sábado, 20 de novembro de 2021

WRC 2021 - Rali de Monza (Dia 2)


O duelo entre Sebastien Ogier e Elfyn Evans está ao rubro. Acabado o segundo dia da prova, ambos estão separados por... meio segundo, com vantagem para Ogier. A três classificativas do final, tudo é possível, embora indepentemente da classificação, se o francês pontuar, será campeão do mundo. Dani Sordo é o terceiro, a já uns "distantes" 27.4 segundos, na frente de Thierry Neuville, a 46.6 segundos.

Cumpridas hoje mais seis especiais neste sábado, o dia começou com o duelo entre os pilotos da Toyota. Mas quem começou a vencer foi Thierry Neuville, o vencedor na primeira passagem por San Fermo, 1,7 segundos na frente de Ogier e 3,4 sobre Dani Sordo. Evans perdeu 4,6 e acabou em quarto na especial. Isso foi suficiente para o francês passar para a frente do rali, 1,5 segundos na frente de Evans.

Mas Evans reagiu na primeira passagem por Selvino, conseguindo 3,7 segundos sobre Sordo e Ogier perdeu 3,8, e por causa disso, houve nova troca na liderança. Atrás, Neuville perdia 27,9 segundos devido a um pião. "Perdi a traseira. Fiz algumas alterações na afinação antes da especial e com os pneus não estavam cem por cento aquecidos, [logo] comecei a derrapar. Estava muito perto de fazer a curva, mas não o fiz. Perdi basicamente o tempo para reiniciar o carro.", afirmou.

Ogier vencia na segunda passagem por San Fermo, e com Evans a perder 3,4 segundos, voltava de novo ao comando do rali, e tentava alargá-lo na segunda passagem por Selvino, voltando a vencer com uma vantagem de 4,1 segundos. Mas Evans triunfou na primeira passagem por Sottozero, ganhando 5,5 segundos e passando para a liderança, no final do dia, na segunda passagem por Sottozero, com Dani Sordo a vencer sobre Thierry Neuville, Ogier era terceiro, com 1,6 segundos de desvantagem sobre o vencedor, mas tinha uma vantagem de 0,8 segundos sobre Evans, suficiente para passar o galês e ficar com a liderança.

"[Vencer o rali] não é o plano. Nesta fase lutei na primeira passagem e nesta tive uma escolha de pneus um pouco diferente e não sei se isso me ajudou a fazer a diferença.", disse o francês.

Depois dos quatro primeiros, Oliver Solberg era o quinto, a 1.21,2, na frente de Katusta Takamoto, a 1.38,8, e de Teemu Sunien, a já uns distantes 2.17,7. Gus Grennsmith é o oitavo, a 2.24,8, e a fechar o "top ten" estão o Toyota de Kalle Rovanpera, discreto no seu Toyota, a 3.39,1, e o Hyundai i20 Rally2 de Andrea Crugnola, a 8.07,1.

O rali de Monza termina amanhã, com a realização das últimas três especiais.  

Formula 1 2021 - Ronda 21, Losail (Qualificação)


E agora, chegamos às novidades. A Formula 1 precisa do Médio Oriente porque tem dinheiro. E como tem o prestigio, decidiu fazer uma troca. As pistas podem não ser as mais desafiantes do calendário, o registo dos Direitos Humanos nesses países da região é alguma, e o tratamento para minorias, quaisquer que eles existam... não existe, e começa a ser um grande elefante na sala. E mesmo que Lewis Hamilton pinte o seu capacete com as cores do arco-íris, provavelmente os locais devem olhar para isso como as excentricidades de um estrangeiro que chegou ali na quarta-feira e vai-se embora no domingo à noite. E ainda nem falei do champanhe que não pode ser alcoólico, porque a religião não deixa...

Mas ninguém pensou nisso nestes últimos dois dias. Com o anuncio de que a Mercedes tinha decidido rever a decisão dos comissários no domingo, em São Paulo, e o arrastar da decisão até sexta-feira de manhã, as conversas foram essas e somente essas. Da Mercedes e de Wolff, que decidiu calçar as luvas e tentou que Max fosse ainda mais penalizado, fosse em segundos ou em lugares, da defesa dos energéticos de que a manobra foi absolutamente legal, de até a GPDA, a associação dos pilotos, de que mudaria as suas atitudes, se a FIA deixasse de ser consistente, parecia que a chance do campeonato ser decidido na secretaria era bem real.

Chegada sexta-feira, e tudo ficou na mesma. Assunto resolvido, os pilotos andaram na pista, à noite, para ver se adaptavam ao ambiente. Pelos vistos, não havia ninguém a sair beneficiado em andar na nova pista, que é mais do que conhecida da MotoGP.


A qualificação começava pelas 17 horas locais, já em escuridão naquelas bandas. Depois dos primeiros tempos, o primeiro relevante foi Sergio Perez, com 1.23,224, nates de Lando Norris melhorar com 1.22,839. Mas ali, entrou Lewis Hamilton e pulverizou tudo, com 1.22,019. O tempo de Verstappen foi 219 centésimos mais lento. Fernando Alonso conseguiu um surpreendente terceiro no seu Alpine, com 1.22,588, mas antes de Valtteri Bottas fazer 1.22,026 e subir para o topo da tabela de tempos, três milésimos na frente de Hamilton.

Max reagiu na segunda passagem pela pista, fazendo 1.21,996, mostrando que a luta entre ambos estava ao rubro, enquanto atrás, Nikita Mazepin tinha a asa dianteira trocada e tentava arranjar tempo para marcar um tempo no seu Haas. 

A parte final foi de toda a gente na pista, tentando a sua sorte, mas não houve grandes alterações. Quem ficou de fora foi os Alfa Romeo de Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi, o Williams de Nicholas Latifi e os Haas de Mick Schumacher e Nikita Mazepin.

