sábado, 26 de novembro de 2011

Youtube F1 Curiosity: O troféu do GP do Brasil de Formula 1



Hoje em dia, é certo que os patrocinadores dos Grandes Prémios querem fazer troféus que representem a sua empresa. Há quem seja mais criativo do que outros, mas a Petrobrás fez um troféu bem diferente daqueles que, por exemplo, a Santander costuma fazer que já roça o enjoo.

É conhecido no Brasil que a Petrobrás, a companhia estatal e patrocinadora desta corrida, decidiu fazer um troféu original: tem uma rocha recolhida das profundezas do oceano, dita "pré-sal", e que simboliza aquilo que a companhia está vocacionada para fazer neste momento, que são as pesquisas oceânicas, algumas delas das mais profundas do mundo.

Amanhã, esse troféus estará nas mãos de Sebastian Vettel. Isto é, se tudo lhe correr bem na corrida...

Formula 1 2011 - Ronda 19, Brasil (Qualificação)

Comecemos esta crónica pelo final: se à partida era previsivel que Sebastian Vettel chegasse e conseguisse fazer a sua 15ª pole-position do ano, batendo o "recorde" de "poles" numa só temporada, que pertencia a Nigel Mansell, a maneira como o fez mostrou duas coisas: primeiro, o alemão não brinca em serviço. E segundo, ele não é um piloto "normal", nas sim um grande piloto a bordo de um carro excepcional. Um dos quatro excelentes pilotos que a Formula 1 tem neste momento, a par da dupla da McLaren e de Fernando Alonso, no seu Ferrari.

E o melhor exemplo dessa excepcionalidade é que ele, que já tinha a pole-position, ainda teve tempo, engenho e concentração o suficiente para fazer um tempo de 1.11,918 segundos, o unico que baixou do segundo doze e praticamente colocou a concorrência em sentido.

Dito isto, vamos ao que interessa: como foi esta qualificação. Antes de tudo começar, o boletim meteorológico previa que poderia haver forte chuva na zona de Interlagos à hora da qualificação, logo, as possibilidades de haver surpresas estavam bem altas, e a ideia de haver algo que fugisse ao eixo Vettel-Red Bull era bem vindo, mesmo para uma temporada onde tudo ficou decidido há muito tempo e eventos como o GP do Brasil só serviriam para fazer cumprir o calendário. Apesar dessas ameaças de chuva, outros lembravam-se das palavras de Lewis Hamilton, que na véspera afirmara que a Red Bull poderia fazer muito melhor do que tinham feito até ali. Esconder o jogo para a altura a valer era uma tática que eles já tinham feito antes e bem poderiam fazer esta tarde. E como Hamilton teria razão...

A Q1 começou em pista seca e os suspeitos do costume ficaram pelo caminho. Mas havia dois factos dignos de nota. O primeiro, que a Hispania conseguiu meter os seus dois carros na frente dos Virgin-que-em-breve-serão-Marussia, e que o piloto no qual lhe saiu a "fava" foi o venezuelano Pastor Maldonado, numa Williams que parece regredir em vez de avançar nesta temporada de 2011. Espera-se que isto tenha sido o final de um longo pesadelo e que em 2012, com os motores Renault, as coisas se modifiquem.

Na Q2, as coisas andaram um pouco mais equilibradas, e é provavelmente o lugar onde acontecem mais surpresas por metro quadrado. E assim foi: se Bruno Senna foi uma pequena grande surpresa, ao passar pela quarta vez em sete corridas para a Q3, colocando o seu companheiro Vitaly Petrov num muito discreto 15º lugar, o feito de Senna colocou de fora o segundo Force India de Paul di Resta, enquanto que Rubens Barrichello, mesmo não conseguindo passar para a Q3, conseguiu ser superior aos Toro Rosso de Jaime Alguersuari e de Sebastian Buemi, E claro, foi melhor do que os Sauber de Sergio "Checo" Perez e o "Mito" Kamui Kobayashi.

E por fim, chegou a Q3. Com as noticias de que a chuva se aproximava de Interlagos, os pilotos trataram de marcar tempos que valessem a pena. Primeiro foi Nico Rosberg a dar um ar da sua graça, depois os McLaren de Jenson Button e Lewis Hamilton, mas depois foi a vez de Sebastian Vettel marcar, primeiro um tempo de 1.12,698, e depois, nos minutos finais da qualificação, um "tempo-canhão" de 1.11, 918 segundos, quase que a "denunciar" a boa forma dele e do seu carro para esta corrida.

E claro, com isso, batia o recorde de pole-positions numa só temporada: quinze, contra os 14 de Nigel Mansell em 1992, noutra temporada dominadora na Formula 1, com um carro desenhado por... Adrian Newey. E também Vettel conseguia um feito: aos 24 anos, era o piloto mais novo de sempre a chegar à marca das 30 pole-positions da sua carreira. Com essa idade, Ayrton Senna estava a estrear-se na Formula 1, ao volante do seu Toleman...

Atrás de Vettel, Mark Webber era segundo, monopolizando a grelha a favor dos energéticos, enquanto que Jenson Button trocou de lugar com Lewis Hamilton - que foi quarto - e tornou-se no "melhor do resto" e principal candidato ao vice-campeonato. Quanto a Fernando Alonso, conseguiu a quinta posição, na frente de Nico Rosberg, o sexto.

De resto, os brasileiros até tiveram bem. Felipe Massa foi sétimo, um pouco desilusório para quem esperava mais do piloto da Ferrari; Bruno Senna foi nono, no seu Renault-que-em-breve-se-vai-transformar-em-Lotus, fazendo uma volta em pneus moles na Q3 e marcar um tempo, depois de ter batido Vitaly Petrov e ter colocado o seu carro na Q3, e Rubens Barrichello foi 12º, num Williams em constante regressão - Pastor Maldonado não passou da Q1, em contraste - mostrando que é mais ele do que o carro própriamente dito. E como provavelmente amanhã poderá ser a sua última corrida da sua longa carreira na Formula 1, pode querer demonstrar um ar da sua graça.

Amanhã, é dia da corrida, e a longa temporada de 2011 correrá pela última vez as suas cortinas. Com a ameaça de chuva para amanhã, muito provavelmente teremos emoção a rodos, caso caiam as pancadas de chuva, ora temidas, ora ansiadas.

Youtube F1 Classic: Casseta & Planeta ataca Interlagos, 1992



Já lá vão quase vinte anos, mas descobri esta pérola há ums dias no GP Series, creio eu. É um episódio dos míticos Casseta & Planeta, um bando de comediantes brasileiros que, apesar de ainda existirem hoje em dia, um do seu elemento, o Bussunda, não está mais por estas bandas.

Em 1992, fizeram um episódio em Interlagos para causarem mais estragos do que já era habitual, passearem pelas boxes e entrevistarem os pilotos brasileiros. E claro, Ayrton Senna não escapou. Aliás, é daqui que sai a famosa cena que todos podem ver no "trailer" do seu documentário.

Mas há mais do que isso, e passa por calendários de mulheres nuas nas boxes da Dallara - que passa por equipa... portuguesa - e outros disparates. Tudo isto em quatro minutos e onze segundos.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Para Richard Burns

Caro Richard:

Realmente, foi um azar você teres ido embora no mesmo dia que George Best. E ainda por cim ir no mesmo dia em que precisamente quatro anos antes, tinhas conquistado o teu título mundial. E é extraordinariamente azarado que tu e Colin McRae, os unicos das Ilhas Britânicas a vencerem o mundial, não estarem mais por estas bandas. Só desejo que, onde quer que estejas, sejas melhor nessas classificativas celestiais do que o Colin e o Henri Toivonen, Tony Pond ou o Roger Clark.

A morte é algo injusta, sempre achei. Especialmente para com as crianças, que não têm a chance de viver a vida como nós, os que chegaram à idade adulta. E quando os que chegam são arrebatados no seu auge, também tem o seu quê de justo, especialmente quando foi de repente, como aconteceu aoi Colin McRae e a tantos outros que praticaram este desporto tão fascinante como perigoso, o automobilismo. A ser menos justo, digo eu, então que seja depois de velhos, depois de termos feito aquilo que viemos para fazer, nem que seja para fazer filhos e os ver crescer.

