sábado, 2 de outubro de 2021

WRC 2021 - Rali da Finlândia (Dia 2)


Elfyn Evans lidera o Rali da Finlândia, com uma vantagem de 9,1 segundos sobre Ott Tanak, e 19,5 segundos sobre o carro de Craig Breen. Os três já estão distantes de Esapekka Lappi, que está a 44,8 segundos da liderança, quando faltam quatro especiais para o seu final. 

Foi um sábado de muita luta, mas no final da 15ª especial, que encerra esta segundo dia de ralis, houve quem já ficou para trás, como Katstuta Takamoto, Thierry Neuville e a grande esperança finlandesa, Kalle Rovanpera. Mas o dia tinha começado com Craig Breen contra a concorrência que queria desalojá-lo, e o dia começou com Elfyn Evans a triunfar na primeira especial do dia, a primeira passagem por Kakaristo - Hassi. Breen ficou a 0,2 segundos, Tanak a 1,4 e Neuville a 3,2.

A especial ficou marcada pelo acidente de Oliver Solberg, que acabou por abandonar devido aos danos no seu Hyundai i20 Rally2.

Evans voltou a vencer na primeira passagem por Päijälä, 4,2 na frente de Tanak e 6,8 de Breen, suficiente para o galês passar na frente do rali, ao mesmo tempo que Katsuta Takamoto também foi um dos desistentes devido a uma saída de estrada. E o mesmo resultado aconteceu na nona especial, a primeira passagem por Arvaja, 1,7 segundos na frente de Kalle Rovanpera e 3,1 sobre Craig Breen. E para fechar a manhã, Evans voltou a triunfar, 1,6 segundos na frente de Breen e 3,7 sobre Tanak. 


E ali, nova grande perturbação na classificação, quando Rovanpera sai de estrada. Se o finlandês ficou naturalmente frustrado com o que aconteceu, alguém como Jari-Matti Latvala, agora o diretor desportivo da Toyota, lembra outra coisa.

"[Rovanperä] precisa de tempo. Esta era uma prova difícil para ele. As expectativas eram altas, tinha muita vontade de vencer em casa, mas devo dizer que ele deve ter tempo para adquirir experiência. Recordo que esta foi a primeira vez que ele pilotou um WRC na Finlândia e ele ainda carece de experiência, e essa não se treina. Na Grécia, era um rali que já não estava no WRC há oito anos e isso fez toda a diferença”, disse.

A parte da tarde, com a segunda passagem pelas classificativas da manhã, Foi Tanak que passou ao ataque, vencendo as três especiais seguintes, mas logo a seguir ficou Evans, e a diferença diminuiu de 5,6 segundos para Breen para 7,7 para Tanak, já que o irlandês ficou um pouco para trás, ficando no terceiro posto, a 12,1 segundos. Mas Evans venceu na 14ª especial, a segunda passagem por Patajoki, ganhando 1,4 segundos a Tanak e 6,2 sobre Breen.

No final do dia, em Harju, Evans e Tanak empataram na tabela de tempos, mas a especial ficou marcada pelos problemas sofridos no carro de Neuville, que teve uma fuga de água e não pode continuar. O galês estava contente com o resultado. "Foi um bom dia. Gostei muito. Foi um grande duelo e, obviamente, há um longo caminho a percorrer amanhã, mas vamos avançar passo a passo.", afirmou.

Depois dos quatro primeiros, está Sebastien Ogier, a 2.23,3 minutos, muito distante dos primeiros, e tranquilo, pois Gus Greensmith, o sexto, está a 4.16,9. Adrien Formaux é o sétimo, a 5.31,5, longe de Teemu Suninen, oitavo e o melhor dos Rally2, a 8,21,4. E a fechar o "top ten" estavam o noeueguês Mads Ostberg, a 8.29,4, e o local Emil Lindholm, a 8.55.2.

O rali da Finlândia termina amanhã, com a realização das últimas quatro especiais.

Youtube Automobile Video: Sono Sion, o carro solar para as massas

Para muitos, a ideia de um carro solar onde pode fazer o seu próprio carregamento das baterias, é uma ideia difícil de concretizar, para não dizer outra coisa. Contudo, a "startup" alemã Sono Motors poderá ter feito o primeiro carro solar para as massas. O projeto está em andamento desde 2015, e seis anos depois, aproximam-se do produto final, com 7,5 metros quadrados de painéis solares integrados num carro, que poderão carregar energia que dê para que o carro ande até 120 km de autonomia... se estiver estacionado ao ar livre. Mas no verão, numa semana de sol, isso poderá dobrar até 240 km.

Resultado final: dependendo do uso, carregamentos externos poderão ser raros ou até... nenhuns. 

Assim sendo, eis o video. 


