sábado, 10 de novembro de 2018

Os planos da McLaren para as 500 Milhas de Indianápolis

Como é sabido, a McLaren anunciou esta sábado que estará em 2019 nas 500 Milhas de Indianápolis, com Fernando Alonso ao volante. Será um "one-off", descartando por agora uma temporada completa, porque querem se concentrar na Formula 1, para recuperar o prestígio perdido. Como é sabido, não vencem campeonatos desde 2008 e corridas desde 2013, e para além disso, a parceria com a Honda foi um desastre, sem pódios e apenas com duas voltas mais rápidas para demonstrar.

Contudo, a Racer americana conta que a McLaren Racing poderá fazer esta aventura no "Brickyard" por eles mesmos, em vez de estar ligado a outra equipa, algo do qual não fazem desde 1978. E essa aventura até poderia contar com um segundo carro, pelo menos, a ser verdade as declarações de Zak Brown.

"Isso vai ser feito pela McLaren Racing", começou por dizer Brown à revista americana. “É uma equipa de corrida que será criada [por nós] e nós somos uma grande equipa de corrida com muitos recursos. Estou extremamente confiante ou não teríamos entrado, que podemos dar o máximo no nosso esforço de Formula 1, bem como na Indy, sem um a comprometer com o outro", continuou.

Será [feito por] pessoas que não estão atualmente na nossa equipa de Fórmula 1. Será construído a partir de relacionamentos que nós temos. Será uma nova entrada da McLaren. Eu não acho que nós tivemos um plano original. Nós sempre tivemos o desejo de ir como McLaren Racing. A última vez que fizemos isso num prazo tão curto, eu acho que seria impossível, eram seis semanas entre anunciar e competir, e você não pode construir uma equipe de corrida tão rapidamente."

Então essa era uma das coisas que os acionistas e nós mesmos queríamos fazer, como McLaren Racing. É por isso que fizemos o anúncio hoje para arranjar tempo para trazer esses recursos e as pessoas para construímos a nossa própria equipa. ”, concluiu.

Apesar de eles terem descartado uma entrada a tempo inteiro em 2019, Brown acredita que esta presença pode ser um bom balão de ensaio para essa entrada a tempo inteiro, talvez a partir de 2020. E desconhecendo se Alonso irá fazer parte dessa equipa.

IndyCar: McLaren regressa às 500 Milhas em 2019

A McLaren regressará às 500 Milhas de Indianápolis em 2019, com Fernando Alonso ao volante. A noticia foi anunciada esta tarde em Interlagos por parte de Zak Brown. Para o piloto espanhol, vai ser a segunda vez que estará no "Brickyard", depois da sua primeira tentativa em 2017. Porém, ao contrário da primeira vez, não será com a Andretti.

Estamos anunciando o nosso regresso ao Brickyard e a essa incrível corrida. A McLaren tem um relacionamento longo e afetuoso com as 500 Milhas de Indianapolis e é um caso de assuntos por acabar para nós e com o Fernando. Nenhuma Indy 500 é fácil, é um enorme desafio. Temos o maior respeito pela corrida e pelos nossos concorrentes. Então, nós não temos ilusões. Mas a McLaren e Fernando são sobretudo pilotos, logo, competitivos. Nós estamos de volta", comentou Zak Brown.

Fernando Alonso, como seria de esperar, está feliz por regressar ao "Brickyard" para uma nova tentativa para participar, e claro, lutar pela vitória.

Deixei claro desde há algum tempo meu desejo de alcançar a Tríplice Coroa. Eu tive uma experiência incrível em Indianápolis em 2017 e eu sabia que no fundo do meu coração tinha de voltar se aparecesse [uma nova] oportunidade. Estou especialmente feliz em regressar com a McLaren. Essa foi sempre a minha primeira escolha se a equipa decidiu fazer isso, então estou feliz que eles tenham decidido ir em frente. É uma corrida difícil e vamos enfrentar os melhores, então será um grande desafio. Mas nós somos pilotos e é por isso que corremos. Uma das coisas pelas quais estou mais ansioso é ver os fãs novamente, que são absolutamente fantásticos.”, declarou Alonso no comunicado oficial.

Desde há uns tempos que se falava da chance do piloto espanhol de participar nas 500 Milhas, mas antes, também se falou em participar numa temporada completa da Indycar. Mas depois de um teste em Barber, a chance dissolveu-se devido às prioridades da McLaren em recuperar o seu lugar na Formula 1. Para além disso, Alonso também está a correr no Mundial de endurance, ao serviço da Toyota, e no calendário, poderia haver corridas onde haveria coincidências entre ambas as competições. Portanto, a acontecer, uma temporada na IndyCar poderá acontecer mais tarde na carreira. 