Tu não foste num "bang!" como tantos, tantos outros. Tiveste um cancro - sim, perfiro dizer a palavra, é cruel mas existe - e fizeste o teu melhor para o erradicar, o comabater. Mas o teu melhor não chegou e depois de muita luta, foste, calma e discretamente. Não tiveste transmissões em direto de Stormont Castle, nem tiveste multidões lado a lado na rua, como teve o George Best. Quiseste que as coisas fossem discretas, mas nós, os que ficaram, temos o dever de dizer quem tu foste e o que fizeste. Foste um campeão do mundo, deves isso às gerações futuras.

Claro, não eras exuberante, bem pelo contrário. Adoravas o que fazias e lutaste para triunfares. Estiveste na Mitsubishi, sendo o "sidekick" do Tommi Makkinen, mas deves ter aprendido o bastante - ganhaste duas vezes, é verdade - porque quando passaste para os Subaru da Prodrive - a propósito, eles voltaram e andam de Mini, se andasses por cá, haverias de adorar guiar esses carros! - andaste sempre entre os primeiros lugares e por fim, em 2001 - já passaram dez anos, incrível como o tempo voa! - tu conseguiste aquilo que a Grã-Bretanha queria há muito: vencer um título mundial. E muitos disseram que tu darias um ótimo sucessor ao Colin McRae, apesar de ele só ser três anos mais velhdo que tu...

Ias voltar à Prodrive quando te detetaram o maldito tumor cerebral que te levou contigo. É duro, pois isso privou-nos de te ver a dar o teu melhor contra o Sebastien Löeb, o Mikko Hirvonen, o Marcus Gronholm, e provavelmente terias gostado de ver estes novos valores que despertam agora, como o Jari-Matti Latvala ou o Sebastien Ogier. E tens também o Chris Meeke, acho que irias gostar de o ver conduzir.

Quando tu foste, o pessoal do Top Gear homenageou-te recordando os teus feitos. O teu amigo Jeremy Clarkson falou das ocasiões em que ias à casa dele e jogares Playstation com o filho dele, e provavelmente vocês jogavam o Colin McRae. Ele ganhava-te ou deixavas ganhar? E já agora, jogaram o jogo que foi batizado em teu nome? Deve ter sido engraçado... já agora, quando o Jeremy disse que iria sentir a tua falta, não disse somente por ele. Falava por todos nós, os que amam o automobilismo.

Enfim, eles depois escolheram o "Heroes" do David Bowie como a musica adequada para o videoclip que fizeram para te homenagearem naquela ocasião. E pensando bem, de fato é verdade. Todos vocês que ganham os ralis ou mesmo as classificativas, são verdadeiramente uns "herois do dia", como o Bowie canta no refrão. Pois não só foram mais rápidos do que a concorrência, como tiveram a agilidade suficiente para fugir aos obstáculos, as valas, as árvores, as bermas, os muros... tudo. E mesmo quando vocês não conseguiam se safar, apareciam os espectadores, quais bons samaritanos, pessoas que fizeram quilómetros para vos ver correr, comeram mal, dormiram mal, mas passam por tudo com um sorriso nos lábios. Apenas para vos ver correr, já reparaste?

Mas depois fico a pensar: quando foste mais novo, também não fizeste a mesma coisa, percorreste milhas e milhas para ver Ari Vatanen, Markku Alen ou Tony Pond nos seus Escorts MKI?

No final, é triste preceber que o tempo voa e quando reparamos, já passaram seis anos desde que foste embora. Calma e discretamente, demasiado cedo para todos nós, os que amam automobilismo. Não foste exuberante como o Colin, mas foste suficientemente veloz para que merecesses o teu lugar na história dos ralis. Foste campeão do mundo e ganhaste ralis. Foste por muitas vezes o herói do dia. E só por tua causa vou ouvir o "Heroes" do Bowie. Porque apenas mereces.

Até qualquer dia, Richard. E dá um abraço ao Colin e ao Henri, está bem?

Formula 1 2011 - Ronda 19, Brasil (Treinos)

Os últimos treinos livres da temporada de 2011, no veterano circuito de interlagos, foram bem equilibrados em termos de performance. Se Mark Webber foi o melhor na primeira vez, já Lewis Hamilton conseguiu superar na segunda sessão de treinos, lançando a incerteza em relação ao que vai acontecer amanhã, na qualificação.

Na primeira sessão do dia, Webber foi o melhor, conseguindo bater o britânico Jenson Button (McLaren) por apenas... catorze centésimos. Era apenas uma amostra do que iria acontecer à tarde na batalha entre estas duas equipas pelos lugares cimeiros. Lewis Hamilton ficou na terceira posição e a apenas 150 centésimos, enquanto que Sebastian Vettel foi o quarto, com o segundo Red Bull, mas o piloto alemão apenas utilizou os pneus de teste da Pirelli, ficando a 214 centésimos do seu companheiro de equipa.

No quinto posto ficou Felipe Massa, que conseguiu superar o seu companheiro de equipa, Fernando Alonso, que ficara parado no S de Senna a meio esta primeira sessão. Michael Schumacher levou o seu Mercedes à sétima posição, a mais de um segundo de Webber, sendo seguido pelo Force India de Nico Hulkenberg e pelo outro monolugar indiano de Paul di Resta. Nico Rosberg encerrou o lote dos dez melhores, com o segundo Mercedes.

Nesta primeira sessão, houve terceiros pilotos em pista: Romain Grosjean foi 12º, entre Jaime Alguersuari e Rubens Barrichello, enquanto que Bruno Senna foi o 14º. O checo Jan Charouz, que fez o papel de terceiro piloto na Hispania, foi o último na tabela de tempos.

Mais tarde, a segunda sessão de treinos livres foi marcado pelo equilibrio entre os lugares da frente, onde Lewis Hamilton foi o melhor, mas a diferença entre os oito primeiros foi inferior a meio segundo. O piloto da McLaren conseguiu o tempo de 1.13,392 segundos, 167 centésimos superior ao segundo classificado, o Red Bull de Sebastian Vettel. Essa sessão de treinos livres foi marcado pelo equilibrio: os oito primeiros ficaram separados por menos de meio segundo.

O australiano Mark Webber, no segundo Red Bull, foi o terceiro, 195 centésimos mais lento que Hamilton, seguido pelo Ferrari de Fernando Alonso e do Mercedes de Michael Schumacher. Felipe Massa foi o sexto, a 358 centésimos de segundo. Depois estiveram Jenson Button e Nico Rosberg, e para fechar o "top ten" estiveram os homens da Force India, Adrian Sutil e Paul di Resta.

O único incidente de relevo nesta segunda sessão de treinos teve como protagonista Sergio Perez, com este a parar na pista com problemas mecânicos do seu Sauber a cerca de sete minutos do final da sessão. Quanto aos locais, Bruno Senna foi 12º, e Rubens Barrichello apenas conseguiu o 18º tempo, na frente dos Lotus de Jarno Trulli e Heiki Kovalainen.

No final da segunda sessão, Hamilton, apesar de estar contente com a sua prestação, afirmou que desconfia que os Red Bull poderão ser bem mais rápidos: "Queremos sempre saber o que os Red Bull fazem, já que eles parecem ser sempre um segundo mais rápidos. Mas estivemos com um ritmo semelhante aos da Ferrari, pelo que estamos na frente. Continuo a pensar que os Red Bull ainda vão ser mais rápidos em ritmo de corrida. Posso estar errado, mas penso que é o habitual que se vê. Talvez seja surpreendido. O carro parece estar mesmo muito bom, tanto com pouco combustível como com muito".

Amanhã é dia de qualificação, e provavelmente vai ser um duelo muito interessante entre Red Bull e McLaren. E claro, tudo pode acontecer.

