sábado, 28 de janeiro de 2023

A imagem do dia


Há meio século, em Buenos Aires, Emerson Fittipaldi fez aquilo que poderá ter sido a sua melhor corrida da sua carreira na Formula 1. Numa corrida emocionante, o piloto brasileiro conseguiu o impossível: uma corrida de ataque contra os seus rivais, e num asfalto abrasivo no qual tinha de fazer gerir os pneus até ao fim. 

No inicio de 1973, Fittipaldi aproveitava o seu título mundial, julgando ter o melhor chassis do pelotão. Mas no final da temporada passada, a Tyrrell tinha feito o modelo 006, e com ele, Jackie Stewart tinha conseguido vitórias nas duas últimas corridas do ano, as americanas. Logo, o escocês parecia que iria ter um carro capaz de chegar às vitórias, e quem sabe, títulos. 

Mas como no ano anterior, o poleman era inesperado: o BRM de Clay Regazzoni, ex-Ferrari, tinha superado os melhores carros e parecia ter a vantagem sobre a concorrência. 

A pista de Buenos Aires tem diversas versões. Ora pode ir muito rapidamente, grande, mas veloz, ora pode ser mais sinuoso e por causa disso, a corrida terá muitas voltas. E neste ano, foram 96 as passagens pela meta que os pilotos fariam, com tempos na casa dos 1.13 minutos. E o calor poderia prejudicar os pneus, numa corrida de quase duas horas. 

Regazzoni ficou com o comando durante as primeiras 28 voltas, antes que os pneus cedessem ao calor e ele foi superado pelo Tyrrell de Francois Cevért. Fittipaldi era quarto, e depois ficou em terceiro, à medida que o suíço perdia tempo com os seus pneus destruídos. Aliás, acabaria em sétimo, a três voltas do triunfador. 

Mais ou menos a meio, Fittipaldi tinha avaliado a situação. O seu carro era bem equilibrado, tinha conservado os pneus, e havia um ponto de passagem para apanhar o escocês, que estava na sua frente, que faria de tudo para que o seu companheiro de equipa triunfasse por ali. Ele partiu para o ataque, mas apesar dos bloqueios de Stewart, a 20 voltas do final, Fittipaldi levou a melhor. Os travões do carro do piloto escocês também não estavam em forma, e isso ajudou a esse desfecho.

Depois, foi ao ataque. O recorde da volta baixou seis vezes, e em 10 voltas, encostou-se à traseira de Cevért. Este fechava-o, impedindo de o tentar ultrapassar, no mesmo lugar onde tinha feito isso a Stewart. Mas a 10 voltas do fim, Fittipaldi forçou a barra: ou passava, ou ambos acabariam ali. Foi duro, mas leal, mas o brasileiro conseguiu ficar com a liderança. 

Atrás, também estava-se a fazer história. Desde o ano anterior que o irmão de Emerson Fittipaldi, Wilson Fittipaldi, na Brabham. Tinha pago o seu lugar na Formula 1, e sendo o mais velho, o seu palmarés era o mais pequeno. Ao longo de 1972, a sua temporada não tinha conseguido nada de relevante, contra Carlos Reutemann e Graham Hill, mas logo no inicio da nova temporada, as coisas correram bem para Wilsinho, o "Tigrão". 12º na grelha, as coisas correm bem para ele e acaba na sexta posição, e pela primeira ocasião na história da Formula 1, dois irmãos pontuavam numa corrida. 

Há meio século, em Buenos Aires, história estava a ser feita.   

Formula E: Wehrlein novamente o melhor na segunda corrida em Ad Diyriah


Pascal Wehrlein triunfou pela segunda vez em paragens sauditas. O piloto alemão da Porsche voltou a levar a melhor sobre Jake Dennis, da Andretti, enquanto René Rast conseguiu a terceira posição, aguentando os ataques de Sam Bird

Quanto a António Félix da Costa, a má qualificação prejudicou a recuperação na corrida, conseguindo apenas chegar ao 11º posto, ficando fora dos pontos.  

Como ontem, a corrida aconteceu depois da noite se ter elevado nos céus das Arábias. Quando os semáforos se apagaram, Evans passou para a frente, relegando Hughes para segundo.  As coisas andaram calmas nas primeiras voltas, tempo suficiente para aquecer os pneus, e os pilotos a estudarem uns aos outros, antes da abertura do local do Attack Mode, onde todos tinham direito a quatro minutos.

Os dois NIO foram ao Attack Mode - dois minutos cada um - na nona passagem pela meta, perdendo algum tempo, e uma volta mais tarde, Evans foi para o Attack Mode, ficando com a energia extra por três minutos, caindo para terceiro. A seguir, foi Jake Hughes, que caiu para terceiro, e tinha dois minutos de energia extra para regressar para a liderança.

Na volta 11, René Rast passa pelo Attack Mode... e mantêm a liderança! Com dois minutos concedidos, esperava afastar-se da concorrência, pois Evans estava a ficar sem energia. Atrás, Wehrlein ja era terceiro, com Mortara, no seu Maserati, a seguir, em quarto. O alemão da Porsche passou o neozelandês da Jaguar e já era segundo, partindo à perseguição do seu compatriota da McLaren.

