes, tornou-se comentador de Formula 1 no canal de televisão TF1.

No caso de Tambay (celebrando a vitória no GP de San Marino de 1983), foi vice-campeão de Formula 2 em 1975 - atrás de... Laffite! - e chegou à Formula 1 em 1977 - para ficar até 1986 - através da Ensign. Depois, teve passagens por McLaren, Theodore, Ligier, Ferrari, Renault e Haas-Lola, alcançando duas vitórias, cinco pole-positions e duias voltas mais rápidas.

Pra além disso, correu na Can-Am, onde foi campeão em 1977 e 80, e nas 24 Horas de Le Mans, onde acabou no quarto posto na edição de 1989.

Youtube Motorsport Tribute: Um 919 nas ruas de Nova Iorque

O Porsche 919 retirou-se do automobilismo, mas antes de ir para o museu de Estugarda, vai fazer algumas provas de testes e algumas voltas, como se fosse um "tour de despedida. Depois de Neel Jani ter feito a volta mais rápida no circuito de Spa-Francochamps, agora eles foram dar umas voltas a Nova Iorque... para ver as vistas. Pelo menos neste publicidade.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

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E eis o Brabham BT62. Irão ser 70 exemplares a um milhão de libras cada uma. O motor será V8 de 5.4 litros, com 700 cavalos para um conjunto que terá 972 quilogramas.

O carro é feito em fibra de carbono e tem um pacote aerodinâmico suficientemente agressivo, e segundo eles, "combina um equilíbrio entre função e forma".

O carro durou dois anos para ser construido e foi feito debaixo de uma enorme cobertor de secretismo, e eis os resultados. Resta saber o seu objetivo. Se é para ser mais um suprcarro de estrada ou haverá um carro para as classes de GT espalhados pelo mundo, tentando até as 24 Horas de Le Mans.

De resto, o carro é bonito e agressivo. David Brabham, o filho mais novo de Jack Brabham, disse: "É com muito orgulho que honro e continuo o legado de meu pai ao abrir o próximo capítulo da história da Brabham." Veremos no que isto dará.

Recordar o passado vale a pena

Este espaço já têm onze anos de existência, e ao longo deste tempo, as redes sociais explodiram. Existem coisas que estão a funcionar em plano que eram ainda infantes quando isto começou, em fevereiro de 2007. E digo isto porque andei a fazer algo interessante ao longo destes dias: recuperar posts do passado para colocar em algumas das páginas nos quais sou editor.

Esta semana coloquei uma série de posts escritos em 2009 sobre o fim de semana de Imola. Um trabalho longo e complicado, do qual apliquei-me, dei o meu melhor na altura. Foi um grande trabalho, mas valeu a pena. Foi muito visto na altura, e agora, nove anos depois, fez esse exercício... quase por acaso.

Uns dias antes, estava a ver alguém a ver o post que escrevi sobre Roland Ratzenberger, que escrevi em 2007, a sua biografia. Estavam poucos visitantes, mas os suficientes para aparecer entre o "top cinco" na hora. Quase de repente, de forma instintiva, peguei nisso e meti nas páginas dos quais sou administrador. Foi um sucesso. Passou a ser dosa mais vistos, tive mais de 1300 visitantes. E dali, passei a colocar os posts sobre Imola, que escrevi em 2009, quando foram os 15 anos do acidente. Outro sucesso. Mas desse periodo, o último que escrevi foi um pequeno post de Rudolph Ratzenberger, o pai de Roland, a bordo do Porsche 911 que foi do seu filho, dando voltas no Red Bull Ring, em 2017. 

A matéria encontrei por acaso, no Twitter, no site da Petrolicious. Peguei em algumas das fotos, dei-lhes crédito, fiz um link para o artigo original e falei do que sabia sobre a sua relação complicada, da vontade de vencer do filho e o desejo do seu pai que tivesse um trabalho "normal". Roland seguiu os seus sonhos e acabou por ser respeitado, quer no Japão, quer depois na Europa. E o pai entendeu isso, tanto que se entenderam antes de ele morrer. E as fotos dele, segurando o capacete, naquela tranquilidade dignificada, com uma ponta de orgulho ao saber que o seu filho não foi esquecido, comoveu-me. E estatisticamente, foi a única coisa que escrevi sobre esse fim de semana. E rendeu-me 2300 visitas.