Formula 1 2018 - Ronda 20, Interlagos (Qualificação)

Com o campeonato de Construtores decidido - mas não o de Construtores, mas isso é uma questão de tempo - máquinas e pilotos foram a São Paulo para um Grande Prémio que até é popular para muitos pilotos, apesar de este ser o primeiro ano em quase meio século onde não há pilotos brasileiros. Mas isso não impediu que as bancadas do autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, estarem cheios de espectadores, para verem os carros passar.

A história desta qualificação foi essencialmente com o pessoal a olhar para o céu, por causa das nuvens ameaçantes nos céus de São Paulo. E à hora indicada, a qualificação começou com piso seco, e todos começavam a marcar tempos antes que o boletim meteorológico mudasse velozmente. E nos cinco minutos finais, a chuva começou a cair perto da meta, mas o piso ainda continuou a ficar relativamente seco para marcar tempos. 

Contudo, foi o suficiente para os McLaren, o Williams de Lance Stroll, o Toro Rosso de Brendon Hartley e o Renault de Carlos Sainz Jr. ficarem de fora da Q2.

Com o tempo lentamente a piorar - mas ainda com o piso seco - todos tentaram sair da pista o mais depressa possível na Q2, colocando os pneus supermoles. Rapidamente, colocaram os melhores tempos, excepto os Ferrari, e depois os Red Bull, que colocaram softs, para pouparem um jogo de pneus supermoles para a corrida. Os tempos foram suficientes para ficaram no "top ten" - Vettel ficou a menos de 50 centésimos de segundo do melhor, Valtteri Bottas - mas apenas na segunda metade da Q2 é que o piso molhado começou a prejudicar os tempos dos pilotos.

Mas pelo meio, houve a primeira polémica da tarde, quando Serguei Sirotkin apanhou um susto de Lewis Hamilton quando o viu lentamente no meio da pista. Ele foi para o relvado, mas voltou sem problemas. Claro, todos começaram a exigir penalização ao piloto inglês, mas no final, os comissários decidiram que não iria haver penalização.

No final, com o piso ainda seco na maior parte da pista, Kevin Magnussen, os Force India, Nico Hulkenberg e Serguei Sirotkin ficaram de fora. E entre os que estão na Q3, para além de Mercedes, Red Bull, Ferrari e Sauber, ficaram o Haas de Romain Grosjean e o Toro Rosso de Pierre Gasly.

A Q3 começou com... outra polémica, quando Sebastian Vettel teve problemas durante a pesagem, não desligando o motor e depois ao acelerar... quebrou-os. Pensava-se que isso seria penalização pela certa - ou até exclusão. Mas no final da qualificação, a organização decidiu no final da qualificação que iria multar o piloto em 25 mil dólares.

A chuva não caía fortemente - até tinha parado - e os pilotos começaram a marcar tempos. Primeiro Vettel, depois Hamilton, fizeram o melhor tempo, com o britânico a fazer 1.07,301. Contudo, as nuvens estavam na esquina, e poderiam cair a qualquer momento. Mas isso não impediu que Hamilton tivesse melhorado o seu tempo e manter a pole-position, com Sebastian Vettel a ser segundo e Kimi Raikkonen a ser terceiro, na frente de Valtteri Bottas. 

No final, a chuva não causou qualquer impacto e de uma certa forma, a hierarquia manteve-se. Mas sabendo que no domingo, as coisas poderão ser piores, com uma possibilidade maior de chuva, tudo pode acontecer.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Formula E: Revelado o DevBot 2.0 e a temporada Alpha

A Roborace começará já na primavera de 2019, em simultâneo com o campeonato da Fórmula E. Em principio, serão seis carros a participar na competição, com mais bólidos a aparecer em 2020, na "temporada Beta". Todas as equipas terão o mesmo hardware e só algumas partes do software poderão ser modificadas, pois é o objectivo do campeonato que os engenheiros se concentrem em evoluir apenas os algoritmos de condução autónoma.

Contudo, o carro usado será o DevBot, logo, terá espaço para um eventual piloto, pois a tecnologia ainda não está suficientemente desenvolvida para evitar possiveis tropeções e acidentes. Contudo, eles acreditam que em 2021 a tecnologia estará suficientemente desenvolvida para implementar os carros desenvolvidos por Daniel Simon.

Entretanto, esta semana, Lucas Di Grassi veio a Lisboa, para participar na Web Summit, e sendo o CEO da competição, ele detalhou o estado atual dos carros e falou sobre como dentro de alguns anos, a tecnologia terá impacto tanto no desporto, quanto no dia a dia dos condutores comuns. 