Wehrlein foi ao Attack Mode na volta 16, para ter três minutos de energia extra, mantendo o segundo posto e indo ao ataque à liderança. Na volta seguinte, Rast foi ao Attack Mode pela segunda vez e Wehrlein ficava com a liderança. Ele foi ao Modo de Ataque na volta 20 e manteve a liderança, com Rast e Evans atrás de si. Ao mesmo tempo, Jake Dennis conseguiu passar Ediardo Mortara e ficar com a quinta posição. Depois, na volta 24, o britânico passou Evans e chegou ao terceiro posto.

Foi nessa altura - volta 26 - Dennis passou pelo Attack Mode e tentou apanhar Wehrlein, sem grande sucesso. Bird subia para terceiro, passando Evans, enquanto o suíço Nico Muller batia no muro, fazendo sair o Safety Car e juntando toda a gente. Faltavam 12 voltas para o final. 

E no computo geral, havia gente sem ter passado pelo Modo de Ataque. Sam Bird era um deles. Edoardo Mortara outro Jake Dennis tinha três minutos de sobra. E tinham de passar, caso contrário, seriam penalizados.

A corrida retomou na volta 30, com Mortara e Gunther a irem ao Modo de Ataque, com Bird e Denis a irem a seguir. Rast quis aproveitar e ficou com o terceiro posto, mas tinha de aguentar o assédio de Bird. Atacou, mas falhou a travagem e ficou mais adiante.  

Na frente, Dennis tentava apanhar Wehrlein, enquanto Rast aguentava Bird, que ia depois ao Attack Mode, e atacar novamente para alcançar o pódio. No final, apesar das pressões, ficou com o lugar do pódio, com Wehrlein a conseguir a sua segunda vitória consecutiva, fazendo o fim de semana perfeito.  

Quando ao campeonato, Wehrlein é agora o líder, com 68 pontos, contra os 62 de Jake Dennis. 

A Formula E prossegue dentro de duas semanas, em Hyderabad, na estreia da competição em paragens indianas. 

Formula E: Jake Hughes foi o melhor na segunda qualificação saudita


Jake Hughes conseguiu este sábado a pole-position para a segunda corrida do fim de semana em Riade, batendo na final o Jaguar de Mitch Evans. O piloto da McLaren conseguiu a sua primeira pole da temporada, o que é um excelente recompensa a um dos pilotos mais rápidos do pelotão atual. Quanto a António Félix da Costa, foi uma má qualificação, eliminado logo na fase de grupos e a partir de um muito modesto 17º posto da grelha.

Depois de uma corrida bem disputada ontem, com uma vitória da Porsche, com Pascal Wehrlein, hoje esperava-se um pouco mais do mesmo: competitividade e imprevisibilidade. E no primeiro grupo, que tinha metade do pelotão, entre eles Jake Dennis (Avalanche Andretti Formula E), Sebastian Buemi (Envision Racing), Sam Bird (Jaguar TCS Racing), Jake Hughes (Neom McLaren Formula E Team), Nick Cassidy (Envision Racing), António Félix da Costa (TAG Heuer Porsche Formula E Team), Stoffel Vandoorne (DS Penske), entre outros, depois dos primeiros minutos a tentar aquecer os pneus, Hughes acabou por fazer o melhor tempo, seguido de Dennis, Sergio Sette Câmara (NIO 333 Racing) e Buemi.

Na fase final, depois de uma troca de pneus, Hughes fez uma excelente volta, seguido por Felix da Costa, antes de Sam Bird passar para a frente dos tempos. Hughes deu outra volta e regressou ao topo da tabela, enquanto Felix da Costa não conseguiu ser mais que nono no grupo, a meio segundo. 

No segundo grupo, que tinha entre outros, o vencedor de ontem, Pascal Wehrlein (TAG Heuer Porsche Formula E Team), acompanhado de, entre outros, Lucas di Grassi (Mahindra Racing), André Lotterer (Avalanche Andretti Formula E), René Rast (Neom McLaren Formula E Team), Jean-Éric Vergne (DS Penske) e Mitch Evans (Jaguar TCS Racing), entre outros, a sessão começou com Rast a passar para a frente das operações, com Evans logo a seguir destronar o piloto da McLaren. Vergne e Wehrlein completavam provisoriamente o top 4. 

Depois da troca de pneus feita a meio da sessão, os carros regressaram à pista para as derradeiras tentativas. Ali, Sasha Fenestraz (Nissan Formula E Team), chegou a entrar nos quatro primeiros, mas Evans conseguiu melhor e terminou como o mais rápido do grupo. Rast, Wehrlein e Edoardo Mortara (Maserati MSG Racing), ficaram com os restantes lugares.

Nas eliminatórias, a grande surpresa foi no duelo entre Wehrlein e Rast, onde apesar de ter sido muito renhido, foi Rast a liderar durante a volta toda passando à próxima fase, com a McLaren a colocar dois carros nas meias-finais (Hughes bateu Dennis no duelo de Jakes) e Wehrlein a ficar de fora logo nos quartos.

Na meia final, Hughes bateu Buemi, o poleman da corrida anterior, demonstrando toda a sua velocidade e mantendo sempre Buemi a uma distância segura suficiente para passar à final. Pensava-se que seria um duelo entre McLarens, mas Evans conseguiu uma vaga na final, conseguindo melhores resultados que Rast no segundo duelo das meias finais.

E no derradeiro confronto, Hughes conseguiu a pole para a corrida de mais logo, encontrando quase um décimo na última curva para bater o neozelandês da Jaguar. Definitivamente, tem de se colocar este neófito como um dos candidatos ao título desta temporada da competição elétrica... 

