sábado, 6 de setembro de 2025

Formula 1 2025 - Ronda 15, Monza (Qualificação)


Cá estamos nós, no Templo do Automobilismo. Mais "catedral" porque já passou do seu centenário, de uma certa maneira. Mas mesmo assim, é Monza, estamos em Itália, e a Ferrari, ali, esforça-se mais um bocado para dar nas vistas. Especialmente em 2025, onde ainda não ganhou qualquer corrida e investiu algumas dezenas de milhões em Lewis Hamilton para ver se regressa ao topo, ou a uma era do domínio, como tiveram com Michael Schumacher.

E em Itália, ou é Ferrari ou é nada, ainda por cima, quando o único italiano do pelotão, Andrea Kimi Antonelli, está noutra equipa. Não direi que ele "não existe", mas não anda muito longe... tenho pena do rapaz. 

A qualificação italiana arrancou com o Ferrari de Lewis Hamilton a ser um dos primeiros a sair das boxes, para a euforia dos "tiffosi", e nos minutos seguintes, Charles Leclerc foi para o topo da tabela de tempos, seguido de perto por Hamilton, que beneficiou de um slipstream do seu colega de equipa, ficando a apenas um décimo de segundo.

Entretanto, os pilotos usavam e abusavam dos limites, especialmente nas curvas. Quem saísse da linha branca tinha o seu tempo anulado, e isso não era brincadeira alguma. Que o diga Carlos Sainz Jr, que na sua primeira tentativa, viu o seu tempo anulado. 

Os primeiros tempos dignos de registo aconteceram com as McLaren, primeiro com Oscar Piastri a marcar 1.19,611, com Lando Norris a ficar atrás, a um décimo. Russell marcou depois um tempo melhor, 1.19,414, mas com médios.

Na parte final, com alguns pilotos aflitos, porque estavam todos muito próximos, eles foram para a pista com moles novos, esperando sair do fundo da grelha. Isack Hadjar, ainda com o pódio de Zandvoort na cabeça, só conseguia 1.19,917 e estava aflito. O único que poderia bater era Alex Albon, no seu Williams, e ele consegue 1.19,837 e fica com o último lugar de acesso à Q2, deixando-o de fora, e a fazer companhia ao seu companheiro de equipa, Liam Lawson, aos Alpine de Franco Colapinto e Pierre Gasly, e ao Aston Martin de Lance Stroll.


Poucos minutos depois, passamos para a Q2, onde foi tudo menos... descontraído. Pelo contrário. Tempos muito iguais entre os pilotos, onde um erro poderia significar a eliminação, especialmente quando saiam de pista e viam os seus tempos... anulados. Como aconteceu a Lando Norris, que excedeu os limites da pista na sua primeira tentativa e acabou anulado. Eles sabiam que poderiam conseguir, mas tinha de ser o mais rapidamente possível.   

Nos minutos finais, com menos de um segundo a separar os 14 primeiros classificados, a batalha pela entrada na Q3 intensificou-se. Verstappen manteve-se no topo, seguido por Russell e Piastri. As equipas apostavam tudo, com Alonso a subir para sétimo e Hamilton a escapar da zona de eliminação, alcançando o oitavo melhor tempo. E Norris? Demorava muito para marcar o seu tempo. 

Acabou por acontecer depois da bandeira de xadrez. Graças a uma ajuda de Oscar Piastri.

Na meta, Norris acabou com o quinto melhor tempo, e colocava o Haas de Oliver Bearman no péssimo 11º posto, fazendo companhia ao seu companheiro de equipa, Esteban Ocon, o Sauber de Nico Hulkenberg e os Williams de Alex Albon e Carlos Sainz Jr. Em contraste, Gabriel Bortoleto entrou novamente na Q3, bem como o Aston Martin de Fernando Slondo e o segundo Red Bull de Yuki Tsunoda. 

