sábado, 16 de junho de 2007

Uma ilusão de optica...

Olhem só o que dá tirar uma fotografia a um determinado ângulo: dá origem a todo e qualquer equívoco... Sempre achei que o maior adversário de um piloto de Formula 1 é o seu companheiro de equipa, e claro, há excepções à regra. Mas acho que isto é demais! Para piloto "viado" já basta o Rosberg Jr e o "Half" Schumacher...


Já agora: agradeço às meninas da F1 Girls para terem feito esta bela charge...

Le Mans: Actualização

Passadas mais de seis horas de corrida, os Audi continuam a liderar, com o carro nº 2, conduzido desta vez por Alan McNish, seguido pelo carro nº 1, agora conduzido por Marco Werner, a duas voltas.


O Peugeot nº7, conduzido no final desta hora por Jacques Villeneuve, era o terceiro classificado, depois do outro Peugeot, de Lamy/Sarrazin/Bourdais, ter-se atrasado nas boxes devido a um problema de transmissão. Resultado: caiu para a oitava posição na geral.

Na Categoria LMP2, a equipa que liderava era um Lola Quifel ASM, conduzida por dois pilotos portugueses (Miguel Pais do Amaral e João Barbosa) caiu para o segundo lugar, depois de uma saída de pista. Estão agora a mais de dois minutos da liderança, mas ainda está tudo no seu começo...

GP EUA: Qualificação

Lewis Hamilton colhe aquilo que Fernando Alonso semeia. De facto, a incursão americana da Formula 1 está a ser uma maravilha para a McLaren em geral, e para Hamilton em particular: segunda pole-position para o jovem prodigio britânico, batendo o seu companheiro Alonso, que agora deve ter uma pedra no sapato... do tamanho do Rochedo de Gibraltar.


Os McLaren ficaram com a primeria linha, seguido dos Ferrari de Felipe Massa e de Kimi Raikonnen, enquanto que na terceira fila, Nick Heidfeld foi melhor do que o Renault de... Heiki Kovalainen. Parece que o Briatore tem que pensar duas vezes antes de o substituir por Nelson Piquet Jr...


O estreante Sebastien Vettel deu-se bem com o Formula 1, mas muito bem mesmo: foi sétimo, conseguindo passar para a última fase dos treinos. Apesar de ter 19 anos, está a fazer corar de vergonha muito veterano que anda por aí...


Como os Williams. Nico Rosberg e Alex Wurz não ficaram bem na fotografia, e dos três ameaçados de despedimento, o austriaco é o que está numa situação pior. Acho que aquele pódio deve ter-lhe servido de pouco... O Ralf Schumacher foi 12º, atrás de Jarno Trulli (9º). Não digo que isto possa ser a última corrida de Ralf na Formula 1, mas acho que a sua carreira está com os dias contados...


Enfim... acho que amanhã vai ser uma corrida muito interessante!

Le Mans: As primeiras horas

As primeiras três horas da 75ª Edição das 24 horas de Le Mans mostraram que o duelo entre a Peugeot e a Audi está para durar, com os carros de Inglostadt nas primeiras posições, depois de um erro de sebastien Bourdais... na primeira curva da primeira volta.


Ao fim de hora e meia, a Audi lidera com os seus dois R10 TDI, com o dinamarquês Tom Kristensen uma volta na frente do carro dos seus companheiros de equipa, neste momento guiado por Emanuelle Pirro. O Peugeot de Pedro Lamy/Sebastien Bourdais/Stephane Sarrazin está actualmente em terceiro, já a mais de uma volta do líder, e tem atrás de si os seus colegas de equipa da Peugeot. Aliás, o segundo Audi e os dois Peugeot estão separados por poucos segundos.


Apesar da ameçar de chuva, à última da hora uma sensível melhoria nas condições meteorológicas fez com que a quase totalidade das equipas alterasse os seus set-up’s para piso seco.


Na segunda hora de corrida, a primeira baixa de vulto: O Audi Nº 3, na altura guiado por Mike Rockenfeller, despistou-se violentamente em Tertre Rouge, com o R10 TDI a bater com grande aparato nos rails, ficando parcialmente destruído. Este acidente obrigou à segunda neutralização da corrida em menos de trinta minutos.


Após 18 minutos de neutralização, a corrida prosseguiu com o Audi do Team North America na frente, guiado por R. Capello, e o Peugeot de P. Lamy a uma volta, em terceiro. Na segunda posição está agora o Pescarolo de E. Collard.


Após a terceira hora, o jogo Audi - Peugeot continuava, com o carro numero 2 de Tom Kristiansen/Rinaldo Capello/Allan McNish na liderança, seguido do Peugeot Nº 8, de Pedro Lamy/Sébastien Bourdais/Stéphane Sarrazin, a apenas 1m42s, depois de terem passado bastante tempo separados por uma volta. O segundo Peugeot roda na terceira posição, a uma volta dos seus companheiros de equipa, enquanto o segundo Audi, é apenas quinto classificado, ainda que apenas a poucos segundos do Pescarolo.


A corrida continua, emocionante como sempre!

sexta-feira, 15 de junho de 2007

O piloto do dia: Ken Miles

Descobri hoje na edição on-line do Autosport a história de um homem que se tornou famoso por uma coisa: por ter sido o piloto que testou e desenvolveu o Shelby Cobra e o Ford GT 40. Os seus feitos desportivos ficaram-se pelos GT's, e por um azar histórico: o de ter cortado a meta em Le Mans na primeira posição, mas não ter sido declarado vencedor. Só porque a Ford queria tirar uma foto dos seus carros juntos...

Ken Miles nasceu a 1 de Novembro de 1918 em Birmingham, no centro industrial britânico. Antes da II Guerra Mundial, correu em motociclos, e quando o Mundo voltou a estar em guerra, foi recrutado para o exército de Sua Majestade, como Sargento, numa brigada de tanques. Quanto terminou a confluto mundial, em 1945 voltou-se para os carros de Sport, conduzindo Bugattis, Alfa Romeos e Frazer-Nash.

Em 1952, muda-se para os Estados Unidos, mais concretamente para a California, onde continua a correr, dando nas vistas quando ganhou 14 corridas seguidas ao volante de um MG Special construído e modificado por ele. Isso fez com que fosse notado por Carrol Shelby, que precisava de alguém para testar a sua nova criação: o Shelby Cobra. Foi graças a ele que fez com que o carro se tornasse a lenda que é hoje.

Foi graças a Shelby que a Ford contratou-o para que corresse nos Ford GT 40 que Henry Ford II idealizou, para bater os Ferrari nos carros de Sport Gran Turismo, especialmente em Le Mans. Os Ford GT40 surgiram depois de Enzo Ferrari ter recusado a proposta da marca de Detroit em comprar a Scuderia, pois estes exigiram que Ferrari cedesse os seus direitos para a Ford, algo que "Il Commendatore" nunca poderia aceitar. Miles, conhecido entre os seus amigos por "Teddy Teabag" (não bebia álcool e tinha um sardónico sentido de humor) ajudou a desenvolver o carro ao ponto de este poder competir com os carros da marca de Maranello.