A corrida acontecerá pelas 17 horas, e em Portugal, poderá ser seguido na Eleven 2 e na Eurosport. 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Formula E: Wehrlein triunfou na primeira corrida de Ad Diyriah


O alemão Pascal Wehrlein deu à Porsche a sua primeira vitória do ano na Formula E, que se realizou na sexta-feira no circuito de Ad Diyriah, na Arábia Saudita. Ele conseguiu bater Jake Dennis para ser o melhor, com Sam Bird a ficar no lugar mais baixo do pódio. Quanto a António Félix da Costa, foi uma sexta-feira para esquecer, com uma colisão na volta inicial, acabando num discreto 18º posto. 

Com Sebastien Buemi na pole, a partida foi complicada. Conseguiu aguentar Jake Hughes e ficou com primeiro posto depois das primeiras curvas. Atrás, ambos os Mahindra colidiram e para evitar ser vítima, o Porsche de Félix da Costa, acabou por ir parar à parede, tendo de ir às boxes para trocar de bico e ficando no fundo da grelha e com a corrida arruinada.

Safety Car instalado, algumas voltas para limpar os detritos, no regresso, Hughes foi passado por Bird para ser segundo e começa a perseguir Buemi pela liderança. Algo que consegue na volta 7, sendo o segundo comandante da corrida. Atrás, Wehrlein aproveitou um erro de René Rast para ficar com o quarto posto e colar-se atrás de Hughes. Rast agora era pressionado por Mitch Evans e Dan Ticktum, que entretanto, tinha passado pelo Attack Mode.

Entretanto, os eventos na primeira volta ainda causavam estragos. Evans recebeu um aviso que tinha sido penalizado com cinco segundos adicionados ao seu tempo total, ficando de fora das lutas pelos primeiros lugares. 

Na volta 14, Wehrlein estava no Attack Mode e foi para cima de Hughes para ficar com o terceiro posto, mas defendeu-se muito bem. Três voltas mais tarde, o piloto da McLaren rumou para o Attack Mode e caiu para quinto no processo. Por esta altura, Bird era o líder, mas tinha alguma distância sobre Wehrlein, que tentava o alcançar, aumentando o ritmo.

Buemi foi para o Attack Mode na volta 24, e quase a seguir foi Wehrlein, que já se tinha aproximado de Bird. Com a energia extra, partiu para o ataque e tentou ultrapassar Bird na penúltima curva da volta 25, mas não conseguiu segurar o monolugar em condições de manter a posição e viu o Jaguar a voltar a assumir o primeiro posto.

Mas o alemão não desistiu. Nas voltas seguintes, ele andou atrás de Bird, tentando atacá-lo nas curvas 18 e 19 para o passar, mas só na parte final da corrida, com uma manobra arriscada, pois passou pela parte mais suja da pista, Wehrlein assumiu a liderança do pelotão e travou as intenções de Sam Bird de contra-atacar na curva seguinte. E foram assim, até à meta, onde depois dos três primeiros, Buemi fo o quarto, René Rast o quinto - e com a volta mais rápida - levando a melhor sobre Nick Cassidy.

Na geral, Dennis lidera com mais um ponto que Wehrlein, enquanto Buemi é o terceiro, com 23 pontos. 

A Formula E regressa amanhã para a segunda corrida em paragens sauditas.   

CPR: Craig Breen é anunciado como piloto da Hyundai Portugal


A suspeita existia desde há umas semanas, e hoje aconteceu o anuncio oficial: o irlandês Craig Breen, que tem um contrato parcial pela Hyundai oficial, correrá pela mesma marca no Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) de 2022 pela Hyundai Portugal, ao lado de Ricardo Teodósio. Ambos correrão num i20 Rally2.

Estou muito entusiasmado com este projeto, vai ser muito desafiante competir em simultâneo nos dois campeonatos, e sinto-me muito motivado por correr em Portugal com o Team Hyundai Portugal. Vou arrancar a época do WRC na Suécia, mas já não vejo a hora de estar em Fafe convosco.”, referiu o piloto irlandês na cerimónia de apresentação da equipa para 2023. 

É um orgulho fazer equipa com o Breen, a quem dou as boas-vindas. Para mim, é um privilégio continuar no Team Hyundai Portugal, e encaro 2023 com uma responsabilidade acrescida para lutar pelo título. Vai ser certamente uma época emocionante e desafiante.”, declarou Ricardo Teodósio, também na apresentação da equipa oficial.

Do lado da Hyundai Portugal, Sérgio Ribeiro, o seu CEO, recordou o objetivo da marca no CPR. 

O nosso objetivo sempre foi trazer mais emoção e inovação a este desporto tão popular, com um projeto diferenciador no panorama nacional. Estamos muito entusiasmados por trazer um piloto do WRC para o CPR, temos a certeza que será em benefício da modalidade, atraindo mais público e aumentando a visibilidade do nosso Campeonato, de todos os pilotos envolvidos e respetivos patrocinadores. Gostaria de agradecer a colaboração demonstrada pela Hyundai Motorsport que desde o início apoiou a ideia e o projeto."

"Por fim, quero dar as boas-vindas ao Craig Breen e James Fulton, que se juntam ao Team Hyundai Portugal e ao Ricardo e José que continuam connosco. É um orgulho contar sempre com grandes nomes nesta equipa.”, acrescentou.