A Q3 começava com os Ferrari a mostrar-se, antes de Max Verstappen marcar um registo abaixo do segundo 19, melhor que Leclerc em 84 centésimos, com Piastri em terceiro, 133 centésimos mais lento e Hamilton em quarto, a 201 centésimos. 

A parte final é que se viu as voltas marcantes: Max faz 1.18,792, e mantinha-se no topo da tabela de tempos, enquanto Lecerc não só não melhorou como foi passado pelos McLaren, com Norris a marcar melhor tempo que Piastri: 1.18,869 para o britânico, 1.18.982 para o australiano. Hamilton foi o quinto melhor, com 1.19,124. mas com a penalização, começará de décimo. Bortoleto era o sétimo melhor, com 1.19,390, mostrando que ali, estava à vontade. mesmo com um pelotão equilibrado como este, em Monza. 


E no final, neste equilíbrio, Max consegue uma média impressionante: 264,682 km/hora. Um novo recorde de volta rápida, algo do qual apenas Monza é capaz de alcançar. É por isso que muitos adoram esta pista e o poder que dá aos amantes do automobilismo: faz-nos excitar.  

No final, é Monza, este templo do automobilismo, que nos deu isto. E é por isto que, de uma certa forma, gostamos da Formula 1. Amanhã haverá mais, numa corrida neste templo do automobilismo que sabemos não durará mais que uma hora e 20 minutos. Talvez seja isso que o Domenicalli procura: uma Monza em cada esquina. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

A(s) image(ns) do dia







"O Jochen seguiu-me durante várias voltas e alcançou-me lentamente, e eu não passei muito rápido pela segunda curva Lesmo, por isso virei-me para o lado e deixei o Jochen ultrapassar-me. Depois, segui-o até à Parabólica... íamos muito rápido e ele esperou até cerca de 200 metros para travar. O carro simplesmente virou para a direita, depois virou para a esquerda e depois novamente para a direita, e de repente virou demasiado rápido para a esquerda, embatendo no rail de proteção."

Testemunho de Dennis Hulme (1936-92), piloto da McLaren em 1970. 

Apesar das coisas estarem aparentemente sob controlo durante o final de semana de Monza, o perigo sempre espreitava. Jochen Rindt, depois de ver os tempos algo desapontantes de sexta-feira, decidiu mexer muito no carro. Tirou as asas, mexeu na ralação de caixa, que o deixou mais longo, para ter maior velocidade de ponta. Quando ele chegava ao final da reta antes da Parabólica, chegava a 330 km/hora. Parecia ser mais rápido, mas estava ainda mais no limite. Especialmente numa coisa do qual nunca ficou confortável: o cinto de segurança.

Já em 1970, havia o cinto de seis pontos. era uma novidade com pouco tempo, logo, não era obrigatório, nem todos o usavam. E quando o faziam, era parcialmente. E Rindt fazia-o de forma parcial: não apertava na cintura, porque não queria sentir-se preso, em caso de acidente. Queria sair o mais rápido possível, e essa maneira de apertar o cinto ajudou muito no desenlace fatal do acidente. 

O acidente aconteceu quando estava a fazer a sua quinta volta na qualificação desse dia. Os movimentos descritos por Hulme tinha a ver com o que o inquérito mais tarde afirmou ter sido uma falha numa das correias do mecanismo dos travões, que no modelo 72, eram montados no interior do carro, e não acoplados nas rodas. Para piorar as coisas, quando embateu no guard-rail, foi mesmo num dos pilares de ferro, que destruiu na frente, e o impacto fez com que deslizasse pelo carro, e o cinto cortou a gargante do piloto, matando-o quase de imediato. 

O salvamento foi algo caótico. Ele foi de ambulância - naquele tempo, não era obrigatório os helicópteros para evacuação médica - e o condutor enganou-se pelo caminho. Quando chegou ao hospital, os médicos limitaram-se a declarar o óbito. 