Noticias: Vladimir Antonov detido em Londres

Vladimir Antonov, o russo de origem uzbeque, foi detido ontem à noite em Londres, sob acusações de fraude e falência fraudulenta do Banco Snoras. Antonov e o seu sócio, Raimondas Baranauskas, foram detidos para cumprir um mandato de detenção europeu emitido pelo ministério público lituano relativo à liquidação do Banco Snoras, do qual Antonov era dono de 68 por cento do seu capital. O Banco Snoras também tinha uma parcela no Krajbanka, da Letónia.

Antonov é também o dono da Convers Sports Initiatives, que detêm os direitos comerciais do WRC, e que desde que surgiram as noticias sobre os problemas que Antonov passa, não tem feito quaisquer declarações para alés dos que deu na quarta-feira, afirmando que nada tem a ver com o que se passa na Lituânia e no Snoras Bank.

The End: Jim Rathmann (1928-2011)

O antigo piloto da NASCAR e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, Jim Rathmann, morreu ontem num hospital da Flórida aos 83 anos, após complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral. Era o mais velho vencedor das 500 Milhas ainda vivo, pois conseguiu-o há 51 anos, em 1960.

Nascido como Richard Rathmann a 16 de julho de 1928, em Alhambra, na California, começou a correr aos 16 anos com o nome do seu irmão, Jim. como por essa altura não poderia correr por ser menor de idade, decidiu trocar o bilhete de identidade com o seu irmão Jim, dois anos mais velho do que ele. Cedo venceu corridas locais e cedo o identificavam com o nome do seu irmão. Em 1949, começou a correr na AAA Series - a antepassada da CART e da IndyCar Series - onde teve a sua primeira participação nas 500 Milhas de Indianápolis, terminando na 11ª posição.

Em 1952, Rathmann teve o seu primeiro resultado de relevo nas 500 Milhas, ao terminar na segunda posição, não muito longe do seu vencedor, o seu compatriota Troy Ruttmann. Repetiu o feito em 1957 e 1959, bem como um quinto lugar na edição de 1958. como nessa altura, as 500 Milhas de Indianápolis contavam para o Mundial de Formula 1, conseguiu ao todo 29 pontos, quatro pódios e duas voltas mais rápidas. E também foi ainda com a prova a contar para o Mundial que conseguiu o seu maior feito, em 1960.

Nesse ano, Rathmann corria num Watson-Offenhauser e conseguiu a segunda posição na grelha, No momento da largada, Rathmann conseguiu a primeira posição e liderou durante as cinquanta primeiras voltas, para depois envolver-se num duelo com outro piloto, Roger Ward, trocando constantemente de posição. No final, o duelo foi decidido graças aos pneus, pois Rathmann conseguiu preservá-los melhor do que Ward, e assim venceu a corrida, algo que perseguia há muito tempo. Esse foi também o último ano da participação das 500 Milhas no Mundial de Formula 1

Dois anos antes, em 1958, Rathmann liderou um conjunto de pilotos americanos para correr no Autódromo de Monza contra os melhores pilotos europeus como Stirling Moss, Phil Hill, Juan Manuel Fangio ou Mike Hawthorn. A corrida, denominada "Corrida dos Dois Mundos" mas também denominada de "500 Milhas de Monza", foi vencida por Rathmann, com o melhor europeu a ser Moss, na quarta posição, a tripular um Maserati modificado.

Também experimentou a NASCAR, onde não conseguiu melhor do que um 12ª lugar nas 500 Milhas de Daytona de 1950.

Em 1963, Rathmann abandonou a competição e instalou-se na Florida, gerindo um concessionário da Chevrolet e da Cadillac. Pouco tempo depois, conheceu e fez amizade com alguns dos astrounautas do Projeto Marcury, entre eles, Gus Grissom - que morreria do desastre da Apollo 1 em 1967 - Alan Shepard e Gordon Cooper. Sabendo do alcance da medida, Rathmann convenceu o então presidente da GM, Ed Cole, para que fornecesse carros da marca a cada um dos astrounautas, que trocariam a cada ano. O processo resultou em cheio, e cada um deles tinha à sua disposição um Corvette, enquanto que as suas esposas tinham um carro familiar à sua disposição. Hoje em dia, o Centro Espacial Kennedy tem vários desses exemplares expostos no seu museu.

Depois da reforma, Rathmann continuou a viver na Flórida, onde os seus feitos foram reconhecidos, ao ser eleito 2007 membro do Motorsports Hall of Fame of America, onde ficou ao lado de imensos pilotos e mecânicos de várias áreas como Bill Vukovich, A.J. Foyt, Mario Andretti, Carrol Shelby ou pilotos de Formula 1 como Bruce McLaren, Nigel Mansell, Dennis Hulme e Jim Clark.

Até agora, era o mais antigo vencedor das 500 Milhas ainda vivo, algo que passa agora para as mãos de uma lenda das pistas, A.J. Foyt. Ars lunga, vita brevis, Jim.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Noticias: Ogier vai andar de Skoda em 2012

Depois da Volkswagen ter confirmado que Sebastien Ogier será seu piloto na temporada de 2012, muitos questionaram se o piloto francês iria fazer uma temporada inteira ou iria dedicar-se apenas a testar o seu novo carro, fazendo uma espécia de temporada sabática. Afinal de contas, a Volkswagen anunciou que Ogier irá correr na temporada de 2012, mas a bordo de um... Skoda Fabia S2000. Mas para o final do ano, poderá ser que participe no próprio carro.

"Fazer parte no Mundial WRC de 2012 nesta equipa vai-me permitir familiarizar com coisas ao qual não estou muito habituado" afirmou o piloto francês, vencedor de cinco provas em 2011. "Vou ajudar e acompanhar o desenvolvimento deste modelo de A a Z. É um desafio extremanente desafiante, e não excluo a hipótese de usar o carro no final da temporada, caso a equipa ache que o carro está suficientemente pronto para enfrentar a concorrência", concluiu.

Quando lhe foi perguntada a razão porque é que perferiu a VW em vez da Ford, Ogier afirmou: "Olhamos para as possibilidades existentes na altura, mas o futuro da Ford não estava tão certo como o da Volkswagen. Depois de ponderar os prós e contras, achamos que a Volkswagen era a melhor escolha".

Ogier aparecerá com as novas cores no próximo dia 3 e 4 de dezembro, em Dusselforf, para a Race of Champions.

A entrevista a Sebastien Löeb, pela Autosport portuguesa

A Autosport portuguesa traz na edição desta semana uma extensa entrevista com o novo campeão do mundo de Ralis, o francês Sebastien Löeb. Feita pelo lendário jornalista britânico Martin Holmes, o agora octacampeão francês não deixa nenhuma pedra por virar sobre a sua temporada na Citroen, a sua relação com o Citroen DS3, sobre a sua relação com Sebastien Ogier, sobre o comportamento de Olivier Quesnel, o diretor desportivo da marca, e sobre os seus planos para o futuro e a opção de poder abandonar a competição no final de 2012, caso ele queira fazê-lo.

Tudo isso e muito mais pode ser lido nas linhas a seguir:


"TENHO A OPÇÃO DE PARAR NO PRÓXIMO ANO!"

O octacampeão fala das rivalidades deste ano, dos seus direitos na Citroen, do 'sinfroma da indecisão' e das suas motivações para o futuro. Sebastién Löeb com o microfone à frente e despido de preconceitos...

Sebastién Löeb nunca se cansa de encontrar novos desafios para vencer. Este ano, o seu título de campeão mundial não se limitou a ser mais um para a sua contabilidade pessoal, mas extravasou os limites do conseguido no desporto motorizado, superando os recordes de Michael Schumacher na F1 e de Valentino Rossi na Moto GP. Isso colocou Löeb na estratosfera dos ralis, mas também do desporto motorizado mundial.