Formula E: Buemi é o "poleman" em Diyriah


O suíço Sebastian Buemi foi o melhor na qualificação para a primeira corrida da Formula E em Ad Diyriah. Buemi, que corre este ano pela Envision Racing, conseguiu um tempo 60 centésimos mais veloz que Jake Hughes, da McLaren, na final da sessão de qualificação.

Quanto a António Félix da Costa, ficou-se pela primeira fase da qualificação, prejudicado por causa de um acidente no grupo onde entrou, o A, que o impediu de marcar um tempo para poder prosseguir adiante.

Nesse grupo, o caso foi quando o Maserati de Max Gunther se acidentou e a sessão foi suspensa por alguns minutos. Por essa altura, Sascha Fenestraz era o melhor, e Felix da Costa tinha tempo e lugar para seguir em frente. E para piorar as coisas, em muitos sentidos, no regresso dos tempos, o outro piloto da Maserati, Edoardo Mortara, também tocou no muro, mas conseguiu ir para as boxes pelos seus próprios meios. 

No final do Grupo A, Jake Hughes foi o melhor, a companhia Oliver Rowland, Dan Ticktum e Lucas di Grassi, que conseguiu o quarto tempo "in extremis", tirando-o das mãos de Nick Cassidy.

No Grupo B, as coisas correram melhor, uma sessão sem história. Contudo, Pascal Wehrlein e Sergio Sette Câmara apanharam um susto quando o primeiro apanhou o segundo na pista a andar muito devagar e quase colidiram. O brasileiro acabou por ser investigado no final da sessão para uma possível penalização, e nenhum dos dois passou à segunda fase. Aí, os únicos foram Sam Bird (Jaguar), Sebastien Buemi (Envision Racing), Mitch Evans (Jaguar TCS Racing) e René Rast (Neom McLaren Formula E Team).

Nas eliminatórias, o mais relevante aconteceu nas meias finais, quando Dan Ticktum, que duelava com Jake Hughes, perdeu o controlo do seu carro e a vantagem que tinha para o piloto da McLaren. Contudo, nos instantes finais, Hughes perdeu a traseira do seu McLaren, quase batendo no muro, mas agarrando-se à vantagem o suficiente para um lugar na final, fazendo companhia a Buemi. Ali, o duelo foi renhido, mas a veterania do suíço levou a melhor. 

A primeira corrida do fim de semana saudita acontece a partir das 17 horas, e pode ser vista na Eurosport e na Eleven Sports 2. 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Formula E: Vergne pede por pneus slicks


No ano em que a competição elétrica trocou de pneus, da francesa Michelin para a coreana Hankook, há quem não tenha ficado impressionado com a aderência destes novos pneus. Aparentemente bem mais duros que os anteriores, há quem ache que a solução poderia ser mais radical para que os pilotos possam ter tanto ou mais aderência como tinham anteriormente, com os carros da Gen3.

É o caso de Jean-Eric Vergne, piloto da DS, que deseja por pneus slicks nos carros da Formula E. 

Questionado no site motorsport.com sobre esse assunto, referiu desta maneira:

Oh, nunca [questionado sobre se iria alguma vez adaptar-se aos pneus novos]. Quer dizer, é o carro que temos, são os pneus que temos, sabemos que não vai mudar nesta época. Portanto, temos de lidar com isso. Mas penso que vão ser corridas complicadas, com certeza. Eu gostaria de pneus slicks com um aumento de 70 por cento de aderência." continuou.

"Os pneus são duros, como o betão – e são muito escorregadios. E é ainda mais na corrida, porque quando se segue outro carro e perde-se a apoio aerodinâmico. É muito complicado. Foi complicado nos treinos livres [no Autódromo Hermanos Rodriguez] e depois o carro estava completamente diferente na qualificação novamente. Os tipos que foram rápidos na qualificação foram os tipos que não foram tão rápidos nos treinos livres. É um pouco estranho tentar compreender.", referiu, descrevendo o seu fim de semana mexicano, onde terminou na décima posição. 

"E depois na corrida foi um pouco… é impossível ultrapassar independentemente da quantidade de energia que se tenha, porque a aderência é tão reduzida que não se pode tentar uma ultrapassagem tardia. Temos visto muitos acidentes só porque o nível de confiança no carro é extremamente baixo e é difícil de ultrapassar”, concluiu.

Vergne e os outros lidarão novamente com estes pneus no fim de semana duplo de Ad Diyriah, na Arábia Saudita. E claro, tentará um resultado melhor daquele que alcançou na última prova.  

Formula E: Felix da Costa quer trazer muitos.. e bons pontos


Nas vésperas do fim de semana em que a Formula E regressa à ação com a jornada dupla na Arábia Saudita, António Félix da Costa, espera ter um melhor resultado daquele que alcançou no México, onde foi sétimo, atrás do seu companheiro de equipa, Pascal Wehrlein, que acabou em segundo. O piloto de Cascais afirmou que se sente cada vez mais à vontade com a sua nova equipa e com os procedimentos técnicos do monolugar da marca alemã.