Ao todo, só seis posts me deram quase dez mil visitas neste blog. Cinco reciclagens e uma nova. Não sou eu a reviver o passado, é apenas uma forma de pegar no arquivo sobre coisas que as pessoas gostam de recordar. E vale a pena. Vou voltar a fazer o mesmo durante a semana, pelo menos até à altura do Gilles Villeneuve. Depois, chega, para não cansar. É apenas uma experiência.

No Nobres do Grid deste mês...

Três corridas não servem absolutamente nada para termos uma ideia do que vai ser este campeonato. Mas ao ver que Mercedes não ganhou algum, é motivo de preocupação. A equipa que ganhou todos os campeonatos desde 2014 parece ter um 2018 complicado, pelo menos, no seu inicio. Teve dificuldades em 2017, é certo, mas o adepto foi o maior beneficado, pois pode ver um duelo entre Sebastian Vettel e Lewis Hamilton que terminou com dois acidentes em Singapura we Japão que praticamente entregaram o título ao piloto britânico.

Contudo, no inicio de 2018, parece que estamos a volta a ver o mesmo, e pior: o maior rival é a Red Bull e não a Mercedes. Parece que a equipa de Brackley adormeceu à sombra dos resultados, e é Valtteri Bottas que reage melhor do que Lewis Hamilton, que só teve uma pole-position, em Melbourne, para comemorar.

Mas mais interessante é uma boa razão poderá ser... um chassis temperamental. Segundo contava a Autosport britânica do passado dia 19 de abril, o carro pode ser mais complicado de trabalhar sob certas circunstâncias, como por exemplo, o desgaste dos pneus traseiros. Toto Wolff tinha dito no ano passado que era assim que se comportava o chassis desse ano, em comparação com o chassis da Ferrari, bem mais meigo nesse aspecto. (...)

Aos vinte anos de idade, o filho de Jos Verstappen tem talento puro e duro, mas pouca cabeça. Vencedor de três corridas na sua carreira, tem "sangue na guelra" e entusiasma, algo que pessoalmente vi no passado em pessoal como Gilles Villeneuve e Ayrton Senna. E também em Michael Schumacher e Sebastian Vettel. Contudo, a falta de "cérebro" no momento as ultrapassagens é aquilo do qual a concorrência se queixa. A solução é mais simples do que pensam: pensar antes de passar. Um pouco de maturidade irá fazer bem, porque quando acontecer, ele será de certeza campeão do mundo. Não precisa diminuir a sua agressividade, é ser mais inteligente.

No meio disso tudo, é interessante é ver também a relação de respeito de Vettel com a Red Bull, e de ele ser capaz de influenciar as coisas por lá. Toda a gente se lembra do que aconteceu em 2015, quando Daniil Kvyat foi subsistido por... Max Verstappen após o GP da Rússia, onde ele bateu no Ferrari do alemão, obrigando à desistência de ambos os pilotos. Não espero que Vettel "corte as pernas" do holandês, mas sim dizer a ele para ganhar juízo, para o seu bem. O holandês quer tudo agora, mas se visse bem, ele tem mais 15 anos de carreira. Tempo mais do que suficiente para ascender, chegar ao seu auge e ser um dos maiores de todos os tempos. (...)

Com um quinto do campeonato concretizado, é bom ver como as coisas começaram. Como será depois, é uma incógnita, mas de aborrecimento, esta competição não está a ter este ano.

Tudo isto foi escrito antes do GP do Azerbeijão, onde hoube a vitória da Mercedes, com Lewis Hamilton ao volante. Mas o piloto britânico teve sorte pois aproveitou bem os azares alheios, desde as batidas dos Red Bull ao furo de Valtteri Bottas para vencer pela primeira vez nesta temporada. De uma certa maneira, foi uma corrida onde estava no lugar certo à hora certa.

Mas é sobre estas corridas e o que poderá ser o campeonato daqui para diante que escrevo este mês no Nobres do Grid

ERC: Magalhães quer pódio nas Canárias

Depois da prova de abertura nos Açores ao volante do Skoda Fabia R5 da ARC Sport e do terceiro lugar conquistado, Bruno Magalhães vai às Islas Canárias, onde espera antes de mais fazer um bom rali com o seu carro e manter-se na luta pelo campeonato, contra o russo Alexey Lukyanuk, seu maior rival e vencedor nos Açores.

"Fizemos ontem uma sessão de testes de preparação para esta prova. Vamos enfrentar um rali com classificativas espectaculares mas também muito especificas com asfalto muito abrasivo. Encontrámos um acerto base que vamos ter de evoluir até ao inicio da prova. As informações recolhidas o ano passado são importantes para encontrarmos o melhor compromisso", começou por explicar o piloto de 37 anos, atual vice-campeão da Europa.

