(continuação do dia anterior)
Com um quase estreante como companheiro de equipa, o inglês Damon Hill, Alain Prost partiu rumo ao seu quarto título mundial. Julgando que, tendo o melhor carro, seria um caminho sem espinhos. Nem sempre foi assim... Ganhou na Africa do Sul, mas na prova seguinte, no Brasil, desistiu vítima de despiste, quando caiu uma chuvada no circuito. O seu rival Ayrton Senna conseguiu ganhar.
Na prova seguinte, em Donnington Park, no Domingo de Páscoa, Prost e Hill foram brindados com uma primeira volta de sonho feita pelo brasileiro da McLaren, que os ultrapassou no mesmo ponto! Prost terminou a corrida em terceiro, mas logo a seguir, a sua boa forma veio ao de cima: vitórias em Imola e Barcelona, e depois de um quarto lugar no Mónaco (numa corrida ganha por... Senna!), quatro vitórias consecutivas em Montreal, Magny-Cours, Silverstone e Hockenheim, lhe deram practicamente o seu quarto título mundial. Em Inglaterra, Prost alcançou a mítica marca das 50 vitórias, e na corrida seguinte, colocou a fasquia em 51. Um recorde batido sete anos depois por
Michael Schumacher.
Contudo, o seu companheiro Hill começou a igualá-lo, e algumas desistências estavam a complicar a conquista do tetracampeonato. No Estoril, na sexta-feira, dois dias antes da corrida, decidiu anunciar a sua retirada definitiva das pistas. Na corrida, depois da desistência de Hill e Senna, bastou ficar atrás do vencedor, Michael Schumacher, para celebrar o seu quarto título mundial. Acabaria o campeonato com
99 pontos.
A sua carreira na Formula 1: 202 Grandes Prémios, em 13 temporadas (1980-91, 1993), 51 vitórias, 33 pole-positions, 41 voltas mais rápidas, 106 pódios, 768,5 pontos oficiais em 798,5 pontos reais. Campeão do Mundo de formula 1 em 1985, 1986, 1989 e 1993.
Passada a sua carreira na Formula 1, é tempo de fazer as pazes, pelo menos com o seu maior rival, Ayrton Senna. Correram juntos uma última vez no Festival de Karting em Bercy, em Dezembro de 1993, e no ano seguinte, aceitou o posto de comentador na TV francesa
TF1. Nos treinos do fatídico GP de San Marino, em Imola, quando a emissora filmou uma volta no carro de Senna, este disse: "
Gostaria de saudar o meu velho amigo Alain. Estamos todos com saudades tuas". Foi a ultima vez que falaram juntos em público. Poucos dias depois, em São Paulo, no funeral do piloto brasileiro, ele foi um dos pilotos que levaram o seu caixão no Cemitério do Morumbi.
Nos dois anos seguintes, Prost é comentador da TF1, bem como conselheiro da McLaren e Relações Públicas da Renault. Ocasionalmente, fazia uns testes para a equipa de Ron Dennis, mas ele acalentava um sonho: ter a sua própria equipa. Desde há uns anos atrás que Prost tentava comprar a equipa Ligier, mas sempre falhava.
Então, em
1997, após esta ter sido comprada por
Flavio Briatore, Prost comprou-a e rebaptizou-a de
Prost Grand Prix. No primeiro ano, as coisas correram bem, com dois pódios para Olivier Panis e 21 pontos no final do campeonato. No ano seguinte, arranjou um contrato exclusivo com os motores Peugeot, cumprindo o sonho de ter uma "
Ecurie de France": chassis francês, motor francês, e pelo menos um piloto francês. Mas a temporada de 1998 foi um desastre, pois só conseguiram um ponto.
Em
1999, com Panis e o italiano
Jarno Trulli a bordo, as coisas melhoraram, conseguindo um pódio e nove pontos, e em
2000, Prost convence o seu ex-companheiro de equipa
Jean Alesi a correr com ele, ao lado do estreante
Nick Heidfeld. Resultado? Falhanço total. No final desse ano, sem pontos, a Peugeot sai pela porta pequena.
Sendo assim, vai obter motores Ferrari para 2001, rebaptizados de Acer. Alesi continua, desta vez tendo como companheiro o argentino
Gaston Mazzacane, que não aguenta mais do que quatro corridas, sendo substituido pelo brasileiro
Luciano Burti. A época corre um pouco melhor, conseguindo quatro pontos. Mas as dívidas acumulam-se, e Jean Alesi sai após o GP da Alemanha, acusando salários em atraso, sendo substituido pelo alemão
Heinz-Harald Frentzen, acabado de sair da Jordan. No final da época, Prost pede a falência e a equipa acaba.
Desde então, Alain Prost tem gozado a vida: observa a carreira do filho
Nicolas Prost na Formula 3 espanhola, e corre no
Troféu Andros, a bordo de um Toyota Auris, ao lado de
Olivier Panis, onde ganhou os dois últimos campeonatos (2007 e 2008).
Fontes: