Os rumores sobre a possível compra da McLaren por parte da Audi foram confirmados, para serem imediatamente desmentidos. Aparentemente, a compra tinha sido feita para que pudessem montar uma operação para entrarem na Formula 1 a partir de 2026, para além de ficar com uma posição na McLaren Automotive, ou seja, injetar dinheiro na divisão de supercarros, que anda a precisar de liquidez, já que têm mais de meio bilião de libras de dívida.
A noticia tinha sido avançada pela Autocar britânica na passada sexta-feira, mas depois de insistências ao longo do final de semana, nesta segunda-feira, a própria McLaren desmentiu, em comunicado oficial, que tenha havido uma compra por parte da marca alemã.
“O grupo McLaren tem conhecimento de uma notícia em alguns meios de comunicação social que afirma ter sido vendida à Audi. Isto é totalmente impreciso e a McLaren está a procurar que a história seja retirada.", começa por dizer o comunicado oficial.
"A estratégia tecnológica da McLaren sempre envolveu discussões e colaboração contínuas com parceiros e fornecedores relevantes, incluindo outros fabricantes de automóveis, no entanto, não houve qualquer mudança na estrutura de propriedade do grupo McLaren.”
Apesar de se dizer que existe o interesse na compra, há coisas ao longo dos meses que têm indicado que há atribulações dentro da marca de Woking. Há alguns meses, em abril, o edifício que alberga a sede, projetada por Norman Foster e inaugurada em 2004, foi vendida por 170 milhões de libras para a forma de investimento GNL, num acordo no qual a marca permanece no local, pagando uma renda. A razão por trás disso tinha a ver com os rendimentos afetados pela pandemia da CoVid-19, que resultou no corte de 1200 postos de trabalho em 2020 em todas as suas divisões: a Automotive, para os carros de estrada, a Aplied, para a tecnologia, incluindo as baterias para os seus carros de Formula E, e a Racing, a sua divisão de competição.
Em caso de compra, a Audi adquiria apenas a divisão de corrida e a dos carros de estrada, deixando de fora a McLaren Applied, o braço da marca na eletrificação de carros de estrada e de pista.
Apesar dos sucessos na pista e na venda dos seus carros de estrada há mais de uma década, os tempos são de transição. Ron Dennis já abandonou a marca em 2018, substituído por Zak Brown, Mansour Ojjeh já morreu este ano, mas também estava afastado da marca há algum tempo, e os seus acionistas, especialmente o fundo soberano do Bahrein, só vão querer ir a um certo limite. Logo, apesar de nas pistas, eles estarem numa boa temporada na Formula 1, tendo alcançado a sua primeira vitória em quase uma década, graças a Daniel Ricciardo em Itália, e os sucessos com a parceria Arrow Schmidt Peterson na IndyCar, é provável que ainda demore mais algum tempo para colocar as finanças mais saudáveis, logo, a possível aquisição - ou não - por parte da Audi, poderia ser uma injeção semelhante ao que fez a Mercedes há mais de uma década, quando comprou a BrawnGP e a transformou no titã automobilístico que é agora.
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