Em 1966, a Ford tinha o GT40 "no ponto", e elegeu Miles como sendo o homem que iria ganhar as três corridas mais importantes do calendário: as 24 Horas de Daytona, as 12 Horas de Sebring e as 24 Horas de Le Mans. Com Lloyd Ruby a seu lado, Miles ganhou as 24 Horas de Daytona, e algumas semanas mais tarde, dominou a concorrência em Sebring. Confiante, para La Sarthe, a Ford trocou Ruby pelo neo-zelandês Denny Hulme a seu lado na corrida mais importante do ano, no único fito de ganhar a prova, derrubando o domínio da Ferrari.

O domínio da Ford foi tão grande no circuito francês que Henry Ford II ordenou que, no final da corrida, os carros sobreviventes cruzassem juntos a linha de meta, com Miles e Hulme no primeiro lugar, Chris Amon e Bruce McLaren no segundo posto, e Ronnie Bucknum e Dick Hutcherson no terceiro posto. A ideia veio de Leo Beebe, diretor de marketing da marca, e a ideia era de mostrar a superioridade dos carros americanos para efeitos publicitários.

Os três carros cortaram a meta juntos, mas a Ford esqueceu que naquele tempo, a organização dava a vitória ao carro que fizesse mais quilómetros. E como os dois neo-zelandeses tinham partido mais atrás na grelha e não tinham sido dobrados por Miles e Hulme, descobriu-se que os segundos classificados tinham feito mais quilómetros do que os primeiros. E foi assim que a vitória em Le Mans escapou ao piloto britânico e caiu no colo de McLaren e Amon, deixando Miles muito desgostoso, pois era o piloto que mais queria aquela vitória.

A seguir, foi escolhido para o "Projeto J" a continuação do GT40 para 1967, mas a 17 de agosto de 1966, no circuito californiano de Riverside, Miles testava o carro quando este subitamente levantou vôo e capotou estrondosamente. Teve morte imediata. Tinha 47 anos.

O carro foi profundamente modificado no sentido de reduzir os efeitos aerodinâmicos, sendo rebaptizado de Mark IV, e vencendo no ano seguinte, com A.J Foyt e Dan Gurney ao volante, e continuaria a vencer continuamente até 1969.

O legado de Ken Miles não foi esquecido, pois foi nomeado para o Motorsports Hall of Fame of America em 2001. E em 2019, a sua vida vai ser parcialmente contada no filme "Ford vs Ferrari", num papel atribuido ao seu compatriota Christian Bale.

Le Mans: "Pole" histórica para a Peugeot

A edição numero 75 das 24 Horas de Le Mans está a ser marcada pelo incesante duelo entre os Peugeot 908 HDi e os Audi R10 Diesel. E neste primeiro "round", quem levou a melhor foram os estreantes: o carro de Stephane Sarrazin/Pedro Lamy/ Sebastien Bourdais fez a "pole-position", o que marca uma estreia nacional: pela primeira vez, um português sai da primeira posição da grelha.

Qual é a importância de um primeiro lugar na grelha numa corrida de 24 Horas? Muita, pois quer a largada, quer as duas primeiras horas de corrida são transmitidas em directo pelas centenas de cadeias de TV espalhadas pelo mundo. Claro que nem todas são como a Motors TV, que irá transmitir 24 Horas sem interrupções...


Pedro Lamy, mostrou-se muito satisfeito por largar da frente da corrida: “É um óptimo resultado para a Peugeot neste ano de estreia e prova que estamos a trabalhar bem, mas a corrida é muito longa e muito pode acontecer. È importante ter a pole-position quando a prova celebra os seus 75 anos, mas será mais importante estar à frente quando acabarem as 24 Horas. No seio da equipa existe muita motivação e confiança mas há que respeitar os nossos adversários, que sabemos serem muito fortes. Vamos esperar para ver o que acontece nas primeiras horas.", afirmou, em declarações ao jornal português Autosport.


A corrida deste fim de semana pode vir a ser complicada, pois espera-se que chova durante boa parte do tempo. As principais equipas testaram durante esta semana várias afinações para situações de chuva, logo, estão preparados para todas as eventualidades.

Um pouco de humor pós-Canadá...

Ao passear na Net, descobri uma bela pérola, escrita provavelmente na Terça-Feira, mas descoberto agora, que explica muito do que se passa agora no "paddock" da Formula 1. O rapazinho tem o nick de "pole-position", e nesse aspecto, está mesmo na frente da grelha em termos de humor! Ora leiam...


Segunda-feira, 11 de Junho de 2007,
Dia a seguir ao GP do Canadá


9h30: Frank Williams acorda depois de sonhar que regressou aos pódios na F1, e apressa-se a telefonar ao seu primeiro piloto para o felicitar do feito. O veterano inglês só fica surpreendido quando Alexander Wurz atende do outro lado…


10h00: Sebastien Bourdais toma o pequeno-almoço com Gerhard Berger.


11h15: Lewis Hamilton é campeão do mundo na primeira vez que joga “Fórmula1 2007” para Playstation. Pelo caminho consegue 10 vitórias, 15 pole-positions, 12 Voltas Mais Rápidas e ainda descobre uns códigos para fazer Bernie Ecclestone arranjar um cabeleireiro de jeito.


13h00: Fernando Alonso diz que Lewis Hamilton foi beneficiado pela produtora do jogo pois o tio de Hamilton é jardineiro-chefe na empresa.


13:20: Sebastien Bourdais almoça com Franz Tost, director técnico da Toro Rosso


15h25: Jenson Button diz que não está preocupado com o seu futuro na Honda. “Preocupa-me mais a quantidade de pit-babes à porta da motorhome do Coulthard”, referiu o inglês. “Ao que parece, o maxilar é só uma das coisas que o David tem em tamanho XXL… e isso tem gerado concorrência”.


16h00: Tiago Monteiro diz na pista de Brno, palco da próxima jornada do WTCC, que faltam apenas detalhes para ser piloto da Spyker em 2008.


16h30: Ralf Schumacher diz que não está preocupado com o seu futuro na Toyota. “Preocupa-me mais o facto da Cora estar à porta da motorhome do Coulthard”, referiu o alemão.


17h00: Sebastien Bourdais lancha com Dieter Mateschitz, Gerhard Berger e mais dois engenheiros da Toro Rosso.


17h20: Tiago Monteiro diz que faltam detalhes para ser piloto da Williams em 2008.


19h00: Ralf Schumacher diz ter várias propostas em carteira para 2008. A Toyota até pode renovar com o alemão mas tem de subir em muito o seu tímido ordenado. O alemão refere ter convites de mais 12 equipas de F1 e de uma empresa de entrega de pizzas.