Nesta jornada dupla, realizada à noite, Félix da Costa quer "continuar a evoluir e adaptar-me ao carro da Porsche, que tem algumas diferenças para com o que estava acostumado na DS: Acredito que vamos estar fortes em Riade e eu pessoalmente gosto deste circuito, pelo que vamos entrar em pista com o objetivo de trazer bons pontos para casa e se possível lutar por pódios. Sabemos que estamos competitivos, mas os nossos adversários estão fortes também e seguramente vai ser mais um fim-de-semana onde se queremos ser bem sucedidos, tudo tem de sair na perfeição!"

A jornada dupla da Formula E começa na sexta-feira, com transmissão em direto na Eleven 2 e na Eurosport 2 a partir das 16:50 horas. E no sábado, será também no mesmo horário. 

WRC: Sordo será piloto no México


Dani Sordo será piloto no rali do México pela Hyundai. O espanhol de 39 anos correrá ao lado de Esapekka Lappi e Thierry Neuville, naquele que será a segunda prova do espanhol na temporada depois do rali de Monte Carlo, já que na Suécia, o seu lugar será preenchido pelo irlandês Craig Breen.

O rali México, cuja sede é em Leon, no estado de Guanajuato, regressa ao calendário entre os dias 16 e 19 de março depois de duas temporadas de ausência por causa da pandemia de Covid-19, e será um de dois regressos à América Latina, com o segundo a ser o Rali do Chile, que acontecerá no final de setembro. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

A imagem do dia


Já ando a escrever isto há uns bons dias, mas só agora é que apareceu a oportunidade. E é uma história que merece ser contada porque faz agora 55 anos. É a história de como a Lotus conseguiu um grande negócio para as suas equipas de automobilismo.

Quando no final de 1967, a CSI - antecessora da FIA - decidiu que as equipas de Formula 1 não eram mais identificadas pelas suas cores nacionais, Colin Chapman reparou ali numa chance real de arranjar mais dinheiro para a sua equipa. Telefonou para a sede da Imperial Tobacco, em Londres, e perguntou se não queria colocar o seu produto nos flancos dos seus carros. Não seria a primeira ocasião em que carros ficaram com patrocinadores - a Team Gunston tinha feito isso na África do Sul - mas ali, Chapman poderia conseguir um excelente acordo.

No final, o acordo foi para as suas equipas de Formula 1, Formula 2 e Formula 3. A Imperial Tobacco deu 110 mil libras - parece pouco, mas nesse tempo, um motor Cosworth custava cerca de cinco mil, e um Mini 1000 cerca de 450 libras - e quando os carros começam a ser desenhados com as novas cores, estão todos na Oceania para a Tasman Series. Nessa altura, Clark está a caminho do seu terceiro título nesta competição, e o Lotus 49 com as novas cores causa sensação.

Parecia que Champan, mais uma ocasião, tinha tudo para ganhar e abrir mais uma era de domínio, com o seu piloto a bordo. Mas a 7 de abril, enquanto ele estava em Klosters, na Suíça, a esquiar, Jim Clark e Graham Hill estavam em Hockenheim para uma corrida de Formula 2, o destino interfere de forma irremediável. 

Noticias: Haas marca apresentação


A Haas foi a última equipa a anunciar a data de apresentação das suas cores de 2023... e será a primeira a mostrá-lo! Será a 31 de janeiro, depois da hora do almoço, que serão mostrados ao mundo. O anuncio foi feito na conta da equipa nas rede social Twitter.

Contudo, serão apenas as cores (haverá um novo patrocinador esta temporada) e não o chassis, porque o chassis VF-23 será conhecido realmente no primeiro dia dos testes de pré-temporada no Bahrein, a 23 de fevereiro, quatro semanas mais tarde.

Quanto a pilotos, todos sabem que Nico Hulkenberg fará o seu regresso, e fará companhia a Kevin Magnussen.

Os reformados do WRC


Sebastien Ogier ficou feliz com a sua nona vitória em Monte Carlo, o piloto com mais triunfos na história desta prova mítica, mas muitos dos que acompanharam este rali - e o WRC - não deixaram de notar uma ausência: a de Sebastien Loeb, que esteve no Dakar, e por causa das datas, não teve tempo de ir aos Alpes e defender a sua vitória de 2022. 

Ambos os pilotos - que nunca tiveram um convívio fácil, mas respeitam-se e admiram-se - andaram a conversar nas redes sociais sobre Monte Carlo, com Loeb, quase "cinquentão" - fará 49 anos no final de fevereiro - a afirmar:  “Bravo Séb Ogier. Quando é a vingança dos reformados do WRC?

Claro, ele aceitou o desafio.

"Espero que sim! Não é segredo que gosto de competição e quando ele [Loeb] está lá, é frequentemente uma competição ainda mais agradável e quanto mais loucos formos, melhor será o espetáculo. Penso que seria ótimo tê-lo a aparecer no próximo ano e com os outros pilotos pode dar um rali bem fixe”.


Resta saber como serão as coisas com a M-Sport. Loeb fez alguns ralis em 2022, com o triunfo em Monte Carlo o seu ponto alto, mas ambos alinharam juntos no rali de Portugal, onde ambos abandonaram, e no Quénia, onde Loeb levou a melhor sobre Ogier, com o mais velho a acabar em quarto lugar. Ambos os lados estão a negociar para um nova temporada, mas o facto de terem agora Ott Tanak na equipa poderá ser um problema para um orçamento que não estica. 