  

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

WRC 2021 - Rali da Finlândia (Dia 1)


Está a ser um duelo ao segundo no Rali da Finlândia. No final do primeiro dia, depois de seis especiais, é o irlandês Craig Breen que lidera no seu Hyundai, mas a concorrência está apertadissima, não o larga: a diferença entre os dois primeiros é de meramente 2,8 segundos, para Ott Tanak. E ele tem Elfyn Evans a 6,1, Esapekka Lappi a 6,7 e Kalle Rovanpera a 7.9. Apenas a partir do sexto posto, agora ocupado por Thierry Neuville, está mais distante. A diferença do belga para a liderança é de meros... 31,3 segundos.

Com passagens duplas por Harju, Ässämäki e Sahloinen - Moksi, o primeiro dia do Rali da Finlândia começou a ser competitivo desde o primeiro metro. Katsuta Takamoto foi o primeiro vencedor da especial, no seu Toyota, 0,2 segundos na frente de Thierry Neuville, 0,3 sobre Esapekka Lappi e 0,4 sobre Ott Tanak. A seguir, Craig Breen foi o vencedor na primeira passagem por Ässämäki, 0,3 segundos na frente de Tanak, e subiu seis lugares, para ser segundo, a 0,7 segundos de Tanak, o novo lider. Atrás, Takamoto perdia 20,5 segundos e caia... para décimo.

"Numa curva de alta velocidade houve um solavanco dentro e nós chutamos para fora dele. Felizmente não acertamos nada. Estamos aqui e está tudo bem - essas coisas podem acontecer neste rali.", afirmou o piloto japonês no final da especial. 

Tanak vencia na terceira especial, a primeira passagem por Sahloinen - Moksi, um segundo na frente de Breen, e 1,6 sobre Esapekka Lappi, e os três passaram a ser os três primeiros classificados. Repete a vitória na segunda passagem por Ässämäki, 1,8 segundos na frente de Kalle Rovanpera e 2,1 de Craig Breen. Este ataca na segunda passagem por Sahloinen - Moksi e ganha, um segundo na frente de Rovanpera e 2,3 sobre Tanak. Fez reduzir a vantagem para 1,5 segundos e Rovanpera era agora o terceiro, a 8,3 segundos.

No final do dia, em Oittila, foi Elfyn Evans que levou a melhor sobre Esapekka Lappi por 1,6 segundos e 3,7 sobre Craig Breen, mas como o irlandês ficou na frente de Ott Tanak, que perdeu oito segundos, trocaram ambos de lugar. Rovanpera foi quarto, a 4,8 segundos, e caiu para quinto, a 7,9 segundos da liderança.

"É incrível. Sempre questionei como seria a Finlândia à noite e agora sentimos e testemunhamos isso. É absolutamente incrível. Minhas luzes não estavam a cem por cento para ser honesto, tenho um pouco de trabalho a fazer sobre eles, mas é simplesmente incrível.", afirmou o irlandês da Hyundai.

Tanak respondeu: "É surpreendentemente bom. Nunca esperávamos estar em batalha com a Toyota, então tem sido surpreendentemente bom. Esta foi apenas a introdução, então vamos ver amanhã. Foi um grande dia."

Depois dos cinco primeiros, e Neuville, Sebastien Ogier é o sétimo, a 33,8, seguido por Katsuta Takamoto, a 46,9. E a fechar o "top ten" estão os Ford de Gus Greensmith, a 1.20,6, e de Adrien Formaux, a 1.48,9.

O rali da Finlândia prossegue amanhã, com mais nove especiais. 

GP Memória - China 2006


Três semanas depois de Monza, a Formula 1 partia para paragens fora da Europa, em três corridas que poderiam decidir tudo. E a primeira final era o GP da China, em Xangai. Com todos sabendo que Michael Schumacher iria embora da Formula 1 no final da temporada, o alemão ainda queria mostrar ao mundo que alcançaria mais um título e abandonaria em grande. Mas Fernando Alonso, o campeão em título, iria fazer de tudo para evitar isso. 

No final da qualificação, Fernando Alonso tinha levado a melhor sobre Giancarlo Fisichella, seu companheiro de equipa, num monopólio da Renault na primeira fila. A Honda ficou com a segunda, e Rubens Barrichello foi melhor que Jenson Button. Kimi Raikkonen foi o quinto, no seu McLaren, na frente de Michael Schumacher, no melhor dos Ferrari. Pedro de la Rosa era o sétimo, no segundo McLaren, adiante dos BMW Sauber de Nick Heidfeld e Robert Kubica, e a fechar o "top ten" estava o Red Bull do neerlandês Robert Doornbos

Felipe Massa e Takuma Sato trocaram de motores, logo, iriam começar do fundo da grelha, enquanto os tempos de Cristijan Albers foram apagados porque não trouxe o seu carro para ser pesado pelos comissários. 