Em declarações captadas pela revista portuguesa online Exame Informática, Di Grassi admitiu que o carro autónomo ainda não é tão rápido quanto ele: "No início era 25 por cento mais lento do que eu, mas agora só já é 6% mais lento. Isto é uma prova que os algoritmos que controlam o carro estão a melhorar", afirmou. 

Apesar de "tropeções" como acidentes ao longo do processo de desenvolvimento, o piloto brasileiro desvaloriza esses acontecimentos: 

"Os acidentes fazem parte do processo de desenvolvimento, se não tivéssemos acidentes era um sinal que não estávamos a ser rápidos no desenvolvimento. Na pista há menos variáveis, o que nos permite focar-nos em algoritmos relacionados com a corrida, como o estilo de condução. Queremos criar um ambiente onde seja mais fácil evoluir a tecnologia e as pistas são fechadas, o que significa que carro pode bater sem magoar ninguém", declarou. 

Noticias: Equipas discutem pausa de Natal

Como existe hoje em dia uma pausa de verão, as equipas querem agora que haja uma pausa de Natal e Ano Novo. A ideia é que entre os dias 24 de dezembro e 1 de janeiro não haja atividades nas sedes das equipas, da mesma forma que em agosto não há atividades nas sedes das equipas, onde todos gozam pelo menos duas semanas de férias. 

Nesse período, as principais áreas que tem de estar fechadas são as operações em túnel de vento, o CFD, produção e montagem de peças, bem como a montagem de carros. E isso também inclui "qualquer atividade de trabalho de qualquer funcionário, consultor ou subcontratado envolvido em projeto, desenvolvimento ou produção [de automóveis]".

Contudo, esta medida tem de ser aprovada por unanimidade, para que ela possa entrar em vigor no inverno... de 2019. E há quem não vê com grandes olhos essa coisa, mesmo em termos culturais. Por exemplo, os japoneses trabalham no dia de Natal.

E para além disso, este período é usado muitas das vezes pelas equipas para acelerar a construção dos seus bólidos para as temporadas que vão começar, e uma interrupção de uma semana nessas atividades - os carros são apresentados a 1 de fevereiro - poderão prejudicar o desenvolvimento desses carros, bem como a pesquisa aerodinâmica desses carros. 

Neste momento, essa discussão está a acontecer no Grupo de Estratégia, e qualquer decisão terá de acontecer por estes dias.

Noticias: GPDA reúne-se em Interlagos para discutir competitividade

A GPDA - Grand Prix Drivers Assoiation - existe, apesar de nem sempre aparecer nas noticias. Como se costuma dizer no jornalismo, as boas noticias não são noticias. Mas quando os pilotos convocam a GPDA e esta aparece nos sites, é por algum motivo pertinente. E aqui, o motivo parece ser os pneus. 

Esta quinta-feira, o seu presidente, Romain Grosjean - sim, ele é o presidente da GPDA - convocou a reunião por causa do desempenho dos pneus nestas últimas corridas, especialmente no México, onde a sua performance caiu de tal forma que causou preocupações com a sua segurança. 

"Eu não acho que alguém pareça estar satisfeito", começou por dizer o australiano Daniel Ricciardo, da Red Bull. 

"Eles queriam um pneu onde nós pudéssemos correr mais por mais tempo, e sinto que estamos perto disso. Mas eu não sei como ter um pneu em que nós possamos esforçar, sem se degradar, então ainda podemos fazer uma corrida com duas ou três paragens nas boxes", concluiu.

Na corrida mexicana, a degradação dos pneus faz com que apenas os quatro primeiros tenham terminado na mesma volta do vencedor.

Contudo, Grosjean quer também falar sobre a competitividade do atual pelotão. "Não é só os pneus", começou por dizer o piloto da Haas.

"Eu não quero falar por todos os outros, mas sinto que precisamos dar nosso feedback e talvez tentar fazer um pouco mais, porque as corridas deixaram de ser divertidas. P6 no México a duas voltas do vencedor? Como você espera ver um carro do meio do pelotão no pódio se eles estão a uma ou duas voltas [dos da frente]? A diferença entre as grandes equipas e as pequenas é muito grande", continuou.

"Além disso, os pneus são tão complicados de entender, de dirigir, se você não tem força negativa, você os destrói e a diferença abre novamente", concluiu.