Para a Q2, boa parte dos pilotos colocou médios, mas mesmo assim, havia quem tinha problemas para marcar tempo. Como Charles Leclerc, que não conseguia entrar dentro dos dez primeiros, um tempo quase segundo e meio mais lento, enquanto os do costume ficavam com os melhores tempos. Hamilton conseguiu 1.21,6 a certa altura, com Pierre Gasly a interferir-se entre eles.


Apesar de na parte final, terem tentado colocar moles para melhorar os seus tempos, havia nomes sonantes que ficavam de fora, como Sergio Perez, Daniel Ricciardo, Charles Leclerc, George Russell e Lance Stroll. E em contraste na Q3, Alpine e Alpha Tauri estavam por lá... e nos lugares da frente, para baralhar e voltar a dar!

Chegados à Q3, logo na primeira tentativa, houve duelo entre os primeiros. Hamilton colocou 1.21,262, antes de Max ter feito 1.21,424, na frente de Valtteri Bottas. Estava ao rubro, e todos olhavam com ansiedade para saber como isto acabaria,

E foi assim: com todos de moles, Hamilton faz 1.20,827, fazendo a pole e mostrando à concorrência que iriam dar tudo para ganhar. Mas a seguir, a asa frontal de Pierre Gasly quebra e o francês fura, estragando tudo, especialmente a volta do Max. Foi um final anti-climático para esta qualificação, do qual o britânico parecia que iria partir em vantagem. 


Agora é saber como será amanhã, e muitos afirmam que não será uma corrida excitante... se não acontecer nada fora da pista.  

Youtube Formula 1 Video: O novo desenho do circuito de Abu Dhabi

Este fim de semana, a Formula 1 estreia-se em terras qataris, na primeira vez em mais de meio século em que estreará dois circuitos seguidos - o outro será Jeddah, na Arábia Saudita. Contudo, a prova final, em Abu Dhabi, será num circuito que foi modificado em algumas curvas, ficando ainda mais veloz que antes.

Em jeito de antevisão, Karun Chandhok foi para o simulador e mostrou o que vai ser o palco para a última corrida de uma longa temporada. 

WRC 2021 - Rali de Monza (Dia 1)


Elfyn Evans e Sebastien Ogier estão taco a taco na luta pelo vitória neste último rali da temporada de 2021. A prova, que está a decidir também quem será o campeão do mundo deste ano, colocou ambos os pilotos com uma diferença de 1,4 segundos, e ambos já longe de Thierry Neuville, terceiro a 21,6 segundos.

Depois de Kalle Rovanpera ter sido o melhor no "shakedown", o rali começou com Ogier ao ataque. apesar do nevoeiro matinal que se tinha instalado na zona, o francês ficou 3,6 segundos na frente de Elfyn Evans e 6,2 sobre Dani Sordo.  "Havia neblina perto do final e um pouco de humidade [no asfalto], então foi um pouco escorregadio no final. Uma classificativa bom para nós - sem dramas.", afirmou o piloto da Toyota.

Evans contra-atacou na especial seguinte, a primeira passagem por Costa Valle Imagna, foi o vencedor pela margem mínima sobre Ogier, mas 8,7 sobre Thierry Neuville. Contudo, a etapa foi encurtada por causa de uma intervenção médica para assistir um espectador que tinha ficado doente em plena especial. Ogier voltou a vencer na segunda passagem por Gerosa, agora com 2,1 segundos sobre Evans e 3,9 sobre Neuville e 5,6 sobre Oliver Solberg. Na especial, Adrien Formaux capotou e ficou "pendurado".

Foi por causa disso que a quarta especial começou um pouco mais tarde, mas isso não impediu que Ogier vencesse, com 0,9 segundos sobre Evans, e 6,5 sobre Neuville. Agora, o francês tinha um avanço de 6,5 segundos sobre o galês.

"Não foi realmente um momento, mas é algo que você não espera no asfalto! Estou feliz porque esse era o objetivo no início deste rali - aproveitar - e até agora está funcionando.". afirmou o francês.

Na parte da tarde, com passagens duplas por Cinturato e Grand Prix, ou seja, pela zona do Autódromo, Evans atacou e conseguiu um avanço de 0,3 segundos sobre Sordo, mas melhor ainda, conseguiu 5,7 segundos sobre Ogier, suficientes para fazer encolher a diferença para meros 0,8 segundos, ainda a favor do francês. 

No final, queixou-se do asfalto escorregadio: "Extremamente escorregadio para mim. Esperava que começar primeiro não fosse tão bom. Uma boa etapa, mas muito escorregadio em alguns pontos.", afirmou. Na segunda passagem por Cinturato, houve mais problemas (de travões) a prejudicar Ogier, o suficiente para acabar em terceiro, numa especial vencida por Neuville, e com Evans em segundo, e com isso, a acontecer uma troca na liderança do rali.

"Tivemos um problema na primeira passagem - um problema de travões. O carro tocou neles [de forma involuntária] durante toda a etapa. Este foi melhor, mais consistente para mim.", comentou.

No final o dia, em Grand Prix, Dani Sordo foi o melhor, na frente de Katsuta Takamoto, enquanto Enfyn Eans ficou a 3,6 segundos do vencedor, mais 0,1 segundos que Sebastien Ogier.

Depois dos três primeiros, Dani Sordo não anda longe de Thierry Neuville, pois está a 24,6 segundos da liderança, um pouco longe do jovem Oliver Solberg, a 50,6. Katsuta Takamoto é sexto, a 1.05,5, na frente de Gus Greensmith, o melhor dos Ford, a 1.14,4. Teemu Suninen é oitavo, a 1.28,6 e a fechar o "top ten" estão o Toyota de Kalle Rovanpera, a 1.57,3 e o Citroën C3 Rally2 de Yohan Rossel, o melhor os WRC2, a 4.21,3.