Ao saber do que se tinha passado, a Lotus decidiu tirar os restantes carros da corrida, incluindo o 72 que tinha sido inscrito pela Rob Walker Racing e era guiado por Graham Hill

Para os austríacos, foi um choque: o seu herói estava morto. O homem que tinha agitado o país naquele verão e estava à beira de conquistar algo inédito, desaparecia de súbito, e claro deixava um enorme vazio. 

A Toyota pode regressar?


A Toyota tem estado presente em força no automobilismo há mais de 30 anos, mas recentemente, tem-se concentrado nos GT's, na Endurance e no WRC, deixando de lado competições como a Formula 1, onde não está desde o final de 2009. Contudo, o regresso poderá estar em vista. Desde há algum tempo que existe uma parceria técnica com a Haas, onde a equipa norte-americana utiliza os túneis de vento da marca em Colónia, local da sua sede europeia, e com a participação dos seus pilotos em alguns treinos livres de Formula 1, nas últimas duas temporadas, os rumores sobre um regresso aparecem. 

Agora, Stefano Domenicalli disse esta semana que a marca japonesa está a olhar atentamente aos regulamentos de 2026, e também o que poderá acontecer a partir de 2030, onde se fala num regresso aos V8, com assistência híbrida, recorrendo a combustíveis sustentáveis. 

Queremos manter os grandes construtores connosco, por isso o objectivo é oferecer um projecto tecnológico que os interesse, permitindo também criar, se necessário, uma espécie de motor de Fórmula 1 que nos proteja em qualquer momento de potenciais períodos de retração. A preferência é, obviamente, manter os grandes fabricantes que temos - e talvez atrair novos. Teremos a Audi, a Cadillac, a Honda regressará, e a Toyota está a monitorizar a situação”, falou Domenicalli.

Um eventual regresso da Toyota, a par da entrada da Audi em 2026, no lugar da Sauber, e da presença da Cadillac, também a partir dessa temporada, reforçaria a estratégia da FOM de consolidar um ecossistema com múltiplos fabricantes. Contudo, tem de se saber se isso será suficiente para a marca japonesa dizer "sim" a um eventual regresso.

Noticias: Domenicali reconhece contactos, mas as chances são reduzidas


Stefano Domenicalli reconhece que o governo português andou a contactar a FOM para receber a Formula 1, mas as chances podem ser reduzidas. Em Monza, o CEO da FOM  afirma que cenário não é favorável a Portugal, dada a concorrência - cerca de uma dezena de nações - e as exigências para que um país possa ter um evento de Fórmula 1.

Em 2026 Zandvoort vai organizar o seu último Grande Prémio, por isso estamos a discutir novas adições, incluindo a possibilidade de eventos alternados. Mas não serão muitas: um ou dois, não mais. Barcelona está interessada numa alternância. Há Portugal, Turquia e, recentemente, Hockenheim – que tem novos proprietários – a mostrar interesse. O mais importante é que os potenciais candidatos entendam que há pouquíssimos lugares disponíveis, por isso quem se senta à mesa precisa de força financeira”, começou por explicar o dirigente italiano. 

Hoje a situação é diferente de há alguns anos, não só pelo que é necessário para entrar na Fórmula 1, mas também pelo que tem de ser investido. Não nos podemos esquecer de que estamos a trabalhar intensamente na sustentabilidade: todos os promotores devem estar preparados para cumprir os padrões de neutralidade carbónica em 2030. Eventos que recebem 450 a 500 mil pessoas terão desafios em matéria de energia, gestão geral e tudo o que os rodeia. Estamos a trabalhar seriamente nestas questões e os promotores têm de alinhar. Quem não estiver pronto não poderá organizar o evento”, reforçou.