O dia da corrida tinha começado com chuva, mas à hora da corrida, esta amainou e o asfalto estava a secar. Os Renault foram embora, com Raikkonen em terceiro, depois de passar os Hondas. Atrás, Schumacher também queria passar os Hondas, mas passou Barrichello apenas na oitava volta e Button na 14ª, ao mesmo tempo que Raikkonen fazia o mesmo, mas a Fisichella. Na frente, Alonso tinha ido embora, com cerca de 15 segundos de avanço, mas o finlandês começou a fechar essa diferença.

Entretanto, a pista secava, e Schumacher já estava na traseira de Fisichella na volta 19, numa altura em que Raikkonen sofria com problemas no acelerador e era obrigado a retirar-se. 

Entre os voltas 21 e 23, os pilotos fizeram a sua primeira ronda de reabastecimentos, mas Alonso, indeciso sobre os pneus, trocou apenas os da frente, deixando os de trás, fazendo com que perdesse toda a sua vantagem a favor de Schumacher, que tinha mantido os mesmos pneus, que sendo os da Bridgestone, eram mais favoráveis naquela situação. Os três estavam colados uns aos outros, até que na volta 29, o italiano passou o seu companheiro de equipa, e duas voltas depois, Schumacher fazia o mesmo, com o espanhol a atrasar-se ainda mais. O piloto da Ferrari foi então atrás do da Renault para ver se ficava com a liderança, mas não conseguia passar.

Nesta altura, já se arriscava com pneus slicks, e na volta 35, Alonso aproveitou e fez nova troca, mas problemas com uma das porcas fizeram-no perder quase vinte segundos. Quando voltou à pista, era quarto e tinha quase 50 segundos de atraso. Mas mesmo assim, recuperou o ritmo e foi atrás dos primeiros. Na volta 41, Fisichella foi fazer o reabastecimento e trocar para secos, reagindo à paragem de Schumacher, mas no regresso à pista, ele, ainda com os pneus frios, saiu largo na primeira curva e perdeu a liderança para o alemão.

Depois disso, Schumacher foi-se embora, pois Fisichella debatia-se com o jogo de pneus que tinha montado. Isso, aliado com a recuperação de Alonso, permitiu que o espanhol ficasse rapidamente com o segundo lugar e se aproximasse do alemão. Atrás, Nick Heideld era quarto, graças a uma boa estratégia na paragem nas boxes, mas era pressionado por Rubens Barrichello, que na volta final, tentou a sua sorte. Isso resultou num choque entre ambos, com o alemão a ficar sem o pneu traseiro direito e o brasileiro sem a asa da frente. Button e De la rosa aproveitaram isso para ficarem com ambas as posições, e os afetados coxearam até à meta.  


Apesar do ritmo de Alonso ser superior ao de Schumacher, já era tarde para o apanhar, e foi assim que cortaram a meta. O alemão conseguia ali a sua 91ª vitória, e igualava o espanhol nos pontos. Fisichella era o terceiro.

Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Honda de Jenson Button, o McLaren de Pedro de la Rosa, o segundo Honda de Rubens Barrichello, o BMW Sauber de Nick Heidfeld e o Williams de Mark Webber.  

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Youtube Motoring Video: Dan Ticktum não vai para a Formula 1

O britânico Dan Ticktum tem talento, mas não é propriamente o mais bem comportado do pelotão do automobilismo. Senhor de forte personalidade, o piloto, atualmente na Formula 2, foi protagonista de uma polémica onde insultou Nicholas Latifi quando jogava "Call of Duty" no seu canal de Twitch.

O incidente aconteceu em julho, mas foi o suficiente para a Williams, que o tinha como piloto de desenvolvimento, o ter dispensado e provavelmente, viu todas as portas da Formula 1 fechadas.

E é sobre este assunto, e a sua temporada na Formula 2, onde é quarto classificado, que o Josh Revell fez o seu mais recente video. 

GP Memória - Estados Unidos 2001


Duas semanas depois da vitória de Juan Pablo Montoya em Monza, e da consagração de Michael Schumacher como campeão do mundo de Formula 1 pela quarta vez, igualando Alain Prost, a Formula 1 atravessava o Atlântico para o Grande Prémio dos Estados Unidos, no circuito de Indianápolis. Contudo, a corrida iria acontecer numa altura difícil para aquele país, três semanas depois dos atentados contra o World Trade Center, em Nova Iorque, e contra o Pentágono, em Washington. 

Havia receios sobre se poderiam entrar no continente americano sem obstáculos acrescidos, mas no final, tudo correu bem. Mas não esquecendo o momento em que viviam, enormes bandeiras americanas estavam estampadas nos carros, demonstrando a solidariedade para com a nação atingida pelos piores ataques terroristas em 60 anos. 