O rali de Monza prossegue este sábado, com a realização de mais seis especiais. 

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Noticias: FIA nega pretensão da Mercedes


A FIA decidiu que não iria rever a sua decisão sobre o incidente da ultrapassagem de Lewis Hamilton a Max Verstappen, após um pedido da Mercedes nesse sentido. A justificação para dessa decisão é que as novas provas apresentadas pela equipa requerente, as imagens onboard do carro 33 do piloto neerlandês, não são significativas. 

Os comissários não se sentam passivamente durante uma corrida e não o fizeram neste caso. Quando o Diretor da Corrida pediu a opinião dos comissários e declarou que a mesma seria ‘NOTED’ [analisada] nos ecrãs de cronometragem, já estavam a olhar para as imagens disponíveis. A subsequente decisão discricionária dos comissários de não proceder a uma investigação formal é o equivalente de ‘Play-On’ [deixarem competir] de outros desportos de competição automóvel”, afirmou o comunicado oficial.

No comunicado, os comissários da FIA afirmaram wue a razão pelo qual a Mercedes pediu a revisão da decisão tinha a ver com o precedente lançado no GP da Áustria de 2020, onde por causa das imagens onboard do carro de Max Verstappen, Lewis Hamilton tinha sido penalizado em cinco segundos naquela corrida.

No exemplo pertinente apresentado pelo Concorrente da Áustria em 2020, nenhuma das filmagens disponíveis e vistas no momento da decisão, mostrava uma bandeira amarela visível para o piloto [Lewis Hamilton]. No entanto, as novas imagens 360°, anteriormente indisponíveis, que foram descarregadas no dia seguinte, mostraram claramente que a bandeira amarela era visível do carro e o piloto foi penalizado por não abrandar. Nesse caso, as imagens alteraram absolutamente a decisão dos comissários e foram, portanto, significativas.", começaram por referir. 

"Durante a audiência, o concorrente pediu que, se os comissários não estivessem convencidos do significado das imagens, fosse dada a oportunidade de apresentar a sua opinião a esse respeito. Após a parte inicial da audiência, os comissários deram ao Concorrente a oportunidade de o fazer, havendo precedentes para tal. As imagens anteriormente indisponíveis foram reproduzidas, e o Concorrente também apresentou as imagens numa comparação lado a lado com a volta anterior.", continuaram. 

"Como acima referido, os comissários têm muitas vezes de tomar uma decisão rapidamente e sobre um conjunto limitado de informações. Na altura da decisão, os comissários sentiram que tinham informação suficiente para tomar uma decisão, que posteriormente se alinhou amplamente com os comentários imediatos pós corrida de ambos os pilotos envolvidos. Se tivessem considerado que o vídeo da câmara frontal do carro 33 era crucial para tomar uma decisão, teriam simplesmente colocado o incidente sob investigação – a ser investigado após a corrida – e tomado uma decisão depois de este vídeo estar disponível. Não viram necessidade de o fazer”.

A posição do Concorrente é que estas novas imagens fornecem informação suficiente para que os Comissários cheguem a uma conclusão completamente diferente da que tinham anteriormente. Contudo, os comissários determinam que as imagens não mostram nada de excecional que seja particularmente diferente dos outros ângulos que estavam à sua disposição na altura, ou que alteram particularmente a sua decisão que se baseava nas imagens originalmente disponíveis. Ao contrário do caso da Áustria de 2020, na opinião dos Comissários, não há nada nas imagens que altere fundamentalmente os factos. Nem sequer, isto mostra nada que não tenha sido considerado pelos comissários na altura. Assim, os comissários determinam que as imagens, aqui, não são 'Significativas'".

Assim, em conclusão, decidiram que não iriam alterar a decisão anterior, apesar da pertinencia destas novas imagens.

Os comissários consideram, a seu critério exclusivo, que: 

- Com as reservas levantadas acima, a decisão está sujeita ao Direito de Revisão; 

- Que a Filmagem é Nova; 

- Que a Filmagem não estava disponível para o Concorrente na altura da decisão sujeita à petição; 

- Que a Filmagem é Relevante; 

- Mas que a Filmagem não é Significativa."

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

A imagem do dia


Na imagem, os comissários da FIA, liderados por Michael Masi, inspecionam o circuito de Losail antes da realização do GP do Qatar, neste final de semana. E mal chegaram ao Golfo, tem de lidar com uma enorme batata quente nas mãos. 

O campeonato está a chegar ao fim e o ambiente agora no "paddock" está de cortar à faca. A Mercedes decidiu declarar guerra à Red Bull e vai fazer de tudo para que Max Verstappen seja punido com algumas posições na grelha, ou algo pior. Pelo menos, é essa a ideia que o neerlandês passou para a imprensa do seu país.

"Você pode ver a verdadeira natureza (da Mercedes) revelando-se", afirmou o piloto da Red Bull, em declarações captadas pela motorsport.com. "No final, não é minha equipa, então não tenho que lidar com isso, mas é nessa situação que você mostra quem realmente é. Portanto, é importante que nos concentremos apenas em nós mesmos e permaneçamos focados, como sempre fizemos. É isso que faremos nas próximas corridas", seguiu.

Max tem razão na parte da tranquilidade. A Red Bull têm tudo na mão. A três corridas do final, eles lideram o campeonato de pilotos com um avanço de 14 pontos. E mesmo que Lewis Hamilton consiga vencer as duas corridas seguintes e chegar a Abu Dhabi igualado nos pontos com o piloto neerlandês, este tem vantagem por ter mais vitórias (nove contra os potenciais oito do piloto britânico)

O que a Mercedes deseja é ter uma chance maior de lutar pelo título, porque acredita que poderá conseguir a diferença, quer aqui, quer em Jeddah e Abu Dhabi. Mas há um grande problema: para além destes três circuitos serem uma total ignorância em termos de quem é o favorito - Abu Dhabi foi modificado neste verão, logo, as alterações poderão baralhar e dar tudo de novo - e a Red Bull confia que, se todos partirem em igualdade, os energéticos tem uma ligeira vantagem em termos de gerência de pneus e ritmo de corrida. 