Neste momento, a concorrência é forte: a Arábia Saudita quer ter uma segunda corrida no calendário, ou seja, não quer que Qiddiya e Jeddah se alternem, a FOM quer ir para África, com interesse da parte de Ruanda, África do Sul e Marrocos, e na Ásia, há conversações com a Tailândia no sentido de acolher uma corrida até ao final da década. Ou seja, caso o governo leve a sério, o investimento terá de ser bem forte.., e esperar que seja um evento anual, não uma alternância, como a FOM deseja implementar a partir de 2027, quando acabar o contrato com o GP neerlandês. 

Como é sabido, a Formula 1 recebeu pela última vez a Formula 1 em 2021, no Autódromo do Portimão, aproveitando a altura da pandemia, em 2020, para receber corridas.

Formula 3: Domingues satisfeito com a evolução na temporada


A Formula 3 fecha a sua temporada neste final de semana e Ivan Domingues regressa à ação, numa das grelhas mais competitivas do automobilismo mundial. Com 30 pilotos em pista e 10 vencedores diferentes nas 18 corridas já disputadas, a competição chega a aquele traçado icónico, e o jovem rookie de Leiria irá querer acabar a temporada em grande. 

Para o piloto, o regresso a Monza e à Itália é especial para ele, porque foi ali que onde iniciou a sua formação no automobilismo. “Monza é um circuito mítico, com muita história e uma atmosfera incrível. Vai ser também o meu regresso à competição em Itália, para onde me mudei aos 14 anos, e será seguramente um fim de semana especial”, partilhou o piloto. 

Falando sobre a sua temporada, afirmou que a evolução foi grande. “A nossa evolução foi clara ao longo do ano. Mostrámos que podemos ser rápidos e discutir corridas. Chegámos mesmo a uma vitória em Barcelona, e vamos fazer tudo para fechar a época com uma boa performance, procurando igualmente aproveitar a oportunidade para continuar a adquirir experiência. A época passou num instante, mas o espírito é sempre aproveitar cada segundo em pista.”, continuou.

A Sprint Race será no sábado, pelas 8:15 da manhã, enquanto a Feature será no domingo, pelas 7:15.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

A(s) image(ns) do dia







Em 1970, a Formula 1 estava a aprender como era guiar com aerodinamismo. E a mentalidade era ser veloz, a qualquer preço. E quando chegavam a Monza, para o GP de Itália, os pilotos costumavam tirar os apêndices aerodinâmicos, julgando que essa velocidade a mais lhes tiraria o "downforce" que era ao mesmo tempo um arrasto, que lhes tiraria o que queriam ter: velocidade de ponta nas retas. E também impedir que outros aproveitassem o "slipstream" para os ultrapassar.

Podiam ser rápidos, mas arriscavam ainda mais o pescoço que o normal. 

Há 55 anos, em Monza, numa sexta-feira de Grande Prémio, a Lotus chegava com ar de antecipação. Jochen Rindt tinha desistido na corrida anterior, no Osterreichting, mas a equipa esperava que um bom resultado em Monza, a casa da Ferrari, seria suficiente para resolver o assunto a três corridas do fim. Ganhar seria o ideal, mas a recente boa forma da Ferrari, com a vitória de Jacky Ickx na corrida da Áustria, estava a dar algumas esperanças nos lados da Scuderia. 

Naquela sexta-feira, o ambiente da Lotus estava algo tenso. Rindt, que nunca foi muito amigo de Colin Chapman, concordava em andar sem os apêndices aerodinâmicos, porque os V12, mais potentes, eram 16 km/hora mais rápidos em reta, logo, seriam os candidatos aos primeiros lugares da grelha, a par dos BRM e Matra, que também tinham motores V12. Mas esse era o menor dos problemas: ele lutava contra problemas de injeção de combustível que o fizeram marcar tempos cinco segundos mais lentos que Jacky Ickx. Foi por isso que decidiu tirar as asas. Sem elas, melhorou os tempos, mas ainda era 1,5 segundos mais lento que o belga, no seu Ferrari. 