20h00: Nico Rosberg diz que ainda está para perceber como é possível ter sido mais rápido em todas as qualificações que Alex Wurz, ainda não ter sido ultrapassado uma única vez em pista pelo austríaco e Wurz já ter conseguido um pódio e mais 3 pontos no campeonato que ele!


20h30: Tiago Monteiro diz que faltam detalhes para ser piloto da Spyker, Williams e da Toyota em 2008 (seis corridas em cada uma).


21h00: Sebastien Bourdais janta com 5 engenheiros da Toro Rosso, 8 mecânicos e dois recepcionistas da fábrica. Gerhard Berger diz que o francês é “uma hipótese”…


23h30: O Pai Natal vem do Pólo Norte dizer a Tiago Monteiro e Ralf Schumacher que se deixem de brincadeiras.


24h00: Cora Schumacher sai da motorhome de Coultahrd e quando regressa encontra Ralf a dormir. Nada de muito novo.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Ultima Hora: FIA não deixa Kubica correr

O delegado médico da Formula 1 decidiu esta tarde em Indianápolis que não autoriza a participação do polaco Robert Kubica no GP dos Estados Unidos, menos de uma semana depois do seu forte acidente no GP do Canadá, no Circuito Gilles Villeneuve.


A decisão médica baseia-se no facto de, apesar de Kubica responder bem aos estímulos e não sentir dor, uma nova batida podia acarretar possiveis lesões cerebrais ao corredor, devido à sua concussão. Ainda mais com a famosa curva 13, a Curva 1 da oval do tradicional autódromo, onde Ralf Schumacher teve um forte acidente em 2004, que o levou a ficar afastado durante boa parte dessa temporada.


"Estou muito desapontado, até porque eu me sinto muito bem", disse Kubica. Assim, a BMW já anunciou que Sebastian Vettel, de 19 anos, será o seu substituto. Trata-se da estreia do alemão na Formula 1, e pode ser um dos pilotos mais novos de sempre a participar numa corrida.

Noticias: Ecclestone pode deixar cair GP americano

Bernie Ecclestone, o "poderoso chefão" da FIA, afirmou hoje que a Formula 1 pode abandonar o circuito de Indianápolis, afirmando que o mercado americano... não é assim tão importante.


"Não é vital para a Formula 1 estar nos EUA. Existem mercados maiores noutras partes do mundo. Mais cedo iriamos para a India (já foi assinado um acordo para 2009, n.d.r). Nâo temos muitos patrocinadores nos EUA, não temos uma equipa americana, só há um piloto americano", afirmou, numa entrevista ao britânico Daily Express. "Vou encontrar-me com Tony George (o dono do circuito de Indianápolis, n.d.r) e espero chegar a um acordo, mas temos ofertas de outros lugares, inclusivé nos EUA", acrescentou.


Ora, se Bernie menospreza o mercado americano (quem diria, depois de anos e anos a lutar por mais corridas na América, em circuitos citadinos a cairem de podres...), as marcas envolvidas pensam de modo diferente. Norbert Haug, director desportivo da Mercedes, afirmou: "O mercado de automóveis dos EUA é o maior fora da Alemanha". A mesma opinião tem Mario Thissen: "Para o Grupo BMW, o mercado dos EUA é de grande importância, já que o país é o nosso maior mercado. Vemos mais carros nossos nos EUA do que na Alemanha e também temos a nossa maior unidade de produção fora da Alemanha".


Das duas uma: ou Bernie está a usar a sua lendária capacidade negocial para "extorquir" mais dinheiro a Tony George, ameaçando levar a competição para fora de Indianápolis (ou da América), ou então acho que já são os anos a pesar-lhe na sua mente. O homem que nos anos 80 chegou a organizar um GP no parque de estacionamento do Ceasar's Palace, está agora obcecado com a Ásia, depois de garantir corridas na China, Malásia e Bahrein, e no futuro, Singapura e Emirados. Onde isto irá parar?

Extra - Campeonato: Como acabar um programa em grande!

Estamos em 1993. Os Gato Fedorento ainda andam na Universidade Nova de Lisboa, e Herman José é o rei e senhor da comédia portuguesa, mas há muito largou os programas para fazer concursos na RTP. Nesse ano fazia a "Roda da Sorte", mas em Junho decide acabar com o programa para seguir em frente, noutros projectos.


Herman queria acabar o programa com estrondo. Mas não era no sentido metafórico do termo: era mesmo acabar, de caçadeira na mão! E foi assim que milhões de pessoas assitiram a um dos mais insólitos finais da TV portuguesa em 50 anos de história. E passados 14 anos, ainda não houve nada que o igualasse... mesmo tendo agora os Gato Fedorento, o tipo da boina e o Fernando Rocha! É desse Herman que sinto saudades...

quarta-feira, 13 de junho de 2007

GP Memória: Estados Unidos 2005

Na semana que antecede o Grande Prémio dos Estados Unidos, no circuito de Indianápolis, recordo os acontecimentos do Grande Prémio de há dois anos, que muitos chamaram de "Indygate", devido à controvérsia com os pneus Michelin, e que levou à retirada das equipas que usavam os pneus da marca francesa, levando à realização do Grande Prémio mais controverso desde o GP de San Marino 1982, onde apenas 14 carros alinharam à partida. Este Grande Prémio deveria ser apagado dos livros de história. Mas como aconteceu, temos o dever de lembrá-la, como símbolo do que não deveria acontecer na Formula 1.

Tudo começa na tarde de sexta-feira, durante os treinos livres: o Toyota de Ralf Schumacher despista-se na famigerada Curva 13, quase no mesmo local onde um ano antes tinha ficado lesionado nas costas, e que o faria falhar boa parte da temporada. A causa desse acidente tinha sido uma falha no pneu traseiro-esquerdo da marca Michelin. A Curva 13 é a Curva 1 no traçado usado pela CART/IRL nas 500 Milhas de Indianápolis, onde já houve alguns acidentes fatais no passado. Como ambos os acidentes aconteceram no mesmo local, com os mesmos pneus, os responsáveis da Michelin ficaram preocupados, pois viram que a pressão dos pneus no "banking" dessa curva é superior ao normal. Logo, pediram um novo conjunto de pneus à sede, em Clermont-Ferrand, que verificaram não serem adequados a aquele piso.



Sendo assim, pediram aois responsáveis da FIA se poderiam colocar uma chicane provisória na Curva 13, no sentido de diminuir a velocidade de ponta dos carros, no sentido de minimizar o perigo de novos acidentes. A FIA recusou, afirmando que qualquer alteração no traçado à ultima da hora implicaria que a prova não contasse para o campeonato.


À medida que se aproximava da hora da corrida, a tensão entre a Michelin e a FIA aumentava. As negociações continuavam, mas não se chegava a um acordo. E a ameaça da corrida ter apenas seis carros (os unicos equipados com pneus Bridgestone) era real. Houve várias tentativas de compromisso, e mesmo as equipas com pneus Bridgestone (Jordan e Minardi) concordaram com a instalação de uma chicane provisória na Curva 13, mas a FIA estava irredutível. A corrida era para se fazer. Sendo assim, a Michelin cumpriu a ameaça: não iria correr o GP americano.