E para... apimentar as coisas, a GPDA, a associação de pilotos, quer que a FIA puna Max pela sua atitude na primeira tentativa de ultrapassagem. Charles Leclerc até avisou à imprensa que, caso a FIA nada decida, que iria "alterar o seu estilo de pilotagem". De uma certa forma, é uma pressão para que eles, os comissários, façam as coisas nesse sentido neste tipo de incidentes, serem mais consistentes nas penalizações independentemente do "let them race" ou não. 

Só que há um problema. Já passaram quatro dias da corrida. E se decidiram penalizar no fim de semana de um outro Grande Prémio passa a ideia de alguma falsidade. Que todos os resultados da pista, onde quer que seja, não valem nada até que os comissários e a FIA sancionem. E se determinada equipa decidir reclamar - que está no seu direito - e as coisas se arrastarem, não fica lá muito bem para a competição, e se calhar passa a ideia de mesquinhez. 

E se calhar, ninguém sairá bem na fotografia. 

Vamos a ver como acabará o campeonato. Não gostaria nada de um final infeliz, ao estilo de 1990 ou 1994.

Youtube Formula 1 Video: Quem é Guanyu Zhou?

A chegada do primeiro chinês na Formula 1 causou algumas reações de indiferença, e outras a pensar "mais um piloto cm uma mala cheia de dinheiro". Contudo, Guanyu Zhou tem uma carreira relativamente decente nas competições de acesso, no qual este ano, na Formula 2, luta pelo título - é segundo na geral. 

Como piloto, é decente, sem ser entusiasmante - o australiano Oscar Piastri e o francês Theo Pouchaire são bem melhores - logo, é altura de saber quem é ele e o que poderá fazer na categoria máxima do automobilismo. 

Assim sendo, eis o mais recente video do Josh Revell onde fala sobre ele e o que andou a fazer nestes últimos anos nas categorias de acesso à Formula 1. 

IndyCar: De Vries e Vandoorne vão testar em Sebring


Stoffel Vandoorne e Nyck de Vries, pilotos da Mercedes na Formula E, irão testar um carro da Indy no inicio de dezembro em Sebring. O neerlandês, campeão de 2021 da Formula E, testará pela Meyer Shank, enquanto o belga será pela Arrow McLaren SP. Desconhece-se se será um teste para experimentar um carro diferente, ou haverá mais alguma coisa, já que a equipa dos Flechas de Prata abandonará a competição elétrica no final de 2022, altura em que os Gen2 sairão de cena para dar lugar aos carros da Gen3.

Com ambos os pilotos a serem procurados, especialmente pelas equipas de fábrica na Endurance - quer na classe Hypercar, quer na classe LMPh - a IndyCar também é uma boa hipótese, especialmente com a McLaren a querer um terceiro piloto na sua equipa, e alguns pilotos já rechaçaram essa hipótese, como foi o caso de Nico Hulkenberg, que recusou, alegando que "estes carros são difíceis de conduzir".

Contudo, Vandoorne anda a pensar se a IndyCar poderá ser uma boa alternativa na sua carreira. Falando numa entrevista ao The Race, referiu que pensa na ideia depois de conversas com gente como Romain Grosjean.

Falei com Romain e ele é uma pessoa completamente diferente de quando estava na Formula 1”, começou por falar Vandoorne. “Ele parecia muito mais feliz e teve um ótimo fim de semana em Laguna Seca também."

É um campeonato onde todos têm o mesmo carro. Sim, há ritmos diferentes, mas acho que, como piloto, se você trabalhar bem junto com sua equipa, acho que pode fazer coisas boas. Acho que é isso que Romain está a descobrir agora, ele tem aquela faísca de novo, onde ele sabe que pode lutar por um pódio, ele sabe que pode ir atrás de vitórias, e isso é uma mentalidade tão diferente de se estar."

E eu acho que a série está crescer também. Acho que tem ganhado muita força ultimamente, agora com Roger Penske comandando a série, acho que é uma coisa muito boa.

Contudo, De Vries tem uma ideia relativamente diferente sobre a competição, pois ele tem objetivos diferentes na sua carreira. 

“Eu sei muito pouco sobre tudo para te dizer com segurança que busco um futuro nos Estados Unidos e [como] você sabe, realmente no nosso mundo você não pode realmente planear a longo prazo. Depois da Fórmula 2 eu meio que almejei [ficar] por muito, muito tempo junto com a Mercedes na Fórmula E, mas infelizmente isso vai acabar prematuramente. Isso só prova que neste mundo as coisas estão mudando, obviamente, todo o interesse dos fabricantes agora está mudando para os Hypercar e então você tem Porsche e Audi, potencialmente, entrando na Fórmula 1. Sempre há ciclos e sempre há algo novo e algo mudando.", começou por dizer, também ao The Race,

Portanto, em última análise, a única coisa que posso fazer é me concentrar no meu trabalho e no desempenho no caminho certo. E isso também é o que mais adoro no nosso trabalho, porque, em última análise, quero dirigir carros e é por isso que estava muito interessado em aproveitar esta oportunidade para testar a IndyCar.”, concluiu.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Youtube Motoring Podcast: Danny Sullivan no Beyond the Grid

Danny Sullivan é uma lenda do automobilismo americano. Vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 1985, depois de um pião em plena corrida, campeão da CART em 1988, piloto da Penske por muitos anos - e também da Galles Racing - o que poucos sabem é que ele esteve na Formula 1 na temporada de 1983 pela Tyrrell, correndo ao lado de Michele Alboreto e conseguindo um quinto lugar no GP do Mónaco desse ano.