"É uma prova muito exigente, sabemos disso. Mas estamos confiantes. Já conhecemos o figurino e o caminho a seguir para sermos bem sucedidos. Vai ser um rali duro, com muitos candidatos à vitória mas acredito que vamos estar nesse lote. A nossa meta é chegar aos lugares do pódio. Se conseguirmos melhorar o resultado do ano passado, tanto melhor e se conseguirmos ainda, reduzir a diferença pontual para o primeiro classificado no campeonato, seria excelente. Estamos a trabalhar para isso...", concluiu.

O Rali Islas Canárias, segunda prova do Europeu, arranca na quinta-feira, dia 3 com a realização da 'qualifying stage'. Na sexta- feira e no sábado acontecerão as duas etapas.

terça-feira, 1 de maio de 2018

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Danica Patrick está de volta ao Brickyard, depois de uma ausência de seis anos. Até pode ser uma grande novidade, um regresso que se aplaude, etc, mas na realidade, é uma despedida. Aos 36 anos de idade, e depois de correr durante década e meia, Patrick vai pendurar o capacete e deixar o automobilismo americano sem referências femininas. Mas vê-a ali, no carro da Ed Carpenter Racing, até é uma visão bem engraçada de alguém que deu o seu melhor e conseguiu resultados dignos desse nome no Brickyard.

Agora, resta saber o que dará neste mês que aí vêm, pois é uma das cabeças de cartaz nesta competição. 

Youtube Motorsing Show: Edd China's Garage Review, episódio um

Como prometido, Edd China mostrou hoje o primeiro episódio da sua nova série, que trata de restaurar carros icónicos que, de uma certa maneira, ficaram encravados por algum motivo qualquer. Assim sendo, neste episódio-piloto - espero que haja muitos mais - Edd vai à Noruega para arranjar um Golf GTi de primeira geração, e colocá-lo de novo na estrada.

Sentem-se, refastelem e percam uma hora neste feriado a ver o programa. Vai valer a pena!

TCR Itália: José Rodrigues deu-se bem no fim de semana

José Rodrigues teve um bom fim de semana para arrancar na TCR Itália. O piloto da Target Racing, apoiado pelo Benfica, considerou que foi um bom fim de semana, apesar de não se sentar num carro competitivo desde há algum tempo. “No geral, foi um excelente resultado. Sabe-me a vitória porque não me sentava num carro de corridas desde Agosto e todos os meus adversários fizeram um leque de testes na pré-epoca. Ser o melhor Honda também foi excelente, mostra que fomos sempre muito competitivos ao longo do fim-de-semana. Saímos daqui nos primeiros lugares do campeonato”, contou, em declarações ao Sportmotores.com

Na primeira corrida, arrancava de uma posição não muito favorável - décimo na grelha, depois de problemas mecânicos - ele sabia que arrancar no meio do pelotão para a primeira corrida não ia ser tarefa fácil. Contudo, com a garra que se lhe reconhece, não baixou os braços e foi determinado a fazer a maior recuperação possível e conseguiu o quarto lugar na sua primeira corrida, e o melhor dos Honda.

Foi uma corrida muito difícil, como eu já previa, onde a entrada do «Safety Car», e a temperatura dos pneus não ajudou. Aos poucos fui conseguindo impor um bom ritmo e a meio da prova já tinha ganho três lugares. Depois, continuei na mesma toada, mas à minha frente estava Andrea Larini, uma velha raposa da velocidade que não me facilitou a tarefa, mas a terminar consegui passa-lo mesmo na penúltima curva e terminar em quarto”, disse.

Na segunda corrida do programa, Rodrigues arrancava melhor, em quarto, e partiu bem, subindo até ao segundo posto, tendo à sua frente o líder, Andrea Larini. O piloto da Target pressionava o líder para chegar ao primeiro lugar, mas uma ligeira saída de pista fez com que perdesse alguns lugares, acabando no sexto posto.

“Foi pena o resultado pois lutei pela liderança da corrida algumas voltas e, podia ter pelo menos alcançado o pódio. Mas segurar o Alfa Romeo e o Hyundai este fim-de-semana foi impossível. Vamos ver o que acontece ao BoP (Balance of Performance) nas próximas corridas”, concluiu o piloto de Braga.

A próxima etapa está agendada para os dias 12 e 13 de Maio no circuito francês de Paul Ricard.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Youtube Formula One Video: As comunicações de Baku

As comunicações de Baku estiveram cheios de grandes momentos automobilísticos. Desde a qualificação até à meta. É melhor ouvi-los.