Mas 2011, não foi uma época comum ou 'mais' uma época. Talvez pela primeira vez, o francês teve concorrência muito mais do que pontual dentro da equipa, com alguém chamado Sebastien Ogier, com todas as implicações táticas que daí resultaram e que, à primeira vista, pouco acreditaram poderem ser reais. Isto acabou também por criar uma situação de 'crise' dentro da sua própria equipa e que fez com que, a meio da temporada, o título de Löeb estivesse longe de estar garantido.

Foi um ano onde dois maus resultados (Austrália, quando se despistou, e França, quando o motor do seu DS3 'entregou a alma ao criador') obrigaram o 'ponta de lança' da equipa Citroen a regressar à estaca zero e a lutar pela vitória nos últimos ralis. Apesar de tudo, o seu talento esteve sempre à tona e acabou por ganhar o Mundial de Pilotos na última prova, mesmo com os dois carros oficiais da equipa fora do derradeiro combate...

P - ... por isto tudo, esta foi uma época para não esquecer?

R - O meu objetivo, quando começo uma época, é sempre ganhar o campeonato e é sempre para isso que eu guio, pelo que, atingi-lo mais uma vez, deu-me obviamente uma grande satisfação.

P - Na época de 2011 assistiu-se a uma série de controvérsias decorrentes da rivalidade com o teu companheiro de equipa, Sébastien Ogier. Como foi ter uma concorrência tão forte dentro da equipa?

R - O problema não foi o facto de eu ter concorrência dentro da equipa. O problema foi que, desde o inicio da temporada, a principal rivalidade veio de dentro da equipa, o que fez com que não tivesse o mesmo tipo de apoio com que sempre contei. E, finalmente, no final da temporada, vimos que restávamos perto de perder o título por essa razão.

Ogier foi competitivo e a situação foi incomum para nós por causa disso. Eu não o consegui dominar como dominei o meu antigo colega de equipa e essa é que foi a diferença. A dada altura, houve alguns passos de estratégia da equipa de que eu não gostei esta época. Mas por fim, ganhamos ambos os títulos e tudo acabou bem.

P - Olivier Quesnel (Diretor Desportivo da Citroen) sugeriu que muita da tensão dentro da equipa adveio do facto de ele ter feito promessas a 'Seb 2' porque ainda não tinhas decidido se querias ficar ou não no Mundial. Mas não querias ficar pelo facto dos regulamentos não estarem, na altura, definidos?

R - Eu nunca sei o que quero fazer no próximo ano. Agora sei que quero guiar. Todos os anos, a meio da época, há uma altura em que penso 'já chega'. Depois, quando as coisas correm bem, penso 'hmmmm... ainda me divirto!'. Nâo nego que tenha dito ao Olivier durante a época que havia a possibilidade de me retirar no ano seguinte e ele só fez o seu trabalho.

P - Isso quer dizer que hesitarás de novo sobtre o teu futuro a meio da próxima época?

R - A meio da próxima época tenha a certeza que direi 'no próximo ano, pararei!', mas depois, provavelmente, vou decidir continuar. É assim que sou!

P - Por falar em 2012, estás satisfeito com o regresso do Rali de Monte Carlo ao Mundial?

R - Claro! O Monte Carlo é um rali em que sempre me diverti. É em França e disputa-se sob uma atmosfera muito especial. É bom que tenha regressado, pois foi uma enorme desilusão quando saiu do WRC. Além disso, é disputado 'em casa' do meu navegador e, por isso, ele está também muito satisfeito.

P - O que pensas da vinda de novos pilotos como Tanak ou de pilotos que mudaram de camisola, como Dani Sordo, que agora assumiu o papel de lider na MINI?

R - Já conhecemos pilotos como o Ostberg ou o Sordo há muito tempo. Já o Tanak, por exemplo, foi uma boa surpresa em Gales. Tinha pneus diferentes, mas não sabemos se eram melhores ou piores e não sei que importância teve, para ele, correr de DMack em vez de Michelin. É complicado saber exactamente quão bom ele é, mas, de qualquer modo, fez um bom rali.

P - Fizeste elogios durante o Rali de Gales ao Latvala. Ficaste impressionado com a sua performance?

R - Ele foi realmente muito rápido, não só em Gales, mas também em asfalto. Não o pude confirmar porque também esteve muito bem em França e no alcatrão de Espanha foi incrivelmente rápido. Portanto, agora está constantemente a lutar pela vitória e no próximo ano será um grande piloto.

P - O que vais fazer no resto do ano?

R - O meu próximo rali será em Monza com o DS3. Este ano não vou ao Var, que é na mesma altura e por isso vou deixar o Latvala ganhá-lo! Antes vamos fazer uns testes de desenvolvimento já na próxima semana, especialmente em terra. Não estou à espera de mudanças grandes nos nossos carros para 2012, mas apenas de pequenos ajustes. O carro já atingiu um alto nível de desenvolvimento, pelo que penso que agora será difícil fazer grandes evoluções.

P - Quão forte é a sua paixão por este desporto?

R - Comecei os ralis por paixão e rapidamente estava apto a guiar para um construtor. E ainda hoje sinto a mesma sensação quando guio um carro. Gostaria de dizer que realmente o que gosto é guiar em ralis. Esta é a minha principal motivação. Não muda a minha vida ter sete, oito ou nove títulos. Continuo nos ralis apenas porque o momento me dá prazer e porque gosto do que faço. O meu contrato com a Citroen é por mais dois anos, com a opção de parar no próximo ano.

P - Quais são os teus planos para a tua nova equipa com um Porsche?

R - No inicio da temporada fiz alguns contactos com as pistas. Talvez, na próxima temporada, eu queira ter a porta aberta em caso de querer colocar um ponto final nos ralis. Considero que no dia em que deixar os ralis, será dificil para de correr por completo, pelo que gostaria de enverdar pela velocidade.

Tenho alguma experiência de pista, logo, gostaria de guiar algo que também me pudese dar prazer. Seria bom viver por mim mesmo, gerir a minha própria equipa e manter-me ligado ao desporto automóvel que é a minha paixão.

--- XXX ---

"NOVAS REGRAS SÃO JUSTAS!"

Com Mikko Hirvonen a render Sebastien Ogier na segunda cadeira do DS3 em 2012, os problemas entre companheiros de equipa poderão voltar a repetir-se? É a pergunta do momento. Mas basta observar as novas regras do jogo para se perceber que dificilmente a situação se repetirá.

Além do contrato de Löeb ter sido reforçado, o francês também defende que "no próximo ano as coisas serão diferentes, porque as táticas não terão um papel tão importante como até aqui. O shakedown servirá para escolher a posição de partida no primeiro dia e depois correr-se-á com a ordem invertida. No capitulo desportivo, é uma regulamentação justa. Mesmo se, tal como aconteceu em Gales, é melhor estar entre os primeiros que nos últimos, a verdade é que não deverá fazer grande diferença partir em 15º ou 14º, pois devem partir em condições semelhantes. Isso significa que a luta pelas vitórias será feita nas mesma condições e posso dizer que esta mudança na regulamentação ajudou a que eu tomasse a decisão de ficar no WRC"

--- XXX ---

DS3 O GRANDE ALIADO

Além de Daniel Elena, a quem importa atribuir uma boa parte da culpa do oitavo título consecutivo de Löeb, também o DS3 cumpriu a sua missão. Sobre ele, o francês explica que "quase me esqueci do facto de ter começado a época com um novo carro! O DS3 é muito diferente do C4. É mais pequeno, o que lhe dá mais agilidade. Talvez seja um pouco menos estável, o que faz com que seja preciso lutar mais com o carro, mas o seu equilibrio é muito bom e, na condução, sente-se que é mais leve.

Acho, de resto, que o mesmo se deve passar com todos os novos World Rally Cars. Também têm um motor mais pequeno, com menos binário, mas nada de preocupante, porque ocntinua a ter binário suficiente para se guiar em terra. No asfalto, podia ter um pouco mais de potência, o que tornaria mais divertido, mas ainda assim tem o suficiente para o chassis".