Contudo, ele andou apenas um ano na Formula 1, logo essa passagem é pouco lembrada. As suas aventuras na CART, onde foi um dos grandes, ao lado de gente como Rick Mears, Mário Andretti, Bobby Rahal, Al Unser Jr, Tom Sneva e outros, ao longo da década de 1980, são mais recordadas. 

Mas o pessoal do Beyond the Grid não o esqueceu e o convidou para o podcast desta semana. Eis a entrevista na íntegra.  

Formula E: Felix da Costa andou perto de ir para a Mercedes


António Félix da Costa está a preparar-se para mais uma temporada de Formula E ao serviço da DS Techeetah, mas segundo o site The Race, ele esteve muito perto de ser piloto da Mercedes. A hipótese foi levantada, caso Nyck de Vries, o campeão de 2021, fosse para a Formula 1 pela Williams, mas com estes a escolherem Alexander Albon, acabou por ficar na equipa do qual foi campeão em 2020.

As coisas aconteceram neste verão, quando se soube dos problemas na Techeetah, com a falta de investimento e uma tentativa de compra por parte de Anthony de Iorio, um canadiano conhecido pelo seu investimento em criptomoedas. Com as coisas "mal paradas", foi na altura em que a Mercedes pensou seriamente no piloto português por causa das movimentações na Formula 1, pois Valtteri Bottas iria ser substituído e George Russell ainda não tinha sido escolhido para correr ao lado de Lewis Hamilton.

Quer ele, quer Tiago Monteiro, seu "manager", confirmaram que houve conversas nesse sentido - e também houve com pessoal da Andretti, mas acabaram com esta a escolher pilotos americanos no seu futuro pós-BMW - e chegaram a dizer que, naquela altura, tudo estava em cima da mesa.

Obviamente, havia muita incerteza quanto ao apoio da equipa [DS Techeetah] para o futuro e tudo mais, então isso me fez questionar as coisas e eu apenas tentei olhar para as minhas opções. Muitas coisas foram seriamente consideradas naquela época e poderia ter [acontecido] se as coisas fossem diferentes.”, contou o piloto português.

Contudo, a escolha de Albon na Formula 1 fez com que todo o resto ficasse sem efeito. O contrato de Felix da Costa acaba no final da próxima temporada, correrá ao lado de Jean-Eric Vergne e a DS Techeetah irá passar por um plano de reestruturação que será anunciado formalmente na semana que vêm em Paris. 

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Noticias: Mercedes pediu direito à revisão a imagens de Interlagos


A Mercedes pediu esta terça-feira o direito a ir ver as imagens das câmaras "onboard" no caso do incidente da tentativa de ultrapassagem na volta 48 do GP do Brasil, depois da FIA ter admitido que não conseguiu ver na altura as imagens das câmaras onboard do carro de Max Verstappen, logo, não penalizando o piloto da Red Bull pela sua manobra mais agressiva quando Lewis Hamilton o tentou ultrapassá-lo. 

"A Mercedes AMG-Petronas F1 Team confirma que pediu hoje um Direito à Revisão debaixo do artigo 14.1.1 do Código Desportivo Internacional em relação ao incidente na curva 4 entre os carros 44 e 33 na volta 48 do Grande Prémio do Brasil, com base nas novas evidências que não estavam disponíveis aos comissários no momento da sua decisão.", comunicou.

Isto poderá fazer com que abram a telemetria do carro de Max, e num extremo, caso as provas apontem para isso, a FIA decida que Verstappen fez a manobra de propósito, e o neerlandês possa ser punido com alguns lugares na grelha no próximo Grande Prémio, no Qatar. 

Numa altura em que a diferença entre ambos os pilotos na tabela é de 14 pontos, a favor de Max Verstappen, Red Bull e Mercedes já estão em guerra quase aberta. Depois de na sexta-feira passada terem protestado a asa traseira, resultando na desclassificação de Lewis Hamilton na grelha de partida - o que não impediu de triunfar na corrida - o incidente de domingo está a ser visto por muitos como uma vingança por parte da equipa de Brackley sobre os energéticos de Milton Keynes, numa altura em que faltam apenas três provas para o final do campeonato.

Aliás, até parece que se esqueceram das declarações de Toto Wolff no final da temporada, quando declarou que tinha acabado a diplomacia. Os adeptos da Formula 1 poderão esperar competividade, mas também não se espera que acabe como em 1990...  

Formula E: Antonio Giovinazzi será piloto da Dragon Penske


Antonio Giovinazzi não ficou a pé por muito tempo: depois da Formula 1, ao serviço da Alfa Romeo, será piloto da Formula E na próxima temporada, pela Dragon Penske, depois de 59 Grandes Prémios na categoria máxima do automobilismo. Afirmando-se "excitado por um desafio eletrificado", a sua ida à Formula E pode não ficar aqui, dadas as suas ligações à Ferrari e o facto da Scuderia estar agora a planear o seu regresso à Endurance.

Ao seu lado, Giovinazzi terá o brasileiro Sergio Sette Câmara.

O italiano pode ser um estreante na competição, mas não é totalmente novo: em janeoro de 2018, ele experimentou um gostinho da Fórmula E quando participou no teste de "rookies" na pista de Marraquexe, em Marrocos, a bordo de uma Virgin, numa altura em que os monolugares da velha geração ainda eram usados. 

Com quatro temporadas na Formula 1, sempre ao lado da Sauber-Alfa Romeo, o melhor resultado do piloto italiano foi um quinto lugar no GP do Brasil de 2019, tendo conseguido até agora 19 pontos, um os quais nesta temporada, no GP do Mónaco. 