Com os carros alinhados para a volta de aquecimento, pensava-se que a ameaça não iria ser cumprida. Mas quando todos os carros Michelin recolheram às boxes, esta cumpriu-se: somente os Ferrari, Minardi e Jordan estavam na grelha.


A corrida seguiu, e não teve história para se contar: Michael Schumacher ganhou a sua unica corrida daquele ano, Rubens Barrichello foi segundo e Tiago Monteiro conseguiu o seu único pódio da sua carreira na Formula 1, a última vez que um Jordan ia ao pódio.


Quando as várias cadeias televisivas viram que a ameaça foi por diante, decidiram pura e simplesmente não transmitir a corrida. A Rede Globo só transmitiu em parte, a TSN canadiana pura e simplesmente recusou a transmissão. Outros canais transmitiram a corrida na íntegra, como a britânica ITV ou a italiana RAI Uno, mas as críticas fizeram-se sentir. Os espectadores que pagaram centenas de dólares para assistir a corrida sentiram-se enganados e exigiram o dinheiro de volta. Mais tarde, a Michelin decidiu que iria compensar todo e qualquer espectador que exigisse o dinheiro de volta, dando em troca um ingresso para o Grande Prémio do ano seguinte. Vinte mil pessoas aceitaram a proposta.


No dia seguinte à corrida, enquanto que em Portugal se comemorava o pódio de Tiago Monteiro, o resto do Mundo tinha outros títulos: "Farsa", "Indygate" ou "Formula Zero" foram alguns dos mimos que foram publicados. Chegou-se a especular que Tony George, o proprietário de Indianápolis, iria rescindir imediatamente o contrato com a FIA e Bernie Ecclestone. Mas tal não aconteceu (bom senso ou muitos milhões?)



Uma semana mais tarde, os organizadores do GP de Cleveland, da ChampCar, ofereceram entradas livres a todos os espectadores que tinham ido a Indianápolis ver a corrida. Pelo menos cinco mil pessoas compareceram.

Extra-Campeonato: As letras do hino

Nós conatamos o "Herois do Mar, Nobre Povo", que marcha contra os canhões. Os brasileiros cantam "A Pátria Amada", os franceses exaltam ao povo para que pegue em armas, os ingleses cantam "God Save the Queen", e os americanos afirmam que a sua pátria é a casa dos livres e dos bravos, mas os espanhóis... bom, eles são diferentes. E porquê? O hino deles não tem letra!

Hoje em dia, o desporto transformou-se numa arma nacionalista. Agora que os povos não se guerreiam em batalhas, derramando sangue, existe outro tipo de combate, do qual o futebol é o melhor exemplo. As selecções nacionais lutam por uma qualificação para um campeonato do mundo ou do seu continente, e lutam para alcançar o triunfo final, que prova a sua superioridade sobre os adversários. Afinal de contas, é por causa do futebol que brasileiros e argentinos não se dão lá muito bem...



Mas enfim, volto ao assunto: a Espanha teve uma letra até 1975, altura em que Franco morreu. Mas essa letra glorificava os vencedores da Guerra Civil de 1936-39 ("Arriba España/Levantai los brazos, hijos del pueblo español/Que vuelve a ressurgir"). Depois de 1975, a bem da Transição e reconciliar as partes em confilto, a letra caiu em desuso, embora só em 1997, a Constituição reconheceu oficialmente que a "Marcha Real" não tem letra.



Só que os tempos mudaram. Se antes, fora do futebol, a Espanha era uma nulidade em termos desportivos, hoje em dia não é assim. E tudo se deve aos Jogos Olimpicos de Barcelona, em 1992. A catadupa de medalhas e os campeões que formaram fizeram com que se olhasse para o desporto de outra maneira. Depois, veio o resto: Fernando Alonso, Carlos Sainz, Miguel Indurain, Rafael Nadal (e os outros tenistas antes dele)...



O unico que destoa agora é o futebol. Apesar da Liga Espanhola competir com a Premiership inglesa e a Serie A italiana para o título de melhor Liga do mundo, em termos de selecção são considerados como a esperança que nunca se concretizou. Só foram uma vez semifinalistas de um Campeonato do Mundo (Portugal, que foi menos vezes, tem duas presenças), só ganharam um Campeonato da Europa, em 1964. As razxões para isso? talvez seja pelo facto da Espanha ser uma monarquia federal, que deu imenso poder às autonomias. Pode não ter selecções regionais, mas em termos gerais, a Selecção nacional é algo secundário, pois "la affición" perfere torcer pelo Athlethic Bilbao ou pelo Barcelona do que própriamente pela "roja".



Se o hino é momento de união e de força para alcançar a vitória, os espanhois perferem levar a coisa a brincar: segundo a edição de hoje do jornal português "Diário de Noticias": "É uma piada comum ouvi-los cantar "chunga chunga chunga" em cima da música. Essas são, até agora, as únicas palavras do hino espanhol."



Assim sendo, o Comité Olimpico Espanhol achou por bem dizer chega, e pediu para que se lançasse um concurso para que seja atribuida um poema para o hino. O seu presidente, Alejandro Blanco, diz: "São muitos os desportistas espanhóis que reclamam uma letra quando sobem ao pódio. Querem sentir-se tão orgulhosos como os ingleses ou os franceses. Quem pode negar-lhes esse direito?" A ideia é de escolher uma letra que exalte os valores da diversidade, das pessoas que querem viver em paz e liberdade, e dos valores de um país aberto e igual para todos.



De facto, o Deporto tornou-se numa arma poderosa.

Noticias: Alonso já se queixa de Hamilton


O piloto espanhol Fernando Alonso já começa a sentir-se incomodado com as prestações do "rookie-maravilha" da Formula 1, Lewis Hamilton. O bi-campeão do mundo, que chegou esta temporada à McLaren, certamente não esperava ter grande concorrência, mas o talento de Hamilton trocou-lhe as voltas:


"Desde o primeiro momento que eu não estava confortável com tudo. É uma equipa inglesa, um colega inglês. Sabes que toda a ajuda vai para esse lado. Percebi isso desde o primeiro momento e não me estou a lamentar por isso", referiu Alonso em declarações na estação de rádio Cadena Ser.


Alonso aproveitou a mandou farpas à imprensa inglesa devido ao tratamento dado a Hamilton, referindo: "Sabemos como são, mas graças a Deus que a [imprensa] espanhola tem mais respeito". Quanto à forma efusiva que os mecânicos da McLaren-Mercedes comemoraram a vitória de Hamilton, o piloto de Oviedo mostrou tranquilidade: "Isso não me afecta e tenho é concentrar-me para ganhar corridas".