A imagem do dia

A imagem descobri numa matéria escrita no ano passado no site Petrolicious. A matéria em si fala sobre o Porsche 911 descapotável que pertenceu a Roland Ratzenberger e tinha como passageiro Rudolf Ratzenberger, o pai de Roland. Agarrado ao seu capacete, tem uma pose digna, com uma mistura de orgulho e tristeza pelo seu filho, o que foi e o que fez na sua vida. Viveu para um sonho, é o que está escrito na sua campa, em Salzburgo.

Rudolf não queria que Roland fosse piloto. Não achava que fosse uma profissão digna desse nome e ambos não falaram um com o outro por muitos anos. A reconciliação aconteceu em 1991, quando ele venceu os 1000 quilómetros de Suzuka, e nos meses antes da morte do filho. Quando o viram no seu Simtek e ele a falar com orgulho naquilo que tinha alcançado. De uma certa forma, ele entendeu o porquê da sua teimosia, do seu foco.

Minha melhor lembrança de Roland é de 1991”, diz Rudolf Ratzenberger, “ele ligou para casa depois de vencer os 1000 quilómetros de Suzuka. Eu nunca o ouvi tão feliz e orgulhoso. Essa vitória levou-o a se tornar enormemente popular no Japão. Eu aprecio essa memória".

E fez amigos no meio, o que é raro nos dias de hoje. Um deles foi Mika Salo, que correu com ele no Japão, e dizia que juntava o que podia, apesar de ganhar muito bem na Toyota: meio milhão de marcos por ano, o que era muito dinheiro na altura. 

Para Roland, as corridas eram um trabalho”, começou por dizer o ex-piloto finlandês. “Ele adorava, achava que era o melhor trabalho do mundo e queria ser o melhor nisso, mas também era o que o fazia viver. Ele levou isso muito a sério. Eu nunca o vi gastar um centavo. Ele faria tudo por você e o ajudaria onde quer que ele pudesse, mas ele não compraria o jantar para você. Eu até dei a ele minhas roupas velhas, que ele usaria alegremente. Ele estava economizando todo o dinheiro para comprar uma casa em Salzburgo.

A grande excepção? O Porsche. Hoje em dia, pertence a Harald Manzl, outro amigo pessoal de Ratzenberger.

Brabham 70: Capitulo 10, Os Últimos Passos

No próximo dia 2 de maio será lançado o Brabham BT62, o primeiro carro da Brabham Automotive, e vai praticamente colocar o nome de Jack Brabham de novo na ribalta, setenta anos depois de ele ter começado a sua carreira no automobilismo. Este projeto veio da mente de David Brabham, o filho mais novo de Jack, que sempre quis resgatar o rico património da marca, que existiu na Formula 1 entre 1962 e 1992, conseguindo quatro títulos mundiais de pilotos e dois de construtores. 

Ao contrário da Formula 1, Formula 2 e Formula Junior, parece que este carro será para a estrada. Terá um motor V8 de 650 cavalos, e dos sessenta exemplares construídos, 23 já foram vendidos ainda antes de ser oficialmente revelado, ao preço de um milhão de dólares cada um, o que é um feito.

David Brabham espera que isto possa ser o inicio de algo maior, quem sabe, pavimentar o regresso à sua origem, o automobilismo. E é sobre isso que se vai começar a se falar por aqui sobre a marca de "Black Jack", um dos maiores pilotos que a Austrália viu. 

Todos os dias, até à data da apresentação, coloco aqui um artigo sobre a história de Jack e da equipa que ergueu. E neste episódio, falo sobre os últimos dias de uma longa estadia na Formula 1, e de uma certa forma, o que fez com que, quase 30 anos depois, voltasse à ativa a marca.


O FINAL MELANCÓLICO


Quando a Middlebridge Group adquiriu a Brabhan, em 1990, fê-lo através do pagamento de um milhão de libras, usadas como um empréstimo à Landhurst Leasing. A equipa arranjou um BT59, que incluiu um nome conhecido: David Brabham, filho de Jack, como seu piloto. Conseguiram apenas dois pontos, através de Stefano Modena, mas em 1991 aterraram num contrato com a Yamaha, para fazer acelerar os seus V12.