Noticias: Alfa Romeo confirma Zhou para 2022


A Alfa Romeo Sauber confirmou que Guanyu Zhou será seu piloto para 2022, tornando-se assim no primeiro chinês na Formula 1. Em contraste, Antonio Giovinazzi, o italiano que está na equipa até ao final desta temporada será piloto da Penske-Dragon para a Formula E na próxima temporada. Zhou correrá ao lado de Valtteri Bottas, que vem da Mercedes.

Dizer adeus a um piloto nunca é fácil, especialmente no caso de Antonio, que faz parte da equipa há tanto tempo”, disse o diretor da equipa, Frederic Vasseur. “À medida que nos separamos, vamos acarinhando as memórias dos bons tempos e aprendendo lições dos maus momentos, sabendo que todos estes momentos nos fizeram crescer juntos como uma equipa. Desejamos a António o melhor para o seu futuro após a época de 2021: antes disso, ainda temos três corridas para alcançarmos juntos alguns bons resultados e terminarmos o ano com força”, concluiu.

Já Giovinazzi não deixou de dizer nas suas redes sociais o que pensava sobre o que se passou, afirmando que o dinheiro foi um fator importante.

A Formula 1 é emoção, talento, carros, risco, velocidade. Mas quando o dinheiro manda, pode ser impiedoso. Acredito na surpresa de um resultado inesperado, de grandes ou pequenas vitórias alcançadas graças ao empenho de cada um.", afirmou na sua conta oficial no Instagram.

Já o piloto chinês de 22 anos não deixava de estar radiante pela sua chegada à Formula 1.

Sonhei desde pequeno com uma escalada tão alta quanto possível num desporto pelo qual sou apaixonado e agora o sonho tornou-se realidade. É para mim um privilégio começar a minha carreira na Fórmula 1 com uma equipa icónica, uma equipa que introduziu tanto talento jovem na Fórmula 1 no passado. Agora o sonho é realidade.", começou por dizer no comunicado oficial. 

"Sinto-me bem preparado para o imenso desafio da Fórmula 1, o auge do meu desporto, juntamente com um talento comprovado e de classe mundial de Valtteri Bottas. Gostaria de agradecer à equipa Alfa Romeo Racing Orlen por esta oportunidade. No próximo ano, o objetivo será aprender o mais possível e o mais rapidamente possível. Ser o primeiro piloto chinês de sempre na Fórmula 1 é um avanço para a história do desporto motorizado chinês. Sei que muitas esperanças recairão sobre mim e, como sempre, vou tomar isto como motivação para me tornar melhor e alcançar mais”, concluiu.~

Nascido a 30 de maio de 1999 em Xangai, começou a sua carreira nos monolugares em 2015 na Formula 4 italiana, antes de passar para a Formula 4 alemã, ambos pela Prema Racing. No ano seguinte, rumou para a Formula 3 europeia, onde pela Motorpark, foi 13º, com dois pódios. Continuou ali até 2018, de novo com a Prema, onde venceu duas corridas, indo em 2019 para a Formula 2. Agora na sua terceira temporada, é atualmente segundo classificado, com 142 pontos, tendo alcançado três vitórias. 

Youtube Motoring Video: Bonnevile, o lugar que está a ficar sem sal

Bonneville é um dos lugares mais salgados da terra, mas também dos mais planos, ieal para que todos os anos, milhares de pessoas acorram lá para fazerem as suas tentativas de velocidade, tentando alcançar algum recorde pessoal ou mais genérico.

Contudo, desde há uns trinta anos para cá, as pessoas começam a notar que há cada vez menos sal na superfície, e é isso que faz com que aquele local seja mesmo plano, logo, é mais um dos ecossistemas que está em perigo de desaparecimento. E é sobre isso que se trata este video da PBS americana.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Sobre a aquisição da McLaren pela Audi


Então, compraram ou não compraram?

Os rumores sobre a possível compra da McLaren por parte da Audi foram confirmados, para serem imediatamente desmentidos. Aparentemente, a compra tinha sido feita para que pudessem montar uma operação para entrarem na Formula 1 a partir de 2026, para além de ficar com uma posição na McLaren Automotive, ou seja, injetar dinheiro na divisão de supercarros, que anda a precisar de liquidez, já que têm mais de meio bilião de libras de dívida.

A noticia tinha sido avançada pela Autocar britânica na passada sexta-feira, mas depois de insistências ao longo do final de semana, nesta segunda-feira, a própria McLaren desmentiu, em comunicado oficial, que tenha havido uma compra por parte da marca alemã.

O grupo McLaren tem conhecimento de uma notícia em alguns meios de comunicação social que afirma ter sido vendida à Audi. Isto é totalmente impreciso e a McLaren está a procurar que a história seja retirada.", começa por dizer o comunicado oficial. 

"A estratégia tecnológica da McLaren sempre envolveu discussões e colaboração contínuas com parceiros e fornecedores relevantes, incluindo outros fabricantes de automóveis, no entanto, não houve qualquer mudança na estrutura de propriedade do grupo McLaren.

Apesar de se dizer que existe o interesse na compra, há coisas ao longo dos meses que têm indicado que há atribulações dentro da marca de Woking. Há alguns meses, em abril, o edifício que alberga a sede, projetada por Norman Foster e inaugurada em 2004, foi vendida por 170 milhões de libras para a forma de investimento GNL, num acordo no qual a marca permanece no local, pagando uma renda. A razão por trás disso tinha a ver com os rendimentos afetados pela pandemia da CoVid-19, que resultou no corte de 1200 postos de trabalho em 2020 em todas as suas divisões: a Automotive, para os carros de estrada, a Aplied, para a tecnologia, incluindo as baterias para os seus carros de Formula E, e a Racing, a sua divisão de competição.