Apesar de afirmar que está tudo tranquilo, nota-se que há tensão no ar. Pela primeira vez em muito tempo, Fernando Alonso tem um adversário à altura. Se na Renault ele era o piloto principal, e com isso ele alcançou o bi-campeonato, agora na McLaren, nunca esperava que a concorrência partisse de um "rookie". Mas este não é um qualquer, parece que é um predestinado, protegido por Ron Dennis e preparado para correr na Formula 1 desde... 1998! Acho que Alonso já deve estar a pensar agora que a caminhada para um eventual tri-campeonato está um pouco mais dificultada... e que a história se repete.

Extra-Campeonato: Bush e a multidão

Isto é raro hoje em dia, e ainda mais fora dos Estados Unidos: George W. Bush a levar com um banho de multidão nas ruas de Tirana, na Albânia. Se o resto da Europa o recebe de outra maneira, aqui, parece que estamos noutro planeta... Enfim.


Mas, se o meu amigo Danilo, no seu blog Pálido Ponto Branco, fez um post comparando-o com outro senhor, mas de bigode ridículo e com discursos megalómanos, a minha referência ao W tem a ver com um incidente durante esse banho de multidão: Roubaram-lhe o relógio de pulso!


É verdade! As testemunhas presentes afirmaram que viram Bush com um relógio de pulso (que nem deve ter sido dos mais caros) no inicio desse banho de multidão, e no fim, viram-no sem ele. Como houve muita gente a agarrar as suas mãos e pulsos, obviamente houve algum "amigo do alheio" que aproveitou a deixa e levou aquele souvenir consigo.


Se vai ficar com ele ou vai vandê-lo no eBay? Não sei...


Entretanto, o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, já veio desmentir esse incidente, afirmando que Mr Bush tirou o relógio antes de começar com o banho de multidão. Ora, as filmagens que eu já vi, mostram Bush primeiro com o relógio, e depois sem ele. Claro, é a palavra da Casa Branca contra os factos reais, mas a ser verdade, das duas uma: ou Bush tem quatro braços, ou então é mais uma "teoria da conspiração". Acho que temos que perguntar ao relógio o que aconteceu realmente...

terça-feira, 12 de junho de 2007

Noticias: Kubica quer cara do Papa no capacete

O polaco Robert Kubica quer colocar uma imagem do papa João Paulo II no seu capacete como forma de agradecer ter saído praticamente ileso do aparatoso acidente sofrido no GP do Canadá, no passado Domingo.

Segundo o jornal desportivo espanhol "As", o piloto polaco da BMW Sauber terá confidenciado essa vontade a alguns amigos, passando a ostentar a imagem de Karol Wojtyla, seu compatriota, e que exerceu o seu pontificado entre 1978 e 2005, no elemento de segurança que o protegeu de potênciais ferimentos fatais.


Kubica, que deixou ontem o Hospital Sacre-Coeur, em Montreal, ainda não sabe se pode participar no GP dos EUA, no próximo fim-de-semana, pois está dependente de uma avaliação médica feita por uma junta médica da FIA.


Sei que a Polónia é um país profundamente católico, e que Wojtyla foi um elemento importante na libertação polaca do jugo comunista, que mergulhou o país durante 40 anos. Ainda estou a ver o Vaticano a considerar isto como um milagre e proceder à imediata canonização do Papa polaco...

O piloto do dia - Jean Alesi (2ª parte)

(continuação do dia anterior)

As coisas não melhoram muito em 1993, agora coadjuvado por Gerhard Berger. Consegue dois pódios, no Mónaco e em Monza, onde consegue ser segundo, atrás de Damon Hill, e no final da temporada fica com 16 pontos, e o sexto lugar da geral. No ano seguinte, as coisas correm mal no início da época, quando tem um grave acidente, que o coloca de lado durante duas corridas. Na altura, tinha subido ao pódio no GP do Brasil, na terceira posição. Depois de recuperar das suas mazelas, consegue mais três pódios e a pole-position no GP italiano, para gáudio dos seus fãs, que já o viam como se fosse um segundo Gilles Villeneuve. O sonho de Alesi durou apenas 14 voltas altura em que abandonou com uma avaria na caixa de velocidades. No final da temporada, fica com 24 pontos e o quinto lugar.

Chegados a 1995, a fama de Alesi como um piloto azarado começava a pairar sobre ele. Era agressivo e determinado, tal como um outro piloto que andou com o número 27. E foi na pátria desse piloto que se Jean Alesi conquistou a sua única vitória da carreira, aproveitado o azar de Michael Schumacher, que teve de ir às boxes com problemas na caixa de velocidades. O francês aproveitou e ganhou, levando ao delírio o público, que invadiu a pista mal ele atravessou a meta… Para além dessa vitória, Alesi conseguiu mais quatro segundos lugares, ficando em quinto lugar e levou mais 42 pontos para a Ferrari.

No final da época, ele e Gerhard Berger mudam-se para a Benetton, numa troca com o alemão Michael Schumacher, que tinha acabado de ganhar o bi-campeonato. Só que nem ele, nem Alesi conseguem aproveitar esta mudança para alcançar vitórias: oito pódios e duas voltas mais rápidas foram o melhor que o piloto francês alcançou. Tudo isso deu-lhe 47 pontos e o quarto lugar. Continua na Benetton em 1997, onde consegue ser um piloto consistente, mas sem vitórias. No final da época, fica com 36 pontos, o quarto lugar no campeonato, cinco pódios e a pole-position no GP de Itália.

Em 1998 vai para a Sauber, onde as hipóteses de pontuar são escassas, mas ele consegue um pódio no atribulado GP da Bélgica, terminando em terceiro, depois dos dois Jordan. Os 9 pontos dão-lhe o 11º lugar final. Continua em 1999, mas só consegue 2 pontos, ficando no 16º posto.

Em 2000, Jean Alesi muda-se para a equipa do seu amigo Alain Prost, no sentido de ajudar na performance dos motores Peugeot. Mas a temporada é um desastre, e termina sem qualquer ponto. Começa a temporada de 2001 na Prost, e consegue um meritório sexto lugar no GP do Mónaco e um quinto lugar no Canadá, mas depois de outro sexto lugar no circuito alemão de Hockenheim, Alesi abandona a equipa Prost, afirmando a verdade: salários em atraso. Mais tarde, foi visto como o primeiro sinal visível de desagregação da antiga Ligier…



Mas Alesi não fica apeado. Na corrida seguinte, é contratado por Eddie Jordan para correr na sua equipa. Era um regresso às origens, pois foi na Jordan que alesi ganhou o título de Formula 3000. Pontuou na Bélgica, e em Indianápolis comemorou o seu 200º Grande Prémio, tornando-se na altura o quinto piloto a fazê-lo. Em Suzuka anuncia que aquela seria a sua última corrida na Formula 1, onde não termina, após uma colisão com o Sauber de Kimi Raikonnen. No final da época fica com o 15º lugar, com cinco pontos.


A sua longa carreira na Formula 1 ficou assim definida: 201 Grandes Prémios, em treze temporadas, uma vitória, duas pole-positions, quatro voltas mais rápidas, 32 pódios, 241 pontos no total.