Mas mais do que o comportamento, o que mais impressionou Löeb no ano de estreia do DS3 foi a fiabilidade. Impressionou, mas será que o surpreendeu? "Sim, foi uma boa surpresa! Confesso que tinhamos alguns receios quanto à fabilidade do carro no inicio da temporada, por se tratar de um carro completamente novo, mas, feitas as contas, os catrros oficiais não tiveram nenhum problema grave. Claro que a equipa tinha muita experiência a desenvolver carros a patrtir de uma nova fórmula, mas ainda é, nos dias de hoje, um desafio saber exatamente como o fazê-lo"

--- XXX ---

"QUESNEL SÓ FEZ O SEU TRABALHO!"

Quando se pede a Löeb para avaliar o papel de Olivier Quesnel como diretor desportivo da equipa Citroen e a forma como lidou com a tensão dentro da equipa, entre si e Ogier, foi pragmático: "Não sei se cometeu alguns erros este ano. Não sou diretor desportivo e ele só faz o seu trabalho, fazendo o melhor pela equipa. Mas certamente, se tiver dois pilotos que que lutam juntos pela equipa é-se compensado pelos dois lados. Para o desporto é bom e, por isso, não posso dizer que o Olivier tena feito algo errado.

Posso apenas dizer que, às vezes, é difícil viver com isso e para mim, houve apenas uma ocasião em que não fiquei satisfeito com o que aconteceu. Foi na Grécia, quando eu estava mais rápido do que o Ogier e liderava o campeonato e a equipa utilizou muita estratégia para o ajudar a bater-me. Essa foi a unica coisa que realmente não gostei ao longo da época. De resto, já sabia que não iria ser fácil lidar com o Sebastien Ogier na mesma equipa."

5ª Coluna: porque não coloco o caixão à porta de Robert Kubica

Ontem li a noticia de que o polaco Robert Kubica não estará pronto para correr no inicio de 2012 devido à sua prolongada convalescença do seu acidente em fevereiro, no rali Ronda de Andora, em Itália. Não é uma noticia surpreendente, dada a gravidade das lesões que sofreu nessa ocasião em todo o lado direito do seu corpo, mas acho que começa a ser um exagero, para não falar de uma tremenda falta de respeito e desconhecimento do que se fala, sobre as possibilidades do regresso de Robert Kubica à Formula 1.

Colocar o caixão à porta do piloto é algo que nunca farei. Primeiro que tudo porque não sou médico, segundo porque não conheço ou não tenho contacto com o piloto ou com o seu manager, o Daniel Morelli, e terceiro, os exemplos do passado muitas vezes desmentem os maus agoiros. E já houve casos bem mais graves do Robert Kubica.

Primeiro que tudo, o fato de Kubica ter avisado que não estava pronto para correr para 2012, para mim não deve ter a ver com a sua condição. Tem mais a ver com outra coisa: não quer correr mais para a Renault-que-em-breve-se-vai-chamar-Lotus. Se forem espreitar hoje a Gazzetta dello Sport, irão ler as declarações do seu manager, Daniel Morelli, que disse, primeiro que tudo, "não tinha a certeza de estar em condições para os testes de fevereiro", acusando até a própria Renault de deturpar as suas palavras.

E Morelli revela mais: "o contrato não termina no final de 2012, mas já em 31 de Dezembro pelo que, a partir de 1 de Janeiro, o Robert está livre para correr onde quiser." E remata: "Nunca falámos em 2013 nas nossas conversações com a Renault. Sempre dissemos que o atraso seria de poucos meses, nunca de um ano completo. E tenho a certeza de que o Robert vai voltar ainda mais forte do que era e ainda mais atrativo para qualquer equipa da frente. O seu único problema, atualmente, está na força muscular da sua mão, pois os músculos do antebraço ficaram muito tempo imobilizados e precisam de ser trabalhados. A sensibilidade da sua mão está excelente, o resto não nos preocupa muito - é uma questão de tempo. No final de janeiro já estará ao seu melhor nível."

Se Morelli fala disto com todos estes pormenores, é porque sabe do que diz e sabe daquilo que os médicos lhe contam nos vários diagnósticos que estão a fazer ao longo deste ano. Portanto, ele caso volte, não vai ser com a Renault-que-em-breve-se-vai-chamar-Lotus. Lembram-se de uns dias antes do seu acidente, na apresentação da equipa em Valência, de ter gozado com a situação dos nomes, afirmando que "iria correr pela Total"? Muito provavelmente estaria a dizer que não gostava daquilo que se passava naquela equipa.

Nunca foi na cara do patrão da Genii, Gerard Lopez, falando mais com Eric Boullier, que se preocupou verdadeiramente com a sua saúde nas semanas e meses depois do seu acidente. E enquanto recuperava das suas lesões, na cama do hospital, deve ter tido mais que tempo para que lhe falassem da várzea que se tinha transformado a equipa de Enstone, com as lutas para arranjar mais dinheiro e a quantidade de pilotos que andavam à volta daquela equipa, como Nick Heidfeld e Bruno Senna.

Há outra coisa que me faz acreditar na recuperação total de Robert Kubica: ele não é um ser humano qualquer. Lembro-me de um artigo escrito no final do ano passado pela Julianne Cerasoli, em que falava sobre a capacidade dos reflexos dos pilotos de Formula 1, que à partida tem de ser superiores à média do cidadão comum. E que nos testes que fizera, o piloto polaco teve as pontuações mais altas. Como ele não foi afetado na sua cabeça no seu acidente, e os nervos e tendões demoram algum tempo para recuperar, ele muito provavelmente está a treinar, nos seus exercícios diários de fisioterapia, essa sua capacidade. E pelos vistos, os médicos - que por norma são circunspectos e cauteloso - frequentemente declaram estar bem espantados com a sua capacidade de recuperação, dada a extensão das suas lesões.

Para finalizar, falo de exemplos do passado bem mais graves: Didier Pironi e Alessando Nannini. Os dois casos foram bem mais graves do que Kubica, pois falamos de membros decepados e de lesões complexas e demoradas. Entre 1982 e 86, o piloto francês da Ferrari submeteu-se mais de duas dezenas de operações para recuperar a totalidade do seu pé direito, quase decepado no acidente. Após esse tempo todo, e ainda com os seus movimntos algo presos, testou no verão de 1986 pela notava AGS, em Paul Ricard, e depois pela Ligier, em Dijon-Prenois. Pironi apenas se queixou da falta de ritmo no teste de "endurance" que a equipa fez, e parecia estar minimamente recuperado da maioria das suas funções. Mas por essa altura, o francÊs não tinha lugar nas equipas do pelotão da frente e decidiu competir na motonautica, com um final trágico.

No caso de Nannini, a sua mão ficou decepada, mas foi reimplantada após uma operação que durou mais de doze horas. Não recuperou totalmente a sua capacidade, mas isso não só não impediu que a Ferrari - que semanas antes do seu acidente recusou um contrato de um ano pela marca - lhe desse um teste em 1992, com um volante especialmente adaptado para o efeito. Já por si o impedia de voltar a um carro desses, mas não o impediu de pilotar na DTM, ao serviço da Alfa Romeo, com vitórias.

Onde quero chegar com isto tudo é que as noticias sobre a sua "morte competitiva" são claramente exagerados. Mais do que "achismos" ele mesmo, os médicos, a familia e o seu "manager" sabem bem o que se passa com ele e qual é a sua capacidade de correr. E se ele quiser esperar mais algum tempo para voltar a competir, não coloca a sua recuperação em causa. Apoenas pode ter a ver com as suas perspectivas de futuro. Olhem as especulações na Ferrari para 2013...

Youtube Videogame Classic: Uma volta por Interlagos



Esta eu gosto: o Flagamer, um perfil no Youtube, decidiu fazer um video de 1:30 minutos em que um carro dá a volta aos circuito de Interlagos... através de vários videos, ao longo dos mais de vinte anos que isto já leva em termos de história. Dos Megadrives - ainda se lembram disso? - até aos PC's, XBox e PS3 dos dias de hoje, com os F1 oficiais.