Mas mesmo na tristeza, havia quem estava alegre: o veterano Jean Alesi iria comemorar ali o seu 200º Grande Prémio, numa altura em que era provável que aquela fosse a sua última temporada na Formula 1.

No final da qualificação, Michael Schumacher fez o melhor tempo, na frente dos Williams-BMW de Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya. Mika Hakkinen era o quarto, no seu McLaren-Mercedes, na frente do segundo Ferrari de Rubens Barrichello. Nick Heidfeld era o sexto, no seu Sauber-Petronas, enquanto a quarta fila tinha o segundo McLaren de David Coulthard e o Jordan-Honda de Jarno Trulli. Jean Alesi era o nono, no segundo Jordan-Honda, e a fechar o "top ten" estava o Benetton-Renault de Jenson Button.


Perante 175 mil espectadores, a corrida começou com Michael Schumacher a ser o melhor, seguido por Montoya e Barrichello, com o brasileiro a ter um melhor ritmo, porque tinha menos gasolina no depósito. No final da quinta volta, ele já estava na frente, e até parar, na volta 27, o seu avanço era de 12,5 segundos. Atrás, Schumacher era segundo, seguido de Montoya e dos dois McLaren, já que Ralf Schumacher tinha ficado para trás. 

Quando Barrichello foi às boxes, Schumacher ficou com a liderança, mas era assediado por Montoya, que na volta 34 ficou com o comando, aproveitando uma hesitação do alemão quando se preparavam para dobrar o Minardi do malaio Alex Yoong. Porém, na volta 38, o colombiano parava na pista, vitima de um problema hidráulico. Schumacher voltara momentaneamente para o comando, mas tinha ido às boxes e tinha cedido o comando a Mika Hakkinen. Este foi às boxes na volta 46, cedendo o comando a Barrichello, mas na volta 50, ele teve de fazer o seu segundo reabastecimento, e o comando da corrida caiu nas mãos de Hakkinen.


O finlandês parecia ter tudo controlado, mas Barrichello ainda tinha a última palavra. Foi atrás dele, e no final da volta 60, a diferença estava nos dois segundos. Mas de repente, o motor do Ferrari começa a deitar fumo e as suas chances de vitória esfumavam-se no ar, deixando o finlandês aliviado. Na meta, a McLaren comemorava uma inesperada vitória, seguido por Michael Schumacher e David Coulthard. Para o finlandês, iria ser a sua vigésima e última vitória na sua carreira.

Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Jordan de Jarno Trulli, o Jaguar de Eddie Irvine e o Sauber de Nick Heidfeld. 

Noticias: Qatar vai acolher a Formula 1


Agora é oficial: o Qatar acolherá um Grande Prémio de Formula 1, primeiro este ano, a 21 de novembro, e a partir de 2023, de forma permanente, para as próximas dez temporadas. A prova será no circuito de Losail e em principio, acontecerá à noite.

Estamos muito satisfeitos por acolher o Qatar no calendário de Fórmula 1 nesta temporada e a longo prazo a partir de 2023”, disse o CEO e presidente Stefano Domenicali. “A Federação para os Motores e Motociclismo do Qatar e as autoridades locais têm sido incríveis e trabalharam a grande velocidade para garantir que a corrida possa ter lugar esta temporada no Circuito do Losail. Mostrámos que podemos continuar a adaptar-nos e há um enorme interesse no nosso desporto. O enorme esforço de todas as equipas, Formula 1 e FIA tornou possível um calendário de 22 corridas, algo que é muito impressionante durante um ano desafiante e de que todos nos podemos orgulhar”, concluiu.

Apesar deste acrescento no campeonato em termos de circuitos no Médio Oriente, a corrida não acontecerá em 2022 devido à proximidade do Mundial de Futebol, que está marcado para o dia 21 de novembro, precisamente um ano depois do Grande Prémio. 

Losail já tinha uma Licença de Grau 1 da FIA, o que significava que seria uma opção viável receber um Grande Prémio este ano a curto prazo devido à pandemia de Covid-19. Contudo, a FIA fará uma inspeção ao circuito, semelhante aos circuitos que se juntam ao calendário de Formula 1, e as alterações necessárias são provavelmente mínimas. Em termos de tempo de volta previsto, as simulações sugerem 1.22,5 segundos para a qualificação e 1.28,6 segundos para a corrida, que irá durar 57 voltas, em principio.

Contudo, para 2023, não é certo que seja Losail a receber a Formula 1. A entidade que assegura os Grandes Prémios deixou isso em aberto, e a possibilidade da construção de um circuito nas ruas de Doha, a capital, não está descartada. 

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

A imagem do dia


Bela imagem, hein?