Após encerrar a sua carreira na Formula 1, Alesi vai correr para a DTM, a bordo de um Mercedes. Durante as cinco temporadas em que esteve na competição, ganhou por cinco vezes, terminando por duas vezes no quanto lugar da classificação geral. No final de 2006, decide abandonar a competição, gozando a vida na sua quinta nos arredores de Avignon, com a sua mulher, a japonesa Kumiko Goto, e os seus três filhos.

Crónica: Os substitutos

Ao ver esta bela charge do Sebastien Vettel, no Blog F-1, do Filipe Maciel, que já esfregava as mãos de contente por ir correr em Indianápolis sem ser para exibição (e depois soube de uma iniciativa semelhante por parte de Timo Glock, o actual lider da GP2), lembrei-me de um facto histórico:


A 8 de Maio de 1982, com um grande estrondo, Gilles Villeneuve deixava o mundo dos vivos, não só deixando órfãos os adeptos da Formula 1, como causando um novo probelma para o velho Commendatore: tinha que aranjar um substituto. Só que não teve pressa, pois queria alguém que fosse bom piloto. Tinha muitas hipóteses na mesa, entre os quais Nelson Piquet, o então campeão do Mundo. Só que a Brabham não quis libertá-lo. E quando falou com o piloto, este recusou, argumentando que "não queria guiar um caixão voador" (não sei se isso aconteceu, se sim, confirmem-no). Enzo Ferrari não teve pressa em encontrar um piloto, nem foi buscar uma alternativa: andou três Grandes Prémios (Mónaco, EUA Leste e Canadá) só com Pironi a defender as cores da Scuderia, e depois escolheu Patrick Tambay, grande amigo de Gilles e padrinho de Jacques Villeneuve. O francês ajudou a Ferrari a conquistar o título, com uma vitória na Alemanha, no mesmo dia que outra tragédia abalava a equipa, com o acidente grave de Didier Pironi.


Quando isso aconteceu, mais uma vez, a Ferrari não teve pressa em arranjar substituto. Em Zeltweg e Dijon-Prenois, somente Tambay defendeu a "rossa". Em Monza, Ferrari pediu a Mario Andretti para que se juntasse à Scuderia, e este deu um ar da sua graça (então com 42 anos) ao conquistar a "pole-position" (a última até agora de um piloto americano). Em suma: mesmo com seis corridas correndo com um só carro, a marca do Cavalino Rampante ganhou o título de construtores.


Em 1994, Ayrton Senna foi-se do mundo dos vivos, num dia ensolarado de Maio. Frank Williams decidiu que não iria arranjar um substituto até ao GP espanhol, quase quatro semanas depois. Logo, no Mónaco, correu com um só carro.


Agora, a Formula 1 é diferente, mesmo no tratamento em relação a casos difíceis. Como não morre ninguém há anos, parece que aquele temor e respeito que havia pela competição e pelos perigos a que isso acarreta desapareceram. Por um lado, é bom, mas pelo outro é mau, pois estamos sujeitos a um rude despertar. E isso aconteceu na tarde deste Domingo, Dia de Portugal: o acidente do polaco Robert Kubica (lê-se Kubitza) só não teve maiores consequências devido à segurança que rodeia o carro: uma célula de sobrevivência (que custa meio milhão de Euros), o dispositivo HANS (que poderia ter salvo Dale Earnhardt, o herói da NASCAR, no seu acidente fatal, em 2001) e o chassis de fibra de carbono.

Kubica safou-se com contusões, mas inicialmente falou-se de uma perna fracturada. A poeira ainda não tinha assentado, e já tinhamos outros, quais abutres à volta da carniça, a oferecerem os seus serviços. Sei que a Formula 1 é a actual montra do automobilismo, algo que muitos sonham e poucos acedem a ela, mas vendo estas situações, lembro-me que 25 anos é mais do que muito tempo na Formula 1. É uma eternidade.

CART - Ronda 4, Portland

A ChampCar voltou, depois de um mês de ausência. Corrido no circuito de Portland, no estado do Oregon, revelou-se num autêntico "passeio no parque" para o francês Sebastien Bourdais, que deu à Newman-Haas a sua vitória numero 100 na CART.


Aqui, a metereologia deu as voltas: previa-se chuva, mas deu sol. Justin Wilson, que partiu da pole-position, foi surpreendido na largada por Bourdais e não mais recuperou a posição. Em suma, uma prova monótona.


A completar o pódio, o holandês Robert Dornboos, da equipa Minardi. O brasileiro Bruno Junqueira foi 13º, numa prova bastante complicada para ele, devido a uma avaria nas comunicações (perdeu comunicação e a telemetria). A unica representante feminina, a britânica Katherine Legge, ficou na última posição, a quatro voltas do primeiro.


A ChampCar volta na semana que vem, em Cleveland.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

O piloto do dia - Jean Alesi (1ª parte)

No dia em que se comemoram os 43 anos do seu nascimento, achei por bem colocar aqui a biografia de um piloto amado por todos, principalmente pelos italianos, que o colocam como um dos seus maiores pilotos, a par de Gilles Villeneuve e de Michael Schumacher. Mas nem sempre essa rapidez significou vitórias. Podia ter acabado como Chris Amon, mas a sua única vitória, no GP do Canadá de 1995, fez com que não fizesse parte dessa raça maldita. Foi também o primeiro francês a chegar aos 200 Grandes Prémios, corolário de uma longa carreira. O piloto do dia é Jean Alesi.

Nasceu a 11 de Junho de 1964 em Avignon, no sul de França. É filho de pais de origem italiana, mais concretamente da Sicília, que emigraram para a França nos anos 50. Começou a sua carreira nos ralis, a sua primeira paixão. Tornou-se campeão nacional na Taça Renault 5, em 1985, e no ano seguinte inscreve-se na Formula 3 francesa, onde alcança o título nacional no ano seguinte. Em 1988 começa a disputar a Formula 3000, e torna-se campeão no ano seguinte, batendo o seu compatriota Erik Comas.

Mas ainda em 1989, as suas performances não passam despercebidas aos directores das equipas de Formula 1. Ken Tyrrell foi um deles. Precisando de um substituto para Michele Alboreto, que tinha abandonado a equipa devido a problemas com os patrocinadores, Tyrrell vê em Alesi o seu substituto, já que ele era um piloto apoiado pelo seu novo patrocinador, a marca de cigarros Camel. Sendo assim, a sua corrida de estreia é em Paul Ricard, palco do GP de França. Aí, surpreende tudo e todos, ao terminar em quarto lugar, depois de rolar durante algum tempo em segundo. O resto da temporada era feito em “part-time”, pois na altura lutava pelo título da Formula 3000. Pontuou mais duas vezes, em Monza e Jerez, terminando este primeira temporada com nove pontos, dando-lhe o nono lugar da tabela.