Dá para não crer que já passaram vinte anos. E para uma pessoa como eu, que jogou praticamente todos estes jogos, é absolutamente incrivel.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Vladimir Antonov, um homem em apuros

Parece que Vladimir Antonov está em maus lençois. O Ministério Público lituano emitiu esta quarta-feira um mandato de captura internacional para o milionário de origem uzbeque e atual dono do Snoras Bank devido a suspeitas de desvio de fundos. Antonov, dono de 68 por cento do banco, e mais o seu parceiro, Raimondas Baranauskas, são acusados pelo Ministério Público da Lituânia de apropriação indevida de bens e falsificação de documentos.

"Ambos os ex-empresários do banco Snoras foram admitidos como suspeitos de apropriação indevida de bens e falsificação de documentos. O procurador geral Sr. D. Valys expediu os mandados de detenção europeus contra esses indivíduos", afirmou o Ministério Público lituano no seu comunicado oficial.

Outro banco envolvido neste caso é o Krajbanka, também pertencente a Antonov. Esta quarta-feira, o funcionamento do banco foi suspenso pelas autoridades locais.

Antonov é um apaixonado pelos ralis e no Verão deste ano decidiu, através da empresa Convers Sports Initiatives (CSI) adquirir a North One, detentora dos direitos comerciais do WRC. Antes dos comunicados de detenção, a CSI divulgou um comunicado oficial afirmando que nada tem a ver com este assunto: "Não fomos operacionalmente afetados pela administração temporária do Snoras Bank. Permanece tudo como sempre. O Snoras Bank nunca financiou a compra de uma organização da CSI, nem emprestou nenhum dinheiro a estas empresas depois de terem sido adquiridas", afirmou.

Antes de Antonov ter comprado os direitos do WRC, Antonov foi referido como um potencial interessado na marca sueca Saab e que poderia colocar a marca sueca no WRC a partir de 2013. Contudo, os rumores não foram confirmados e a marca sueca encontra-se em processo de falência.

O busto fora do lugar e a falta de memória de Interlagos

Soube disto esta noite, e quem me contou foi o Rodrigo Mattar, do A Mil Por hora. Aparentemente, a organização do GP do Brasil se "esqueceu" de dar um passe à Elda Pace, víuva de José Carlos Pace, a pessoa que dá o nome ao circuito de Interlagos, para que ela e os seus familiares pudessem assistir ao Grande Prémio. Ela falou disso na sua página do Facebook.

Ao mesmo tempo, o @DuCardim colocou uma foto no Twittpic - a que serve para ilustrar este post - em que se vê o lugar onde costuma estar o busto, à porta do autódromo, com o pedestal pintado, mas sem o busto. Presume-se que foi guardado para que as pessoas possam fazer devidamente o restauro para estar tudo composto para o final de semana do Grande Prémio, mas a três dias da corrida, acho isto, no mínimo, uma tarefa deixada para a "ultima da hora", e estou a ser bonzinho.

Ainda faltam uns três dias para o Grande Prémio, mas acho que é muita falta de consideração que os familiares de uma personagem que ajudou a levar o nome do Brasil para o resto do mundo, e que teve a sua maior tarde de glória da sua carreira, sejam preteridos em favor de uns "VIP's" que ou pagaram para estar ali, ou exibiram sei lá o quê para poderem dizer "eu estive aqui" e colocar as suas "trombas" nas revistas cor-de-rosa locais. Até se pode concordar com isso, mas deixar de fora os familiares da pessoa que dá o nome ao autódromo, não é falta de consideração com a história. É uma putaria de primeira classe.

Se calhar seria melhor tirar o nome ao circuito, pensam vocês. O pior é nem lembrar disso porque... isso já foi tentado. Em 1994-95, na onda de darem o nome de Ayrton Senna a tudo que era estrada, circuito ou viaduto, cogitou-se dar o nome do circuito a ele. Felizmente, a ideia foi vetada, e deram o seu nome ao kartódromo, porque na realidade, foi ali que começou a sua carreira, antes de rumar à Europa e tentar a sua sorte nos monolugares.

Infelizmente, não é um problema nacional. Lembro-me, creio eu em 2009 ou 2010, que a Joanne Villeneuve, viuva e mãe de dois pilotos de Formula 1, foi barrada pela organização da FOM e apenas entrou dentro do circuito de Montreal graças à intervenção da Ferrari. Portanto, mais do que as organizações locais mandarem pelo ralo abaixo a história da Formula 1 e o que as suas familias representam, é a própria FOM a quem devem culpar. É certo que só interessam os pilotos ainda vivos, porque dos mortos, nem sequer as suas viúvas são lembradas.

Felizmente há excepções, e nem todas as organizações se comportam como em Interlagos ou Montreal. Mas acho que, quem quer que esteja na frente da organização dos passes, deveria ter no mínimo algum decoro e sentido de história. E ainda por cima, passa a ideia de que na Formula 1, só se interessa pelo fútil. Mas enfim, é o sinal dos tempos de Bernie Ecclestone, o patrão do circo... e ironicamente, ex-patrão de José Carlos Pace, o Môco.

P.S: Pelo menos há uma boa noticia: o busto do Pace já está no seu lugar. Quem me contou essa foi a Babi Fanzin, do Velocidade.org.

Youtube Rally Classic: a temporada de 2011 em video



A temporada de 2011 do WRC já acabou, mas a de 2012 está ao virar da esquina e já se prepara há muito para a de 2013, como se sabe pelos planos da Volkswagen. Mas a North One, que tem os direitos das transmissões televisivas do Mundial WRC de Ralis, decidiu fazer um video a resumir o que foi a temporada que acabou há cerca de duas semanas, colocando ali os saltos, as avarias, as 'cambalhotas do Block' e claro, as vitórias dos pilotos envolvidos.

O video tem sete minutos e doze segundos de duração, mas resume bem as treze provas do Mundial. Divirtam-se! Já agora, encontrei o video no Col de Turini, o blog do Márcio Kohara.

Surpresa! Sebastien Ogier vai correr na Volkswagen em 2013

De forma surpreendente - ou talvez não - a Volkswagen anunciou esta manhã que o francês Sebastien Ogier será o piloto da Volkswagen em 2013, anunciando assim a sua primeira "grande" contratação da marca, que estár nos ralis daqui a ano e meio. A ligação durará três épocas e tem efeito imediato, com Ogier a estar presente na próxima sessão de testes do Polo WRC, na Alemanha.

"É um dia muito especial para mim, e estou muito feliz de aqui estar hoje. Estou certo que a Volkswagen é um construtor muito forte, e depressa será o primeiro no mundo", revelou o piloto na apresentação oficial.

A escolha de Ogier e do seu navegador, Julien Ingrassia, significa que eles não farão muitos ralis na temporada de 2012, pois estarão a desenvolver o Polo WRC para a sua entrada oficial, que a marca quer que seja "a matar" em 2013. Quanto ao segundo piloto, é forte a possibilidade de escolherem um alemão, embora não se exclua a possibilidade de também escolherem o finlandês Juho Hanninen.

É certo que com este anuncio se questiona sobre a continuidade da Ford em 2012, mas segundo certas fontes, pelos vistos isso está garantido, com o problema maior a ser acerca da quantidade de dinheiro que a casa-mãe quer investir para tornar mais competitivo o modelo Fiesta WRC.

Youtube Engine Marvel: como se constroi o motor V12 mais pequeno do mundo



Já vi muita coisa fantástica no Youtube, e muitas vezes acho que valem a pena ser partilhados por aqui. Mas às vezes há aquela classe especial que acho que todos deveriam ter nas suas listas de favoritos. Um destes exemplos é deste senhor espanhol que tem muito jeito para a metalomecânica, e construiu a uma escala reduzida este motor V12 de barco.

