
Quinze dias depois da Hungria, e da primeira vitória de um filho de campeão mundial,
Damon Hill, máquinas e pilotos iam para o circuito de Spa-Francochamps, uma das mais clássicas da Formula 1, para correrem a 12ª ronda do Mundial de Formula 1 desse ano.

Contudo, o fim de semana belga ficou logo afectado nos treinos livres de Sexta-feira, quando o Lotus de
Alessandro Zanardi sofreu uma forte pancada na zona do Eau Rouge, deixando-o inconsciente. O piloto italiano tinha entrado demasiado largo na curva, e quando tentou corrigir, entrou em despiste, batendo por duas vezes nos muros de protecção. Levado para o Hospital de Liége, o piloto italiano não sofreu danos físicos, mas como o cérebro teve uma violenta desaceleração, e a coordenação tinha ficado afectada, a sua temporada tinha acabado logo ali.
Algum tempo depois, o Prof. Sid Watkins, então o médico oficial da Formula 1, diria: "Parecia uma guerra. Eram pedaços de suspensão, carroçaria, pneus que vinham contra nós. Um horror. Só posso comparar com o acidente de Donelly (Martin Donelly, piloto da Lotus que terminou a sua carreira num grave acidente em 1990, no circuito de Jerez)"

Passado o susto, os treinos prosseguiram normalmente, com
Alain Prost a ser o melhor, seguido pelo seu companheiro de equipa, Damon Hill. Na segunda fila,
Michael Schumacher fica em terceiro, tendo a seu lado o Ferrari de
Jean Alesi. Na terceira fila ficava o McLaren de
Ayrton Senna e o supreendente Footwork- Mugen Honda de
Aguri Suzuki.
Na partida, Prost foi o melhor, seguido por Ayrton Senna, que conseguira passar Schumacher e Hill no gancho de La Source. Aliás, o piloto alemão teve problemas com a caixa de velocidades na partida e caiu muitas posições, efectuando uma corrida de recuperação. Atrás de Hill, seguia agora o Ferrari de Alesi e os Footworks de Suzuki e de
Derek Warwick.
Na quarta volta, o Ferrari de Alesi para, devido a problemas com a suspensão activa, e o piloto vê assim concluida a sua presença na corrida belga. Quem também tinha parado, mas na volta inicial, tinha sido o belga Thierry Boutsen, no seu Jordan-Hart. Para o piloto da casa, que tinha iniciado a sua carreira exactamente no mesmo sítio, dez anos antes, esta seria a sua última corrida.

Entretanto, Schumacher recupera do atraso na volta inicial, ganhando posições atrás de posições. Quando os Williams pararam, Hill saiu melhor do que Prost e tomou conta da liderança. Schumacher, que tinha chegado à quarta posição, aproveita a troca de pneus para passar Senna para o terceiro lugar, e partir ao encalço dos Williams. Na 32ª volta, acontece algo inédito: Schumacher passa Prost e alcança o segundo lugar!

Contudo, esta sensacional corrida do piloto alemão foi insuficiente para apanhar Hill, pois este estava impecável na liderança, a caminho da sua segunda vitória na carreira, e esta de uma forma mais convincente do que na primeira vez, na Hungria. Depois de Schumacher e Prost o acompanharem no pódio, os restantes lugares pontuaveis foram ocupados pelo McLaren de Senna, o Lotus de
Johnny Herbert (seria a última vez que um carro da mítica marca de Colin Chapman pontuaria...) e o Benetton de
Riccardo Patrese.
Fontes:
Santos, Francisco - Formula 1 1993/1994, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, 1993
http://www.grandprix.com/gpe/rr544.htmlhttp://en.wikipedia.org/wiki/1993_Belgian_Grand_Prix