Para isso, Sergio Rinland construiu o BT60Y, e tinha como pilotos os britânicos Martin Brundle e Mark Blundell. Conseguiram três pontos, resultantes de um sexto lugar de Blundell na Bélgica e um quinto posto no GP do Japão, através de Brundle. Contudo, as coisas estavam más para os lados da administração. A Middlebridge esteve sempre com falta de fundos e pedia dinheiro à Landhurst Leasing, chegando a ter seis milhões de libras ali empatados.

E em 1992, com a Yamaha a partir para a Jordan, a equipa ficou apenas com os motores Judd. Contrataram o belga Eric Van der Poele e a italiana Giovanna Amati - a quinta mulher na história da Formula 1 - mas não conseguiam qualificar-se com o carro. A partir da quarta corrida do ano, acolherem Damon Hill, filho de Graham Hill, que ficou com o carro, mas não conseguia qualificar-se. A última corrida foi o GP da Hungria, onde às mãos de Hill, acabaria a prova na 11ª posição, a quatro voltas do vencedor.

Por esta altura, a situação estava desesperadora. Descobriu-se que a Middlebridge Group estava falida e tinha entrado em liquidação, e quando os administradores descobriram o negócio das seis milhões de libras pagas indevidamente ao grupo - através de subornos e fraudes - o Serious Fraud Office entrou em ação e acabou por prender os seus administradores. Os bens foram vendidos em hasta pública em 1993 para pagar aos credores e a fábrica de Chessington foi comprada pela Yamaha, que depois passou para outra preparadora, a Activa Technology Limited, até cair nas mãos de Trevor Carlin, que a fez sua sede.

A partir daqui, o nome Brabham adormeceu, exceptuando pelos filhos de Jack. David Brabham andou na Formula 1 em 1994, pela Simtek, antes de se dedicar à Endurance, tendo sido um bom piloto, vencendo por duas vezes as 24 Horas de Le Mans. Quando terminou a sua carreira, em 2014, decidiu construir o Project Brabham, com a ideia inicial de construir um carro para correr o Mundial de Endurance a partir de 2015. Mas afinal de contas, o que vêm aí parece ser um carro de estrada. Um supercarro.

Youtube Motorsport Ghynkhana: Uma Parodia de Malabarismos!

Todos se lembram do Ken Block e dos seus Ford a fazerem as suas "Ghynkhanas", sendo vistas por milhões de pessoas um pouco por todo o mundo. Contudo, existe alguém em França que decidiu fazer uma corrida... diferente. Com um Ford Fiesta a lidar com a potência que têm, contornando os mais diversos obstáculos. 

Foi o que fez o Etienne Guerra com o seu carro. Divirtam-se!

domingo, 29 de abril de 2018

WRC 2018 - Rali da Argentina (Final)

Ott Tanak conseguiu o que queria: vencer. Foi na Argentina, mas hoje foi ali que conseguiu a sua primeira vitória ao serviço da Toyota. O piloto estónio, depois de dois segundos lugares em Monte Carlo e Córsega, levou a melhor sobre Thierry Neuville e Dani Sordo, com Sebastien Ogier no quarto lugar.

No último dia, o Rali argentino reservou três passagens pela difícil classificativa de El Condor, e na primeira passagem, Andreas Mikkelsen venceu, batendo Sébastien Ogier por apenas meio segundo. Ott Tanak, que lidera o rali, foi o terceiro mais rápido e alargou para 49 segundos a vantagem que tem para Thierry Neuville. 

Esapekka Lappi furou e perdeu muito tempo, caindo para oitavo e sendo ultrapassado por Elfyn Evans e Kris Meeke.

A seguir, na penultima especial do dia, Thierry Neuville foi o mais rápido e encurtou para 40.9 segundos a diferença para Ott Tanak, que por esta altira, tinha a prova mais do que controlada.

E na Power Stage, Thierry Neuville foi o mais rápido e juntou, assim, mais cinco pontos ao seu segundo lugar à geral. O piloto belga bateu Sébastien Ogier por meio segundo.

"Esse é especial, nunca sabíamos o que aconteceria quando mudasse de equipa, mas é bom ver a rapidez com que estamos melhorando. O carro está suficiente perto para o meu gosto e estou trabalhando muito bem com a equipa. Nós só precisamos continuar da mesma maneira! Nós confiamos no carro durante todo o fim de semana e sabíamos exatamente o que ele estava fazendo", comentou Tanak no final do rali.

No campeonato de pilotos, Ogier tem agora 100 pontos, mais 10 do que Neuville. Tanak tornou-se o terceiro classificado, com 72 pontos, com Mikkelsen, quarto, já a 18 pontos do estónio da Toyota. A próxima prova do campeonato será em Portugal, de 17 a 20 de maio.