Se chegarmos a um ponto onde todos ficam felizes com aquilo que discutimos, devemos levá-los adiante para a Liberty ou quem quer que seja. [Não podemos ficar] sentados e não fazemos nada pelo desporto que amamos", concluiu.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

WRC: Meeke comenta sobre os seus tempos na Citroen

Kris Meeke afirma que a chegada à Toyota, depois de algum tempo afastado do WRC devido às circunstâncias do seu despedimento na Citroen, foi uma boa altura para tirar férias dos ralis e recarregar baterias para o desafio que aí vêm. Aos 39 anos de idade, ele afirma que estava desmoralizado depois da última temporada ao serviço da marca francesa. 

"Quando abandonei o campeonato em Maio [depois do seu acidente no Rali de Portugal] tomei consciência do quanto não estava a usufruir do meu emprego", começou por dizer em entrevista à britânica Motorsport News. O piloto disse ainda que não retirava satisfação por causa "de um conjunto de situações sobre as quais não posso falar.

Ele disse até que durante três anos não olhou para a cobertura mediática dos ralis. "Provavelmente um sinal de que eu não estava satisfeito...", comentou.

Agora que voltou à ativa com a Toyota, mostra o seu entusiasmo: "Quando vinha para Salou [centro nevrálgico do Rali da Catalunha] estava a trocar mensagens com o meu engenheiro da Michelin para saber que pneus tinham montado e a seguir os tempos intermédios. A 'fome' está de volta! O desporto ainda é a minha vida, mas quando se passa por uma situação como a de Maio, precisamos de desaparecer por uns tempos, de fazer um 'reset'", concluiu.

Explicar o fracasso da Faraday Future

Quem acompanha frequentemente o mercado automóvel, principalmente sobre a área elétrica, sabe que, apesar de ser ainda um nicho de mercado, é a que mais cresce neste momento. Só este ano - e a menos de dois meses do seu término - em Portugal se venderam cerca de 5700 automóveis, mais 1500 em relação a 2017. Mas isso tem condicionantes, e uma delas é que não se contabilizam ainda as vendas da Tesla. Logo, temos de pensar cerca de 150 automóveis, pelo menos.

O nicho alarga-se, e já se fala que este ano essas vendas poderão constituir cerca de cinco por cento das vendas totais, o que parece ser pequeno, mas é um marcado que dobra a cada ano que passa. E em 2019, provavelmente, poderemos ter dez mil carros vendidos, não ficaria admirado. E a razão é porque mais marcas entram nesse mercado: Jaguar, BMW, Mercedes, Hyundai, Kia, Volkswagen, Porsche... todos fizeram ou vão fazer carros elétricos, com baterias que poderão alcançar autonomias maiores, e tempos de carregamento mais velozes. E mesmo aqui, com os postos de carregamento a começarem a cobrar sempre que um carro para por lá e carrega a bateria - mas para encher pagam menos de dez euros, em contraste com os 60 de um depósito a gasolina - compensa muito mais ter um carro elétrico do que andar com os carros a gasolina e diesel. E vai compensar ainda mais quando as autarquias e governos começarem a vetar a passagem desse tipo de carros nos centros das grandes cidades europeias.

Mas o que quero escrever é que, mesmo com o sucesso da Tesla - este trimestre, apresentou enormes lucros - existirão fracassos mediáticos. Como o que vou falar agora, o da Faraday Future. A história é atribulada, é meias que certo, e já falei sobre ela no passado. Mas no final desta primavera, parecia haver uma esperança de "ressuscitação", graças à injeção de dois mil milhões de dólares da chinesa Evergreen Capital na empresa, para tentar levar para a frente o projeto da FF91, que até já tinha começado a construir os seus primeiros modelos de estrada. Contudo, nas últimas duas semanas, as coisas precipitaram-se.

Primeiro, a Evergreen deu o dito por não dito e cancelou a injeção dos dois mil milhões de dólares prometidos. Depois, a empresa começou a dispesar trabalhadores da sua fábrica de Hanford, na California, e na semana passada, três dos seus diretores, Peter Savagian, Nick Sampson e Dag Reckhorn, foram-se embora. Agora, segundo conta a Electrek, a fábrica vai fechar, provavelmente de vez.

Quem conhece a história da Faraday Future sabe mais ou menos do que se trata: fundada pelo chinês Jia Yueting, dono do grupo Le.com, basicamente era um projeto onde se tentava construir uma rival à Tesla. Foi fundada em 2014, a sua ideia era de construir carros de luxo elétricos. Mas sempre houve problemas desde o inicio, especialmente porque Yueting parecia querer construir tudo ao mesmo tempo e a sua expansão tinha ido longe demais. E sempre houve desconfianças desde o inicio. E o FF91, que apareceu em 2016, não as apagou. Quando Yueting ficou sem dinheiro e as autoridades locais começaram a fazer perguntas - o seu império desmoronou em 2017 e ele se exilou na California - ele vendeu a sua parte na Faraday para a Evergrande. Só que este verão, ele processou-os por "quebra de contrato". E daí, estes últimos deixaram de injetar dinheiro na Faraday, para chegarmos a este ponto. 

Não ficaria admirado se a firma declare falência nas próximas semanas e feche as portas, para depois comprem em leilão as instalações, os carros e a tecnologia para depois montar outra marca por cima desta. Foi o que fizeram com a Fisker quando faliu e dali, uma firma chinesa a comprou, fundando a Karma, usando os projetos da firma anterior.

E ainda há mais marcas que, discretamente, andam a construir os seus carros elétricos para mais tarde venderem, como a Lucid Motors, a chinesa NIO ou a sueca Uniti, entre outros.

Porque, se formos a ver, esta situação não é mais do que uma má gestão de uma "startup". O seu produto é bom, e pelo que se vê de outras marcas - as vendas da Tesla, graças ao seu Modelo 3, ultrapassaram as da BMW nos Estados Unidos - logo, outras marcas poderão querer imitá-la. E não falo só das "startups", falo também das marcas de automóveis, estabelecidas há mais de um século, e tem de abraçar o elétrico sob pena de não terem futuro.

E para a Faraday, o futuro parece que terminou.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

A imagem do dia

De repente, passou um quarto de século. De como boa parte da década de 80 terminou naquele dia, pois não foi só Alain Prost e o seu quarto título mundial. Foi o dia da última vitória de Ayrton Senna, o dia em que Riccardo Patrese pendurou de vez o seu capacete, depois de 256 Grandes Prémios. Ainda tivemos Andrea de Cesaris que provavelmente não tinha lugar para correr em 1994, mas que ainda iria ter uma chance de participar à custa das desgraças de outros, numa temporada atipica.

Mas naquele dia em Adelaide, ver encerrada uma temporada em que Prost dominou de forma burocrática e Senna deu o seu melhor numa máquina inferior - há quem diga que este provavelmente poderá ter sido a sua melhor temporada - e no final, a rivalidade entre ambos foi exatamente isso: uma rivalidade. Não uma guerra, e nenhum deles queria o pescoço um do outro. Apenas queriam ganhar.

Senna sabia que tinha um rival e soube aproveitar isso para dar o melhor de si. E em muitos aspectos, ele beneficiou, e noutros, foi Prost o beneficiado. No final, o francês tinha mais títulos e vitórias que o brasileiro, mas o francês tinha mais quatro temporadas que ele, e tudo indicava que bastava uma temporada ao mais alto nível para Senna o alcançar. E ainda por cima, ele iria ficar com o lugar dele. Não era oficial, mas todos no paddock sabiam.

Contudo, todos também sabiam que iria haver novos regulamentos para 1994, e boa parte da electrónica iria ser banida. E quem se adaptasse melhor a esses novos regulamentos sairia melhor. E não seria a Williams... não sabíamos, mas estávamos vivendo a bonança antes da tempestade.

Vai chover em Interlagos!

Está a chover por estes dias em São Paulo, e até domingo, esse poderá ser o panorama geral. Com as temperaturas altas, na ordem dos 22 a 26 graus, ao longo do final de semana, é a precipitação que irá causar impacto. Se na sexta-feira, elas poderão ser relativamente baixas, mas constantes - na ordem dos 30 por cento - estas poderão subir no sábado e domingo, altura da qualificação e corrida, podendo causar impacto.

No domingo, as chances de chuva aumentam para perto de sessenta por cento, estando ainda no meio da semana. É óbvio que ainda faltam mais alguns dias, mas a hipótese de termos uma corrida chuvosa pela frente é absolutamente possivel. E uma corrida chuvosa, nos tempos que correm, poderá ser uma onde o Safety Car poderá andar o tempo todo na frente do pelotão...

Veremos o que vai ser este fim de semana.

Noticias: Apresentado o GP do Vietname

Como era de esperar - e sobre o circuito, mostrei o seu desenho ontem - a Formula 1 anunciou a chegada do Vietname ao calendário, numa prova a acontecer em 2020. O circuito terá 5565 metros e será desenhado por Hermann Tilke na zona desportiva da capital vietnamita, à volta do estádio nacional.

Algumas das curvas terão inspiração noutros circuitos. A curva 12 é inspirada na Sainte Devôte do Mónaco, e as 16-19 são inspiradas nas curvas 2-6 do circuito de Suzuka.

Charlie Whitting acredita que tudo estará pronto a tempo para a primeira corrida, apesar de as obras na parte não-urbana ainda não terem começado.

"[A ação] é essencialmente nas ruas, mas há uma seção que ainda não foi construída", explicou ele.

"Esse é um sitio aberto onde os prédios serão construídos. Parte da pista será construída lá, o que não existe no momento. Mas se tornará uma pista depois disso."

O Vietname vai-se tornar no segundo país do Sudeste Asiático a acolher um Grande Prémio, depois de Singapura, que têm a Formula 1 desde 2008.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

CPR: 34 pilotos inscritos no Rali do Algarve

Trinta e quatro carros irão estar presentes no último rali do Campeonato Português de Ralis, o Rali do Algarve, que vai acontecer nos dias 16 e 17 de novembro. Desses, dezasseis dos carros serão R5, e haverá doze duplas estrangeiras, pois a prova contará para o European Rally Trophy (ERT).

Quanto aos concorrentes, as grandes novidades serão a presença de Miguel Nunes na equipa oficial da Hyundai Portugal, que correrá no lugar de Carlos Vieira, pois ainda continua a recuperar do seu acidente no Rali Vidreiro, em junho. Para além disso, os madeirenses Alexandre Camacho e Pedro Paixão (ambos em Skoda Fabia R5) e o açoriano José Paula (Peugeot 208 T16 R5) também participarão neste rali.

Quanto aos internacionais, o destaque é para Nikolay Gryazin, que corre com licença letã, apesar de russo. O irlandês Josh Moffet e o espanhol Ivan Ares, ambos habituais participantes do Europeu de Ralis, também participarão no Rali do Algarve, fazendo parte do European Rally Trophy. 

A imagem do dia

Este pode ser o circuito que a Formula 1 receberá em 2020 quando for ao Vietname. A apresentação oficial será amanhã, e dos que já viram a fotografia, o que há em comum é falarem sobre as parecências com o proposto circuito de Miami, que era para acontecer em 2019, mas acabou por não ir para a frente, pressionado pela população local.

O desenho foi encontrado no blog The Judge 13, normalmente bem informado sobre o meio da Formula 1. Não se sabe em que sentido é que a pista será corrida - há contradições entre o ser a favor ou contra os ponteiros do relógio - e acontecerá na zona desportiva da capital vietnamita, onde está, entre outros, o Estádio Nacional.

Apesar de haver apoio governamental, ainda se espera pela aprovação da FIA para entrar no calendário, pois só assim é que se pode dizer que teremos corrida em abril de 2020 naquelas paragens, segundo se diz. E não só será a primeira pista a entrar sob a égide da Liberty Media, como será o terceiro país do Sudeste Asiático a receber a Formula 1, depois de Singapura e Malásia, que recebeu a Formula 1 de 1999 a 2017.

Ralis: Volkswagen poderá envolver-se mais com o Polo R5

O regresso da Volkswagen aos ralis, através dos Polo R5, no Rali da Catalunha, através de Petter Solberg e Eric Camili, fez repensar um pouco os planos da marca alemã em relação aos seus carros. Inicialmente pensavam em vender exemplares apenas a privados, mas já pensam em alargar isso mais um pouco, como correr em algumas provas do Mundial e do Europeu de ralis. 

Contudo, haveria condições: apenas seriam algumas provas e nenhuma delas fora da Europa. 

"Temos uma lista de coisas que podem tornar o carro mais rápido. Tivemos uma grande curva de aprendizagem em terra mas especialmente em asfalto molhado. O Petter nunca tinha testado o carro nestas condições e nós não tínhamos muita experiência", começou por afirmar Sven Smeets, o diretor desportivo da marca de Wolfsburgo.

Quanto ao futuro, Smeets afirma que em 2019, não será tão cedo assim. "Não será este ano nem será no Monte Carlo do próximo ano", nem na Suécia já que "temos clientes que vão correr lá. Poderemos fazer alguns ralis do Europeu, talvez façamos Ypres ou o Barum ou provas do género", concluiu.

Mas Smeets afirma querer de novo os préstimos de Solberg e Camili no futuro, para poder desenvolver o Polo R5. Quanto a encomendas, em 2019 poderão ser vistos pelo menos 15 desses carros um pouco por toda a Europa, Portugal incluído.

Formula E: Alonso considera uma temporada na competição

A temporada de 2019-20 poderá ser impactante, pois surgiram noticias de que Fernando Alonso poderá estar a pensar uma temporada na Formula E. Cada vez mais eclético - corre no Mundial de Endurance ao serviço da Toyota enquanto está a cumprir a sua última temporada na Formula 1 - anda a pensar noutros horizontes, como a IndyCar. Mas esta terça-feira, surgiu a noticia de que considera também o campeonato de carros elétricos. As conversas até agora são informais, e qualquer movimento terá que ter em conta o seu contrato na Endurance.

"Temos conversado com Fernando há uns tempos numa base informal e ele sempre foi muito claro connosco", começou por dizer um porta-voz da Fórmula E ao e-racing365.

Espero que ele dê uma olhada mais de perto no nosso campeonato e aprecie o quanto os pilotos podem fazer a diferença nas nossas corridas e, em seguida, avalie seu interesse em se juntar ao grupo. Será então que as equipes irão atrás de um talento tão grande, mas ele será sempre bem-vindo ao nosso campeonato", prosseguiu.

Contudo, as fontes afirmam que qualquer abordagem não acontecerá antes do verão de 2019, quando terminar o campeonato de Endurance, que coincidirá com o final da temporada de carros elétricos. Também se afirma que não há qualquer condicionante em relação à equipa que escolher, já que o seu contrato com a Toyota é meramente competitivo, sem cláusulas de exclusividade.




segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Formula 1: Leclerc não se sente pressionado

Charles Leclerc afirma não sofrer a pressão por correr na Ferrari em 2019. No seu ano de estreia e depois de obter 27 pontos ao serviço da Sauber, o piloto monegasco afirma que não sente a pressão por correr ao lado de Sebastian Vettel na próxima temporada. 

"Eu sempre quis ir para lá [Ferrari] o mais rápidamente possível", disse Leclerc à Autosport britânica.

"A pressão não é algo que esteja a sofrer. Eu não acho que isso seja um problema no ano que vem. Obviamente, já este ano houve um pouco de expectativas sobre eu estar indo bem, e novamente no próximo ano vai ser mais ou menos a mesma coisa. Então, eu estou apenas tentando me concentrar no meu trabalho, e tentando extrair todas essas expectativas da minha mente, e realmente focar cem por cento na minha condução", continuou.

Já Vettel disse que pretende ter o feedback de Leclerc para poderem trabalhar juntos na próxima temporada. Em declarações à motorsport.com, o alemão, tetracampeão do mundo, disse esperar colaboração por parte do piloto de 21 anos e que vai substituir Kimi Raikkonen.

"Vai ser diferente, com certeza, porque Charles não é Kimi e Kimi não é Charles", começou por dizer Vettel. “Ele é jovem, então ele terá muita coisa em mente. Então, acho que para a equipa, precisamos trabalhar juntos na pista. Tenho certeza que ele quer me bater, e eu quero vencê-lo, as regras são claras. Foi o mesmo com Kimi. Mas acho que a chave é que trabalhamos juntos e, como eu disse, terá muitas coisas a acontecer na sua cabeça.”, continuou.

Eu sou seu companheiro de equipa, então também estou aqui para ajudar. Eu serei o último que irá esconder ou jogar algum jogo. Por isso é que acho que me dou muito bem com o Kimi, temos esse respeito, somos muito parecidos. Então vamos ver.”, concluiu.

Youtube Formula 1 Classic: Formula 1 antiga com grafismo moderno

"Clássicos Modernos", conhece essa expressão? Pois bem, este repaz decidiu fazer algo bem simples, que foi pegar em videos antigos de Formula 1 e colocar os gráficos modernos que existem hoje em dia, neste ano da graça de 2018.

Eu direi que ficaram bons, embora tenha ficado a faltar uma imagem da qualificação, por exemplo. Acho que teria ficado completo. Mas mesmo assim, vejam na mesma.

domingo, 4 de novembro de 2018

A imagem do dia

Na foto, Mari Hulman-George está a dar a partida para as 500 Milhas de Insdianápolis de 2009.

Para contar esta história, tenho de recuar 70 anos no tempo, para 1944. Em plena II Gierra Mundial, Wilbur Shaw, vencedor por três vezes das 500 Milhas de Indianápolis, resolve usar a pista para um teste de pneus da Firestone. Encontra a pista ao abandono: as ervas cresciam no asfalto, as bancadas de madeira sofriam com os elementos e algumas partes ameaçavam cair. Apenas tinham passado três anos sobre a última vez que os carros tinham corrido, e aquele lugar, que muitos consideravam como a catedral do automobilismo americano, estava a ficar irreconhecível. 

Shaw falou com o dono, Eddie Rickenbaker, que então era o presidente da Eastern Airlines e ás da I Guerra Mundial, e perguntou se o Indianápolis Motor Speedway estava à venda. Ele disse que sim, porque a sua ideia era de demolir e vender a terra para construirem um bairro. Shaw escreveu para todas as marcas, perguntando se não queriam comprar a pista. Todos respondiam que sim, mas com a ideia de o tornar na sua pista de testes privada. Shaw não queria isto e virou-se para os homens de negocios locais. Encontrou a salvação num senhor de Terre Haute chamado Tony Hulman

Hulman tinha conduzido ambulâncias na I Guerra Mundial, e herdou o negócio da família aos 30 anos. Entre outras coisas, a Hulman and Company fazia a marca Clabber Girl, especializada em farnhas para bolos. E ele era fã de automobilismo, bem como das 500 Milhas. Em novembro de 1945, ele e Shaw compraram a pista por 750 mil dólares e fizeram o que tinham de fazer para estar pronto a tempo da edição de 1946. Tudo muito básico. Hulman ficou com a parte financeira, com Shaw a ser o responsável pelas operações do dia-a-dia. A parceria funcionou e a prova reavivou o seu prestígio nos anos seguintes.

Contudo, a 30 de outubro de 1954, na véspera do seu 52º aniversário, Shaw morre em Decatur, no Indiana, vitima de um acidente aéreo. Hulman ficou com o bebé nas mãos, e ele não estava nas operações do dia-a-dia. Foi nessa altura em que iniciou a tradição de aparecer no dia da corrida, com um microfone na mão, para anunciar: "Gentlemen, Start Your Engines" (Senhores, liguem vossos motores). Hulman andou nisso até 1977, meses antes de morrer, aos 76 anos.

Tony casou com Mery Fendrich, e tiveram uma filha, Mari Hulman George, nascida a 26 de dezembro de 1934. Em 1959, Mari deu-lhes um neto, Tony George. Aos poucos, os Hulman deixaram de ser ligados aos seus negócios para serem ligados ao Indianápolis Motor Speedway. A partir de 1978, foi a mãe que deu o sinal para os pilotos ligarem os seus motores, e a meio da década de 90, foi Mari quem deu o sinal. E o deu ao longo dos anos, sem falhar, mesmo nas ocasiões mais especiais, como o centenário das 500 Milhas, em 2011.

Quanto a Mari George, tinha-se casado em 1957 com Elmer Geroge. Piloto, depois de pendurar o capacete, tornou-se no vice-presidente da Indianápolis Motor Speedway, e ajudou a montar a cadeia de rádio da pista. Na noite de 31 de maio de 1976, semanas depois de Elmer e Mari pedir o divórcio, este foi morto por Guy Trollinger, tratador de cavalos na sua quinta em Terre Haute, alegadamente por causa dos rumores de ele era o amante de Mari. Ela não voltou a casar. 

Em 1988, ela tomou conta da Indianápolis Motor Speedway da sua mãe, e ficou até 2016, quando entregou o dia-a-dia da pista ao seu filho, Tony George. Com as polémicas que todos sabemos, mas todos devem aos Hulman-George pelo facto da pista e da competição se ter tornado no que tornou, uma das mais importantes e mais conhecidas não só da América, como a do mundo, e foi no seu tempo que alargaram as provas para além da IndyCar. Quer na NASCAR, quer na Formula 1, quer na MotoGP, com maior ou menor sucesso. 

Mari Hulman-George morreu ontem aos 83 anos, e ao longo do dia, todos reconheceram a sua contribuição para a pista, para o nome da Indianápolis Motor Speedway no mundo, e para as causas humanitárias. Ars longa, vita brevis, Mari.  

WRC: Catalunha vai deixar de ser mista

O Rali da Catalunha, prova única no WRC por ter pisos em asfalto e terra, vai deixar de ter essa mistura, passando a ser exclusivamente em asfalto. A razão, segundo conta o site rallye-magazin.de, tem a ver com os custos e a logística do rali.

"Os custos de transporte, logística e testes para Espanha não têm relação directa com o retorno mediático. Não importa se conduzimos por meio dia ou três dias, o material tem de ser todo revisto e o esforço é enorme," revelou Malcom Wilson, o líder da M-Sport, que é a favor dessa medida.

Contudo, a medida não é consensual. A Hyundai até é a favor do atual "status quo", como disse  Alain Penasse, um dos diretores da marca coreana. "Deveríamos mudar para pisos mistos, faz parte do ADN dos ralis. Os custos são fáceis de reduzir, por exemplo, nos salários dos pilotos.", comentou.

Uma coisa é certa: tal ideia não será implementada antes de 2020, pelo menos de acordo com a organização. E apesar desta mesma dizer que poderão colocar qualquer uma das superfícies, a maioria das opiniões inclina-se para o asfalto, já que boa parte dos ralis do campeonato são de terra.

O rali desta ano aconteceu no final de outubro, com a vitória de Sebastien Loeb, no seu Citroen C3 WRC.