John Miles, o segundo piloto da equipa, não estava a gostar de andar no 72 sem asas, porque não conseguia andar direito, corrigindo constantemente no volante, mesmo na reta. E também estava a discutir com Chapman acerca disso, porque acreditava estar a andar no limite.

Contudo, o terceiro piloto da equipa, Emerson Fittipaldi, andava com as asas naquela sexta-feira. A razão? Ia ter nesse final de semana o chassis do 72. Mas na sexta-feira, foi encarregado de "amaciar" o chassis 72/5 para que Rindt usasse no resto do final de semana. Contudo, durou pouco: no final da reta, na aproximação da Parabólica, avaliou mal o ponto de travagem e acabou a tocar no Ferrari de Ignazio Giunti. O carro, imparável, acabou fora da pista, mas apenas com a frente danificada e o resto do carro recuperável. E claro, Emerson estava incólume. 

Emerson contou mais tarde que como era um carro novo, não tinha reparado que ele era bem mais rápido que o 49, logo, tinha de travar mais cedo e estava mentalmente habituado ao carro anterior...

Com o carro a ser reparado, para o dia seguinte, Rindt iria usar um chassis mais velho, o 72/2 e que iria ser usado por Emerson, para dar as suas voltas. E foi nesse chassis que a correia do travão se quebrou... e o resultado é o conhecido.

WRC: Rovanpera admite não estar na sua melhor forma


Kalle Rovanpera admite não estar no melhor das suas formas. Apesar de estar a lutar pelo título em 2025, em conjunto com Elfyn Evans e Sebastien Ogier, o finlandês de 24 anos sente que não está no seu pico, especialmente depois do quinto lugar alcançado no final do rali do Paraguai. “Sinto que não estou realmente na minha melhor forma, digamos”, refletiu. “Não estou a tirar o melhor que consigo do carro. Obviamente, nunca é a melhor sensação.

Refletindo sobre o fim de semana, continuou:

Ainda estávamos bem na luta, e tivemos um bom ritmo também. Mas sim, apenas o furo de ontem e, depois disso, fizemos o que pudemos para conseguir alguns pontos no domingo. No final, o tempo ajudou-nos um pouco, e conseguimos alguns bons pontos. Não posso estar demasiado desapontado”, afirmou o piloto. 

Questionado sobre a luta pelo título, acrescentou: “Ainda estamos próximos. Penso que apenas o Elfyn tem a diferença agora, por isso a situação é a mesma.

Depois de um 2024 feito em tempo parcial, mas com quatro vitórias, 2025 está a ser complicado para o piloto finlandês. Apenas duas vitórias, nas Canárias e em casa, na Finlândia, tem agora sete pontos de atraso face a Elfyn Evans o líder do campeonato. E nem campeonato tão disputado, onde cada segundo conta e um erro mínimo pode ser decisivo, a capacidade de gerir a pressão e de se adaptar a condições adversas é tão crucial quanto a velocidade pura.

Agora, esta sua franqueza em admitir não estar no seu melhor demonstra uma maturidade e autoconsciência raras no desporto de alta competição, e em vez de o enfraquecer, este teste de nervos e perícia, poderá fazer com que Rovanperä acabe determinado a reencontrar a sua melhor forma para lutar pelo terceiro título mundial, depois dos títulos de 2022 e 2023.

O próximo rali do campeonato será no Chile, dentro de uma semana. 

Noticias: Cadillac confirma Herta para piloto de testes


A Cadillac confirmou nesta quarta-feira que o americano Colton Herta será o piloto de testes para 2026, enquanto ele irá disputar na Formula 2 na próxima temporada, com o objetivo que conseguir os pontos necessários para a Super-Licença e assim tentar a Formula 1. 

O anuncio foi feito mais de uma semana depois da marca ter confirmado a sua dupla de 2026, o seu primeiro ano na Formula 1, e isso sempre fez parte dos seus planos na categoria máxima do automobilismo, que é de preparar um talento oriundo dos Estados Unidos para o projeto. E é aqui que surge Herta, filho de Bryan Herta, que tem corrido desde 2018 na IndyCar Series, primeiro pela Harding Racing, e desde 2020, pela Andretti, onde foi terceiro classificado em 2020 e segundo em 2024.

Estou incrivelmente entusiasmado por me juntar à equipa Cadillac Formula 1 como piloto de testes”, afirmou Herta, no comunicado oficial da marca. “Esta é uma oportunidade de sonho, e uma pela qual tenho trabalhado há muito tempo. Fazer parte da entrada da Cadillac F1 num momento tão crucial é algo que não podia deixar passar. O meu sonho sempre foi competir na Fórmula 1, e vejo este passo como um enorme avanço em direção a esse objetivo. Por agora, o meu foco é dar tudo o que posso à Cadillac F1, ajudando a construir uma equipa competitiva.

Graeme Lowdon, Team Principal da Cadillac Formula 1 Team, expressou o seu agrado pelo anuncio de Herta: “Estamos encantados por acolher Colton Herta como piloto de testes. Colton é um piloto excecionalmente talentoso, com velocidade comprovada, perícia em corrida e maturidade muito além da sua idade. A sua experiência no motorsport americano de alto nível, como parte da família TWG Motorsport, torna-o um ajuste ideal para esta função, e ele trará perspetivas valiosas e uma energia renovada à nossa equipa, à medida que continuamos a construir para o futuro.

Mark Reuss, Presidente da General Motors, acrescentou: “Colton é um jovem piloto talentoso com raízes sólidas no motorsport americano, que trará insights perspicazes e uma determinação incansável para impulsionar o desempenho da equipa. Colton é a mais recente adição à nossa equipa de pilotos, juntando-se a Valtteri Bottas e Sergio Pérez, conforme anunciado na semana passada. Esta equipa, apoiada pelos nossos centros de engenharia, combina talento de classe mundial, inovação e determinação que acelerará o nosso progresso à medida que a Cadillac F1 avança para Melbourne em março.”,concluiu.

Com nove vitórias na competição, Herta tem 35 pontos na carteira, menos cinco que o minimo pedido para obter essa Super-Licença. 

Nascido a 30 de março do ano 2000 - tem 25 anos - Herta começou a sua carreira nos monolugares na Europa, competindo em 2015 na MSA Formula Championship, pela Carlin, antes de ir, no ano seguinte, á Formula 3 Euroseries, para acabar em terceiro no campeonato, com quatro vitórias. Em 2017, regressou aos Estados Unidos para participar na Indy Lights, pela Andretti Steinbrenner Racing, onde acabou em terceiro no campeonato. Em 2018, continuou na Indy Lights, acabando em segundo, com quatro vitórias e 13 pódios em 17 possíveis.  

Para além destes triunfos na IndyCar, Herta já venceu as 24 Horas de Daytona nas suas classes por duas ocasiões, em 2018, num BMW M8 GTE, e em 2022, num Oreca 07 da DragonSpeed, na classe LMP2. No ano seguinte, triunfou nas 12 Horas de Sebring com um Acura ARX-06, ao lado do suíço Louis Deletraz e do seu compatriota Jordan Taylor

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Youtube Rally Video: Os testes do Lancia Ypsilon Rally2

Na passada segunda-feira, surgiu este video do carro, guiado pelo francês Yann Bonato. De uma certa forma, sem anunciar oficialmente, a Lancia está de volta. Sim, é um Rally2, mas a ideia é de colocar a marca, com o palmarés conhecido de todos, no lugar da Citroen, apesar de se saber que em 2027, aparecerão novos regulamentos em relação ao WRC. 

O site alemão Rallye-Magazine.de especula que este carro será homologado em breve e a Lancia estará com este Rally2 à partida do Rali de Monte Carlo de 2026. Uma hipótese que não é de todo descabida, podendo ser uma evolução do Citroen C3 que está em fim de vida e mantém o grupo Stellantis bem equipado para satisfazer os clientes. E neste momento, eles estão a querer o regresso da marca nos vários mercados europeus, com o Ypsilon.

E claro, caso os regulamentos de 2027 sejam agradáveis para o grupo, poderá ser a marca escolhida para competir no WRC, agora que a FIA deseja mais marcas, além daquelas que estão neste momento: Ford, Toyota e Hyundai, no Rally1, acrescentando a Skoda, no Rally2. 

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Meteo: Monza poderá trazer surpresas?


Depois de uma corrida em Zandvoort onde houve alguns ameaços de chuva, especialmente no dia da corrida, normalmente, Monza não tem preocupações, porque no inicio de setembro, as chances de chuva são pouco mais que minimas. Contudo, no final de semana do Grande Prémio, apesar da tendência ser essa, poderá haver algumas surpresas. Especialmente no sábado.

Ao longo do fim de semana, as temperaturas andarão constantemente pelos 25-26 graus, com vento fraco e pouco mais de 15 por cento de possibilidades de chuva, na sexta-feira, que aumenta para 35 por cento no sábado, ao longo do dia. No domingo, o tempo estará nublado, mas as possibilidades de chuva são mais baixas, na ordem dos 20 por cento. 

Contudo, isto está a ser escrito na terça-feira, logo, ainda demorará mais alguns dias para ter algumas certezas. Mas tudo indica que não acontecerá algo que perturbe o final de semana em termos de bolteim meteorológico.   

domingo, 31 de agosto de 2025

Formula 1 - Ronda 14, Zandvoort (Corrida)


Depois de um mês de férias - bem, mais ou menos, foram quatro semanas... - a Formula 1 voltou, e desta vez, foi às dunas de Zandvoort, onde as multidões vieram para aplaudir o seu herói local. Acabaram por ver laranja na posição mais cobiçada, na sessão de treinos de ontem, mas a realidade mostra que é uma tonalidade diferente, e Max não corre na McLaren, compete contra os McLaren. Oscar Piastri parece mostrar mais sangue-frio que Lando Norris, e parece mostrar mais "presidencialismo" que o piloto britânico. Contudo, ele é australiano e há quem ache que isso é o maior obstáculo para que a equipa jogue tudo para cima dele no sentido de alcançar o primeiro título de pilotos desde 2008, com Lewis Hamilton...

Algumas novidades: Oliver Bearman iria largar das boxes com o seu Haas, e o tempo não está muito estável, logo as chances de chuva durante a corrida são reais. Algo para ser visto com atenção.


Na partida, Piastri conseguiu manter o comando, mas atrás, Max largou bem e conseguiu passar Norris. Mas à chegada à curva 3, quase perde o controlo e faz a curva de forma relativamente estranha, mas consegue manter o segundo lugar para a corrida. Atrás, Gabriel Bortoleto larga mal por causa de problemas no seu carro e cai para o último lugar.  

Depois das primeiras voltas, os primeiros conseguiam manter as suas distâncias, instalando-se numa espécie de calma. Os quatro primeiros eram os mesmos, enquanto Leclerc atacava Hadjar para ficar com o quarto posto, mas sem sucesso. E no meio disto, as nuvens, omnipresentes, estavam prestes a largar uma carga de água. Aparentemente, ligeira. 

Na nona volta, os ataques de Norris a Max compensaram e ficou com o segundo posto. A partir dali, o ritmo caiu um pouco e todos esperavam pela chuva. Eles falariam que iria chover ligeiramente, e a partir da volta 20, aconteceu. 