Em caso de compra, a Audi adquiria apenas a divisão de corrida e a dos carros de estrada, deixando de fora a McLaren Applied, o braço da marca na eletrificação de carros de estrada e de pista. 

Apesar dos sucessos na pista e na venda dos seus carros de estrada há mais de uma década, os tempos são de transição. Ron Dennis já abandonou a marca em 2018, substituído por Zak Brown, Mansour Ojjeh já morreu este ano, mas também estava afastado da marca há algum tempo, e os seus acionistas, especialmente o fundo soberano do Bahrein, só vão querer ir a um certo limite. Logo, apesar de nas pistas, eles estarem numa boa temporada na Formula 1, tendo alcançado a sua primeira vitória em quase uma década, graças a Daniel Ricciardo em Itália, e os sucessos com a parceria Arrow Schmidt Peterson na IndyCar, é provável que ainda demore mais algum tempo para colocar as finanças mais saudáveis, logo, a possível aquisição - ou não - por parte da Audi, poderia ser uma injeção semelhante ao que fez a Mercedes há mais de uma década, quando comprou a BrawnGP e a transformou no titã automobilístico que é agora.

domingo, 14 de novembro de 2021

Formula 1 2021 - Ronda 20, Interlagos (Corrida)


O Brasil sempre foi um destino popular, isso já todos sabem mais ou menos. Contudo, com a história do Drive to Survive e outras formas que a Liberty Media fez para fazer render o seu peixe, a Formula 1 ficou ainda mais popular em solo brasileiro, especialmente entre os mais jovens e as mulheres. Também a isso não foi alheio a troca de canal de televisão no sentido da transmissão da competição, da Rede Globo para a Bandeirantes, onde aqui, o produto foi muito melhor tratado do que era dantes. 

Como a Formula 1 decidiu que Interlagos seria o lugar onde iriam fazer a experiência da Sprint Race, as coias até correram melhor que o esperado, mas também o facto de Lewis Hamilton ter sido desqualificado na sexta-feira por causa das irregularidades na sua asa traseira, só criou ainda mais emoção entre aqueles que querem ver a competição ao rubro até ao fim. Mas depois de terem visto Lewis Hamilton recuperar 15 lugares em pouco mais de 25 voltas, só mostra que os Mercedes são os melhores carros aqui na pista paulista, mesmo que depois de ontem, Max ganhou mais dois pontos na liderança, agora com ambos separados por 21, a quatro provas do final.

Todos começavam de médios, excepto Yuki Tsunoda, que começava com macios. E Kimi Raikkonen saía das boxes, por causa de troca de componentes.


Na partida, Valtteri Bottas foi superado pelos Red Bull, enquanto Hamilton subia para oitavo, depois de passar Pierre Gasly. Atrás, Lando Norris sofria com um toque e arrastava o seu McLaren para as boxes. No final da primeira volta, os Red Bull eram primeiro e segundo, com Bottas em terceiro e Hamilton em sexto, atrás do Ferrari de Carlos Sainz Jr, antes de o passar facilmente para ser quinto, atrás do outro Ferrari de Charles Leclerc. Mas em quase duas voltas, Hamilton chegou a terceiro, com Max a cerca de 4,5 segundos diante dele.

Mas naquela altura, Lance Stroll e Yuki Tsunoda tinham tocado e os destroços estavam espalhados na zona do S de Senna, o suficiente para que os comissários acharem que aquilo era o suficiente para juntar os carros, fazendo entrar o Safety Car. Limpa a pista, em duas voltas, todos juntos, sabiam que Hamilton iria fazer de tudo para ir para a frente o mais depressa possivel. 

No recomeço, os quatro primeiros mantiveram as posições, com Leclerc em quinto a tentar não deixar escapar Valtteri Bottas. O neerlandês escapava na frente, com Perez a proteger o seu companheiro de equipa dos ataques de Hamilton. Atrás, Mick Schumacher tinha a sua asa dianteira danificada por causa de um toque com um dos Alfa, e por causa disso, a organização meteu um Virtual Safety Car, onde todos ficavam nos seus lugares, para dar tempo para limpar a pista e o Haas ir para as boxes. 

Apenas na volta 14 é que a corrida recomeçou, com Verstappen a tentar afastar-se do pelotão, com Perez a defender-se dos ataques de Hamilton. Três voltas depois, Hamilton conseguiu passar o mexicano no final da reta da meta, mas poucos metro mais adiante, ele reagiu e voltou ao segundo posto. Mas na volta seguinte, Hamilton ficou definitivamente com o segundo lugar, enquanto a Perez, agora tinha de lidar com Bottas para manter o terceiro posto. 

Contudo, nas voltas seguintes, a distância entre ambos estabilizou-se nos 3,6 segundos. Os pneus médios faziam o seu trabalho, mas por esta altura, parecia que eles iam para uma paragem. E foi o que aconteceu na volta 27, colocando duros e caindo para quarto. A ideia era ver se sairia melhor que Verstappen quando fosse a sua vez. E foi o que aconteceu na volta seguinte, com uma paragem de 2,4 segundos, mas Hamilton apenas recuperou cerca de um segundo. Na frente, estava Perez, seguido por Bottas, que iria também para as boxes para colocar duros, indo para o final da corrida.

Nas voltas seguintes, Hamilton fazia volta mais rápida atrás de volta mais rápida, para ver se os seus pneus rendiam melhor ou não. Mas na volta 30, o Virtual Safety Car entrava de novo em ação porque houve algo a sair do carro de Lance Stroll. Que aproveitou o momento foi Bottas, que rumou às boxes colocar duros. Na frente, Verstappen tinha Hamilton a 1.4 segundos. 

O britânico tentava apanhar o mais que podia o neerlandês, mas a meio da corrida, a diferença estava perto da distância do DRS, mas o piloto a Red Bull resistia.   