Contudo, o interesse de ver estes dois num duelo pessoal nas classificativas um pouco por todo o mundo, em máquinas iguais, poderá trazer mais adeptos à estrada. Resta esperar pelo desfecho das negociações, e caso sejam positivas, onde é que os dois escolherão duelar nessa sua luta bem pessoal.   

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

A imagem do dia


Depois de ontem ter falado sobre o Mercedes do Diego Maradona - e que foi conduzido pelo Juan Manuel Fangio - hoje falo de outro carro que está nesse leilão. E claro, não é um qualquer. É um Formula 1. É um Jordan 191, chassis número 6, conduzido por Michael Schumacher naquele GP da Bélgica de 1991, onde deu nas vistas antes de Flávio Briatore ter a ideia de o levar para a Benetton na corrida seguinte, em Monza.

A história é conhecida, contada e recontada.  Mas há pormenores que merecem ser contadas por aqui. 

Primeiro, o carro não era originalmente para ser corrido por Schumacher, mas era para Andrea de Cesaris, o seu companheiro de equipa no fim de semana do GP belga. Quando na sexta-feira, o alemão conseguiu superá-lo, o italiano pediu para que trocassem de chassis, porque pensava que ele teria feito afinações para conseguir um tempo melhor. Afinal, no sábado, o alemão foi sempre superior que o italiano, por causa das suas capacidades, nem tanto porque sabia mexer no chassis. Afinal de contas, na altura, o italiano já tinha 11 temporadas na categoria máxima do automobilismo.

No dia da corrida, Schumacher não foi longe: a embraiagem partida o deixou a pé depois de meia volta, enquanto De Cesaris ficou-se pelo caminho a três voltas do fim com problemas de motor, enquanto andava nos pontos. 

Mas o mais interessante disto é que nem foi só o chassis onde Schumacher teve o seu primeiro gosto da Formula 1. Existiu mais um piloto que debutou na alta competição automobilística: Alex Zanardi. Pois é, o piloto teve a sua estreia em Barcelona, e o usou nos treinos dessa corrida. Também Roberto Moreno andou neste chassis no fim de semana do GP de Itália, embora a partir dali até ao final do ano, serviu mais como reserva, usado nos treinos e ficado em alerta em caso de necessidade. 

Anos depois, em 2021, quando passaram 30 anos sobre a estreia de Schumacher na Formula 1, o seu filho Mick deu umas voltas em Silverstone, para uma reportagem feita pela Sky Sports F1. E o carro está pronto para correr, ou seja, tem motor instalado, não é um "show car". 

E o preço deste pedaço de história? Entre 1,4 e 2 milhões de euros. 

Mas pesando bem, quando muitos consideram que é um dos chassis mais marcantes da década de 90, poderemos acreditar que seria dinheiro bem empregue. 

A FIA e a Liberty estão em conflito


Quem diria! Mas se calhar... não. Os sinais andavam no ar há semanas. A FIA e a Liberty Media andavam de relações tensas desde há algum tempo, por causa do poder que ambos têm sobre a Formula 1 e quais são os seus limites. 

E tudo começou com a oferta saudita dos 20 mil milhões.

A panela de pressão entre ambas as partes explodiu hoje através de um comunicado onde a Liberty Media afirmou duas coisas: a primeira, que a Formula 1 não está à venda, e em segundo lugar, a FIA não tem nada a ver com o lado comercial, e as suas declarações que o balor dado pelos sauditas era "inflacionado", significam uma interferência no compromisso assumido pela FIA de não prejudicar a propriedade, gestão e exploração dos direitos comerciais da Formula 1. E que ela, Liberty Media, obtém o direito exclusivo de explorar esses direitos sob um contrato de cem anos, assinado em 2003 entre Bernie Ecclestone e Max Mosley.

Ainda por cima, tudo isto aconteceu com o presidente da FIA ter dito algumas coisas através do Twitter. Contudo, a BBC, através do seu jornalista, Andrew Benson, cita algumas fontes da Liberty que existiu pouca seriedade na oferta feita pelo fundo saudita, tendo sido mais uma sondagem do que uma oferta real, com garantias bancárias. Ou seja, dá uma certa razão nas declarações do próprio Ben Sulayem, quando afirmou que a oferta era muito inflacionada. 

Mas a esta altura, com estas declarações do presidente da FIA, parece que as duas partes podem estar a caminhar para a rutura. Só não sei se será algo mais grave que a guerra FISA-FOCA de 1980-82, porque agora ambas as partes tem a propriedade de coisas. Uma, do automobilismo, e a outra, da Formula 1.

Resta saber as cenas dos próximos capítulos de algo que poderá ser escaldante.   

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Vende-se: Mercedes-Benz 450 SLC 5.0


Este carro tem 42 anos, está pintado de vermelho e entre eles estão envolvidos dois nomes famosos. Foi entregue novo e tem 61 mil quilómetros rodados. Este modelo de 5 litros serviu para correr em ralis - é triunfou! - e a cor é especial, porque não havia em catálogo.  

Então quem foi o feliz proprietário? Ora, Diego Armando Maradona. E a história é o seguinte.

Em 1980, Maradona era um jovem prodígio de 19 anos - faria 20 a 30 de outubro desse ano - e o Argentinos Juniores, como recompensa pelos seus feitos, o clube ofereceu-lhe um destes belos exemplares. E foi entregue em mão pelo seu representante máximo no país. Na altura, um tal de Juan Manuel Fangio

E foi bem a tempo: no ano seguinte, Maradona transferiu-se para o Boca Juniors, e a partir dali, ficou a ser conhecido no mundo. 