Youtube Formula 1 Highlights: Os melhores momentos do GP azeri

Passaram-se poucas horas, mas o canal de Formula 1 do Youtube já meteu um video dois melhores momentos do GP do Azerbeijão, em Baku, desde o inicio ate ao fim da corrida, e todos os momentos excitantes pelo meio.

Brabham 70: Parte 9, O Começo do Fim

No próximo dia 2 de maio será lançado o Brabham BT62, o primeiro carro da Brabham Automotive, e vai praticamente colocar o nome de Jack Brabham de novo na ribalta, setenta anos depois de ele ter começado a sua carreira no automobilismo. Este projeto veio da mente de David Brabham, o filho mais novo de Jack, que sempre quis resgatar o rico património da marca, que existiu na Formula 1 entre 1962 e 1992, conseguindo quatro títulos mundiais de pilotos e dois de construtores. 

Ao contrário da Formula 1, Formula 2 e Formula Junior, parece que este carro será para a estrada. Terá um motor V8 de 650 cavalos, e dos sessenta exemplares construídos, 23 já foram vendidos ainda antes de ser oficialmente revelado, ao preço de um milhão de dólares cada um, o que é um feito.

David Brabham espera que isto possa ser o inicio de algo maior, quem sabe, pavimentar o regresso à sua origem, o automobilismo. E é sobre isso que se vai começar a se falar por aqui sobre a marca de "Black Jack", um dos maiores pilotos que a Austrália viu. 

Todos os dias, até à data da apresentação, coloco aqui um artigo sobre a história de Jack e da equipa que ergueu. E neste episódio, falo sobre como um projeto longe demais precipitou a decadência da equipa e o fim de uma longa parceria, bem como o regresso do projeto, contudo, sem a glória do passado.


DECADÊNCIA E REGRESSO


Em 1986, Gordaon Murray decide desenhar um projeto radical: o Brabham BT55 "Skate". O carro era muito bom aerodinamicamnte, acelerando em linha reta, e sem ter o arrasto que muitos outros chassis tinham. Contudo, o motor BMW nem sempre funcionava da maneira inclinada, e a caixa de velocidades não funcionava tão bem como desejavam, e as quebras eram frequentes.

Elio de Angelis e Riccardo Patrese, os pilotos que guiavam este carro, queixavam-se das suas performances, e tentavam melhorar da maneira que podiam. E foi numa dessas sessões de testes, a 15 de maio de 1986, que a catástrofe aconteceu, quando De Angelis perdeu a sua asa traseira na Verriere, a 225 km/hora, e acabou de cabeça para baixo, preso no chassis. Quando o retiraram, De Angelis estava gravemente ferido, e acabou por morrer no dia seguinte no Hospital de Marselha. Tinha 28 anos de idade.

Derek Warwick foi o substituto de De Angelis, mas o mal estava feito. O carro era veloz, mas não fiável, e para piorar as coisas, Ecclestone começou a desinteressar-se pela equipa. Murray recebeu uma oferta da McLaren e aceitou, indo desenhar depois o MP4/4, com o mesmo conceito do BT55, mas melhor sucedido. A Brabham conseguiu apenas dois sextos lugares, com Patrese ao volante, e em 1987, desenhou um carro mais convencional, o BT56. Com Andrea de Cesaris no lugar de Warwick, conseguiram dois terceiros lugares numa temporada onde o motor BMW explodia constantemente.

Mas no final dessa temporada, Ecclestone não estava mesmo interessado na equipa, pretendia até vendê-la. Não conseguia arranjar um fornecedor de motores interessante para a nova Formula de 3.5 litros, e deixou passar o prazo para se inscrever na temporada de 1988. Assim sendo, venceu a equipa por cinco milhões de dólares a Walter Brun, que depois vendeu a outro suíço, Joachim Luthi, por cinco milhões de dólares. E a equipa falava a temporada de 1988, mas voltaria em 1989.

O BT58, desenhado por John Baldwin e Sergio Rinland, iria ter motores Judd V8 (curiosamente, um dos fundadores da Judd era... Jack Brabham!) e pneus da Pirelli. Com Martin Brundle e Stefano Modena, apesar de largarem do inferno das pré-qualificações (existiam 39 carros inscritos nessa temporada de 1989!), fizeram bons resultados, nomeadamente um terceiro lugar no GP do Mónaco, através de Modena. No final, conseguiram oito pontos, uma performance digna num ano de regresso, mas nos bastidores, as coisas andavam mal: Luthi tinha sido preso por acusações de fraude fiscal e a empresa era vendida à japonesa Middlebridge Group Limited, detida pelo bilionário japonês Koji Nakauchi, e que também tinha uma equipa de Formula 3000.

