Ontem estava a ler o texto que o Luis Filipe Almeida (mais conhecido por almeidafoto), escreveu sobre o BRM P207, o último Formula 1 que a BRM fabricou na sua existência. E fiquei curioso sobre esse fim inglório que uma equipa fundada 30 anos antes, para combater as máquinas alemãs e italianas, que foi campeã do mundo de Construtores em 1962, e teve nas fileiras pilotos de calibre como Graham Hill, Jackie Stewart, John Surtees, Jo Siffert, Pedro Rodriguez, Jean-Pierre Beltoise, Clay Regazzoni e Niki Lauda, teve um fim tão inglório. Usando o texto do Luis como ponto de partida, resolvi pesquisar mais fundo.
No final de 1973, a equipa tinha perdido o apoio da Marlboro, que foi para a McLaren. No ano seguinte, o patrocinador foi a Motul, e Beltoise foi secundado por Henri Pescarolo, já que Lauda e Regazzoni foram para a McLaren. Beltoise arrancou um segundo lugar na Africa do Sul, mas esse foi o "canto do cisne" para a equipa. No ano seguinte, com Ian Ashley ao volante, as coisas foram piores, nem sequer pontuaram. Por esta altura, Sir Alfred Owen, o homem que tinha resgatado a equipa nos anos 50, tinha morrido, e Louis Stanley, cunhado de Alfred Owen, tinha resgatado a equipa, no sentido de a reavivar. Sendo assim, não participaram na maior parte da temporada de 1976, preparando o regresso em 1977, com motor e caixa de velocidades própria, e um novo chassis, baseado no Ferrari 312T: o BRM P207.
Desenhado por Len Terry e Mike Philbeam, o carro era um monocoque em aluminio, onde coube quer o motor de 3 Litros da marca, bem como a caixa de velocidades. Foram construidos dois chassis, e foi contratado o australiano Larry Perkins para ser o piloto principal. Entretanto, Louis Stanley conseguiu o patrocinio da Rotary Watches, transformando o carro numa máquina aul clara e branca. O carro estreou-se em Interlagos, e revelou-se num fracasso: era seis segundos mais lento do que o resto do pelotão, e desistiu na primeira volta, com um sobreaquecimento no radiador. Na corrida seguinte, na Africa do Sul, o pessoal foi buscar o velho P201B (com três anos!), onde não teve melhor sorte. O 207 voltou em Jarama, desta vez com o sueco Conny Anderson ao voltante (Perkins foi tentar a sua sorte na Surtees). Não conseguiu qualificar-se, e apesar de terem tido mais dois pilotos (o belga Teddy Pilette e o inglês Guy Edwards), o resultado foi o mesmo: a não-qualificação.
Após mais uma tentativa frustrada em Monza, com Pilette ao volante, a BRM resolveu arrumar as coisas de vez, saindo da Formula 1 pela porta pequena. Como diz Rodrigo Mattar no seu blog Saco de Gatos: "O P207 foi uma pá de cal e tanto numa gloriosa história que se encerrou de forma melancólica no automobilismo."
Chassis: BRM P207
Projectista: Len Terry e Mike Pilbeam
Motor: BRM H12 de 3 Litros
Pilotos: Larry Perkins, Conny Anderson, Guy Edwards e Teddy Pillete
Pilotos: Larry Perkins, Conny Anderson, Guy Edwards e Teddy Pillete
Corridas: 8
Vitórias: 0
Pole-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 0
Pontos: 0
Fontes:
"Grand Prix - A História da Fórmula 1", Francisco Santos, Talento. Algés, 2003
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