O carro por si já é especial. Tem um V8 de 5 litros, debitando 240 cavalos às 5000rpm (rotações por minuto), uma caixa automática Type 722 de três velocidades, e claro, era todo feito de alumínio. Durante três anos (1977-80), foram feitos 1636 unidades, logo, já é um carro raro à partida.

O carro do Maradona - e trazido até ele por "El Chueco" - será mostrado a leilão no próximo dia 2 de fevereiro no leilão da Bonhams em Paris, por alturas do Retromobile. A leiloeira pensa que o martelo poderá ser batido entre os 150 mil e os 250 mil euros.

O preço para ter a Formula 1


Todos conhecem a musica dos Tears for Fears, "Eberybody Wants to Rule the World", de 1985. É verdade que temos esses sonhos, e há maneiras de o conseguir. Uma é pela guerra, outra é pelo ouro. "Plata o Plomo", como diria o Pablo Escobar.

Mas nestes tempos que correm, não há Napoleões ou Escobares. Há a Arábia Saudita e um senhor que um dia será rei e lá ficará por meio século, pelo menos. E Mohamed bin Salman quer comprar tudo. Um exemplo? Aparentemente, foi ele que propôs comprar a Formula 1 por 20 mil milhões de dólares. E a Liberty Media disse "não, obrigado". 

Para terem uma ideia, esse valor é cinco vezes maior ao valor que compraram a Bernie Ecclestone. Quem conta a história foi a Bloomberg na sexta-feira

A PIF, Public Investiment Fund, fez uma oferta do qual a Liberty teve a coragem de dizer não. E digo isso porque ultimamente, eles andam a comprar imensos investimentos desportivos no sentido de se mostrarem ao mundo. Foi o que aconteceu no ano passado quando compraram o Newcastle, na Premier britânica, e agora este ano, quando deram 500 milhões a Cristiano Ronaldo para se reformar nas areias do deserto, no qual desde 2019 é cruzado pelos jipes do Dakar Rally. E nem falamos da Formula 1, que lá está desde 2021 e terá de ficar por lá, mesmo com misseis a caírem a menos de 10 quilómetros do circuito. 

Num tempo onde os árabes querem largar o dinheiro em tudo que é canto, e onde o presidente da FIA é um árabe - dos Emirados Árabes Unidos, e Mohhamed ben Sulayem é multicampeão árabe de ralis - começamos a entender as suas ambições. Um desporto que nasceu na Europa e teve ramificações nos Estados Unidos e na Ásia, a entrada em cena da península arábica significa que eles pretendem que seja o novo centro do automobilismo mundial. Eles já disseram que querem uma equipa árabe e um piloto árabe na Formula 1 num futuro relativamente próximo. De uma certa maneira, até que existe - metade da McLaren pertence ao fundo estatal barenita, por exemplo - mas as ambições são de fazer parte deste mundo, não só como o tio rico que anda a distribuir maços de notas, como quer sujar as mãos na graxa e ganhar corridas e campeonatos. 

Só que há um problema. Ético. (isso existe, caso saibam. E é importante, porque somos humanos.) Chama-se "sportwashing". E com um país que tem um péssimo registo em termos de democracia, liberdade de imprensa e direitos humanos, "comprar" tudo que mexa e é importante para "limpar" a sua imagem para o mundo é uma maneira de dizer que todas as nossas convicções são hipócritas e basta agitar um maço de notas para ficarmos todos felizes e olhar para o outro lado. E depois não admira que digam que "as democracias são decadentes", ou então: "se cortarmos o petróleo, eles piarão mais fino". Como podem entender, em 50 anos, o mundo andou mais um bocadinho e a tecnologia também.

Podem olhar para a Rússia neste momento. Também disse a mesma coisa e agora sofre por ter pisado o risco em termos militares. Mas mesmo assim, há quem diga que eles estão em guerra com o Iémen, e foi de lá que surgiu o míssil que atingiu aquela refinaria em Jeddah no fim de semana de Grande Prémio. Verdade, ainda tem o seu quê de hipócrita, só que a guerra é de baixa intensidade. Até no conflito armado, há guerras de primeira e segunda ordem...

Mas queria recuar dois parágrafos, à frase cujo final acaba com a palavra "ético". É que desde há umas semanas, o príncipe ben Sulayem, o presidente da FIA, decidiu que as manifestações politicas não teriam lugar no automobilismo, para promover um desporto "apolítico" e "limpo". Tudo por causa do "Black Lives Matter" e de outras manifestações como a bandeira arco-íris, símbolo da luta LGBTIQ+, ou então, a luta pelos direitos das mulheres, que naquela parte do mundo, e por causa da religião, não valem muito. 

E a Formula 1 ainda pertence à Liberty Media. O que aconteceria se eles tivessem dito "sim" à proposta? A sede da FIA se transferiria para o Dubai ou Riyadh? Teríamos quantas corridas na Arábia Saudita? E já agora, quantas equipas seriam obrigadas a ter uma sede no meio dos camelos e das areias do deserto, em lugares que seriam estados dentro de estados? Não sei se sabem, mas por ali, os estrangeiros não cruzam com os locais. E nem falo de coisas com álcool, mulheres ao volante, internet e outros vícios "ocidentalmente decadentes"... 