(amanhã, a última parte)

Formula 1 2018 - Ronda 4, Baku (Corrida)

As aparências iludem. E quem ganha nem sempre é o melhor, pode ser o mais sortudo. Sobretudo se estiver no lugar certo, à hora certa. Foi assim com o Lewis Hamilton. Teve uma corrida cinzenta, mas foi daí que viu os Red Bull se auto-eliminarem, viu o erro de Sebastian Vettel e o furo de Valtteri Bottas. Não arriscou, esperou e ganhou. E tudo isto nas últimas 15 voltas da corrida, numa corrida que parecia ser nos moldes de Xangai: uma primeira parte tática, uma segunda parte emocionante.

Mas para chegarmos aqui, temos de contar a história de uma prova disputada num sitio improvável para correr, que é o centro de uma cidade que vive do petróleo e não se situa no Golfo Pérsico. Como tinha acontecido no sábado, as baixas temperaturas do ar e do asfalto, aliado ao vento frio, não ajudaram muito no aquecimento dos pneus, e os pilotos acharam por bem começar com pneus entre os supersoft, para ter mais ritmo na corrida e aquecer mais facilmente.

As coisas não começaram bem na partida. Se Vettel e Hamilton não tiveram problemas, atrás, foi a confusão. Kimi Raikkonen começou a corrida a tentar ganhar posições, mas na Curva 3, bateu em Esteban Ocon. O finlandês continuou, mudando pneus e nariz, mas Ocon não. Atrás, Fernando Alonso e Serguei Sirotkin também se tocaram, com o russo a ficar por ali, e o espanhol a arrastar-se para as boxes com dois pneus furados. E claro, com isso, o Safety Car, ficando por lá até à quinta volta, altura em que tudo recomeçou.

Quando aconteceu, Vettel defendeu-se dos ataques de Hamilton, enquanto atrás, os Renault ameaçavam os Red Bull. Carlos Sainz passou Max Verstappen e Nico Hulkenberg parecia que iria fazer o mesmo som Daniel Ricciardo, mas na décima volta, o alemão da Renault exagerou e acabou no muro, terminando ali a sua corrida. 

A partir daqui, as coisas estavam estáveis entre os quatro primeiros. Vettel vigiava Bottas e Hamilton, Raikkonen estava adiante dos Red Bull... que começavam a sua própria batalha. Uma vez era Max na frente, mas Ricciardo sabia responder, e isso colocava os espectadores atentos ao que faziam. E claro, era um espectáculo dentro de outro espectáculo.

E outros surgiam por aí. Sergio Perez - apesar de uma penalização de cinco segundos - Charles Leclerc, com o seu Sauber, a dar nas vistas, e Lance Stroll, andando bem num ambiente urbano, com o seu Williams. E como o asfalto não aquecia, estes pneus ultramacios aguentavam-se bem. Tão bem que foi apenas entre a volta 28 e a 33 é que se fizeram as paragens de corrida. Quando Vettel foi para as boxes, Bottas ficou na frente, e parecia que a estratégia seria de ficar o mais tempos possível e quem sabe... rezar por um Safety Car?

Bom, foi o que aconteceu. As lutas entre os Red Bull estavam a correr bem, e ambos estavam velozes, com boas trocas de pneus entre eles - Ricciardo foi o primeiro, na volta 34, seguido de Max - mas na volta 39, quando Ricciardo queria passar Max, este fechou-lhe a porta e o embate foi inevitável. Os carros acabaram na berma, mas foi o suficiente para chamar o Safety Car pela segunda vez.

Com isso a acontecer, os pneus arrefeciam, e o asfalto não ajudava. Tanto que na volta 43, Romain Grosjean fez um exagero e embateu no muro, dando mais voltas extra ao Safety Car, questionando se existiria tempo suficiente para ver o recomeço, antes da bandeira de xadrez. 

Acabou por haver. E foram das voltas finais mais alucinantes da temporada, até agora. Na relargada, Sebastien Vettel arriscou e atacou Valtteri Bottas, mas este travou tarde demais e caiu de segundo para quarto, perdendo mais um lugar para Sergio Perez, que livre das penalizações, poderia atacar e tentar a sua sorte. E na volta seguinte, no final da reta, o pneu traseiro-direito de Bottas explodia e entregava o comando a Lewis Hamilton, que nada fez para lá chegar. Apenas estava na hora certa, no lugar certo. E a Formula 1 também é feitas de sortudos, quer queiramos, quer não.

No final, Hamilton cruzou a meta como vencedor. Não foi preciso ser audaz para ser sortudo, pois muitos dos audazes acabaram mal nesta prova, mas ter calma foi o motivo para no final ficar com o lugar mais alto do pódio. Kimi Raikkonen foi o segundo e outro dos sortudos da tarde, Sérgio Perez, deu o terceiro lugar à Force India, mostrando que até gosta de fazer bons resultados em circuitos urbanos. 

E atrás, um pouco de "bodo aos pobres": Charles Leclerc dava à Sauber um sexto posto merecido, os seus primeiros pontos na Formula 1. Lance Stroll era oitavo e dava à Williams os seus primeiros pontos na temporada. E Brendon Hartley conseguia o seu primeiro ponto na Formula 1 e dava à Nova Zelândia a sua primeira pontuação em Formula 1... em 42 anos, desde Chris Amon, no GP de Espanha de 1976. 

E víamos aqui uma coisa que é agora a tendência: todas as equipas presentes vão pontuar, como foi em 2016 e 2017.

E com quatro provas, temos três vencedores diferentes. A Mercedes ganhou pela primeira vez, e parece que teremos um duelo a três num campeonato que promete ser emocionante. Veremos dentro de duas semanas, quando a Formula 1 chegar verdadeiramente à Europa, 

WRC 2018 - Rali da Argentina (Dia 2)

Ott Tanak continuou o seu domínio do Rali da Argentina, cumpridas mais sete especiais de classificação. o piloto da Toyota tem agora 46,4 segundos de vantagem sobre Thierry Neuville e um minuto 8,2 segundos sobre o Hyundai de Dani Sordo, depois de Kris Meeke ter perdido tempo na ultima especial do dia, devido a um furo.

"Tive que parar e trocar um furo, havia uma pedra no meio da estrada e eu não consegui evitá-la, revisei e peguei um furo imediatamente", disse o piloto da Toyota.

Mas o dia começou com Tanak ao ataque, pois Neeke estava bem perto dele, a 22,7 segundos. Venceu na primeira passagem por Tanti - Mataderos, com 3,8 segundos de vantagem sobre Meeke e 4,1 sobre Thierry Neuville. Ogier era quinto, a 7,8 segundos.

Tanak voltou a vencer na décima especial, a primeira passagem por Los Gigantes - Cuchilla Nevada, dando agora 34 segundos sobre Meeke, que foi apenas quarto na especial. E repetiu a dose na especial seguinte, Cuchilla Nevada - Rio Pintos, onde aí bateu Thierry Neuville em 5,6 segundos. "Estou bastante surpreso com este resultado, este estágio foi realmente nebuloso e complicado - talvez eu também estivesse queimando os travões no nevoeiro também", gracejou o estónio.

Neuville venceu na última especial da manhã, a super-especial de Fernet Branca, E no inicio da tarde, Tanak voltou a vencer, na segunda passagem por Tanti - Mataderos, dando 2,2 segundos sobre Neuville, a especial ficou marcada pelo acidente de Craig Breen, que acabou por desistir, vitima de danos no seu carro. Neuville ganhou de novo, na segunda passagem por Los Gigantes - Cuchilla Nevada., onde deu 2,1 segundos sobre Neuville.

"Eu não sinto que estou a puxar pelo carro, estou apenas indo com o meu ritmo e [com isto] a desfrutar.", disse o estónio.

No final do dia, Dani Sordo venceu na segunda passagem por Cuchilla Nevada - Rio Pintos, dando 6,7 segundos a Esapekka Lappi, e 7,4 segundos a Ott Tanak, que tinha levantado o pé. 

Depois dos três primeiros, Sebastien Ogier é o quarto da geral, a um minuto e 59 segundos, no seu Ford, seguido por Andreas Mikkelsen, a dois minutos e 13 segundos, no seu Hyundai. Esapekka Lappi é o sexto, agora a dois minutos e 42 segundos, mas tem Elfyn Evans atrás de sei, a dois minutos e 49. Kris Meeke, como seria de esperar, caiu para oitavo por causa do seu furo, e a fechar o "top ten" estão os finlandeses Teemu Suninen, a quatro minutos e 17 segundos, e o melhor dos WRC2, o Skoda Fabia R5 de Kalle Rovanpera. 

O rali da Argentina termina este domingo, com a realização de mais três especiais.