Na volta 23, Lewis Hamilton foi às boxes para trocar de pneus, ainda com slicks, porque a pista não estava muito húmida. Mas logo na saída, bate na parede da curva 3, depois de pisar na pintura da publicidade, mais molhada que o asfalto. Safety Car na pista, altura em que todos os pilotos foram às boxes fazer a sua primeira troca de pneus. As confusões do costume - especialmente na parte de Norris - fez animar a corrida. 


No final, todos colocaram duros, excepto... Max, que tinha médios. 

A corrida regressou na volta 27, com Russell a tentar passar Hadjar, mas o francês defendeu-se. Pior sorte teve Lawson, que tocou no Williams de Carlos Sainz Jr e caíram ambos na classificação geral. Nas boxes, o neozelandês ficou sem pneu traseiro esquerdo, enquanto o espanhol teve de trocar de nariz. com ele a queixar-se das manobras do carro na sua frente. 

Na frente, Piastri começava a distanciar-se de Norris, que tinha de lidar com Max, mas a corrida teve de ser abrandada na volta 31 para tirar pedaços de fibra de carbono na pista. No regresso, Leclerc atracou fortemente Russell para ser quinto, com alguns pedaços de carbono voando, mas o monegasco ficou com o quinto posto. Russell tentou reagir, mas o piloto da Ferrari defendeu-se com, unhas e dentes. De uma certa forma, foram momentos bem interessantes para os espectadores. 

As coisas caíram novamente para uma uma calma que começava a roçar para o aborrecimento, mas ainda havia duelos nos lugares a seguir. Max, terceiro, estava na volta 44 a ser assediado por Isack Hadjar, a cerca de um segundo do neerlandês, com Charles Leclerc não muito longe. 


A partir da volta 53, Antonelli primeiro, e Leclerc depois, foram às boxes para meter moles, mas na saída, Leclerc e Antonelli tentaram lutar por uma posição até tocarem na curva 3. A corrida do monegasco terminava ali, enquanto Antonelli ficou seu um dos pneus e arrastou o seu carro até às boxes. Resultado? Nova entrada do Safety Car e o pelotão a ir às boxes para trocar de pneus, numa altura em que, pela primeira vez em ano e três meses, desde o GP do Canadá de 2024, os Ferrari não iriam acabar a corrida. 

Depois da nuvem ter assentado, via-se que os McLaren andavam de duros, com Max a ser terceiro e com,,, moles. Aliás, os sete carros atrás do McLaren tinham isso mesmo: moles, para tentar ver se conseguiriam passar uns aos outros. Assim esperavam. 

Na volta 57, a corrida recomeçava, com Piastri a tentar afastar-se de Norris, mas Max não se aproximava, mas era o contrário: perdia 2,5 segundos nas duas voltas seguintes. Nessa altura, Norris já estava na traseira de Piastri, mas pouco depois, com o DRS ligado, já tinha mais de um segundo de diferença. 


E a sete voltas do fim, o motor de Norris rebenta - uma fuga de óleo, aparentemente - e acaba com uma dobradinha garantida para a McLaren. As bancadas estavam rejubilantes com o que tinha acontecido, porque com isso, o seu piloto era agora segundo, e na Racing Bulls, o seu piloto, Isack Hadjar, ia a caminho do seu primeiro pódio da sua carreira! 

Mas antes disso, a terceira entrada do Safety Car. 

O recomeço acontece na volta 68... com uma pequena queda de chuva. Max tentou apanhar Piastri, mas os seus pneus tinham os seus limites e no final, o australiano começou a afastar-se para ter uma vitória tranquila sobre Max e Hadjar, que num fim de semana sem falhas, conseguiu a sua recompensa. Kimi Antonelli, com o peso das duas penalizações, com um total acumulado de 15 segundos, acabou a corrida na 16ª posição fora dos pontos.

Agora, a nove corridas do final, se Norris não tiver a sorte do seu lado, terá uma montanha bem alta para escalar. 


No campeonato, agora são 34 os pontos que separam Norris de Piastri. Semana que vêm, a corrida será em Monza.