Há trinta anos, na corrida inaugural do Autódromo de Barcelona, acontecia isto: dois carros lado a lado, dos dois incumbentes ao título, mostrando quem era o mais veloz. E como ambos eram equivalentes, como os fundos planos dos carros eram capazes de causar faísca, sempre que roçavam no chão, Nigel Mansell contestava a liderança de Ayrton Senna para o passar.

Apesar de naquela altura Senna ter tudo controlado, depois da asneira que o "brutânico" tinha feito uma semana antes no Estoril, de uma certa maneira, esta imagem é simbolicamente o passar de um testemunho. O McLaren MP4-6 já era um carro inferior ao Williams FW14, e depois de andar aos tropeções nas primeiras provas de 1991, por fim, erguia-se e mostrava-se perante o público, e claro, mostrava a genialidade de Adrian Newey. Ninguém sabia na altura, mas no ano seguinte, aquele iria ser um chassis que dominaria o campeonato.

Mas ver aqueles dois pilotos, já maduros, no auge das suas carreiras, naquela tarde chuvosa na Catalunha, competindo metro a metro pela liderança, foi sem dúvida um grande momento na Formula 1. E é isso que guardamos na memória. 

Formula E: Apresentado circuito de Vancouver


O desenho do ePrix de Vancouver foi hoje apresentado ao público, e de uma certa forma, segue o traçado usado pela CART durante mais de década e meia. A OSS Group vai ser a organizadora desta competição, usando o traçado na zona de False Creek, próximo da Rogers Arena, casa da equipa de hóquei no gelo Vancouver Canucks, da NHL.   

O ePrix de Vancouver, que se realizará a 2 de julho, acontecerá duas semanas antes da tradicional rodada dupla de Nova York, de forma de reduzir os custos e facilitar a logística para as equipas.

Estamos entusiasmados que o Grupo OSS trará o 2022 Vancouver E-Prix para Vancouver no próximo verão. O evento é uma escolha natural para Vancouver com temas de sustentabilidade e promoção de uma economia verde e estamos orgulhosos de ser o destino anfitrião. À medida que reconstruímos nossa economia local de visitantes, o retorno do festival e dos eventos é uma parte crucial para restaurar a vitalidade de nossa cidade e trazer visitantes de volta a Vancouver para apoiar nossos muitos negócios relacionados ao turismo.”, disse Royce Chwin, CEO de Destination Vancouver.

Alberto Longo, CCO da Formula E, referiu sobre este novo lugar no calendário da competição:

O Canadian E-Fest será um evento esportivo e de entretenimento empolgante, dinâmico e inovador que impulsionará a promoção da mobilidade elétrica e a luta contra as mudanças climáticas no Canadá e em todo o mundo. Trabalhando com nossos parceiros locais, estamos empolgados em trazer o Campeonato Mundial de Fórmula E da ABB FIA para as ruas de Vancouver em 2022 e mostrar as mais recentes inovações em tecnologia sustentável.

A temporada de 2022 começa no fim de semana de 28 e 29 de janeiro em Ad Diriyah, na Arábia Saudita.

Youtube Rally Video: Os testes de Dani Sordo no Serras de Fafe

Não é só o Rali da Finlândia que acontece neste final de semana. Também acontece o Serras de Fafe, prova não só do Campeonato Português de Ralis, como também faz parte do ERC, o Campeonato Europeu. E ali terá gente com Alexey Lukyanuk, Nikolai Gryazin e Dani Sordo, que vai fazer uma perninha, usando o Hyundai i20 Rally2.

E por causa disso, anda por estes dias a fazer testes para se habituar aos pisos de Fafe e arredores. Eis um video desses testes, onde ele anda mesmo a fundo.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Youtube Formula 1 Video: As comunicações de Sochi

Para uma corrida que foi emocionante na sua parte final, num fim de semana chuvoso, algumas das comunicações de rádio até foram bem originais e bem espontâneas neste final de semana russo. Eis a seleção que a Formula 1 fez para o seu canal so Youttube.  

Rumor do Dia: Daniil Kvyat a caminho da Formula E?


Corre o rumor, dito hoje pelo site The Race, de que o russo Daniil Kvyat poderá estar a caminho da Formula E, correndo pela Dragon-Penske Racing. As conversações existem, mas uma decisão não acontecerá antes de novembro. A ideia é alinhar na temporada de 2022, provavelmente ao lado do brasileiro Sergio Sette Câmara.

Kvyat, que é gerido por Nicholas Todt, tinha admitido há algum tempo que pretendia correr em competições como a IndyCar, a Endurance e a própria Formula E, ele que neste momento é piloto de desenvolvimento da Alpine, com o contrato a acabar no final do ano. Ele pensa que, caso aterre no lugar da Penske, possa ser o inicio de uma colaboração maior, que possa abrir as portas para a IMSA ou a IndyCar, para começar.

Caso se confirme a ida para o mundial de carros elétricos, seria um ironia, porque iria correr ao lado de António Félix da Costa, atualmente na DS techeetah, que foi o piloto que a Red Bull dispensou para que ele tivesse uma chance na Formula 1, através da Toro Rosso, no final de 2013.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

A imagem do dia



Quando queria dar nas vistas, conseguia. E quando fazia, ofuscava até o vencedor. E há 40 anos, na sua corrida caseira, e debaixo de chuva, não só conseguiu controlar o carro como a asa frontal, que se arrancou após um toque.

É verdade que o mundo da Formula 1 estava mais ocupado com o duelo entre Carlos Reutemann e Nelson Piquet, com o argentino na frente apenas por três pontos, mas ali, e naquelas condições, parecia que poderia causar furor. E quando causou, o facto de ele ter conseguido controlar um carro em condições aparentemente impossíveis os desviou dos outros.

Alguém soube, ou quis saber, que Jacques Laffite triunfou naquela pista? Alguém soube que a prova acabou sete voltas antes dos 70 previstos porque tinham chegado ao limite das duas horas? Alguém soube que Nelson Piquet conseguiu um quinto posto e reduziu a diferença com Carlos Reutemann para apenas um ponto? Não! Porque Gilles Villeneuve fez de tudo para que as câmaras de televisão focassem apenas nele, e no final, alcançou um terceiro lugar naquele que foi o seu último GP do Canadá. 

E foi assim que cultivou o seu mito.

Youtube Motoring Video: A história da fusão Bugatti-Rimac

Passou despercebido, mas no inicio deste verão, houve uma fusão no mundo automotivo, entre duas marcas de supercarros: a Bugatti, que pertencia a Volkswagen, ficou nas mãos da Rimac, a construtora croata que anda a costruir supercarros elétricos. A marca que recentemente construiu o Veyron, Chiron e o Divo - nomes de pilotos que guiaram para a marca nos anos 20 e 30 - está agora nas mãos de Mate Rimac, com a ajuda da Porsche. 

O objetivo? Fazer supercarros elétricos, e componentes que possam ser usados noutras marcas para ajudar na transição elétrica. Não houve dinheiro envolvido, mas fala-se na possibilidade de, em 2022 ou 2023, haver uma oferta pública de investimento, ou seja, meter a marca na bolsa, que poderia fazer com que ambas as marcas valham mais de seis mil milhões de dólares. 

E é sobre isso que o pessoal da Donut Media fez este video. 

Youtube Rally Testing: Ott Tanak, Hyundai, Finlândia 2021

No fim de semana do Rali da Finlândia, depois de ontem ter colocado um video dos testes, por Kalle Rovanpera, no seu Toyota, hoje coloco outro de testes no mesmo país, mas da parte da Hyundai, com Ott Tanak ao volante. E eis um video desses testes, feto na semana passada.

Como apagar as asneiras


Como é sabido, não houve GP do Vietname em 2021 - foi substituído pelo GP de Portugal, em Portimão - mas poucos sabem detalhadamente a razão pelo qual foi anunciado um GP que acabou por não haver. Essencialmente, um governador local, Nguyen Duc Chung de seu nome, pegou nos fundos públicos da cidade e construiu um circuito aproveitando algumas das ruas do complexo desportivo My Dinh, nos arredores de Hanói, mais algumas coisas que foram construídas de raiz, como a tribuna principal e a reta da meta, para fazer um circuito. 

Mas o governo central descobriu a marosca, prendeu o governante e o condenou a cinco anos de prisão. O acordo foi cancelado, mas o governo não esconde o embaraço de se ter gasto milhões do erário público para satisfazer os caprichos de uma pessoa. Agora descobriu-se que o Complexo Esportivo ‘My Dinh Nation’ entrou com uma ação no Ministério da Cultura, Desporto e Turismo, com o objetivo da devolução de 12,86 hectares que haviam sido usados para concluir a construção da pista.

De acordo com a VnExpress, o complexo pretende usar o terreno para construir uma arena coberta para os Jogos do Sudeste Asiático de 2022, que serão sediados precisamente em Hanói. Ou seja, por outras palavras, tudo aquilo que foi construído para albergar uma corrida que não houve poderá ser demolido para construir um pavilhão! É um pouco de doidos, não é?

Mas bem vistas as coisas, esta aventura vietnamita, que pode bem ter morrido antes de nascer, demonstra um pouco como é que a Formula 1 foi recebido naquele canto do mundo: como um corpo estranho, tentando preencher a ambição de um punhado de pessoas, e no final se tornar num rombo sem fim, acabando antes de tempo e indo embora sem honra nem glória. Apenas - e talvez, muito talvez - o Japão e Singapura se salvem. Porque de resto - Coreia do Sul, India, China e agora o Vietname - não passou de uma excentricidade. E só não tem o mesmo destino no Médio Oriente porque aquela gente parece ter os bolsos sem fundo... por agora. 

domingo, 26 de setembro de 2021

A(s) image(ns) do dia



Uma coisa interessantíssima que li hoje e que acho valer a pena a reflexão:

Alguém comparou a temporada de 2021 de Lewis Hamilton com a temporada de 2018 de Sebastian Vettel. Como sabem, o alemão tinha a liderança até ele se despistar no GP da Alemanha, e mais tarde, aquele toque com Kimi Raikkonen e Max Verstappen na partida do GP de Singapura e praticamente a enterrar a sua candidatura ao título. E nem falo dos despistes em diversas corridas 

Agora, em 2021, Lewis sente a pressão de Max, houve o que aconteceu em Monza, só venceu cinco corridas, contra os sete do neerlandês, e o campeonato está mais equilibrado que se julgava. Mas Hamilton está na frente do campeonato, a sete corridas do fim, com dois pontos de avanço sobre o piloto da Red Bull.

Mas isto acontece porquê? Mentalidade, do género "don't crack under pressure", como certa marca de relógios gosta de afirmar? Experiência contra a juventude? Superioridade do Flecha de Prata contra o Touro Voador, mesmo com os carros a não serem mexidos em 2021? A pandemia, que atingiu Hamilton e, segundo ele, ainda não recuperou por completo?

Há quem fale de "agenda-setting", uma coisa que se aprende nas aulas de jornalismo, no meu caso, há uns bons vinte anos. Existem pessoas que acreditam que Hamilton não foi abaixo porque grande parte da imprensa o apoiou, principalmente os media ingleses. É certo que boa parte dos meios de comunicação social estão baseados das ilhas britânicas, que as equipas estão também por lá, que os comentadores se excitam com as vitórias de "Sir" Lewis, mas fazer da Formula 1 uma coutada britânica é um pouco exagerado. É verdade que se ouvirmos as transmissões televisivas pela Sky Sports e ouvir o David Croft a gritar a plenos pulmões quando o Hamilton é o vencedor, ou o George Russell e o Lando Norris conseguem bons resultados, mas o mítico Murray Walker fazia a mesma coisa no seu tempo, e no Brasil, o Galvão Bueno era o que era, na era da Globo. 

Contudo, é um principio interessante. As corridas de automóveis, como qualquer outra manifestação desportiva, vive da emoção. Se alguém gostaria que o Max tivesse o mesmo tratamento, então vira o canal e á ouvir a TV local a louvar o seu piloto. É assim em todo o lado. Mas isso a toda uma corrente para que o piloto X tem de ganhar e gritar "quebra, quebra!" ao seu adversário... acho que raia o exagero. Verdade que os incidentes desta temporada tenderam a exacerbar tudo, mas ainda falta um bocado para saber se foi isso que decidiu o que quer que seja. 

Respondendo à pergunta que se faz, a minha conclusão pessoal é esta: É uma teoria com falhas. Vettel não aguentou a pressão, especialmente numa equipa como a Ferrari, que destrói carreiras. E Max é muito melhor porque tem uma equipa atrás de si, disposta a dar tudo para ser campeão, porque não o é há muito tempo. A Mercedes acomodou-se e sente-se acossada. E pior: Hamilton tem 36 anos, acusa a idade, contra os 24 de Max Verstappen. Até quando ele vai resistir a uma nova geração que mostra agora as suas garras?

Para terem uma ideia, sabem qual foi o ano em que Schumacher completou o seu 36º aniversário? 2005, a temporada do primeiro título mundial de Fernando Alonso. Que naquele ano... tinha 24 anos.  

Agora, que este é um campeonato que será decidido na última corrida, isso é mais do que um facto. A parte chata é que será aquela pista aborrecida de morte. É como alguém comprar o melhor circo do mundo e montar no seu quintal.    

Formula 1 2021 - Ronda 15, Sochi (Corrida)


A Rússia, em termos de Formula 1, é uma nação recente, mas até agora, nada tinha contribuído de substancial em termos materiais e emocionais. Par além de ser uma coutada da Mercedes, o resto é irrelevante. Pouca gente gosta do circuito, tanto que daqui a dois anos, vão se mover para São Petersburgo, num circuito que foi construído há pouco tempo, o Igora Park.

Contudo, este ano, surgiu um novo fator a ter em conta: a chuva. Temido por alguns, louvado por outros, ela estava a ser vilipendiada nestes últimos tempo por causa da "não-corrida" de Spa-Francochamps, mas isso foi mais culpa da organização, que não queria arriscar, do que propriamente de uma chuva constante que deixava um spray a pairar na pista, perigoso para os carros. Mas com aquilo na equação, era um pouco "baralhar a voltar a dar". Tanto que Lando Norris conseguiu a pole, numa sessão onde Lewis Hamilton tentou e não conseguiu ficar na frente.    

Chegamos a este domingo com a ameaça de chuva a pairar sobre as suas cabeças, mas a pista estava seca quando se aproximava da hora da corrida. Parecia que, se Lewis Hamilton fosse calmo e ponderado, poderia chegar-se à frente, livrando-se dos obstáculos que tinha à sua frente. Mas se fosse pragmático, até nem se daria ao trabalho de buscar esses lugares, porque Max Verstappen estava no fundo da grelha e iria ser complicado - na teoria - de ele chegar aos pontos.


A partida começou com Norris na frente de Russell e Sainz, mas o espanhol conseguiu passar o britânico da McLaren pelo vácuo e ficar na frente, com os Mercedes entalados entre os Alpine de Fernando Alonso e Esteban Ocon. Aliás, Hamilton era sétimo, no final da primeira volta. Depois, começou a recuperar lugares. Atrás, Ma fazia a mesma coisa, ao ponto de passar Bottas na sexta passagem pela meta, pois o finlandês tinha caído no pelotão. 

Na frente, Sainz Jr. aguentava Norris, mas na volta 13, conseguiu levar a melhor e regressar ao comando da corrida, enquanto o céu permanecia ameaçador, mas sem previsão de chuva. Por esta altura, Verstappen já estava nos pontos, e subia paulatinamente na classificação.

O primeiro dos da frente a parar foi Carlos Sainz Jr, seguido por Daniel Riccardo, na volta 23, e Norris tinha agora Hamilton atrás de si. Foi na volta 27 que ambos param ao mesmo tempo nas boxes, colocando médios, e esperando ir até ao fim. Hamilton continuava na frente do nerlandês, mas na nona posição, contra o 12º do piloto da Red Bull. E claro, Verstappen começou a subir na classificação. E na frente, Norris continuava a liderar, seguido por Alonso.


Mas o britânico parou na volta 29, colocando duros - iria até ao final - e saindo no quarto posto. Parece que a McLaren caminhava para nova vitória, pois ficava na frente dos dois pilotos que lideravam o campeonato, mas claro, faltava muito. Perez agora estava na frente, seguido de Alonso e Leclerc, que ainda não tinham parado. Hamilton era quinto, depois de passar Gasly, e tentava distanciar-se de Verstappen. Ao mesmo tempo, Toto Wolff foi ao rádio e incentivou Hamilto a atacar, afirmando que a vitória estava ao seu alcance.

Norris teve dificuldades em passar alguns dos pilotos à sua frente, e quando passou para terceiro, na volta 34, a distância para Hamilton era de cinco segundos. Atrás, Mick Schumacher tornava-se no primeiro piloto a retirar-se.

E por fim, na volta 36, Alonso e Perez trocavam de pneus, dando a liderança para Norris. No meio disto tudo, Hamilton dava tudo para ficar ao pé de Norris para o apanhar. Agora, tinha menos de três segundos de diferença entre eles. Atrás, problemas: Verstappen foi passado por Alonso e queixava-se dos pneus.


A dez voltas do final, Norris aguentava Hamilton, enquanto havia avisos de chuva. Com o passar das voltas a a aproximação da meta, Hamilton dava tudo para apanhar Norris e o passar, para vencer e ficar na frente do campeonato, já que Verstappen estava encalhado na sétima posição. Quem andava bem era Sergio Perez, que tinha passado Daniel Ricciardo e era quarto. 

Mas a sete voltas do fim, chegou a chuva, Com Hamilton à distância do DRS de Norris... que não pode usar. Mas Norris escapou na curva 5 e aguentou a liderança, apesar de ficar a menos de um segundo de Hamilton. E na volta 48, o tráfego era imparável, para todos irem às boxes e colocar intermédios. Mas até lá, as maluquices: os Aston Martin quase se eliminavam um ao outro, mas tudo correu bem, e todos ficavam na pista... até que Hamilton pensou no campeonato e colocou intermédios na volta 50.

E foi o que foi. Norris tentou uma de Barrichello, mas fracassou totalmente - juventude é assim... - e com a queda maior da chuva, o britânico bateu no muro, perdendo a liderança para Hamilton. No meio da confusão, quem voava para os primeiros lugares era Verstappen, que conseguiu subir para o segundo lugar, menorizando as perdas no campeonato. 


E pronto, a história: cem vitórias para Lewis Hamilton, e um campeonato que ainda não está nada decidido. Mas houve coisas que ficaram na história, para além disto. Afinal de contas, uma corrida russa à chuva não é algo que se veja todos os dias. E faltam sete corridas para acabar... com os dois primeiros separados por dois pontos!