Neste video de quase dez minutos, pode-se ver o processo de construção desse motor, o tamanho das peças, a sua colocação no motor, etc. Se querem ver se isso tudo funciona? Pois bem, vejam o filme até ao fim, que vai valer a pena.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Youtube Motorsport: A apresentação oficial do novo Mundial de Resistência



Já se sabe que a partir de 2012 teremos o Mundial de Resistência, numa parceria entre a FIA e o ACO, com oito corridas em quatro continentes, a começar em Sebring e a terminar na China, passando, claro, pelas 24 Horas de Le Mans, em junho. E depois da apresentação oficial do calendário, há cerca de dez dias, eis o filme que serve como "aperitivo" ao que aí vêm a partir de março do próximo ano.

O regresso de De La Rosa tem a ver com outro regresso

Se ontem falei dos "matusaléns" Michael Schumacher, Rubens Barrichello e Pedro de la Rosa, hoje vou concentrar num em particular, pois tem a ver com o regresso de um piloto à categoria máxima do automobilismo, ele que tem quase 41 anos de idade e passou grande parte da carreira como piloto de testes da McLaren. O regresso de De la Rosa e o seu ingresso na HRT por duas temporadas, faz parte dos planos que a Thesan Capital tem em relação à equipa, que o querem tornar cada vez mais espanhola.

E isso pode ser lido no blog do Joe Saward, que falava de um nome que por mais que se negue por parte do próprio, essas "negas" são muito pouco convincentes. E aqui fala-se de Alejandro Agag, patrão da equipa Addax, da GP2. É certo e sabido que Agag, genro de José Maria Aznar, ex-primeiro ministro de Espanha, tem ambições de Formula 1, mas não o quer fazer com o seu próprio dinheiro. E como este anuncio acontece precisamente um dia depois do Partido Popular, de Mariano Rajoy, regressar ao poder com uma passadeira vermelha estendida aos seus pés (obteve uma vitória absoluta, com 186 lugares, contra os 110 do PSOE) pode-se pensar que o novo governo espanhol terá um "dedinho" nesta aventura.

Isto porque a Comunitat Valenciana é do PP e foi a atual administração que negociou com Bernie Ecclestone para acolher a Formula 1 naquela aberração que é o circuito urbano da terceira maior cidade de Espanha. Uma cidade, diga-se, que tem nos arredores o circuito Ricardo Tormo...

Saward vai um pouco mais longe e diz que Agag tem intenções de vender a sua equipa para outro interessado com os bolsos cheios, para que, com esse dinheiro - e se calhar com os patrocinadores que tem consigo - financiar a sua aventura na Formula 1. E ele fala que quem poderia estar interessado na sua equipa Addax era nem mais, nem menos do que o ex-piloto Gerhard Berger, e que em tempos cuidou da Toro Rosso. Aliás, Agag vendeu há algum tempo a sua equipa de GP3 para a Trident.

Eu vou um pouquinho mais longe: como sabem, Luis Perez-Sala é também conselheiro na Thesan e na HRT, e é tio de Daniel Juncadella, piloto de Formula 3 que ganhou agora a corrida de Macau. Ora, ele tem como patrocinador a Astana, que investiu muito no ciclismo nos últimos anos, acolhendo espanhois. Nada desmente que Sala, que de uma certa maneira, está a ajudar o seu sobrinho da melhor maneira possível, o coloque na GP2 - na Addax, porque não? - e o apresente também como terceiro piloto da HRT em 2012, com direito a umas voltinhas no F111. E com o dinheiro dos cazaques. Neste momento pode ser especulativo, mas é lógico.

P.S: Cada vez mais se especula que a Toro Rosso irá largar ambos os pilotos no final da época, para colocar no seu lugar o australiano Daniel Ricciardo e o francês Jean-Eric Vergne. Se esse for o caso, só demonstra o tipo de pessoas que andam a cuidar do programa de desenvolvimento dos jovens pilotos da Red Bull. Ou por outras palavras, correr por ali pode-te garantir um lugar na F1, mas é um presente envenenado...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cinco Exemplos para recordar: bigodes no automobilismo

Eis um exercício que quero fazer de vez em quando neste defeso que aí vêm, para passar o tempo. Não é novo, já andei a experimentar no passado e outros blogs já andam a fazer de forma frequente, mas nesta nova colaboração com o Portal F1, é uma maneira de mostrar certas facetas de uma forma... diferente. Como hoje, quando apresento os bigodes mais rápidos do automobilismo.

São cinco exemplos, e foram muitos mais. Mas só aqui, quatro títulos mundiais, seis vencedores do GP do Mónaco, um vencedor das 500 Milhas de Indianápolis e um vencedor das 24 horas de Le Mans vos contemplam. Divirtam-se!

A capa do Autosport desta semana

A capa da Autosport desta semana tem, mais uma vez, a ver com o próprio umbigo do que propriamente com os eventos de fora do país, como a Formula 1 ou o WRC. No passado domingo,o campeonato nacional de GT's terminou em Braga e consagrou os campeões, do qual tiveram destaque na capa. "Fontes e Barbosa conquistam título", é o título escolhido pela revista.

Nos subtítulos, eis mais informações sobre a corrida: "Dupla da Mercedes bate Campaniço e Amorim na final" e "Luis Barros é o novo campeão dos Clássicos com a Porsche".

Na parte de cima da revista, fala-se de WRC e WTCC. Uma "Grande entrevista a Sebastien Löeb" é o chamariz, mas também se fala sobre o rali de Portugal de 2012, que terá como atrativo uma classificativa em Fafe, um dos clássicos. "Rali de Portugal e Grupos B em Fafe". E no caso do WTCC, tem a ver com o encerramento da temporada: "Yvan Muller conquista títulos em Macau".

A meio da revista, a Formula 1, e uma pergunta que se faz nesta ocasião de pré-GP do Brasil: "O que se passa com Massa? Brasileiro com lugar em risco na Ferrari".

Os Matusaléns da Formula 1 ganham nova vida

Não sei se é o "tirem as crianças da sala" como diz o Rodrigo Mattar, autor do "A Mil Por Hora", mas parece que "quando mais velho, melhor". Conhece-se Michael Schumacher, 42 anos, na Mercedes até 2012 e com possibilidade de ficar até 2014, quando fizer...45 anos. E aparentemente, Rubens Barrichello anda a ganhar mais um prolongamento da sua carreira na Formula 1 em 2012, estando a negociar um lugar na Renault, futura Lotus, ao lado de Romain Grosjean, Vitaly Petrov ou Bruno Senna. Mas ainda tem mais: outro quartentão, Pedro de la Rosa, poderá regressar à Formula 1 na temporada de 2012, ao serviço da HRT, ex-Hispania.

Sobre Barrichello, tenho que tirar o chapéu, pois vai ter a sua merecida vigésima época na Formula 1. Pelo menos tenho de encarar isso como "prémio de carreira". E ao contrário de muitos que torcem no Brasil para que no próximo domingo anuncie a sua retirada de competição, acho que ainda tem algo para dar na Formula 1, embora, claro, diga que nunca vai ser campeão do mundo. Mas ainda tem velocidade e experiência para dar e vender. Contudo, também tenho consciência de que, se Eric Boullier escolher Romain Grosjean como segundo piloto, em detrimento de Bruno Senna, muitos em terras tupiniquins criticarão fortemente o "Matusalém" Barrichello por ter tirado o lugar ao "Primeiro Sobrinho".

E quando digo que Barrichello ainda é uma "mais-valia", falo sobre a possibilidade de ele ainda poder ficar na Williams em 2012, com motores Renault. Nas últimas horas, cresce a ideia de que a equipa decidiu abdicar de contratar Kimi Raikkonen, porque aparentemente, o finlandês exigiu contrapartidas muito altas, a principal seria ser acionista da equipa, ou seja, ser co-proprietário, em conjunto com Frank Williams, Patrick Head ou Christian "Toto" Wolff. Caso seja verdade, só solidifica a minha ideia de que Kimi não está muito interessado em regressar à Formula 1 em 2012, ao contrário dos desejos de muita gente. Aliás, leio no blog Ultrapassagem de que o verdadeiro objetivo de Kimi é a Mercedes, em 2013, quando Michael Schumacher terminar o seu contrato com a marca. Isto é, se o alemão heptacampeão do mundo decidir não renovar...