Tenho pena que não pensemos na ética, ou que a deixemos de lado por maços de notas. É isso que nos faz humanos, ou se quiserem, tentamos ter uma moral superior a aqueles que acham que todos temos um preço. Nem todos fomos educados dessa maneira. E ainda bem que não. Mas é com ética que nos dá um pouco de humanismo, de empatia, da sensação de que há justiça. De que o dinheiro não serve para tudo - especialmente se quiser ser feliz e realizado. E em jeito de conclusão, se não tivéssemos ética, meus amigos, então os Mundiais e os Jogos Olímpicos iriam sempre ser em Riyadh, a meio de julho, e eles ganhariam sempre. Basta descarregarem os seus camiões de dinheiro.      

A Formula 1 continuaria, tenho a certeza. Mas se calhar, teria de arranjar amantes novos.

Procura-se: O barco de Dimitry Mazepin


Eis alguém que não ouvíamos há algum tempo. O pai de Nikita Mazepin está nas bocas do mundo porque... desapareceu. Nem tanto ele, mas sim o seu barco, o "Aldarba", que estava acostado no porto de Savona, para cumprir as sanções da União Europeia contra os oligarcas russos. Desde há alguns dias que o barco desapareceu da vista, alegadamente aproveitou o coberto da noite para rumar ou à Tunísia, ou à Rússia, pelo Mar Negro. 

Dimitri Mazepin é um dos oligarcas que enriqueceu sob a asa de Vladimir Putin, com o seu complexo químico Uralchem, e claro, ajudou na carreira automobilística do seu filho, e quando este chegou à Formula 1, também ajudou a Haas em forma de patrocínio. Contudo, quando a guerra contra a Ucrânia começou, a 24 de fevereiro, e as sanções caíram em força sobre as pessoas e os ativos russos, precipitando o final da linha para Nikita, substituído por Kevin Magnussen. 

Segundo conta a agência de noticias italiana ANSA, a polícia está a realizar uma investigação em Forte dei Marmi, onde Dimitri Mazepin tinha arrendado uma casa, para saber as circunstâncias do desaparecimento do seu iate.

Recentemente, a fortuna de Dimitri Mazepin foi avaliada em mais de 800 milhões de dólares.

domingo, 22 de janeiro de 2023

WRC 2023 - Rali de Monte Carlo (Final)


E pela nona ocasião na sua carreira, Sebastien Ogier triunfou em Monte Carlo. O piloto francês controlou as coisas nas quatro classificativas finais da prova, com Kalle Rovanpera a ficar com o segundo posto, a 18,8 segundos, e Thierry Neuville a ficar a 44,6 segundos do triunfador, os únicos a ficar a menos de um minuto, já que Elfyn Evans cruzou a meta a 1.12,4 segundos.

"É fantástico. Adoro este rally, é aquele que me deu o sonho logo no início e estou muito feliz por Vincent [Landais, navegador de Ogier]: para mim é bom, mas para ele é um sonho conquistar sua primeira vitória. Ainda precisamos aproveitem estes momentos e é por isso que ainda estamos aqui [no WRC], para conquistar algumas vitórias como esta. Vencer um [rali] famoso como o Monte não tem preço”, disse Ogier, após cruzar a meta. 

Já Rovanpera estava conformado com o segundo posto. 

"Foi bom. Acho que podemos ficar muito felizes com o segundo lugar. Houve muito mais limpeza [na estrada] do que eu esperava na quinta e na sexta-feira, e parece que quando estávamos nas mesmas condições de todos, tínhamos o mesmo ritmo."

Com quatro especiais no domingo, passagens duplas por Lucéram/Lantosque, La Bollène-Vésubie/Col de Turini, o dia começou com Ogier ao ataque, depois de ter relaxado no final do dia anterior. Ganhou na primeira especial com 2,7 segundos sobre Evans e Rovanpera, empatados no segundo posto. Neuville fez um pião e perdeu algum tempo.

Rovanpera reagiu, triunfando na especial seguinte, mas apenas conseguiu um avanço de 1,5 segundos, com Neuville a 2,5. Evans fez um pião e perdeu 10,5 segundos. Na penúltima especial, Ogier lebou de novo a melhor, 3,1 segundos sobre Katsuta Takamoto e 6,3 sobre Rovanpera. Pierre-Louis Loubet teve problemas mecânicos na estrada e acabou por desistir.

Chegados ao Power Stage, o melhor foi Rovanpera, 0,6 segundos melhor que Tanak e 0,7 que Evans. Ogier foi mero quinto, a 4,7 segundos do triunfador, mas o essencial estava alcançado: a vitória, e o desempate em relação a Loeb no número de triunfos nas estradas de Monte Carlo.

Na geral, depois dos quatro primeiros, Ott Tanak, o melhor dos Ford, ficou a uns distantes 2.34,9, na frente de Katsuta Takamoto, a 3.32,6. Dani Sordo conseguiu o sétimo lugar, a 3.47,5, conseguindo bater por pouco o Hyundai de Esapekka Lappi, a 3.51,3. E a fechar o "top ten", o Skoda Fabia de Nikolay Gryaxin (a 10.03,4) e o Citroen DS3 Rally2 de Yohan Rossel, a 10.07.9.

O Mundial prossegue dentro de três semanas, entre os dias 9 e 12 de fevereiro, em paragens suecas.