E na volta 41, inesperadamente, Verstappen para nas boxes, voltando a colocar duros e caindo para quarto, mas com pneus bem melhores. Esta segunda paragem não estava esperada por ninguém, e quem reage é Perez, que na volta 43 também para, trocando também para duros. Na volta seguinte, foi Hamilton a parar, e quando regressa, o inglês tinha 2,6 segundos para recuperar. E Bottas queixa-se do que aconteceu com um "acho que deitamos fora um 1-2 muito fácil".

Mas na volta 48, Hamilton atacou a sério a liderança de Verstappen. Ambos ficaram lado a lado, mas o piloto da Red Bull aguentou o que podia os ataques do piloto da Mercedes, indo ambos até fora da pista. Os comissários investigaram o incidente, mas não decidiram punir ninguém, porque acharam que o melhor era deixar correr. E deixaram. 

E pouco depois, na volta 50, Hamilton conseguiu passar no final da reta interior, para ficar com o comando e não o largar mais. Tinha demorado, mas o primeiro lugar era dele. 

O resto... não houve história. Era contar até à bandeira de xadrez, Sergio Perez foi às boxes para ver se fazia a volta mais rápida, e tirar o ponto ao Hamilton - e lá conseguiu - e no final, perante a multidão em delírio, lá ganhou a sua 101ª vitória. Acabada a corrida, levantou a bandeira brasileira e o público adorou o gesto. 


Agora faltam três corridas. Circuitos dos quais, dois deles não sabemos nada e de um terceiro, foi altamente modificado. Provavelmente, é uma enorme incógnita, mas também poderemos ter visto a última pista onde a Mercedes tinha uma vantagem indiscutível. Mas com os dois pilotos com 14 pontos de diferença, tudo é possível.

E agora, mais uma logistica infernal pela frente porque daqui a oito dias, é em Doha, no Qatar.   

The End: Bob Bondurant (1933-2021)


Bob Bondurant, um dos pilotos mais versáteis dos anos 50 e 60 no automobilismo americano, morreu na sexta-feira aos 88 anos em Phoenix, no Arizona. Piloto na Endurance, um dos que fez parte da equipa de Carrol Shelby quer nos Cobras, quer nos Ford GT40, foi também piloto de Formula 1 por duas temporadas, correndo pela Ferrari, Lotus, BRM e acabando na All American Racers, de Dan Gurney.

No comunicado oficial lançado pela sua escola de pilotagem, a homenagem ao piloto refere os seus feitos:

"Bondurant é o único americano a trazer o troféu do Campeonato do Mundo para os EUA enquanto corria para Carroll Shelby. Ele venceu sua classe em Le Mans e foi introduzido em dez Hall of Fame do automobilismo. A Bondurant Racing School foi fundada em 1968 e tem celebridades formadas no automobilismo como James Garner, Paul Newman, Tom Cruise, Nicholas Cage e Christian Bale, junto com mais de meio milhão de graduados de todo o mundo. Seu legado permanecerá connosco para sempre."

Nascido a 27 de abril de 1933 em Evanston, no Illinois, e começou a correr em motos na sua adolescência, correndo em "dirt tracks" com uma Indian, antes de ir em 1956 para os automóveis, onde a bordo de uma Morgan, venceu o campeonato da Costa Oeste de Turismo. Depois, adquiriu um Corvette e triunfou em 18 das vinte corridas em que participou. Isso fez com que, em 1961, chamasse à atenção de Shelley Washburn, que, sendo dono de uma concessionária da Corvette na Santa Barbara, na California, o contratou para guiar um dos seus carros. Nas duas temporadas seguintes, venceu 30 das 32 provas a bordo de um modelo Z06 Stingray, suficiente para chamar a atenção de Carrol Shelby.

No inicio de 1963, torna-se piloto da Cobra, onde triunfa em corridas importantes como LA Times Grand Prix GT Race, em Riverside, e no inicio de 1964, acaba em segundo das 12 Horas de Sebring. Foi o suficiente para ir com Shelby para a Europa, correr em provas como a Targa Florio, os 1000 km de Nurburgring e as 24 Horas de Le Mans. Nste último, ao lado de Dan Gurney, acaba em quarto lugar e triunfa na classe GT. 

No ano a seguir, continua com a Shelby, onde também guia os Ford GT40, onde triunfa em sete das dez corridas em que participa nesse ano, acabando por dar à marca o título de Construtores. E foi no final desse ano que se estreia na Formula 1, primeiro com um Ferrari inscrito pela North American Racing Team, em Watkins Glen, onde termina na nona posição. No ano seguinte, correndo pela Chamaco Collect, enquanto fazia trabalho de consultadoria para o filme "Grand Prix", Bondurant conseguiu um quarto lugar no GP do Mónaco, a bordo de um BRM, e correu ao longo dessa temporada, exceptuando as duas últimas corridas do ano, onde participou a bordo do Eagle oficial da All American Racers.

Em 1967, foi para a Can-Am, a bordo de um Corvette, mas quando testava um McLaren em Watkins Glen, sofreu um grave acidente, que resultou em fraturas nos tornozelos, pulsos e costelas, resultado numa longa recuperação. Foi nessa altura em que decidiu montar a sua escola de pilotagem em Orange County, nos arredores de Los Angeles, a Bob Bondurant School of High Performance Driving. Desde então, a escola transferiu-se para outros locais, como Ontário, Sonoma e mais tarde, Phoenix, onde fez parcerias com a Nissan, Goodyear e a General Motors, entre outros, e treinou toda uma geração de pessoas para as técnicas de pilotagem de alta velocidade.

Em 2003, ele foi agraciado pela Motorsports Hall of Fame of America, pelas suas contribuições nos GT's.