Em 1990 continua na Tyrrell, mas é a partir daí que começa a dar nas vistas: em Phoenix, na primeira prova do campeonato, bate o pé a Ayrton Senna e lidera durante 19 voltas, antes do brasileiro conseguir ultrapassá-lo. Termina em segundo, e todos começam a olhar para ele. Repete a façanha no Mónaco, acabando em segundo. Os 13 pontos conquistados deram-lhe o nono lugar, com esses dois pódios.

No final desse ano, Williams e Ferrari querem os seus serviços. Alesi assina pela equipa de Grove, mas a Ferrari acena-lhe com uma oferta melhor: apela ao seu coração. Ao francês agrada-lhe também correr ao lado do seu ídolo, Alain Prost, e aceita a oferta de Maranello. É por causa deste acordo que a Williams tem exposto um Ferrari 640 no seu museu…

Só que no ano de 1991 começa o período de declínio da Ferrari. A equipa de Maranello não ganha corridas, batida pela McLaren e pela… Williams! O melhor que Alesi consegue é três terceiros lugares no Mónaco, Alemanha e Portugal, onde lutou durante muito tempo com… o Minardi – Ferrari de Pierluigi Martini! No final da temporada consegue 21 pontos, alcançando o sétimo lugar da geral e uma volta mais rápida, em Phoenix.

Em 1992, com a saída de Alain Prost, Alesi torna-se o primeiro piloto da equipa, mas o F92A é um desastre, que faz com que a equipa tenha a sua pior performance em 12 anos. Alesi salva a face com dois terceiros lugares em Espanha e no Canadá, e no final da temporada, o francês leva 18 pontos para a Ferrari, e o sétimo lugar da geral.

(continua)

Kubica: o acidente visto por um outro angulo

Geraldo Sincero (não sei se é o nome verdadeiro) está a tirar o seu doutoramento em Engenharia Eléctrica na Universidade do Quebec. Foi ao Circuito Gilles Villeneuve para torcer por Filipe Massa e ver uma boa corrida de Formula 1, na Tribuna 34, que tem uma vista sobre o gancho. E foi aí que filmou o acidente de Robert Kubica, após a primeira situação de Safety-Car.


O mais arrepiante de tudo, conta ele, é que quando o carro bate no primeiro muro de protecção, lá estava sentado o americano Scott Speed, mais o seu Toro Rosso, que tinha parado algumas voltas antes, devido ao toque que deu no Williams de Alex Wurz. De facto, ontem Deus andava por lá...


O seu testemunho está no Blig do Gomes de hoje.

Resultados da sondagem CC

Então, quem acertou no vencedor do GP do Canadá? Bom, a verdade é que somente 3,8 por cento dos internautas que tiveram o trabalho de ir votar é que acertaram em Lewis Hamilton. Pois é... boa sorte para a próxima.


Metade dos que responderam a esta sondagem apostaram numa vitória de Filipe Massa, contra 26,9 por cento dos que julgavam que Kimi Raikonnen seria o vencedor. Ora, a Ferrari teve um mau fim de semana, e a descalsssificação de Massa foi um pouco o corolário desse mau fim de semana. E fartaram-se de pôr imagens do Michael Schumacher nas boxes...


Para finalizar: ninguém votou na opção da lotaria, em caso de chuva. Pode-se dizer que apesar de não ter chovido, a corrida acabou por ser uma lotaria na mesma. Deve ser o espírito de Gilles Villeneuve a pairar no circuito...

Kubica: Milagre na Curva 10

No meio dos vários comentários e artigos sobre o acidente do piloto polaco, no GP do Canadá de ontem, este ficou-me na retina: trata-se do artigo de Jaime Rodriguez, do jornal espanhol "El Mundo", que poucas horas depois do acidente, tinha escrito na sua coluna "Acquaplanning" uma comovente história sobre Kubica e a fé dos actuais pilotos de Formula 1.


Decidi conservar o artigo em espanhol, pois acho que o artigo está tão bem escrito que traduzi-lo seria um convite para estragar a sua essência. E foi isso que me levou a colocá-lo aqui. Ora leiam:


"Robert Kubica siempre corre con una imagen de Juan Pablo II dentro del coche. Es una foto pequeña, incrustada en su mono, que lleva la dedicatoria personal de la santidad polaca, fallecida en 2005. Ayrton Senna, último piloto de Fórmula 1 que perdió la vida en carrera, escondía también en su camisa una estampa de Jesucristo con el lema «Nadie podrá quitarme su amor». Cuando se mató en Imola, en 1994, los médicos guardaron aquel recuerdo. Lo cuenta Sergio Mantovani, el capellán de los circuitos.


Cura italiano, veterano de discurso ronco, que lleva 55 años cuidando de la fe en el universo de plástico y rivalidad del paddock. Le introdujo Enzo Ferrari, en los años 50, cuando el párroco, desde su iglesia de Modena, asistía a la fábrica de la mítica marca de coches. «Los pilotos de antes tenía más fe. Muchos se ponían en manos de Dios antes de las carreras», explica el religioso, confesor de campeones de tres generaciones, desde Fangio a Senna.


Robert Kubica, junto a Giancarlo Fisichella o Felipe Massa, es una de las pocas estrellas de los circuitos que se reconoce creyente. El polaco piadoso es un tipo sencillo, ídolo también en su país, que ha hecho carrera desde el esfuerzo, el talento y la velocidad. Se crió deportivamente en Italia, con poco dinero y mucho ánimo. Está muy bien considerado en el ‘paddock’. Majete, de sonrisa fácil, amigo de casi todos los pilotos.


En Canadá, a sus compañeros se les encogió el corazón cuando en la vuelta 27 escucharon que había tenido un accidente. Luego vieron los escombros de su monoplaza tirados en un lateral, restos de un impacto brutal que atemorizó a toda la Fórmula 1. Volvieron los recuerdos de aquel dramático fin de semana de mayo de 1994, cuando cayeron Ratzemberg y Senna en 48 horas.


Pero las medidas de seguridad han mejorado. El cockpit del piloto, de fibra de carbono y medio millón de euros, rebotó contra el asfalto sin deformarse, a pesar de la violencia del impacto. El casco, los cinturones y la protección que sujeta el cuello hicieron el resto. Años atrás, Kubica no hubiera tenido tanta fortuna. Ahora mismo, la F1 blinda a sus estrellas. Hay mucho en juego: la vida de los protagonistas y la imagen de las grandes marcas que financian el negocio. La sangre espantaría a los patrocinadores.


En el circuito Gilles Villeneuve, durante unos minutos, la Fórmula 1 se volvió humana. Se olvidaron las cargas de gasolina, las estrategias, los alerones móviles y la competencia. También el glamour. Los ojos estaban sobre el casco desvencijado del pobre BMW. Allí resistía Kubica con la foto de su papa apretada en un bolsillo."

