O antigo piloto da NASCAR e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, Jim Rathmann, morreu ontem num hospital da Flórida aos 83 anos, após complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral. Era o mais velho vencedor das 500 Milhas ainda vivo, pois conseguiu-o há 51 anos, em 1960.
Nascido como Richard Rathmann a 16 de julho de 1928, em Alhambra, na California, começou a correr aos 16 anos com o nome do seu irmão, Jim. como por essa altura não poderia correr por ser menor de idade, decidiu trocar o bilhete de identidade com o seu irmão Jim, dois anos mais velho do que ele. Cedo venceu corridas locais e cedo o identificavam com o nome do seu irmão. Em 1949, começou a correr na AAA Series - a antepassada da CART e da IndyCar Series - onde teve a sua primeira participação nas 500 Milhas de Indianápolis, terminando na 11ª posição.
Em 1952, Rathmann teve o seu primeiro resultado de relevo nas 500 Milhas, ao terminar na segunda posição, não muito longe do seu vencedor, o seu compatriota Troy Ruttmann. Repetiu o feito em 1957 e 1959, bem como um quinto lugar na edição de 1958. como nessa altura, as 500 Milhas de Indianápolis contavam para o Mundial de Formula 1, conseguiu ao todo 29 pontos, quatro pódios e duas voltas mais rápidas. E também foi ainda com a prova a contar para o Mundial que conseguiu o seu maior feito, em 1960.
Nesse ano, Rathmann corria num Watson-Offenhauser e conseguiu a segunda posição na grelha, No momento da largada, Rathmann conseguiu a primeira posição e liderou durante as cinquanta primeiras voltas, para depois envolver-se num duelo com outro piloto, Roger Ward, trocando constantemente de posição. No final, o duelo foi decidido graças aos pneus, pois Rathmann conseguiu preservá-los melhor do que Ward, e assim venceu a corrida, algo que perseguia há muito tempo. Esse foi também o último ano da participação das 500 Milhas no Mundial de Formula 1
Dois anos antes, em 1958, Rathmann liderou um conjunto de pilotos americanos para correr no Autódromo de Monza contra os melhores pilotos europeus como Stirling Moss, Phil Hill, Juan Manuel Fangio ou Mike Hawthorn. A corrida, denominada "Corrida dos Dois Mundos" mas também denominada de "500 Milhas de Monza", foi vencida por Rathmann, com o melhor europeu a ser Moss, na quarta posição, a tripular um Maserati modificado.
Também experimentou a NASCAR, onde não conseguiu melhor do que um 12ª lugar nas 500 Milhas de Daytona de 1950.
Em 1963, Rathmann abandonou a competição e instalou-se na Florida, gerindo um concessionário da Chevrolet e da Cadillac. Pouco tempo depois, conheceu e fez amizade com alguns dos astrounautas do Projeto Marcury, entre eles, Gus Grissom - que morreria do desastre da Apollo 1 em 1967 - Alan Shepard e Gordon Cooper. Sabendo do alcance da medida, Rathmann convenceu o então presidente da GM, Ed Cole, para que fornecesse carros da marca a cada um dos astrounautas, que trocariam a cada ano. O processo resultou em cheio, e cada um deles tinha à sua disposição um Corvette, enquanto que as suas esposas tinham um carro familiar à sua disposição. Hoje em dia, o Centro Espacial Kennedy tem vários desses exemplares expostos no seu museu.
Depois da reforma, Rathmann continuou a viver na Flórida, onde os seus feitos foram reconhecidos, ao ser eleito 2007 membro do Motorsports Hall of Fame of America, onde ficou ao lado de imensos pilotos e mecânicos de várias áreas como Bill Vukovich, A.J. Foyt, Mario Andretti, Carrol Shelby ou pilotos de Formula 1 como Bruce McLaren, Nigel Mansell, Dennis Hulme e Jim Clark.
Até agora, era o mais antigo vencedor das 500 Milhas ainda vivo, algo que passa agora para as mãos de uma lenda das pistas, A.J. Foyt. Ars lunga, vita brevis, Jim.
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