Já no caso de Pedro de la Rosa, primeiro o Rodrigo Mattar avisou no Facebook. E depois li a noticia no Guard Rail: o piloto de 40 anos assinou um contrato com validade para duas temporadas. O anuncio oficial acontecerá amanhã, numa conferência de imprensa onde se anunciarão também os planos futuros da HRT, que passa pela instalação na cidade de Valencia e da entrada em cena de Luis Perez-Sala, ex-piloto de Formula 1 e tio de Daniel Juncadella, que venceu este domingo o GP da Macau. E hoje li no Bandeira Verde uma coisa interessante que não tinha reparado neste final de semana macaense: Juncadella tem como patrocinador... a Astana, do Cazaquistão. Tudo é possivel, certo? Vamos estar atentos ao que dirão amanhã.

Depois disto tudo, temos de ser sinceros: a maioria das pessoas que dizem isso julga saber o que é bom para a Formula 1. Acha que para correr ali tem de ter um prazo de validade semelhante aos dos futebolistas: só podem ficar até aos 34, 36 ou 38 anos. Se querem prolongar a sua carreira automobilística, as pessoas acham que deveriam ir para a Indy, Turismos ou Le Mans para deixarem os lugares vagos para os jovens. A realidade é outra: as equipas não tem possibilidade de fazer muitos testes e aqueles veteranos ainda tem algo muito valioso para dar. E num mundo onde os testes estão altamente regulamentados, a experiência ainda é ouro. Eles sabem disso, e não nós.

Mas olho para o passado e colocando exemplos como o de Juan Manuel Fangio, campeão pela primeira vez aos 40 anos e que correu até aos 46, altura em que fez provavelmente uma das melhores demonstrações de condução de sempre, no Nurburgring, em 1957. Mas lembro também de Fangio ter dito, depois dessa demonstração que "não quero mais voltar a fazer isto", como sinal de que era altura de abandonar a competição, e assim o fez. Mas eram os anos 50, uma altura em que o mundo saía de uma guerra devastadora, que tinha cortado as carreiras de muitos com que Fangio conviveu, como Luigi Villoresi ou Giussepe "Nino" Farina, que correram com quase ou mesmo com 50 anos.

E os carros de Formula 1 desse tempo eram bem menos exigentes do que agora. Acho que ninguém gosta de os ver arrastar na pista, como aconteceu ao Graham Hill, que aos 47 anos ainda corria, e era uma pálida sombra do seu passado vencedor. Tiro o chapéu das suas carreiras, mas a última impressão da pessoa é a que mais dura, e ver Schumacher, Barrichello e De la Rosa numa grelha onde alinhariam ao lado de pilotos vinte anos mais novos como Jaime Alguersuari, por exemplo, é um pouco estranha. Mas como disse acima, eles é que sabem disto melhor do que nós.

domingo, 20 de novembro de 2011

Uma carta a Stefan Bellof

Caro Stefan:

Caso ainda não saibas, ou tenhas esquecido onde quer que estejas, venho aqui para te desejar feliz aniversário. Se ainda andasses por aqui, comemorarias hoje o teu 54ª aniversário natalício, e provavelmente com uma carreira bastante mais recheada do que aquela que acabaste por ter.

No final, precisaste de apenas metade do tempo para ficar na mente dos "petrolheads". As tuas performances foram de fato fruto da tua rapidez inata e alguma da loucura que tu tinhas para demonstrar que eras feito da fibra que fazem os campeões. Hoje em dia, toda a gente sabes que o piloto mais veloz de sempre no Nurburgring Nordschleife és tu, com um potente Porsche 962. Quiseste testar os teus limites, e conseguiste. Pagaste o preço mais caro de todos para isso, tentando a ultrapassagem mais temerária, numa das curvas mais desafiadoras que existe no automobilismo mundial.

Um piloto normal esperaria mais uns momentos para passar na Reta Kemmel ou em Les Combes, mas tu achaste que Eau Rouge seria um lugar ideal. Se conseguisses, era mais um momento alto da tua carreira, e muitos falariam disso nos anos que se seguiram, e eras laudado como um herói. No final, acabou por ser o contrário e pagaste o preço mais alto de todos. E entraste na "lenda". Ponho entre aspas nisso, porque depois fico a pensar naquilo que Derek Bell disse um dia sobre ti, quando afirmou que não tinhas disciplina. Acho que o que queria dizer era que tu não tinhas paciência para esperar pelo melhor momento para uktrapassar, querias ao "aqui e o agora".

Não sei se tu sabes, mas este ano o Mark Webber tentou fazer a mesma coisa ao Ferrari de Fernando Alonso no mesmo local que tu tentaste. Ele conseguiu e está vivo para contar a história. Pois é, é tudo uma questão de sortes e azares. Ou de fazer bem as coisas, não é?

Enfim... já não vale a pena recriminar. O que está feito, feito está. Nós, que vivemos neste mundo, só poderemos imaginar o que terias feito no futuro. Provavelmente, caso assinasses pela Ferrari, irias passar um mau bocado, mas provavelmente vencerias corridas. O título mundial teria dúvidas, mas se fosses para uma equipa como a Williams ou McLaren, certamente conseguirias. Afinal, quem lemvou a melhor foi um rapaz que não vivia muito longe do sitio onde acabaste os teus dias. Em Kerpen, onde o pai geria o kartódromo local. Ele considerava-te teu ídolo, sabias?

Bom, não te preocupes, alemães a vencer corridas é o prato do dia. Depois do michael Schumacher veio o Sebastian Vettel e do deserto parece que estamos na selva. Gosto do Vettel, o que até compensa pelo fato de ter detestado o Schumacher, mais pelos seus feitos para tirar os seus adversários da pista do que própriamente as vitórias e títulos. Poderias ter tido o teu quinhão, se tivesses paciência. Enfim, não te podes queixar, venceste um títiulo mundial de Resistência.

Outra coisa: cada vez menos gente se lembra do teu feito no Mónaco, em 1984, sabes? Fixaram mais o rapaz que estava á tua frente, e que o ais apanhar, caso o Jacky Ickx não tivesse mostrado a bandeira mais cedo e que acabou na segunda posição. Ainda o viste a ganhar corridas, mas o teu pódio tirado pela FISA porque o Ken Tyrrell foi trapaceiro naquele ano. Já agora, vês-lo por aí? Se sim, diga-lhe que isso foi uma sacanagem, mas que o perdoo, pelos anos com o Jackie, o Francois e o Patrick. E se vires o Balestre, dá-lhe um murro e diz que vem da minha parte!

Enfim, não te aborreço mais. Decerto que devas estar a bater rodas com o Senna, Peterson, Fangio, Clark ou o Rindt nesse lugar onde estás. Só espero que seja tudo leal e justo. E façam com que o Dan se sinta em casa, está bem?

Abraços e um dia a gente vê-se.

Noticias: Peugeot dispensa Lamy, Di Grassi no seu lugar

A Peugeot irá anunciar nos próximos dias o seu "lineup" para o Mundial de Resistência de 2012, com algumas alterações significativas. Em principio, o brasileiro Lucas di Grassi e o francês Jean-Karl Vernay irão ser pilotos da marca, no lugar do português Pedro Lamy, dispensado pela equipa, e do austriaco Alexander Wurz, que vai para o projeto da Toyota.

Apesar de estas noticias não serem oficiais, com a Peugeot a dizer que nada está decidido nesse aspecto, a saída do piloto português deverá ser mesmo um facto, já que depois de duras declarações de Olivier Quesnel relativamente à prestação de Lamy em Le Mans e Sebring, há cerca de seis meses, sabia-se que muito dificilmente o piloto português ficaria na equipa para a temporada de 2012.

Por outro lado, apesar de Nicolas Minassian ter também sido fortemente criticado por Quesnel, deverá ficar na Peugeot em 2012, ao lado do seu compatriota Stephane Sarrazin e do espanhol Marc Gené.