Alguns factos sobre a vitória de Lewis Hamilton



Todos sabem que Lewis Hamilton deve ser o maior fenómeno que a Formula 1 viu em muitos e muitos anos, logo, sabiamos que a sua primeira vitória em Grandes Prémios era uma questão de tempo. Ora, agora que alcançou o seu objectivo, vejamos no que isto deu, em termos estatísticos:


- Hamilton ganha o GP do Canadá com 22 anos, 5 meses e três dias, tornando-se no terceiro piloto mais jovem de sempre, superado apenas pelo seu companheiro de equipa, Fernando Alonso, e pelo fundador da escuderia onde corre, Bruce McLaren (1937-1970)


- Ao cruzar a meta em primeiro lugar, torna-se no oitavo piloto mais inexperiente a ganhar, sendo batido por Giancarlo Baghetti (primeira corrida); Tony Brooks (terceira corrida); Ludovico Scarfiotti, Emerson Fittipaldi e Jacques Villeneuve (quarta corida), Froilan Gonzalez e Clay Regazzoni (quinta corrida)


E mais: na sua temporada de estreia, torna-se líder isoldado do campeonato, pela segunda vez esta época. Como é que Ron Dennis vai descalçar esta bota? Vai repetir a mesma atitude de 1988/89, quando tinha no seu seio Ayrton Senna e Alain Prost?

IRL - Ronda 6, Texas Motor Speedway

A surpresa dos treinos continuou na corrida. Na oval da Texas Motor Speedway, o americano Sam Hornish Jr. levou a melhor sobre o brasileiro Tony Kanaan e ganhou a sexta etapa do campeonato IRL. O piloto da Penske tomou a liderança desde a largada e só a perdeu em poucas oportunidades, na maioria dos quais quando parava nos boxes para reabastecer e trocar de pneus.


Apesar deste domínio, Hornish acabou com Kanaan mesmo colado na sua traseira, a 0,07 segundos. A completar o pódio, um marco histórico: Danica Patrick não só se estreia, mas também torna-se na mulher mais bem classificada de sempre nesta competição, superando o quarto lugar que obteve nas 500 Milhas de Indianápolis de 2005.



Quanto às outras concorrentes femininas, Sarah Fisher terminou na décima posição, e Milka Duno no 11º lugar.


A corrida foi marcada por um momento invulgar: na volta 87, o americano Marco Andretti (neto de Mário) deu um toque no sul-africano Thomas Scheckter (filho de Jody). este, irritado, atirou as suas luvas na direcção do jovem piloto de 19 anos. Mais tarde, os comissários autorizaram o regresso do piloto sul-africano á corrida, embora terminando na ultima posição, a 29 voltas do lider.

Noticias: Afinal, foi só um susto!...

O director técnico da BMW, Mario Thissen, afirmou no final desta tarde em Montreal que afinal de contas, Robert Kubica não teve lesões ou fractura na perna, como tinha sido avançado há poucas horas atrás.


"Ele vai ficar no hospital nesta noite e vai receber alta amanhã de manhã", comentou Thissen aos jornalistas. No acidente, o piloto polaco de 22 anos perdeu momentâneamente a consciência, mas recuperou ainda no local. Sendo assim, ele poderá participar no GP dos Estados Unidos, que decorrerá no próximo fim de semana, no circuito de Indianápolis.


No meio do desastre, são boas noticias, sem dúvida!

domingo, 10 de junho de 2007

Kubica: as fotos e o video do acidente

Foi um acidente forte, sem dúvida, o do piloto polaco Robert Kubica. Na 27ª volta do GP do Canadá, após a primeira situação de Safety Car, devido ao acidente com o Spyker de Adrian Sutil, o BMW do piloto polaco desentendeu-se com o Toyota de Jarno Trulli e bateu forte nos rails de protecção. O impacto foi de tal maneira forte que desfez o carro e fez ricochete contra o outro lado da pista.

Ele perdeu a consciência durante um momento, mas recuperou logo depois. Os socorristas tiraram-no do carro e foi levado para o hospital do circuito, para uma primeira avaliação, sendo mais tarde transportado para o Hospital Sacré-Coeur, onde foi diagnosticada uma fractura na perna.


Sendo assim, o seu provavel substituto será o alemão Sebastien Vettel, actula terceiro piloto da marca e o maior rival de Alvaro Parente na World Series by Renault 3.5. E pensa-se que esta substituição não será só por uma corrida...

GP Canadá - A corrida

Normalmente, o GP canadiano costuma ser fértil em surpresas, mas acho que hoje superou as expectativas! Á alegria de vermos finalmente Lewis Hamilton no lugar mais alto do pódio contrastou com o arrepiante acidente de Robert Kubica, que segundo as últimas noticias, fracturou uma das pernas.







Mas vamos ao que interessa. Lewis Hamilton e Nick Heidfeld foram os unicos pilotos que passaram incólumes à salganhada que foi esta corrida. Sempre foram primeiro e segundo, superando as quatro situações de bandeira amarela que existiram durante a corrida, e que deram a revolução que viram na classificação final. Pode-se dizer que foram os vencedores deste fim de semana.


Quanto a Alonso, Massa e Raikonnen, acho que cada um teve os seus problemas. No caso do brasileiro, a sua desclassificação (e a do Fisichella) deveu-se mais à falha dos estrategas da Ferrari em colocar a seu piloto na altura certa. É a falta de Ross Brawn a sentir-se, e nunca vi tantas vezes a TV canadiana a mostrar Michael Schumacher nas boxes, contemplando o espectáculo...


Fernando Alonso teve uma péssima corrida. Maus pneus, que o fizeram escorregar na curva da partida, fizeram-no perder dois lugares no inico da corrida. Para piorar as coisas aquela penalização de 10 segundos nas boxes devido a provavelmente, excesso de velocidade nas boxes, estragou o resto da corrida. No final, para piorar as coisas, perdeu o sexto lugar para... o Super Aguri de Takuma Sato!

Também podia dizer que Kimi Raikonnen estave mal, mas no meio do azar todo, aquele quinto lugar final sabe a vitória...

E o Alex Wurz? Após ter levado um toque de Scott Speed, que lhe arrancou parte da asa traseira, aproveitou os azares alheios e deu à Williams o primeiro pódio desde o GP da Europa de 2005.


E o Heiki Kovalainen? Partindo de último, aproveitou os momentos certos para fazer os reabastecimentos, e no final eis a recompensa: um quarto lugar, à beira do pódio. Sim senhora!


E o Takuma Sato? de 11º nos treinos, para uma exclente corrida, com o complemento de ultrapassar Fernando Alonso para o sexto lugar! Mais três pontos para a Super Aguri, em contraste com a Honda... que nem sequer faço referência!


E o Ralf Schumacher? Outro sortudo do Canadá, com o seu oitavo lugar!
Bom, aogra que esta corrida atribulada acabou, passemos então para a etapa americana da competição, no circuito de Indianápolis. Não sei se quero que seja tão agitada como a corrida de hoje, mas acho que teria a sua piada... desde que não haja feridos!